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Revista Psicopedagogia
versão impressa ISSN 0103-8486
Rev. psicopedag. vol.28 no.87 São Paulo 2011
ARTIGO ORIGINAL
Andragogia na Psicopedagogia: a atuação com adultos
Andragogy in Psychopedagogy: the role with adults
Neide de Aquino NoffsI; Carla Maria Rezende RodriguesII
IDoutora em Educação pela Universidade de São Paulo; Psicopedagoga Clínica e Institucional; coordenadora do curso Psicopedagogia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Diretora e docente da Faculdade de Educação da PUC-SP; presidente vitalícia da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), assessora institucional na rede municipal de ensino e coordenadora geral da comissão de regulamentação e formação do Psicopedagogo no Brasil junto à ABPp
IIMestrado em Curso de Pós-Graduação em Letras. Universidade Presbiteriana Mackenzie
RESUMO
Com esse artigo, temos como objetivo expor a pesquisa que vem sendo desenvolvida no NAPAp/PUC-SP (Núcleo de Apoio Psicopedagógico à Aprendizagem) e apresentada em palestra, ministrada pela Profª Neide de Aquino Noffs, no IV Simpósio Internacional de Psicopedagogia, realizado em São Paulo pela Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), em 2010. A referida pesquisa nos leva a observar que a Psicopedagogia, durante décadas, se preocupou em desenvolver ações com crianças e adolescentes em idade escolar. No entanto, após a implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), no qual foi incluído como indicador de avaliação dos cursos de Licenciatura e Pedagogia o item "atendimento ao discente", entendemos que se faz necessário refletir e revisar as ações pedagógicas desenvolvidas no Ensino Superior. Este quesito ao ser avaliado será pontuado de 1 a 5 e o critério de análise inclui níveis de implementação (ou não) do programas de "atendimento extraclasse e atividade de nivelamento", além de atendimento psicopedagógico oferecido pela instituição. Apoiados neste pressuposto, iniciamos, em 2007, um projeto de intervenção por meio do NAPAp/PUC-SP. Este núcleo, assumido pelos estudantes de Psicopedagogia na abordagem institucional, coordenado e supervisionado pela Profª Neide de Aquino Noffs, está construindo instrumentos e metodologias específicas no atendimento a adultos que buscam identificar e/ou melhorar seu desempenho escolar, profissional e pessoal. Neste texto, abordaremos as contribuições dessa ação na ampliação do campo de atuação de aprendizagem com adultos: a andragogia.
Unitermos: Ensino. Aprendizagem. Educação superior.
SUMMARY
With this article, we aim to expose the research being developed in the NAPAp/PUC-SP (Núcleo de Apoio Psicopedagógico à Aprendizagem) and presented in a lecture, given by Prof. Neide de Aquino Noffs, at the IV International Symposium on Psychopedagogy, held in Sao Paulo, in 2010, by Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Such research leads us to note that the Psychopedagogy for decades focused on building activities with children and adolescents of school age. However, after the implementation of the Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), which was included as an indicator for evaluating the degree courses and pedagogy the item "student service" we mean that it is necessary to reflect and review the actions developed pedagogical in Higher Education. This item to be evaluated will be scored from 1 to 5 and the standard of review includes levels of implementation (or not) programs for "extra class attendance and grading activity" beyond psychopedagogical service offered by the institution. Supported this assumption, we started from 2007, an intervention project through the NAPAp/PUC-SP. This core, taken by students of Psychopedagogy in the institutional approach, coordinated and supervised by Prof. Neide de Aquino Noffs, is building tools and methodologies specific to adults seeking assistance to identify and / or improve their academic performance, professional and personal. In this paper, we discuss the contributions of this action in the expansion of the field of adult learning: andragogy.
Key words: Teaching. Learning. Education, higher.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é apresentar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico à Aprendizagem (NAPAp) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sob a coordenação e supervisão da Profª Neide de Aquino Noffs e assumido pela equipe de pós-graduandas do Curso de Psicopedagogia da citada Instituição.
