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Revista Brasileira de Psicanálise
versão impressa ISSN 0486-641X
Resumo
SCHMIDT, Eder. Thomas Sydenham e o Epistolary discourse: uma ponte entre duas histeriasThomas Sydenham and the Epistolary discourse: a bridge between two hysteriasThomas Sydenham y el Epistolary discourse: un puente entre dos histeriasThomas Sydenham et le Epistolary discourse: un pont entre deux hystéries. Rev. bras. psicanál [online]. 2019, vol.53, n.2, pp.181-192. ISSN 0486-641X.
Uma observação das narrativas sobre a história da histeria revela que nem sempre aqueles que as elaboraram levaram em consideração o aspecto fundamentalmente historiográfico da proposta, tomando inferências como se fossem fatos históricos. Esse deslize originou narrativas que não deveriam ser classificadas como história, mas, mais apropriadamente, como mitologias. Com frequência, a trajetória da histeria começa na medicina egípcia, segue em um continuum por Hipócrates, pelas bruxas da Idade Média, pelos vapores do Iluminismo, até chegar à Salpêtrière, a Charcot e, em seguida, a Freud. Porém, do ponto de vista historio-gráfico (e evitando o anacronismo), esse curso pode não ser tão seguro. O artigo revê essa trajetória e propõe que a história da histeria implicaria dois estágios, separando-se a histeria doença do útero da histeria neurose. Uma ponte entre as duas concepções teria sido estabelecida por Thomas Sydenham, em 1682, no Epistolary discourse to the learned Dr. William Cole.
Palavras-chave : história da histeria; Thomas Sydenham; teorias uterinas; caráter histérico.