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Jornal de Psicanálise
versão impressa ISSN 0103-5835
Resumo
MARONI, Amnéris. Mente fascista. J. psicanal. [online]. 2019, vol.52, n.96, pp.73-81. ISSN 0103-5835.
O artigo discute o estado de mente fascista a partir da contribuição de Christopher Bollas. Dialoga também com filósofos que se interessaram pelo tema: Hannah Arendt e Giorgio Agamben. A mente fascista não é parlamentar (com vários pontos de vista em confronto, em diálogo), mas imperial: com um único ponto de vista fixo. Torna-se inumana. Para chegar a isso os fascistas desencadeiam uma guerra permanente primeiro contra si - por meio de múltiplos assassinatos contra as partes de seu self amoroso, reparador, compassivo - e depois contra os outros, eleitos para esse fim. Para eliminar toda a oposição interna, a mente fascista conta com a ideologia, crença, convicção - antídotos da dúvida, da hesitação -, convergindo para um campo de certezas. Projeções de partes do seu self serão lançadas para o outro: partes más, preconceituosas, desdenhadoras. Também se valem da introjeção extrativa, como defesa letal: roubando do outro - o inimigo eleito - partes de seu self.
Palavras-chave : mente fascista; identificação projetiva; introjeção extrativa; campo de concentração; mortos-vivos; inumano.