O NAPAp, criado em 2007, é uma iniciativa da Faculdade de Educação da PUC/SP, que oferece o curso de Pós-graduação (lato sensu) em Psicopedagogia e atende a dois propósitos, sendo o primeiro, oferecer aos alunos, que optam pelo estágio institucional do curso de Psicopedagogia, o ambiente e as situações de aprendizagem exigidos no futuro exercício de sua prática e, como segundo propósito, atender aos alunos dos diferentes cursos de graduação que procuram apoio para lidar com sua aprendizagem. A partir de 2010, criamos grupos de apoio específicos para estudantes do curso de Pedagogia e demais licenciaturas, bem como a estudantes participantes do Programa Universidade para Todos (PROUNI).
A Psicopedagogia se apresenta como uma área das Ciências Humanas que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem. Com olhar teórico transdisciplinar, o Psicopedagogo observa as características da aprendizagem humana, estuda como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está articulada a vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. No olhar institucional, entendemos como "o estudo das modalidades de aprendizagem desencadeadas e/ou possibilitadas pela instituição-escola. Sua intenção é cuidar da prevenção e enfrentamento de conflitos envolvendo a escolarização. Este trabalho pressupõe uma postura profissional (e de vida) do indivíduo consigo mesmo e com a coletividade em que convive"1.
Entendemos que, ao oferecer o atendimento psicopedagógico qualificado, contribuímos para melhor desempenho nas atividades acadêmicas dos estudantes ingressantes na Graduação. Nosso trabalho viabiliza, por meio de estratégias adequadas, o auxílio nas produções de leitura e de escrita, bem como a apresentação da diversidade de métodos de organização e estudos que favoreçam a cada indivíduo e ao grupo, de acordo com sua modalidade de aprendizagem.
Como estudantes de Pós-graduação da PUC-SP, bem como profissionais da Educação, atuando nas diferentes Instituições de Ensino Superior, convivemos com a realidade que consiste em ter nas salas de aula dos cursos de Graduação, em especial nos de Licenciaturas, alunos que trazem diferentes modalidades de aprendizagem e, em grande número, indivíduos que apresentam dificuldades em seu desempenho escolar e nas diferentes áreas de conhecimento.
Diante de tal realidade, cada vez representado por maior número de egressos, entendemos que se faz necessária a reflexão, como também, a revisão das ações pedagógicas desenvolvidas no Ensino Superior. Contribui, também, para essa iniciativa, o fato de ter sido incluído no instrumento de avaliação para reconhecimento de Cursos de Pedagogia, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), Portaria 808/2010, na Dimensão 1 Organização didático-pedagógica do Curso, o item 13, que trata do Atendimento ao Discente, devendo ser pontuado de 1 a 5, dependendo do nível de implementação realizado ou não nos "programas sistemáticos de atendimento extraclasse, e atividade de nivelamento, além de apoio psicopedagógico oferecido pela instituição".
Considerando as novas exigências do Ensino, nosso trabalho visa, portanto, o desenvolvimento de habilidades necessárias para a atuação do estudante, com procedimentos pedagógicos, psicopedagógicos e técnicas adequadas, detectando as causas pelas quais o sujeito não aprende ou encontra-se inadaptado.
Por meio do Atendimento Psicopedagógico, buscamos proporcionar condições que facilitem o desenvolvimento do indivíduo, do grupo, da instituição e da comunidade, bem como a prevenção e a solução de dificuldades existentes de modo a atingir objetivos educacionais, pedagógicos e psicopedagógicos.
Como objetivo geral, nos interessa ressignificar o papel do estudante no ensino superior, buscando atender às necessidades dos professores e dos estudantes, a fim de oferecer a esses condições de trabalho aperfeiçoado, apoiando-os durante o processo acadêmico, revendo a metodologia de ensino e de estudos utilizada por eles, aprimorando a organização e a autonomia do aprendente para a aquisição do conhecimento.
O foco de nosso trabalho está nos sujeitos que estão em constante processo de aprendizagem, colaborando com a construção do seu conhecimento, identificando obstáculos no processo de aprendizagem e o seu desenvolvimento.
