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Reverso

versão impressa ISSN 0102-7395

Resumo

SALLES, Ana Cristina Teixeira da Costa  e  CECCARELLI, Paulo Roberto. A invenção da sexualidade. Reverso [online]. 2010, vol.32, n.60, pp.15-24. ISSN 0102-7395.

Os autores partem do princípio que todas as sociedades foram, desde sempre, interpeladas pelo enigma do sexual, o que as levou a criar dispositivos para lidar com as demandas pulsionais. Através de uma digressão sócio-histórica, os autores mostram como o Ocidente criou expedientes para lidar com este enigma, levando ao que pode ser chamado da "invenção da sexualidade". Os discursos sobre a sexualidade aparecem em momentos sócio-históricos precisos como tentativas de normatizar as práticas sexuais de acordo com os padrões da época, visando ao controle da via social e política através do controle do corpo e da sexualidade. Sendo a regulamentação do sexo um assunto do Estado, das elites dominantes e da religião, o texto propõe mostrar como a "moral" de cada uma destas instâncias cria tanto o discurso sobre a regulamentação da sexualidade quanto os dispositivos que visam regulá-la, controlá-la ou mesmo curar as manifestações da sexualidade "desviantes". A infindável leitura que há séculos vem sendo feita sobre esta dimensão constitutiva do humano retrata o destino particular que a nossa cultura deu ao sexual. O interesse em discutir este tema é mostrar quanto as nossas teorias, e a nossa prática clínica, são tributárias da cultura. Para os autores, a psicanálise, fruto da cultura ocidental, só pode ser devidamente entendida a partir da perspectiva histórica que a precedeu.

Palavras-chave : Sexual; Sexualidade; Controle; Cultura; Psicanálise.

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