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Aletheia
versão impressa ISSN 1413-0394
Aletheia vol.54 no.2 Canoas jul./dez. 2021
https://doi.org/DOI10.29327/226091.54.2-5
DOI 10.29327/226091.54.2-5
RELATOS DE PESQUISA
Habilidades sociais e uso de mídias sociais por adolescentes no ensino médio
Social skills and use of social media by teens in high school
Ilana Andretta1, I; Luana Thereza Nesi de Mello2, II; Bianca Ledur 3, I; Myllena Diessy da Silva4, I; Vanessa Trintin-Rodrigues5, I
IUniversidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
IIUniversidade do Algarve (UAlg Portugal)
RESUMO
As mídias facilitam as aprendizagens e oportunizam a expressão das Habilidades Sociais dos estudantes. Este estudo objetiva caracterizar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação e as Habilidades Sociais de 456 estudantes de escolas privadas do Sul do Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal. Utilizou-se um questionário de dados sociodemográficos, Questionário de Utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação e Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes Del-Prette. O celular/ smartphone e as redes sociais foram as principais tecnologias utilizadas. Destaca-se maior frequência nas Habilidades Sociais de Civilidade e Desenvoltura social e menores frequências em Empatia, Autocontrole, Assertividade e Abordagem Afetiva. Além de alta dificuldade na emissão de Empatia, Autocontrole e Assertividade. Sugere-se estudos clínicos para desenvolvimento de maior repertório de habilidades sociais nesta população para fins de prevenção de comportamentos problemáticos relacionados a baixos níveis de habilidades sociais e alto uso de mídias.
Palavras-chave: habilidades sociais; adolescentes; mídias sociais.
ABSTRACT
The media facilitate learning and provide opportunities for the expression of students' Social Skills. This study aims to characterize the use of Information and Communication Technologies and Social Skills of 456 students from private schools in southern Brazil. This is a quantitative, descriptive and cross-sectional study. A questionnaire on sociodemographic data, a Questionnaire on the Use of Information and Communication Technologies and an Inventory of Social Skills for Adolescents Del-Prette were used. Cell phones/smartphones and social networks were the main technologies used. There is a higher frequency in Social Skills of Civility and Social Resourcefulness and lower frequencies in Empathy, Self-Control, Assertiveness and Affective Approach. In addition to high difficulty in issuing Empathy, Self-Control and Assertiveness. Clinical studies are suggested to develop a greater repertoire of social skills in this population for the purpose of preventing problematic behaviors related to low levels of social skills and high use of media.
Keywords: social skills; adolescents; social media.
Introdução
Na incessante evolução tecnológica, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) têm facilitado a comunicação e interações sociais. Com o acesso facilitado à internet , o consumo da tecnologia só vem crescendo. As TICs envolvem quaisquer tecnologias que facilitem o acesso à informação e à comunicação, e.g., internet, celular, computador/ notebook, tablets entre outras interfaces (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR [NIC.br_, 2020). Em 2020, cerca de 133,8 milhões de brasileiros utilizam a internet (NIC.br, 2020), sendo que as principais atividades nessa rede acontecem através do Whatsapp ou Skype (92%) e através dos aplicativos Instagram, Facebook, Twitter, entre outros (76%), sendo o celular (99%) o meio mais utilizado entre os usuários (NIC.br, 2020).
A praticidade e a rapidez que a internet proporciona, facilita a interação e a comunicação social continuamente, considerando que não é mais necessário estar fisicamente presente, ou esperar um tempo longo para receber e trocar informações (Lima, Leiva & Lemes, 2017). Entretanto, o acesso facilitado pode trazer dúvidas e consequências negativas, como a dependência de internet, o aumento do isolamento social e problemas nos relacionamentos (Fermann et al., 2021). Em decorrência disso, a comunidade científica tem investigado o fenômeno do uso da internet , mais precisamente o uso das TICs em relação às suas diversas implicações, dentre elas, a forma como os adolescentes têm realizado o uso da internet e suas possíveis repercussões.