Ao abraçarmos tal desafio nos deparamos com uma questão fundamental: Como tratar da aprendizagem desses professores/aprendentes adultos? Nossa pesquisa nos levou à percepção de que nossas intervenções, no ensino superior, estavam articuladas mais ao processo de aprendizagem das crianças do que aos profissionais adultos.
Gostaríamos de ressaltar que a educação de adultos tem sido uma preocupação da Humanidade desde a Antiguidade, onde as escolas funcionavam com um conjunto de pressupostos, sobre a aprendizagem e as estratégias de ensino, que recebeu o nome de Pedagogia, que literalmente significa "a arte e ciência de ensinar crianças".
Constatando, então, que o ensino com adultos é algo ainda pouco discutido, iniciamos nosso estudo com o percurso histórico que nos introduzisse às ideias e aos pressupostos teóricos que norteiam a aprendizagem com adultos.
O termo Pedagogia tem origem no modelo organizacional das escolas da Europa do século VII, já que estas tinham como função primordial preparar jovens meninos para o sacerdócio, tendo os professores a missão de doutriná-los na fé e nos rituais da Igreja.
Somente após a Primeira Guerra Mundial surge um conjunto de ideias, que se expande, pouco a pouco, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, sobre as características que distinguem a aprendizagem de crianças e a aprendizagem de adultos.
Nossa investigação levou-nos às ideias e aos modelos que delinearam o percurso da Educação de adultos. Segundo Knowles et al.2, discernimos duas correntes de investigação para a Educação de adultos, a saber: a corrente científica e a corrente artística ou intuitiva reflexiva.
Em 1926, com a publicação de The Meaning of Adult Education, Eduard C. Lindeman2 estabeleceu os fundamentos para uma teoria sobre a aprendizagem de adultos, denominada corrente artística ou intuitiva. Em sua investigação interessou-se em entender o modo como os adultos aprendem, buscando descobrir novos conhecimentos por meio da intuição e da análise da experiência. Em seus estudos observamos que Lindeman estabelece uma dicotomia entre a educação de adultos e a educação convencional, e não entre jovens e adultos como inicialmente podemos supor.
A abordagem para a educação de adultos ocorrerá por meio de situações, e não de disciplinas. Nosso sistema acadêmico se desenvolveu em ordem inversa: as disciplinas e os professores são o ponto de partida; os alunos vêm em segundo lugar. Na educação convencional, espera-se que um aluno ajuste-se a um currículo estabelecido; na educação de adultos, o currículo é construído em torno das necessidades e interesses do aluno2.
A corrente chamada científica foi proposta em 1928, por E. L. Thorndike, por ocasião da publicação de Adult Learning. É preciso ressaltar que a corrente científica busca "descobrir novos conhecimentos por meio de investigação rigorosa" e Thorndike interessou-se pela habilidade de aprendizagem dos adultos, e não pelos processos de aprendizagem. Seus estudos foram de grande importância na medida em que apresentam uma fundamentação científica para aquilo que, a princípio, constituía-se apenas como uma crença: de que os adultos podiam aprender.
Podemos dizer que, na década de 1940, foi divulgada a maioria dos elementos necessários para uma conceitualização da aprendizagem de adultos, porém esses elementos encontravam-se ainda fragmentados, não conjugados para um modelo integrado de aprendizagem. As pesquisas foram intensificadas durante a década de 1950, quando algumas disciplinas das ciências sociais, tais como, a psicologia clínica, a psicologia do desenvolvimento, a sociologia, a psicologia social e a filosofia, se interessaram pela aprendizagem de adultos. Observamos, também, que Freud, Jung, Erikson, Maslow e Rogers contribuíram enormemente com a ampliação do conhecimento sobre as diferentes dimensões do ser humano e, consequentemente, com os fatores que interferem nos processos de ensino e aprendizagem.
Surge, assim, o termo andragogia, definido por Knowles como a "arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender", estabelecendo, inicialmente, o contraste com a pedagogia, que trata do ensino de crianças. Posteriormente, reconsiderou sua formulação, entendendo a andragogia como um modelo de princípios de aprendizagem e, portanto, podem ser considerados também, "à educação de crianças e jovens"3.
