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Tempo psicanalitico
versão impressa ISSN 0101-4838versão On-line ISSN 2316-6576
Resumo
FILLA, Munique Gaio. A função sintética do Eu e seus impasses na teoria freudiana. Tempo psicanal. [online]. 2022, vol.54, n.1, pp.255-287. ISSN 0101-4838.
O presente artigo objetiva abordar a função sintética do Eu e os impasses inerentes a sua plena realização, considerando a ambiguidade que tal instância carrega nos escritos de Freud. Em primeiro lugar, a ideia de que as psiconeuroses resultam de um caso de inconciliabilidade entre representações sexuais e o Eu será retomada, a fim de explicitar os problemas resultantes do fato de certos conteúdos psíquicos não se harmonizarem com o último. Em segundo lugar, será recuperado o conceito de narcisismo, já que neste contexto Freud concebe o Eu como uma unidade que precisa ser constituída. Por fim, na principal parte deste ensaio será abordada a função sintética que Freud atribui ao Eu já no quadro da segunda tópica psíquica e do segundo dualismo pulsional. Ao mesmo tempo em que a marca do Eu é sua tendência à síntese, esta fracassa constantemente e conduz à patologia. Isso se relaciona ao fato de essa instância operar não só a favor das pulsões de vida e das atividades de ligação, mas também das pulsões de morte e de sua busca pelo desligamento, o que, por sua vez, afeta os rumos da concepção freudiana da clínica.
Palavras-chave : Eu; síntese; Freud; pulsões de morte; pulsões de vida.