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Psicologia Clínica

versão impressa ISSN 0103-5665versão On-line ISSN 1980-5438

Resumo

SILVA, Milena da Rosa et al. Registros de sessão terapêutica: relato, gravação ou transcrição? considerações sobre as diferenças entre os registros. Psicol. clin. [online]. 2014, vol.26, n.2, pp.121-138. ISSN 0103-5665.

A temática da gravação das sessões de psicoterapia não apresenta consenso na literatura. Alguns autores referem à possibilidade de ampliação dos conhecimentos e entendimento mais aprofundado das sessões, destacando a importância da gravação para estudos de processo psicoterápico. Outros enfatizam a exposição dos pacientes e a interferência negativa da gravação no processo e no desenvolvimento da aliança terapêutica. O presente estudo teve como objetivo examinar distintas formas de registro de sessões de psicoterapia psicanalítica. Consiste em levantamento das diferenças e especificidades do registro em áudio, da transcrição e do relato pela memória do psicoterapeuta de uma sessão de psicoterapia. A fonte de informações é oriunda de três sessões consecutivas de um tratamento de uma jovem de 19 anos, as quais foram analisadas qualitativamente por um grupo de pesquisadores formado por psicanalista, psicólogos-psicoterapeutas e estudantes de psicologia. A principal diferença encontrada foi a existência, no relato da terapeuta, de contextualizações e sentimentos contratransferenciais que davam vivacidade ao material. A experiência de ouvir a gravação foi considerada cansativa pelos pesquisadores, porém trouxe a possibilidade de escutar o tom da voz e perceber aspectos afetivos da relação entre terapeuta e paciente. Estabeleceram-se considerações sobre os conteúdos presentes nas transcrições e ausentes nos relatos de memória, identificando que a essência do material permanecia a mesma, embora transformado pela experiência da terapeuta.

Palavras-chave : psicoterapia; gravação em áudio; relato; psicanálise.

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