No modelo de educação andragógico, os alunos participam das diversas fases do processo de ensino-aprendizagem, no diagnóstico das necessidades educativas, na elaboração de plano, no estabelecimento de objetivos e nas formas de avaliações a partir do que foi definido no diagnóstico educativo.
A metodologia é voltada para a participação ativa dos alunos com uma organização curricular flexível, visando atender às especificidades de cada adulto. O docente, envolvido nesse modelo, necessita conhecer o desenvolvimento e as necessidades de diferentes faixas etárias com as quais vai lidar.
O professor é considerado um facilitador e, como tal, sua relação com os alunos é horizontal, tendo como principal característica o diálogo, o respeito, a colaboração, a confiança, o conforto, a informalidade, garantindo, assim, que o aluno se sinta seguro e confiante, propiciando um clima propício para a aprendizagem.
A andragogia, enquanto modelo para a educação com adultos, é caracterizada pelo seu foco no processo de aprendizagem, ao invés da ênfase no conteúdo. O processo de aprendizagem se desenvolve seguindo uma ordem; sensibilização (motivação), pesquisa (estudo), discussão (esclarecimento), experimentação (prática), conclusão (convergência) e compartilhamento (sedimentação).
O diálogo é fundamental, já que pressupomos um professor facilitador e um aluno aprendiz, compartilhando o conhecimento de um com a experiência do outro.
Nesse processo, torna-se difícil distinguir quem aprende mais, se o professor ou o aluno, pois o aprendizado andragógico é caminho de duas vias e não um caminho de mão única, busca promover o aprendizado por meio da experiência, fazendo com que a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a assimilação.
Em nosso projeto de trabalho iniciamos comparando os diferentes modelos de conhecer: o pedagógico, compreendido aqui, como aprendizagem tradicional e o andragógico, como aprendizagem contemporânea (Quadro 1).
Todos nós, os que ensinam e os que aprendem, experienciamos o modelo tradicional de aprendizagem - o Pedagógico. Este modelo está presente em nossas escolas de ensino fundamental e médio, em nossos cursos de graduação e pós-graduação. Podemos inferir que as dificuldades apresentadas, atualmente, na aprendizagem dos alunos no ensino superior, estão associadas com a adoção de um modelo pedagógico para o ensino de jovens adultos.
Partindo desse pressuposto, planejamos a intervenção psicopedagógica, aplicando o sistema de hipóteses andragógicas, dialogando com as hipóteses pedagógicas, já estabelecidas e vivenciadas pelos ingressantes em situação de aprendizagem.
O projeto de intervenção ocorreu ao longo do ano letivo de 2010 e, para nortear nossas ações, realizamos um cronograma contando com elaboração de instrumentos investigativos, execução dos instrumentos planejados e avaliação (Quadro 2).
Inicialmente, distribuímos uma carta convite (Anexo 1), expondo, em linhas gerais, a nossa intenção de trabalho e, em seguida, distribuímos um questionário a ser preenchido por aqueles que desejassem participar do projeto (Anexo 2).
Esse questionário foi realizado com a finalidade de levantamento de dados iniciais, do perfil da clientela e do conhecimento prévio das experiências educativas dos interessados. As perguntas foram elaboradas tomando-se por base, os seis princípios fundamentais que orientam o modelo andragógico na prática, demonstrado na Figura 1.
A Figura 1 pode ser interpretada como representante do percurso da aprendizagem, no qual estão expostos, ao centro, os seis princípios, rodeados por outros fatores que afetam o processo de aprendizagem, tais como: as diferentes modalidades de aprendizagem, que individualmente possuímos, as influências sociais, culturais institucionais, entre outros (Quadro 3).
