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Junguiana
versão impressa ISSN 0103-0825
Junguiana vol.37 no.1 São Paulo jan./jun. 2019
Os sentidos como funções estruturantes da Consciência. Um Estudo da Psicologia Simbólica1
The senses as structuring functions of consciousness. A contribution of symbolic psychology
Los sentidos como funciones estructurantes de la conciencia. Un estudio de la psicología simbólica
Carlos Amadeu B. Byington
Médico Psiquiatra e Analista Junguiano. Membro fundador da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. Membro da Associação Internacional de Psicologia Analítica. Criador da Psicologia Simbólica Junguiana. Educador e Historiador. E-mail: < c.byington@uol.com.br >, site: < www.carlosbyington.com.br >
RESUMO
O autor estuda os órgãos dos sentidos como funções estruturantes da Consciência e da Sombra Individual e Coletiva. Comparando o cérebro a um computador, o autor argumenta que as funções fisiológicas são equivalentes aos hardware e as funções estruturantes aos software. Com esta comparação, o autor pretende chamar a atenção para a extraordinária transformação da Consciência operada pela Civilização, fato que tem sido pouco considerado pela Psiquiatria moderna, devido ao seu justificável, mas lamentável fascínio atual pela neuropsicofarmacologia.
A seguir, o autor tece considerações resumidas sobre cada órgão dos sentidos percebido como função estruturante e cita a expressividade da visão pela pintura, do olfato pelos perfumes, do paladar pelo vinho, da audição pela música e do tato pela cosmetologia. Considera que, enquanto a cultura aumentou o poder da visão e da audição, o mesmo não aconteceu com o olfato, o paladar e o tato.
Finalmente, à guisa de ilustrar o desenvolvimento cultural dos órgãos dos sentidos como funções estruturantes da Consciência Individual e Coletiva, o autor aplica sua Teoria Arquetípica da História à História da Arte Moderna. ■
Palavras-chave: órgãos dos sentidos, símbolos e funções estruturantes da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato, hardware, software, teoria arquetípica da história da pintura ocidental.
ABSTRACT
The author studies the sense organs as structuring functions of individual and collective consciousness and shadow. Comparing the brain to a computer, he argues that physiological functions are equivalent to hardware and structuring functions to software. With this comparison, the author intends to call attention to the extraordinary transformation of consciousness brought about by civilization, a fact which modern psychiatry fails to consider due to its comprehensible fascination for neuro-psycho-pharmacology.
Then, the author briefly considers each sense organ when seen as a structuring function and considers the expression of sight through painting, hearing through music, smell through perfumes, taste through wine, and touch through skin creams. He remarks that while the power of vision and hearing were enhanced by culture, the same did not happen to smell, taste and touch.
Finally, the author applies his Archetypal Theory of History to the history of modern art to illustrate the cultural development of the senses seen as structuring functions of individual and collective consciousness and shadow. ■
Keywords: organs of the senses, symbols and structuring functions of vision, hearing, smell, taste and touch, hardware, software, archetypal theory of the history of western painting.
RESUMEN
El autor estudia los órganos de los sentidos como funciones estructurantes de la Conciencia y de la Sombra Individual y Colectiva. Comparando el cerebro a una computadora, el autor argumenta que las funciones fisiológicas son equivalentes a los hardwares y las funciones estructurantes a los softwares. Con esta comparación, el autor pretende llamar la atención sobre la extraordinaria transformación de la Conciencia operada por la Civilización, hecho que ha sido poco considerado por la Psiquiatría moderna, debido a su justificable pero lamentable fascinación actual por la neuropsicofarmacología.
A continuación, el autor hace consideraciones resumidas sobre cada órgano de los sentidos percibido como función estructurante y cita la expresividad de la visión por la pintura, el olfato por los perfumes, el paladar por el vino, la audición por la música y el tacto por la cosmetología. Considera que mientras que la cultura aumentó el poder de la visión y de la audición, lo mismo no ocurrió con el olfato, el paladar y el tacto.