Dentre os aspectos positivos proporcionados pelas TICs às novas gerações, estão o aumento da habilidade de resolução de problemas e da proatividade nos estudos, uma maior comunicação e colaboração entre os jovens e até mesmo satisfação com a vida (Mello, Trintin-Rodrigues & Andretta, 2019). Do mesmo modo, a sensação de pertencimento e aprendizagem social, rede de apoio e suporte social são também os benefícios proporcionados (Salas, 2020). No sentido contrário, percebe-se a diminuição do contato físico e de atividades físicas, a redução da concentração e da memória, insônia, dificuldades acadêmicas, o aumento nos níveis de depressão e de ansiedade, bem como dificuldades na aprendizagem socioemocional (Chen, Yang & Nie, 2021). Desse modo, entre uma série de benefícios e facilidades oportunizadas pelo advento da internet, é necessário levar em consideração as possíveis consequências na vida dos jovens em virtude do uso da internet.
O uso das TICs pelos adolescentes necessita de alguns cuidados. A adolescência, mais especificamente, compreende uma série de mudanças biopsicossociais que necessitam de um bom repertório de habilidades para lidar com uma nova realidade. Além de apresentar-se como uma época de risco para problemas de comportamento, é um momento de maior exposição, de descobertas, de pressão acadêmica e de adequação ao relacionamento familiar (Parikh et al., 2019). Nesse contexto, na maioria das vezes, os adolescentes priorizam a internet para acesso às redes sociais, sendo sua principal motivação a fuga da vida real (Silva & Zanela, 2014).
Além das interações face a face, na adolescência ocorrem muitas interações e comunicações de forma online e, quanto mais idade, maior é o uso das redes sociais (NIC.br, 2020). Nesse cenário, as Habilidades Sociais (HS) surgem como medida protetiva e compreendem um repertório de comportamentos individuais e situacionais, com vistas à resolução e à evitação de problemas imediatos e/ou futuros (Del Prette & Del Prette, 2017) Assim, como auxílio para o enfrentamento e amadurecimento, os adolescentes precisam de ferramentas e HS para resolução de problemas internos e para com outros, assim como aprender a lidar com as situações e pessoas ao seu redor de uma forma saudável e efetiva (Cardoso, Coelho & Martins, 2017). E ainda, podem ser fator de risco e/ou proteção considerando outras variáveis da saúde mental como maior depressão, ansiedade, estresse, solidão e suicídio (Moeller & Seehuus, 2019).
As HS são um conjunto de comportamentos que o indivíduo utiliza para se ajustar ao meio, para estabelecer relações saudáveis, como a expressão de sentimentos, de opiniões, de desejos e de direitos, de forma eficaz (Caballo, 2014). Elas são aprendidas e aprimoradas ao longo da vida através da observação, da imitação e da instrução dos pais, dos familiares, dos professores e dos pares. Além disso, os adolescentes possuem outras fontes de influência de comportamento, como a escola e as mídias, visto que com o tempo esses ampliam suas redes sociais para além da família (Oliveira, Rodrigues, Oliveira, Lobato & Sousa, 2015). São formas de aprendizagem socioemocional, que também se mostra como fator protetivo para prevenir o uso problemático de internet, enquanto o baixo repertório de HS pode aumentar o uso de internet (Chen et al., 2021).
Para que isso ocorra nos diversos grupos sociais nos quais está inserido, é essencial que o adolescente desenvolva HS como: Empatia (i.e., perceber o sentimento dos outros, oferecer ajuda etc.), Autocontrole (i.e., manter a calma diante de críticas e conversar de forma calma com os pais), Civilidade (i.e., fazer elogios, agradecer etc.), ser Assertivo (i.e., interromper conversas de forma adequada, bem como recusar pedidos etc.), Abordagem Afetiva (i.e., ser hábil em apresentar-se a um estranho, expressar desagrado etc.) e Desenvoltura Social (i.e., relacionada a fazer apresentações de trabalhos quando solicitado, pedir informações quando não compreende a informação, entre outros (Del Prette & Del Prette, 2009).
