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Journal of Human Growth and Development
versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598
Resumo
ARAUJO, Luize Bueno de; MELO, Tainá Ribas e ISRAEL, Vera Lúcia. Baixo peso ao nascer, renda familiar e ausência do pai como fatores de risco ao desenvolvimento neuropsicomotor. J. Hum. Growth Dev. [online]. 2017, vol.27, n.3, pp.272-280. ISSN 0104-1282. https://doi.org/10.7322/jhgd.124072.
INTRODUÇÃO: Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), neste período as crianças estão propensas a sofrer influências de fatores orgânicos, ambientais ou de atividades que podem ser protetores ou de risco para um desenvolvimento pleno com repercussões até a vida adulta. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo analisar o DNPM de crianças de zero a três anos de idade e os fatores de risco associados ao desenvolvimento. MÉTODO: Estudo transversal, abordagem contextual, baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF), por meio do Teste de Triagem de Denver II e avaliações complementares do estado nutricional. Na avaliação foram considerados os domínios da CIF de funções e estrutura (questionário de avaliação), atividades e participação (avaliação do DNPM na escola), fatores pessoais (características familiares) e fatores ambientais (características dos CEIs). Os instrumentos de avaliação consistiram em um questionário com informações sobre a criança, características atuais, neonatais e familiares. Para avaliação do DNPM, utilizou-se o teste de Denver II. Na análise estatística realizou-se a calibração pelo índice Kappa de concordância intra e inter-avaliadores e posteriormente a regressão logística utilizando como seleção de modelo Logit com resposta binária e método Stepwise (Backward); a construção de uma curva ROC (Receiver Operating Characteristic) para definir o perfil de explicabilidade do modelo construído; o cálculo do Odds Ratio (OR), a razão de chances de ocorrência de uma variável estar associada com o DNPM. RESULTADOS: O DNPM encontrou-se dentro dos parâmetros de normalidade em 68,8% (n=53) e com riscos de atrasos em 31,2% (n=24). A área de melhor desempenho foi a motora fina-adaptativa (3,75%) e a mais questionável foi da linguagem (57,5%). Foi acurado que 52% (n=40) das crianças apresentaram algum risco nutricional. Verificou-se que o baixo peso ao nascer (OR= 181), a renda familiar mensal (OR=9) e a ausência do pai (OR=34) são fatores estatisticamente significantes sobre o risco de atrasos no DNPM. CONCLUSÃO: O baixo peso ao nascer, a renda familiar e a ausência do pai estão associados com riscos de atraso do DNPM. Estes achados reforçam a natureza sistêmica e multifatorial do DNPM e comprova a necessidade de acompanhamento, monitoramento e criação de políticas públicas, especialmente em crianças com condições desfavoráveis, que contribuam para o desenvolvimento pleno das crianças, uma vez que instituições de educação infantil do ensino público devem ser agentes transformadoras na qualidade do desenvolvimento infantil.
Palavras-chave : fisioterapia; desenvolvimento infantil; educação infantil; promoção da saúde.