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Jornal de Psicanálise
versão impressa ISSN 0103-5835
Resumo
MARONI, Amneris. Bacurau, "bacurando-me", "bacurando-se". J. psicanal. [online]. 2020, vol.53, n.98, pp.273-288. ISSN 0103-5835.
Você já viu Bacurau? Não? Você já reviu Bacurau? Essas perguntas continuarão sendo repetidas entre quem viu, nunca viu, reviu ou não reviu o filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Alegoria, utopia, distopia, drama, suspense, ficção? Bacurau provoca perguntas, respostas, dúvidas e certezas. É o Brasil que dará certo um dia; é apenas um "western-rapadura" onde oprimidos se vingam de opressores; é um libelo de resistência, de reconstrução de uma comunidade e seus moradores; de um país e seus habitantes. Bacurau produz ecos e respostas presentes em fatos históricos e, também, no futuro, a luta contra a escravidão; é a guerra de Canudos com o Conselheiro e seus seguidores. É o Estado Novo de Vargas e a ditadura dos generais pós-1964. É a luta contra uma elite corrupta e secular. Bacurau é utopia, uma utopia diferente, pois o protagonismo é da comunidade: comunidade individuada-e-individuante.
Palavras-chave : indivíduo; grupos sociais; comunidade; individuação; metaestabilidade; distopia; utopia.