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Tempo psicanalitico
versão impressa ISSN 0101-4838versão On-line ISSN 2316-6576
Resumo
MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; OLIVEIRA, Nathiéle Araujo e COSTA, Ethyene Andrade. Psicanálise e pesquisa científica: o pesquisador na posição de analisante. Tempo psicanal. [online]. 2018, vol.50, n.2, pp.119-142. ISSN 0101-4838.
A psicanálise tem avançado e se firmado como um importante campo de pesquisas no cenário acadêmico brasileiro, firmando-se, inclusive, nos programas de pós-graduação das universidades. Todavia, não podemos deixar de considerar as tensões entre o saber psicanalítico e os modelos positivistas de produção de conhecimento. Na tentativa de responder ao questionamento metodológico que se faz presente como uma dificuldade para os ingressantes dos referidos programas, este artigo tece considerações sobre a relação da teoria psicanalítica, com especial atenção para a psicanálise lacaniana, com a pesquisa científica. A revisão crítica da literatura traz à tona um novo modo de fazer pesquisa, que busca na clínica psicanalítica instrumentos para produção de objetivos e dados, bem como para sua análise. O manejo da transferência, instrumentalizada para a construção de um texto, equipara o pesquisador ao analisante. Ambos supõem no outro um saber para bordejar com palavras o real que os move. A aplicação do método da escuta do inconsciente, para além do setting analítico, possibilita a produção de um saber que é parcial e passível de transformação, já que se propõe a pesquisar a fonte de movimento e transformação constantes. Acreditamos que é necessário ao pesquisador que se posicione como um analisante, ou seja, alguém movido pelo não saber, mas que produz efeitos em si e no próprio ato de pesquisar, possibilitando assim o encontro com o novo.
Palavras-chave : psicanálise; metodologia; pesquisa em psicanálise; pós-graduação.