Finalmente, a la luz de ilustrar el desarrollo cultural de los órganos de los sentidos como funciones estructurantes de la Conciencia Individual y Colectiva, el autor aplica su Teoría Arquetípica de la Historia a la Historia del Arte Moderno. ■
Palabras clave: órganos de los sentidos, símbolos y funciones estructurantes de la visión, de la audición, del olfato, del paladar y del tacto, hardware, software, teoría arquetípica de la historia de la pintura occidental.
1. Introdução
Os conceitos de símbolo, de função e de sistema estruturante, que englobam o subjetivo e o objetivo para estruturar a Consciência a partir do processo de elaboração simbólica coordenada por arquétipos, caracterizam o centro conceitual da Psicologia Simbólica. O Ego e o não Ego, aqui denominado o Outro, são conceitualmente inseparáveis na Consciência, e sua identidade é formada e transformada pelos significados ou metáforas que emergem dos símbolos durante a elaboração simbólica. Nesta conceituação, tudo na vida é símbolo e função estruturante (Byington, 1996).
2. Os Órgãos dos Sentidos como Funções Estruturantes
Cada órgão dos sentidos opera de inúmeras maneiras como símbolo e função estruturante. Uma imensa enciclopédia, por maior que fosse, jamais poderia incluir todas estas variedades, pois são praticamente infinitas. As funções fisiológicas são relativamente comparáveis ao hardware do computador. Quando agregamos seus componentes subjetivos e as percebemos como funções estruturantes, podemos compreendê-las também como software, produzidos pela cultura milenar da humanidade a qual chamamos Civilização. É evidente que o cérebro ainda é muito mais complexo que um computador, mas esta analogia relativa é importante para percebermos o extraordinário significado da cultura em relação com o genoma, fato que a Psiquiatria tem esquecido ultimamente devido ao seu compreensível, mas lastimável deslumbramento diante das descobertas da neuropsicofarmacologia.
Dentro desta metáfora relativa, mas significativa, que compara o cérebro a um computador, o hardware é a parte estrutural geneticamente herdada e o software é a parte funcional não herdada que é repassada pelo aprendizado de geração em geração. O hardware é a nossa capacidade da fala herdada geneticamente, mas quando falamos português, inglês ou alemão, empregamos software condicionados pelo aprendizado. Quando pensamos que o conjunto de mutações que formaram a nossa espécie e o nosso cérebro tem aproximadamente 100 mil anos, que durante 90 mil anos morríamos de fome porque não sabíamos nem pastorear nem plantar, e que hoje, com os mesmos neurotransmissores e arquétipos voamos no espaço sideral, concluímos, sem sombra de dúvida, que os softwares que repassam o que foi criado pela Civilização têm um poder atualizador imenso do potencial da estrutura genética dos hardware que herdamos ao nascer.
Descreverei, sumarissimamente, junto com cada órgão dos sentidos, um exemplo de uma forma de expressão para que o leitor possa perceber, através de sua imaginação, a imensa capacidade cultural que as funções dos órgãos dos sentidos têm para formar a Consciência, quando percebidas simbolicamente como funções estruturantes. Junto com a visão mencionarei a pintura, com a audição, a música, com o paladar, o vinho, com o olfato, o perfume e com o tato, a cosmetologia.
2.1 A Visão
A visão tridimensional (estereoscópica) e a cores é uma conquista evolutiva dos primatas junto com a bipedestação. Esta visão requer que o campo visual dos dois olhos se sobreponha pelo menos em parte, o que se torna tanto mais possível quanto mais os olhos se situarem na parte anterior do crânio. A evolução da visão foi acompanhada pela aquisição progressiva do movimento de oponência do polegar na mão dos primatas, o que sofisticou extraordinariamente o manejo das coisas e ensejou o aumento progressivo do brincar com os objetos para conhecê-los e manipulá-los com destreza. Foi esta conjunção fantástica entre o cérebro, a visão e as mãos dotadas da oponência do polegar, que nos permitiu chegar às maravilhas da tecnologia moderna. A visão como função estruturante é tão importante que a criação da Consciência é frequentemente reduzida à luz e o conhecer equacionado com o ver. Não é por acaso que uma imensa proporção de símbolos psíquicos se apresenta pela imagem. Este fato impressionou tanto Jung que, em muitas partes de sua obra, ele equacionou os símbolos expressos pelos arquétipos com as imagens arquetípicas.