Tendo em vista que a interação e comunicação no desenvolvimento saudável do adolescente, inclusive no que diz respeito às HS, e que as TICs estão ocupando cada vez mais a vida e a rotina dos jovens, cabe aqui identificar de que modo o uso das TICs ocorre pelos adolescentes, além de identificar as suas HS. Dessa forma, este estudo tem como objetivo caracterizar o uso de TICs por adolescentes estudantes do Ensino Médio de escolas privadas de Porto Alegre e Região Metropolitana e suas HS e dificuldade de resposta na emissão do comportamento.
Método
Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e transversal (Sampieri, Collado & Lucio, 2013).
Participantes
Participaram 456 adolescentes com idades entre 14 e 17 anos ( M = 15.40; DP = .95) matriculados em três colégios da rede privada da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS. O cálculo amostral foi realizado através da calculadora online www.calculoamostral.vai.la. Para tanto, admitiu-se um erro de 5% e exigiu-se um nível de confiança de 95% (Sampieri et al., 2013). Como critério de inclusão, os adolescentes deveriam fazer a utilização de quaisquer TICs pelo menos uma vez na semana, independentemente do tempo de acesso e da ferramenta utilizada para tal. Todos os participantes cumpriram com este critério. Por se tratar de um estudo descritivo, utilizou-se como método de exclusão apenas os participantes que não responderam à escala em sua totalidade.
Instrumentos
Questionário sociodemográfico e de uso de TICs
Questionário desenvolvido pelo grupo de pesquisa "Intervenções Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa (ICCep)" que tem como objetivo investigar dados sociodemográficos (idade, sexo, série em que estuda, possíveis reprovações, constituição familiar, escolaridade dos pais e/ou responsáveis, relacionamentos, demonstração de afeto, trabalho, esportes que pratica, hobbies e quantidade de horas dormidas) e o uso de TICs pelo adolescente (ferramenta utilizadas: celular, computador/notebook, tablet; frequência utilizada: durante a semana ou finais de semana; e principais aplicativos).
Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA-Del-Prette)
Desenvolvida por Del Prette e Del Prette (2015), trata-se de uma escala de autorrelato com 38 itens que permite avaliar o repertório de HS de adolescentes de 12 a 17 anos de idade por meio de dois indicadores: frequência e dificuldade com que reagem às interações sociais. Este instrumento possui evidências de propriedades psicométricas favoráveis em relação à validade e à confiabilidade (Campos, 2011). As opções de respostas compõem uma escala Likert de cinco pontos (frequência: 0-2 - Em cada 10 situações desse tipo me comporto dessa forma no máximo 2 vezes; 9-10 - Em cada 10 situações desse tipo me comporto dessa forma 9 a 10 vezes; dificuldade: 0 - Nenhuma e 4 - Total). Os resultados são avaliados por meio de percentis obtidos através de um escore total e seis subescalas: F1 - Empatia; F2 - Autocontrole; F3 - Civilidade; F4 - Assertividade; F5 - Abordagem Afetiva e F6 - Desenvoltura Social (Del Prette & Del Prette, 2015). No presente estudo o IHSA-Del-Prette apresentou valor do alpha de Cronbach de .92 para a frequência e .93 para a dificuldade.
Questionário de Utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (QUTIC)
Trata-se de um instrumento exploratório, constituído por perguntas fechadas, as quais buscam investigar: 1) Tipos de TICs usadas (e.g., e-mail, redes sociais etc.); 2) Tempo de utilização (e.g., até três horas por dia, mais de 12 horas por dia etc.); 3) Principal finalidade (e.g., acadêmico, entretenimento etc.); 4) Contexto de utilização (e.g., escola, casa, em movimento) (Carvalho, Francisco, Bacigalupe & Relvas, 2018). O QUTIC, está sendo adaptado para a população geral portuguesa, sendo desenvolvido com base no instrumento Tecnologias Emergentes Pesquisas e Famílias (ETEF) (Bacigalupe, Camara & Buffardi, 2014) caracterizando o padrão das TIC's pelos respondentes.
Procedimentos éticos
O presente estudo atendeu às exigências éticas previstas nas resoluções 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (Conselho Nacional de Saúde [CNS_, 2016). Realizou-se contato com instituições de Ensino Médio privadas, selecionadas por conveniência, as quais consentiram com a realização da pesquisa e assinaram a carta de anuência. Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISINOS através do parecer nº 2.043.419, agendou-se duas datas, uma em que os alunos seriam convidados a participar da pesquisa, bem como levariam aos seus responsáveis o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e outra em que a pesquisa seria realizada. Com aqueles adolescentes que atenderam aos pré-requisitos da pesquisa, assentiram sua participação e assinaram o Termo de Assentimento e cujos responsáveis autorizaram sua participação, realizou-se a coleta de dados de forma coletiva nas salas de aula, com duração média de uma hora.
Análise de dados
Os dados foram analisados por meio do software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25.0 (Cohen, 1988). Utilizou-se as seguintes análises descritivas para avaliar a frequência, média e o desvio-padrão. Os coeficientes de alfa de Cronbach encontrados foram analisados considerando-se o intervalo de confiança (Bootstrap) de 95%.
Resultados
Dos 456 adolescentes, 249 (54.6%) eram do sexo feminino e 207 (45.4%) do sexo masculino. Em sua maioria, eram alunos do 1º ano do Ensino Médio ( n = 274; 60.1%), seguido do 2º ano ( n = 23; 5%) e 3º ano ( n = 159; 34.9%). Quando perguntados sobre a internet ajudar nos relacionamentos, os adolescentes responderam em sua maioria que atrapalha ( n = 157; 34.4%), seguido de não interfere ( n = 151; 33.1%) e por fim, que a internet ajuda ( n = 138; 30.3%). Além disso, os adolescentes respondem que já haviam sido confrontados na sua vida familiar a temática de dependência da internet , dos videogames ou do celular (sim: n = 309, 67.8%; não: n = 142; 31.1%).
A TIC mais utilizada pelos adolescentes são as redes sociais (n = 434, 95.2%) seguido do uso do celular/smartphone (n = 388, 85.1%). Todas as TICs utilizadas estão descritas na Tabela 1.
O uso do celular/smartphone é apontado com a maior frequência. A utilização dele é realizada de três a seis vezes por semana e de uma a seis horas por dia (n = 105, 27.1%). As demais caracterizações encontram-se na Tabela 2.
Da mesma forma, o celular/smartphone (n = 164 , 42.3%) e as redes sociais (n = 181 , 41.7%) foram as mais mencionadas, ambas para fins de socialização e entretenimento. Todas as finalidades encontram-se na Tabela 3.
O contexto de utilização comum é a casa, especificamente o quarto ou a sala para todas as TICs. As demais possibilidades são apresentadas na Tabela 4.
Por meio do IHSA-Del-Prette foi possível mensurar quais repertórios de HS foram reportados como mais frequentes pela amostra e classificados de acordo com as normativas do manual. A respeito das maiores frequências em cada fator na emissão das HS dos adolescentes, destaca-se o fator Civilidade ( n = 145; 32.2%) com um repertório altamente elaborado, além do bom repertório no fator Desenvoltura Social ( n = 146; 32.4%) indicativo de recursos interpessoais altamente satisfatórios. Os indicadores de frequência abaixo da média inferior foram encontrados nos demais fatores, inclusive no escore total. Na Tabela 1 é possível identificar todos os indicadores das frequências dos adolescentes no IHSA-Del-Prette.
O instrumento IHSA-Del-Prette também possibilita saber qual a dificuldade apresentada pelo adolescente referente a cada fator. O resultado refere-se ao custo de resposta que o adolescente possui ao se comportar diante de determinada situação. O alto custo de resposta foi aferido nos fatores Empatia ( n = 179; 41.5%), Assertividade ( n = 163; 37.8%) e Autocontrole ( n = 158; 36.7%). Os demais fatores apresentaram baixo custo de resposta e todas as frequências encontram-se na Tabela 6.
Discussão
O uso da internet, principalmente das mídias sociais, tem se tornando parte do dia a dia das pessoas, pela facilidade da comunicação e da interação social. Considerando que na fase da adolescência há, ainda mais, a necessidade de comunicação e interação com os pares, viver sem as TICs já não é mais uma opção (Silva et al., 2017). Assim, como apontam os dados nacionais mais recentes (NIC.br, 2020; Silva et al., 2017), o presente estudo apresenta dados semelhantes, onde o celular/smartphone é o meio mais utilizado para a comunicação e para a interação nas mídias. Além disso, também é um dos meios de mais praticidade e facilidade de manusear e transportar, podendo também estar conectado instantaneamente mesmo de longe (Lima et al., 2017).
Entretanto, é importante ressaltar que, o local de maior utilização das TICs pelos adolescentes deste estudo é no seu quarto, e assim a utilização acaba por não ser assistida e/ou consciente, podendo tornar-se ser um fator de risco (Muñoz-Miralles et al., 2014). Já o controle assertivo dos pais em relação ao uso das TICs pelos adolescentes pode ser fator protetivo (Muñoz-Miralles et al., 2014), sabendo que é uma fase de descoberta, de exposição e de adequação às relações sociais e, para isso, é preciso ter um uso adequado e saudável (Parikh et al., 2019).
A maior finalidade do uso das TICs é para a socialização e para interação através do celular/smartphone e das redes sociais. Este uso pode ser uma forma de suprir a necessidade de comunicação, possibilitar a sensação de suporte social e de rede de apoio, além do pertencimento e interação com os pares (Salas, 2020). Porém, entre os adolescentes da amostra não houve um consenso sobre esse uso ajudar ou atrapalhar os relacionamentos, já que 34,4% afirmaram que atrapalha, 33,1% afirmaram que não interfere e 30,3% afirmam que ajuda.
Ainda assim, a maioria dos adolescentes utiliza a internet também com a finalidade acadêmica, como forma de auxiliar nos estudos e possivelmente promover a resolução de problemas, autonomia e responsabilidade acadêmica (Mello et al., 2019), podendo esta caracterizar um uso adequado ou saudável, com fator de proteção. O fato de não ter tanta frequência no contexto de uso na escola pode ser caracterizado por conta das regras institucionais de proibição, além da falta de noção do real tempo de utilização (Nagumo & Teles, 2016).
Em relação às HS, os adolescentes mostraram um repertório altamente elaborado na dimensão Civilidade e bom repertório na Desenvoltura Social. A primeira está relacionada com a expressão comportamental de regras que são prezadas por determinada cultura. A segunda, está relacionada com a expressão de comportamento apropriados em contextos que envolvem exposição social (Del Prette & Del Prette, 2009). Ambas apresentaram baixo custo de resposta, ou seja, não há tanta dificuldade em expressar, e são habilidades que permitem que os adolescentes se coloquem em diversas situações de maneira assertiva.
Entretanto, nas dimensões Empatia, Autocontrole, Assertividade e Abordagem Afetiva os participantes apresentaram desempenho abaixo da média ou inferior, assim como apresentaram um alto custo de resposta, o que corresponde a um déficit no repertório dos adolescentes do presente estudo. A habilidade de Empatia consiste na capacidade de o indivíduo identificar, compreender e validar os sentimentos, as necessidades e os problemas alheios, preservando a qualidade dos relacionamentos interpessoais (Del Prette & Del Prette, 2009). O Autocontrole está relacionado à capacidade de domínio sobre os sentimentos negativos. Essa habilidade é representada por comportamentos como reagir tranquilamente e expressar-se de forma competente frente a situações adversas (Del Prette & Del Prette, 2009). A Assertividade envolve comportamentos em situações interpessoais que demandam defesa de direitos e respeito dos direitos dos demais, assim como também, está relacionada à recusa de pedidos e à demonstração de desagrado (Del Prette & Del Prette, 2009). Já a Abordagem Afetiva, refere-se às habilidades necessárias para um bom estabelecimento de contato e conversação em variados tipos de relacionamentos afetivos em diferentes grupos (família, amigos, trabalho, escola e entre outros) que permite a expressão de carinho (Del Prette & Del Prette, 2009). Esta habilidade teve como indicativo uma frequência abaixo da média inferior, mas ao mesmo tempo, um baixo custo de resposta, ou seja, mesmo os adolescentes não se comportando desta forma, também não é algo que apresenta um déficit do seu repertório.