Assim, após o levantamento, a leitura e a análise dos dados obtidos, nossos objetivos específicos foram assim definidos:
Rever a concepção e a atuação do estudante universitário;
Auxiliar o aprendiz para que se vincule à tarefa de modo a produzir uma aprendizagem efetiva;
Selecionar estratégias facilitadoras da aprendizagem, que envolvam a escolaridade como um todo;
Utilizar o cotidiano como um desencadeador das reflexões pertinentes aos seus processos de ensino e aprendizagem;
Integrar pessoas, bem como a modalidade de articulações possíveis entre os conteúdos-conhecimentos escolares e as atividades de ensino-aprendizagem;
Proporcionar a transposição didática, integrando os saberes empíricos, ensinados e científicos.
Estabelecido os objetivos a partir da análise dos dados, iniciamos as sessões, atendendo aos grupos e optamos por utilizar as técnicas projetivas de Jorge Visca, nas primeiras sessões, para explorarmos a relação de aprendizagem estabelecida em cada um dos elementos do grupo, e também abrir o canal da escuta psicopedagógica para as demandas individuais e coletivas.
Após esse momento, organizamos as sessões a partir de atividades pedagógicas específicas articuladas a um processo de autoconhecimento do estudante como pessoa e como acadêmico.
Entre as atividades pedagógicas específicas eram oferecidos textos de jornais, revistas, artigos de livros científicos proposto pelo curso (do qual o cliente era oriundo), bem como subsídios específicos às situações vivenciadas academicamente, tais como: seminários, trabalhos individuais ou coletivos, relação professor-aluno e aluno-aluno.
Visando à compreensão do processo andragógico e psicopedagógico de aprendizagem, eram refletidas no momento da supervisão deste estágio: as atividades a serem desenvolvidas, o processo e atuação dos profissionais, e também, o produto conquistado individual e coletivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estas reflexões são registros de um processo em execução, configurando-se num estudo ainda não conclusivo. O que já podemos adiantar é que, diante dos dados apresentados e das experiências com os indivíduos do grupo, vislumbramos a necessidade de se repensar os modelos de ensino, principalmente para aqueles que exercerão, futuramente, o papel social de docentes.
Ressalta-nos a necessidade de que, os mediadores dos processos de aprendizagem, entre eles, o psicopedagogo, se esforce para encontrar estratégias que contemplem as reais necessidades e demandas dos aprendentes, revendo os procedimentos e as propostas educacionais atuais, abrindo diálogo entre as diferentes teorias e áreas do conhecimento, estabelecendo um paradigma de educação, no qual o centro do processo seja, integralmente, o sujeito, sua aprendizagem em suas diferentes dimensões4.
Outro ponto importante foi a identificação do grupo com os objetivos e propósitos para a aprendizagem indicados no quadro modelo de andragogia na prática com a Psicopedagogia. O psicopedagogo em suas ações reconhece, nos seis princípios fundamentais da aprendizagem com adultos, um roteiro possível de ser seguido desde que o profissional o faça refletidamente e não mecanicamente.
A atuação do psicopedagogo a partir da perspectiva da andragogia se apresenta como mais uma possibilidade de inovação às referências convencionais de intervenção na dimensão institucional do psicopedagogo.
REFERÊNCIAS
1. Noffs NA. Psicopedagogo na rede de ensino: a trajetória institucional de seus atores-autores. São Paulo:Elevação;2008. [ Links ]
2. Knowles MS, Holton III EF, Swanson RA. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Rio de Janeiro:Elsevier;2009. [ Links ]
3. Knowles MS, Holton III EF, Swanson RA. The modern practice of adult education: from pedagogy to andragogy. New York:Association Press;1980. [ Links ]
4. Noffs NA, Espósito VHC. Formação de profissionais da Educação: da proposição à ação. Rev Psicopedagogia. 2011;28:178-84. [ Links ]
Correspondência:
Neide de Aquino Noffs
Rua Diana, 715
São Paulo, SP, Brasil - CEP 05019-000
E-mail: nnoffs@terra.com.br
Artigo recebido: 1/10/2011
Aprovado: 28/10/2011
Trabalho realizado no Núcleo de Apoio Psicopedagógico à Aprendizagem (NAPAp) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil.