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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.52 no.3 São Paulo jul./set. 2018

 

PROJETOS E PESQUISAS

 

Exílio na cidade: algumas reflexões

 

Exile in the city: some reflections

 

Exilio en la ciudad: algunas reflexiones

 

L'exile en ville: quelques réflexions

 

 

Silvia Bracco

Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), mestre em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenadora da área de saúde do Ateliescola Acaia e do setor de Parcerias e Convênios da Diretoria de Atendimento à Comunidade (DAC) da SBPSP

Correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo aborda questões que incluem fenômenos inconscientes presentes na cultura e atravessam os sujeitos vítimas da humilhação e desamparo social. Reflete sobre a contribuição que o psicanalista pode oferecer para estabelecer novas formas de compreensão dos fenômenos que nos cercam, ampliando a relação da psicanálise com as questões do mundo, seus limites e sobretudo sua potência. Pretende explorar esse tema, apoiado em uma situação ligada ao processo de reurbanização e realocação de populações que vivem em favelas na vizinhança do Ceagesp. Discute a lógica da exclusão e preconceito vigente, trabalhando com a ideia de invisibilidade, o terror da dessubjetivação e a angústia diante do estranho. O referencial teórico centrou-se nas ideias de Arendt, Gonçalves Filho e Debieux.

Palavras-chave: clínica extensa, dessubjetivação, desigualdade social, humilhação, preconceito


ABSTRACT

This paper deals with issues that involve unconscious phenomena present in culture. These issues affect subjects who are victims of humiliation and social helplessness. The author writes her reflections on the contribution the psychoanalyst may bring by establishing new ways of understanding the phenomena that surround us and by expanding the relationship between Psychoanalysis and world's issues, as well as the limits and, especially, the potency of this relationship. This study is based on a situation related to the process of re-urbanization and the reallocation of people who live in slums in the surrounding areas of Ceagesp. The author discusses the logic behind the current exclusion and prejudice by working with the idea of invisibility, the extreme fear of desubjectivation, and the anguish at the stranger. Arendt's, Gonçalves Filho's, and Debieux's ideas are used as theoretical reference.

Keywords: extensive clinical practice, desubjectivation, social inequality, humiliation, prejudice


RESUMEN

Este artículo aborda temas que incluyen fenómenos inconscientes que están presentes en la cultura y que atraviesan los sujetos victimas de humillación y desamparo social. Reflexiona sobre la contribución que el psicoanalista puede ofrecer para establecer nuevas formas de comprensión de los fenómenos nos rodean, ampliando la relación del psicoanálisis con los temas del mundo, sus límites y, principalmente, su potencia. Pretende explorar este tema, basado en una situación relacionada con el proceso de reurbanización y reubicación de poblaciones que viven en favelas en los alrededores del Ceagesp. Discute la lógica de la exclusión y el prejuicio vigente, trabajando con la idea de la invisibilidad, el terror de la desubjetivación y la angustia ante lo extraño. La referencia teórica se basó en las ideas de Arendt, Gonçalves Filho y Debieux.

Palabras clave: clínica extensa, desubjetivación, desigualdad social, humillación, prejuicio


RÉSUMÉ

Cet article évoque des questions qui comprennent des phénomènes inconscients présents dans la culture et qui passent par les sujets victimes de l'humiliation et du délaissement social. On réfléchit sur la contribution que le psychanalyste peut offrir pour établir de nouvelles façons de comprendre les phénomènes que nous entourent, en élargissant le rapport de la psychanalyse avec les questions du monde, ses limites et surtout sa puissance. On a l'intention d'explorer ce thème, appuyé sur un cas lié au processus de réurbanisation et réallocation de populations qui vivent dans des favelas aux voisinages de la Ceagesp - Compagnie d'Entrepôts et Magasins Généraux de São Paulo. On discute la logique de l'exclusion et des préjugés en vigueur, en travaillant avec l'idée d'invisibilité, la terreur de la dessubjectivation et l'angoisse face à l'étrange. Le référentiel théorique est centré sur les idées d'Arendt, Gonçalves Filho et Debieux.

Mots-clés: clinique élargie, dessubjetivation, inégalité social, humiliation, préjugé


 

 

Aqui estamos para falar de nossas clínicas, em nome também das instituições a que pertencemos; produzir reflexão a partir de uma análise que inclua os fenômenos inconscientes presentes na cultura e no social; pensar a saúde coletiva no coletivo, aquilo que é da ordem do espaço público. Gostaria de propor um tema que, a princípio, pode parecer curioso/estranho para uma discussão de saúde coletiva e psicanálise. Qual é a importância do envolvimento do psicanalista em debates como habitação?

Sabemos que a subjetividade se constrói na relação com o outro e com o mundo, o nós antecede o eu. Não há humanidade sem a possibilidade de trocas apoiadas na linguagem. O abandono, o descaso, a exclusão, a humilhação são destinos não humanos e provocam marcas profundas na subjetividade.

Ao me debruçar na tarefa de escrever sobre esse tema, tive um sonho que me ajudou a pensar acerca de questões importantes. Nesse sonho, eu estava sendo assaltada por um ex-aluno do Acaia.1 Muito alterado, ele me dizia que, se eu não lembrasse seu nome, iria me matar. Eu, em contrapartida, olhava para ele; não estava nervosa; recordava bem sua fisionomia, mas não seu nome. Eu dizia: “Sei quem você é, mas não consigo lembrar seu nome”. Inconformado, ele gritava: “Você tem que lembrar meu nome, Silvia!”. Ele lembrava o meu!

Há algum tempo, vivi um episódio com esse mesmo menino, que agora me volta em sonho. Num final de tarde, eu estava andando no Parque Villa-Lobos e escutei um grupo de crianças, que vinha de bicicleta atrás de mim, dizendo: “Olha essa aí! Olha essa aí!” Claramente, eu seria mais uma das muitas pessoas que, com frequência, são roubadas por menores que vivem na vizinhança do bairro. Quando passaram à minha frente, arregalaram os olhos, evidentemente surpresos, e gritaram meu nome: “Silvia!” Eu os saudei, ao mesmo tempo espantada e achando graça pelo inusitado da situação. Eram ex-alunos do Acaia, que frequentaram muitas vezes minha sala, a Oficina dos Sentimentos, espaço de atendimento que é aberto semanalmente para os alunos do Ateliê.

Penso que sonho e lembrança explicitam uma relação de permanente ameaça que existe entre nós, ou aquilo que representamos, eu e o menino sem nome. No sonho, ele me diz que, para eu viver em segurança, tenho que reconhecê-lo como sujeito. Ele enxerga em mim a ameaça dessubjetivante se for apenas um indesejável morador da favela. No parque, sou poupada porque tenho um nome, um rosto.

É uma ilusão acreditar que o sujeito pode alcançar estabilidade se não for amparado pelo ambiente e pelo campo cultural. Hannah Arendt (1958/2000) nos ensina que a condição humana só se define e é relevante se pertencemos a um mundo compartilhado por outros homens. Ela mostra que o totalitarismo e outras formas de exclusão da espécie humana destroem não só a esfera pública (jurídico-política), mas também o psiquismo, em sua capacidade de pensamento e simbolização. Para Arendt, a humilhação pode se definir a partir da ideia de exclusão de um campo inter-humano. Nenhuma vida humana é possível sem um mundo que, direta ou indiretamente, testemunhe a presença de outros seres humanos.

O que observamos na favela é que esse sentimento de pertencer ao mundo parece abalado em sua constituição; o anseio de encontrar um lugar num mundo compartilhado parece fraturado, prejudicando a constituição da própria identidade.

A violência econômica, a pobreza, nos remete a uma violência política. Gonçalves Filho (1995), apoiado nas ideias de Simone Weil, enfatiza não haver sofrimento proletário mais radical do que a humilhação, a matriz de todos, a perda social do direito à cidade, a impossibilidade de ser reconhecido como um igual. É importante ter claro o que está em jogo quando se fala de humilhação. O humilhado é bloqueado por muitos lados, mas sobretudo por dentro, em razão de um afeto pungente e desorganizador, que gera uma angústia que não pode ser nomeada. Gonçalves Filho abre uma importante discussão ao afirmar que

sofrimentos políticos não são enfrentados apenas psicologicamente, uma vez que são políticos. Mas não é bastante que sofrimentos políticos sejam politicamente enfrentados, uma vez que são sofrimentos. Digamos melhor: enfrentá-los politicamente inclui também enfrentá-los psicologicamente. A cura da humilhação social pede remédio por dois lados. Exige a participação no governo do trabalho e da cidade. Exige um trabalho interior, uma espécie de digestão, um trabalho que não é apenas pensar e não é solitário: é pensar sentindo e em companhia de alguém. (2004, p. 13)

Nesse sentido, é preciso incluir no conceito de saúde fatores que vão muito além da ausência de enfermidade, o que implica um posicionamento ético-político do psicanalista. Para discutir essas questões, vou me apoiar numa situação ligada à condição de moradia da comunidade com a qual trabalho há muitos anos no Acaia.

 

Que lugar é este?

 

 

Os moradores das comunidades indicadas no mapa chegaram à região há mais de 50 anos, ocupando vagões de carga sobre um ramal ferroviário desativado. Naquela época, a Vila Leopoldina era um bairro essencialmente industrial, e a especulação imobiliária dos dias atuais ainda nem era sonhada.

Aproximadamente 5 mil pessoas vivem no local, em condições de grande vulnerabilidade social. Na vizinhança, porém, encontram-se o Shopping e o Parque Villa-Lobos, bem como os bairros de classe média alta City Boaçava e Alto de Pinheiros, explicitando a desigualdade de forma brutal. O intenso desenvolvimento imobiliário da região faz com que a ameaça de remoção dos moradores seja permanente, e põe lado a lado com a favela construções de elevado padrão, que evidenciam as fronteiras de classe em nosso país.

Não há nada que hostilize desta maneira: estar colado em tudo que lhe é negado. Mais que as segregações feitas entre centro e periferia, a que observamos aí ocorre muro a muro. De modo geral, a política urbana tem sido empurrar as populações faveladas para áreas periféricas da cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tomemos para reflexão um novo instrumento, o Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina - Villa-Lobos, criado pela Prefeitura de São Paulo. Embora ele procure ir contra a política mencionada, seus efeitos iniciais explicitam de modo claro a lógica de exclusão e preconceito que prevalece no sistema vigente. Tenho em mente que um processo de reurbanização e realocação de populações que vivem em favelas é bastante complexo e envolve múltiplos fatores, sobre os quais não poderia me estender. Contudo, tomo essa situação como um fragmento clínico, tentando compreender sentidos ocultos.

Uma empresa de capital privado está à frente de uma proposta para revitalizar determinada área de seu interesse, com ganhos de potencial construtivo e contrapartidas de interesse social no próprio bairro. Entre outras coisas, o projeto inclui o reassentamento dos moradores das favelas num lugar próximo de sua atual localização, que fica no coração da Vila Leopoldina, num terreno destinado, pelo último plano diretor da cidade, à construção de moradia popular. Como foi dito, essas famílias estão há muito tempo na região e mantêm ali laços afetivos, sociais e de trabalho.

Moradores que chegaram ao bairro anos depois, atraídos pelo boom imobiliário, têm se organizado através de uma associação e se dizem contrários à possível nova/antiga vizinhança. Seus argumentos, discutíveis, revelam medo e preconceito de ter que dividir seu espaço com os moradores das favelas. Individualmente, é muito provável que essas pessoas não sejam ou, pelo menos, não se reconheçam como racistas e preconceituosas; se questionadas, a maioria deve achar que a desigualdade, a miséria e a exclusão são um dos maiores problemas brasileiros. Ninguém vai assumir com todas as letras que, na prática, as teorias não se sustentam. Tais pessoas sentem-se verdadeiramente ameaçadas por esse “invasor”, e se apoiam no imaginário de que, mantendo-os em seus guetos, “longe dali”, estarão salvas da violência e da própria miséria encarnada pelo outro.

Quando alguém assume que não quer um vizinho compartilhando o mesmo espaço público que o dele, quando se põe num lugar diferente, considerando o vizinho um cidadão de segunda ou de terceira classe, o que está implícito nesse discurso? O não reconhecimento de que ali, onde há um outro, há um semelhante. No sensível e contundente trabalho Passagem para a Vila Joanisa: uma introdução ao problema da humilhação social, Gonçalves Filho adverte: “O impedimento da humanidade, não a humanidade, é o que mete medo” (1995, p. 123).

 

 

 

 

É mais fácil construir muros do que abrir portas

São muitos os muros que nos separam, mas as fotos apresentadas neste artigo mostram de modo contundente o que a cidade recusa. Através das imagens, vemos que ali vive gente. Não é fácil enxergar humanidade num ambiente desorganizado, sem horizonte, onde a luz do sol chega timidamente pelas frestas de precárias habitações, nos poucos metros da viela, hoje literalmente espremida entre os muros do poderio econômico da vizinhança e os da violência decorrente do tráfico, que tem o controle da favela.

Indo além, as fotos revelam um sintoma, um sintoma social, que pede escuta e sentido; evidenciam o que deveria permanecer oculto; levantam o não dito, uma parte da história que recalcamos. No caso da disputa entre os moradores dos edifícios e os moradores da favela, há uma desqualificação dos favelados operada pelo imaginário social, que torna seu lugar invisível, dessubjetivante. Como no meu sonho, são os sem-nome, os sem-rosto, os sem-i-dentidade, pertencentes a um grupo de miseráveis, que ameaçam a segurança da cidade, os valores vigentes, o status quo.

Rosa (2016) questiona: como se proteger da angústia de ter que lidar com aqueles que encarnam um resto sobre o qual não se quer saber? A autora fala da existência de um

pacto de silêncio do grupo social, a que pertencemos e do qual usufruímos. Tal usufruto supõe insistir em manter uma posição de inocência e ignorância sobre as determinações da miséria do outro e valer-se do discurso sobre igualdade entre os homens, quando, de fato, o que está posto é a sua exclusão; excluir e ao mesmo tempo usufruir do gozo da posição imaginária de estar do lado do bem, da lei. (p. 49)

É necessário compreender e nomear o que está em jogo, o que trabalha debaixo da superfície dos discursos e das práticas. “A escuta só se torna possível se é rompido o pacto do grupo social que os exclui. Fora disso, não há escuta, mas relação de subordinação entre classes ou grupos socias” (p. 49).

O outro que eu não quero ver, que encarna o terror da dessubjetivação, lembra que eu mesmo posso ocupar esse lugar; porta aquilo que não tolero em mim, algo recusado na inscrição da própria identidade. Pontalis afirma que a angústia diante do estranho irrompe quando o outro é, ao mesmo tempo, parecido e diferente: “A imagem do semelhante, do duplo, é infinitamente mais perturbadora que a do outro” (1988, p. 36).

Trabalhar no território da extrema pobreza implica a construção de novos sentidos sobre certos restos. A especificidade da escuta e do método psicanalítico pode oferecer contornos, nomear experiências, tecer narrativas, numa abertura para o singular. A atenção ao sofrimento psíquico em situações fora dos settings analíticos convencionais tem sido um dos eixos de trabalho da Diretoria de Atendimento à Comunidade (DAC) da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), que procura, por meio do debate e de ações em diferentes territórios, estabelecer novas formas de compreensão dos fenômenos que nos cercam, ampliar a relação da psicanálise com as questões do mundo, seus limites e sobretudo sua potência.

 

Outros caminhos: inclusão, reparação e arte

 

 

Queria que minha casa tivesse um portão.
(A, 8 anos)

Por que posso entrar nas casas para limpar, para cuidar das crianças, de um idoso, e não posso morar do seu lado?
(C, 51 anos)

Lá onde eu moro não é lugar de “vivente”. Tenho que fingir que não vejo muita coisa, ouvir gente ser morta, espancada na porta do seu barraco, e no dia seguinte, antes de pendurar a roupa, ir lá fora limpar o sangue.
(MJ, 45 anos)

O que um olhar atento pode depreender de tais imagens, anseios e indagações? O desejo de um dentro e fora; de segurança, proteção, dignidade e escolha; de um espaço público e um espaço privado, elementos que deveriam estar ao alcance de qualquer um. Crianças que, através do brincar, buscam entender os espaços, dar representação para a casa, lugar de referência, intimidade, acolhimento.

Encerro com fotos emblemáticas de outro muro, que busca romper sua função primeira (de separar) e trazer alguma luz para essa cisão. Meninos e meninas do coletivo Xiloceasa, grupo formado por alunos e ex-alunos do Acaia, foram contratados para pintar o muro no local dos prováveis novos empreendimentos, e ali infiltrados, por meio de sua arte, tornam visíveis sentimentos de abandono, exclusão e luta. Quem por ali passa, não sai ileso. Apesar da consciência de que, para atravessar as fronteiras da desigualdade, muito precisa ser feito, sobretudo pelo poder público, esse muro carrega a marca humana. Esses jovens já ocupam um lugar bem diferente do menino do meu sonho.

 

 

Referências

Arendt, H. (2000). A condição humana (R. Raposo, Trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Trabalho original publicado em 1958)        [ Links ]

Gonçalves Filho, J. M. (1995). Passagem para a Vila Joanisa: uma introdução ao problema da humilhação social. Dissertação de mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]

Gonçalves Filho, J. M. (2004). A invisibilidade pública. In F. B. da Costa, Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social (pp. 9-47). São Paulo: Globo.         [ Links ]

Pontalis, J.-B. (1988). Perder de vista: da fantasia de recuperação do objeto perdido (V. Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.         [ Links ]

Rosa, M. D. (2016). A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Escuta.         [ Links ]

 

 

Correspondência:
Silvia Bracco
Rua Joaquim Antunes, 767/16, Pinheiros
05415-012 São Paulo, SP
smbracco@icloud.com

Recebido em 24/9/2018
Aceito em 8/10/2018

 

 

1 Entidade que atua, entre outras frentes, com a comunidade que vive nos arredores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em duas favelas e em um conjunto habitacional na zona oeste da cidade de São Paulo.

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