Diante da emissão de uma resposta comportamental que envolve a competência social, os adolescentes que participaram desta pesquisa apresentaram um alto custo de resposta em situações que envolvessem Empatia, Autocontrole e Assertividade, o que significa uma dificuldade na expressão da habilidade. Pode-se compreender que a competência social esteja ligada às HS, principalmente Empatia, visto que é um processo de reconhecimento e compreensão do outro (Llorent, González-Gómez, Farrington & Zych, 2020).
Fogaça, Tatmatsu, Comodo, Del Prette e Del Prette (2019) enfatizam a importância do desenvolvimento dessas três categorias, como prevenção ao surgimento de déficits no repertório das HS. Dificuldades na emissão de comportamentos socialmente habilidosos podem trazer prejuízos para a vida do adolescente, o baixo repertório de habilidades está também associado a adição à internet , como o autocontrole que pode ser fator protetivo para as adições, já que se tem uma capacidade de reagir e escolher seus comportamentos (Chen et al., 2021). Além disso, baixas HS de Empatia também estão associadas com maior adição à internet e, acabam influenciando negativamente na expressão das habilidades na adultez (Allemand, Steiger & Fend, 2014). A escola, por ser um ambiente de aprendizagem, pode contribuir tanto nas questões acadêmicas quanto nas habilidades e competências sociais (Grol & Andretta, 2016; Llorent et al., 2020).
Além disso, não se sabe como os adolescentes em período escolar serão afetados nas suas relações entre pares ao longo do tempo. É necessário que a ciência se ocupe de avaliar essa relação, considerando que o uso das TICs e suas implicações ainda são pouco conhecidas pela Psicologia. Durante a pandemia, com a necessidade do isolamento social físico, para suprir as necessidades de comunicação, a família e escola tiveram que se adaptar, o que gerou muitas mudanças (Arruda, 2020). A internet, que já era presente antes, se tornou ainda mais parte da vida das pessoas, agora principalmente acadêmica (Arruda, 2020), o que pode potencializar um uso problemático de internet , até a dependência dela (Fernandes, Biswas, Tan-Mansukhani, Vallejo & Essau, 2020; Lin, 2020). Desta forma, as videoconferências já eram destaque de utilização neste estudo, com a necessidade das aulas remotas por conta do aumento de casos de Covid-19, pode ter se tornado ainda maior, visto que as aulas na modalidade online foram uma alternativa possível para a aprendizagem no período pandêmico (Sena, Silva, Silva & Bastos, 2021). Isso pode levar a pensar sobre o uso saudável de internet pelos adolescentes. Pode-se pensar então que esse possível uso problemático potencialize consequências negativas, como depressão, ansiedade, solidão, e a dificuldade na aprendizagem socioemocional (Chen et al., 2021; Ledur, 2019). O que nos leva a refletir sobre um possível impacto desse uso nas Habilidades Sociais dos adolescentes.
Estudos mostram alguns possíveis impactos da pandemia sobre os adolescentes. Por um lado, houve formas de manter as aulas online , a comunicação entre professores e colegas, já por outro lado, as mudanças e a necessidade de adaptação frente à realidade potencializaram diminuição da saúde emocional e bem-estar dos adolescentes (Shepherd et al., 2021). Destaca-se que a situação pandêmica potencializou o medo, o isolamento, o estresse associado ao fechamento das escolas e adaptação acadêmica (Shepherd et al., 2021; Waselewski et al., 2021), além do aumento da ansiedade, da depressão e do estresse (Abir et al., 2021; Wang et al., 2021) e solidão (Gazmararian, Weingart, Campbell, Cronin & Ashta, 2021). Dessa forma, houve benefícios e prejuízos, muitos destes ainda sem a compreensão da proporção (De la Rosa, Moreyra & De la Rosa, 2020; Santos & Gabriel, 2020).