2.1.1 A Visão e a Pintura
A pintura é um exemplo da conjunção criativa entre o cérebro, a visão estereoscópica a cores e as mãos na dimensão estética. A diferenciação em cores dos objetos, das roupas, da moradia e do corpo, com o tempo se constituiu num software significativo para a organização e o funcionamento da Consciência Individual e Coletiva. A especialização da pintura trouxe, no decorrer das gerações, uma representatividade crescente para reproduzir e modificar a natureza pela imaginação, frequentemente usando a imagem corporal nas representações.
2.2 A Audição
Trata-se de uma função estruturante de grande importância, que constrói a Consciência conhecendo e catalogando as coisas através do som. Se a bipedestação uniu-se à visão e à oponência do polegar e a nossa capacidade global aumentou, com a audição e o olfato não foi assim. Pelo contrário, com a evolução e a bipedestação, nossa capacidade auditiva e olfativa diminuiu muito. A bipedestação aliada à visão inseriu os primatas nas polaridades acima-abaixo e céu-terra, que na nossa espécie teve grande repercussão cultural na polaridade espiritual-material, reino do céu-reino da terra. Para os quadrúpedes, a olfação e a audição são funções estruturantes mais importantes para conhecer, catalogar e lidar com as coisas pelo fato de eles andarem voltados para o chão e, por isso, elas são mais muito desenvolvidas neles do que em nós. Espécies aladas também nos ultrapassam na audição, como, por exemplo, os morcegos que voam por radar.
A diminuição da importância da audição e da dimensão sonora com relação à visão na evolução fisiológica do sistema nervoso foi, no entanto, altamente compensada e até mesmo invertida na cultura com o desenvolvimento da linguagem. O aparelho auditivo é o receptador sonoro e, por isso, é inseparável da fala que é o nosso emissor sonoro através da função estruturante da respiração. O software da linguagem é dos mais complexos e poderosos da nossa espécie, fato que transformou a limitação fisiológica da audição ocorrida na evolução, numa das funções estruturantes mais significativas da Civilização. A descoberta da linguagem escrita reverteu relativamente essa vantagem.
2.2.1 A Audição e a Música
Ao passar da dimensão sonora para a escrita, a linguagem teve uma nova fase histórica muito importante para difundir a cultura através da visão. Alavancada pela descoberta da imprensa (Gutenberg, 1444), a linguagem escrita propiciou o desenvolvimento da literatura, cuja dimensão cotidiana originou o jornal. Paralelamente, porém, as descobertas do telefone e do rádio deram um novo ímpeto à linguagem falada. Num terceiro round, o cinema e a televisão acabaram por reunir, na modernidade, a audição e a visão nos órgãos de comunicação e na produção criativa da cultura. Infelizmente a Consciência planetária ainda não se deu conta de todo o potencial estruturante pedagógico da mídia (Byington, 1996, cap. XII).
Um dos sistemas estruturantes mais importantes derivados da função estruturante da audição é a música. Apesar de a teoria musical ter sido favorecida pelo impacto histórico da linguagem escrita, sua essência permaneceu auditiva.
2.3 O Olfato
Apesar de intensamente diminuído em importância no genoma humano quando comparado aos quadrúpedes, o olfato se tornou uma função estruturante civilizatória importante. No entanto, junto com o tato, o olfato foi intensamente cerceado e deslocado, por sua capacidade de percepção das zonas erógenas. Repudiando os odores naturais do corpo, a maioria das culturas busca diminuí-los ao máximo através de rituais de limpeza, dentre os quais se destacam várias formas de banho e de odores artificiais. Influenciada pelo puritanismo cultural, a função olfativa cresceu na cultura em direção contrária ao odor de nossas secreções.
