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Ide
versão impressa ISSN 0101-3106
Resumo
ALICEDA, Rozany T. Pozza. Augusto Matraga e o encontro amoroso com nossas partes odientas. Ide (São Paulo) [online]. 2021, vol.43, n.72, pp.95-103. ISSN 0101-3106.
No poema de Homero, o fluxo das águas do mar, com sua imprevisibilidade e fúria, tal qual ondas emocionais arrebentando nas bordas da subjetividade, vai arrastando Ulisses ao insondável de si mesmo. Na novela de Guimarães Rosa, "A hora e a vez de Augusto Matraga", é pelo bruto sertão mineiro que se dá a aflitiva viagem rumo à apropriação do humano. Neste artigo, a autora descreve seu percurso junto ao protagonista que, a partir de uma ruptura dramática na linearidade da sua vida, inicia um longo processo de elaboração de si, uma jornada odisseica que vai resultar na ampliação da capacidade de pensar e tolerar suas emoções. Concebe-o, assim, como uma metáfora do desenvolvimento e expansão da mente. Embora a teoria possa ser depreendida do texto, a terminologia técnica foi evitada para que esse percurso imaginativo pudesse ser também uma via para levar à comunidade uma visão psicanalítica do universo psíquico.
Palavras-chave : psicanálise; A hora e a vez de Augusto Matraga; Guimarães Rosa.