Conclusão
A presente pesquisa acarretou em contribuições importantes ao avaliar as HS e o uso das TICs pelos adolescentes com enfoque na caracterização do uso das TICs e suas HS e dificuldades de resposta na emissão do comportamento. Constatou-se que o celular/ smartphone e as redes sociais foram as principais Tecnologias da Informação e Comunicação utilizadas pelos adolescentes. Apresentando estes maior frequência nas Habilidades Sociais de Civilidade e Desenvoltura Social e menores frequências em Empatia, Autocontrole, Assertividade e Abordagem Afetiva, com alta dificuldade na emissão das Habilidades a Empatia, ao Autocontrole, e à Assertividade. No entanto, mesmo com esses resultados o presente artigo nos aponta mais reflexões do que respostas. Refletir sobre a forma, a frequência e a funcionalidade que os adolescentes davam ao uso das mídias sociais em um contexto pré-pandemia nos proporcionaram formas de intervir durante e após esse momento. Além disso, a expressão das HS considera muito o contexto em que estamos inseridos. Essa expressão possivelmente apresentará nuances diferentes no contexto exclusivamente online.
Temos como limitações uma população exclusivamente de escolas privadas. Esses alunos possuem melhores condições ao acesso de TICs seja dentro ou fora do contexto escolar. O instrumento utilizado para avaliar uso, frequência e finalidade acaba por não diferenciar gadgets (e.g., celular, computador e tablet), ou seja, o meio físico em que acessamos o conteúdo, dos softwares (e.g., diferentes redes sociais). Com a crescente criação de novas redes sociais, novas finalidades e formas de compartilhar conteúdos são desenvolvidas, como foi o caso da utilização e propagação do TikTok durante o período de isolamento social. Além disso, a coleta de dados foi realizada em um momento pré-pandemia. Sugere-se que pesquisas futuras considerem uma amostra com estudantes de escolas privadas e públicas e com análise de dados mais robustos, a fim de identificar possíveis causalidades entre os diversos fatores que podem constituir-se como fatores de risco e proteção nessa população.
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Endereço para correspondência
E-mail:iandretta@unisinos.br
Recebido em: junho de 2021
Aceito em: julho de 2021
1 Ilana Andretta: Coordenadora do grupo de pesquisa Intervenção Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa (ICCep), Doutora e Professora do Programa de Pós-Graduação e do curso de graduação em Psicologia pela UNISINOS; Avenida Unisinos, São João Batista, 93022000 – São Leopoldo, RS – Brasil; (51) 35911122.
2 Luana Thereza Nesi de Mello: Doutoranda em Psicologia pela Universidade do Algarve (UAlg Portugal) e colaboradora do grupo de pesquisa Intervenção Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa (ICCep). Rua Dr. José Emílio Campos Coroa, 37.02803100 -7.93793700 - Faro/Portugual; (+35) 1919303262.
3 Bianca Ledur: Graduada em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e colaboradora do grupo de pesquisa Intervenção Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa (ICCep). Avenida Unisinos, São João Batista, 93022000 – São Leopoldo, RS – Brasil; (51) 35911122.
4 Myllena Diessy da Silva: Graduanda do curso de Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Bolsista de Iniciação Científica na modalidade PIBIC/CNPq do grupo de pesquisa Intervenção Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa (ICCep). Avenida Unisinos, São João Batista, 93022000 – São Leopoldo, RS – Brasil; (51) 35911122.
5 Vanessa Trintin-Rodrigues: Graduada em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e mestre em Psicologia pela mesma instituição. Avenida Unisinos, São João Batista, 93022000 – São Leopoldo, RS – Brasil; (51) 35911122.