2.3.1 O Olfato e o Perfume
A extraordinária gama de perfumes e o requinte de sua criação pelas mais variadas combinações químicas transformaram a função estruturante do olfato numa das mais sofisticadas funções da civilização. Por um lado, altamente criativa, mas por outro, um tanto defensiva, pois esconde a pujança de nossas glândulas cutâneas. Ao deliciarmo-nos com os perfumes, transformamos o olfato em arte, que nos encanta e, ao mesmo tempo, oculta a verdade do nosso corpo através de uma Persona olfativa artificial e defensiva.
2.4 O Paladar
O condicionamento alimentar é parte importante do Self Cultural e matiza a identidade coletiva com qualidades características. Os costumes humanos, que diferenciaram as culturas através dos tempos, modificaram a alimentação em função do paladar e do olfato e se tornaram marcos na identidade e na história das nações. Basta pensarmos nas culturas do café, do açúcar e do gado na História do Brasil, para se ter uma pequena ideia dessa importância.
2.4.1 O Paladar, o Olfato e o Vinho
As bebidas, e dentre elas o vinho, tiveram um papel civilizatório importante na formação da tradição e do orgulho dos povos, pelo fato de a diferenciação requintada gustativa e olfativa aliar-se a estados alterados da Consciência, frequentemente com função euforizante. Não foi por acaso que Dionisos, Deus do êxtase e do entusiasmo e criador do vinho e da tragédia, é consagrado em rituais iniciatórios de grande espiritualidade (FIERZ-DAVID, 1988).
2.5 O Tato
Trata-se de um sentido cuja sensibilidade no ser humano foi muito limitada pelo desenvolvimento cultural. Nós o encobrimos progressivamente com o vestuário em função do clima, da moral e da vaidade. O próprio nudismo, exibicionismo e voyeurismo chamam atenção como prática de exceção.
2.5.1 O Tato e a Cosmetologia
A função estruturante do tato teve um papel muito importante na diferenciação da identidade sexual através da cosmetologia, cultivada pela mulher e vetada para o homem na Cultura Ocidental. A modernidade e a diferenciação progressiva dos direitos civis têm diminuído esse desnível através da moda e dos costumes unissex.
3. O Quatérnio Arquetípico Regente e a História da Pintura Ocidental
O Quatérnio Arquetípico Regente é formado pelos quatro principais arquétipos que regem o processo de elaboração simbólica: Arquétipo Matriarcal - caracterizado pela sensualidade -, Patriarcal - pela organização -, Arquétipo de Alteridade - pela interação dialética das polaridades e Arquétipo da Totalidade - caracterizado pela contemplação do Todo. A elaboração de cada símbolo passa sucessivamente pela dominância de cada arquétipo regente. Isto se aplica à elaboração de um símbolo no momento individual, nas fases da vida e nas épocas de uma cultura. Assim, descrevi uma Teoria Arquetípica da História (BYINGTON, 1983) que apliquei à História da Humanidade e que empregarei agora, resumidissimamente, para a História da Pintura Ocidental.
No mesmo século XIII em que Dante deixou o latim para escrever a Divina Comédia em italiano, a singeleza da pintura de Giotto (1266-1336) e de Cimabue (1240?-1302?) rompeu com a tradição bizantina e inaugurou a Arte Ocidental propriamente dita. A dominância arquetípica desta fase pode ser associada à sensualidade da expressividade matriarcal, pois expressa a pintura essencialmente motivada pela espontaneidade afetiva e pelo prazer devocional religioso, pictórico-narrativo, sem nenhuma imposição ou compromisso primário com tradições, normas e regras de procedimento.
Através do gótico, do maneirismo e do barroco, durante cinco séculos vemos o aperfeiçoamento crescente da técnica, inclusive química, com a inovação da pintura a óleo, atribuída a Leonardo da Vinci, com um conhecimento cada vez maior da perspectiva e da habilidade de representar objetivamente a realidade nos seus menores detalhes e movimentos. Por certo, além dos aspectos objetivos, cresce também a capacidade de pintar nuances subjetivas de emoções e sentimentos de forma cada vez mais pungente, proporcionalmente à genialidade dos grandes mestres. A superexigência perfeccionista da exatidão técnica no culto da perspectiva, da exatidão das formas, do movimento e da organização espacial e a devoção religiosa em função da representatividade do real subjacente a este período caracterizam a dominância organizadora do Arquétipo Patriarcal. A admiração perfeccionista pela grandiosidade clássica e a voracidade pela riqueza do seu imaginário levaram à ressuscitação da Mitologia Greco-Romana que inundou o Renascimento.
As generalizações costumam atropelar as individualidades e, por isso, despertam o desprezo dos especialistas.
De forma alguma quero dar a impressão ao leitor que através de um psicologismo simplório redutivista ao extremo estou empacotando a genialidade de Da Vinci, Miguelangelo, Rafael, Boticelli, Tintoretto, Tiziano e tantos outros dentro do rótulo do Arquétipo Patriarcal.
Quero que o leitor se prepare para perceber, através de uma imensa abstração, por que, no século XIX, os salões oficiais de Paris rejeitaram como não arte o Movimento Impressionista e tudo o que se seguiu para caracterizar a Arte Moderna no século XX. Não arte por quê?
No século XVIII, com o Impressionismo, começaram o rompimento e o desapego à exatidão representativa da forma em função da expressividade da imaginação. Ativado intensamente pelo padrão dialético da compaixão expresso pelo Mito Cristão, o Arquétipo da Alteridade continuou sua implantação sociocultural no Ocidente de forma cada vez mais intensa. Junto com as ciências e a transformação política, as artes romperam cada vez mais com a dominância patriarcal clássica e aprofundaram a alteridade. A pintura caminhou para o Impressionismo saindo das igrejas, das cortes e do atelier para o meio do povo e para as variações da luz do dia. Apesar do reacionarismo patriarcal dos salões, a alteridade em marcha rompeu progressivamente com a representatividade tradicional da forma através do Expressionismo que culminou no Cubismo. A geometrização da forma no Cubismo foi um acinte para as curvas do real objetivo e contribuiu para liberar o real fantástico no Surrealismo. Rompeu-se até mesmo com a tradição da subordinação da pintura ao pincel e à tinta e surgiu a colagem com os materiais mais diversos, que incluíram até mesmo a sucata de ferro. A alteridade na arte requereu liberdade e expressividade absolutas e essa conquista final surgiu quando Duchamps suspendeu um bidê no ar e o proclamou um objeto de arte.
O caminho para a Arte Moderna atingiu seu apogeu na segunda metade do século XX com a liberação total das formas e dos materiais reunidos à palavra na arte conceitual, derrubando limites e mais limites entre a prosa, a palavra, a pintura e a escultura. Esta alteridade da criatividade, que tudo pode empregar e que é reconhecida em tudo, ampliou e transformou de tal maneira o processo criativo que este se abriu para o todo planetário e passou a reconhecer e respeitar o valor e a pertinência da arte de todas as culturas de todos os tempos. A função estruturante da visão e sua resultante na pintura e na escultura, na Arte Moderna, caracterizam hoje a dominância da sua elaboração pelo Arquétipo da Totalidade com suas características de abrangência holística no processo de globalização ora em curso.
4. Conclusão
Os órgãos dos sentidos quando percebidos como funções estruturantes da Consciência Individual e Coletiva ultrapassam de longe sua função fisiológica e adquirem um papel extraordinário no processo civilizatório que somente a compreensão simbólica pode abranger. ■
Referências
BYINGTON, C. A. B. Uma teoria arquetípica da história: o mito cristão como principal símbolo estruturante da implantação de padrão de alteridade na cultura ocidental. Junguiana: Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 120-70, 1983. [ Links ]
BYINGTON, C. A. B. Pedagogia simbólica. Rio de Janeiro, RJ: Rosa dos Tempos, 1996. [ Links ]
FIERZ-DAVID, L. Women's dionysian initiation: the villa of mysteries in Pompeii. Washington, DC: Spring, 1988. [ Links ]
Recebido em: 25/04/2019
Revisão: 22/05/2019
1 Publicado originalmente na Revista Junguiana 20, 2002 p. 7-15.