Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Estudos de Psicologia (Natal)
versão impressa ISSN 1413-294Xversão On-line ISSN 1678-4669
Resumo
PINTO, Mariana de Almeida e PAIVA, Fernando Santana de. O fatalismo no cotidiano da pobreza: do individualismo forjado ao horizonte coletivo. Estud. psicol. (Natal) [online]. 2021, vol.26, n.2, pp.185-196. ISSN 1413-294X. https://doi.org/10.22491/1678-4669.20210018.
O presente trabalho objetiva analisar como o fatalismo se manifesta no cotidiano de sujeitos que vivenciam a condição de pobreza. Foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas com sujeitos atendidos em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de um município do estado de Minas Gerais. Apoiando-se, sobretudo, nas elaborações de Ignacio Martín-Baró, refletimos sobre o modo como a predominante resignação fatalista se forja por meio das estruturas desiguais e das ideologias estabelecidas e aprofundadas no cotidiano da pobreza. Os processos de naturalização da realidade social reforçados pelo imediatismo e precariedade da vida cotidiana sufocam os sentimentos de revolta, indignação e coletividade que insurgem, sendo estes, no geral, canalizados pela lógica meritocrática, individualista e religiosa. Torna-se, assim, importante a adoção de uma perspectiva histórica e dialética para compreendermos as possibilidades de ruptura com o fatalismo no âmbito da sociedade brasileira, de modo a superar as mazelas subjetivas e materiais produzidas na e pela ordem social vigente.
Palavras-chave : fatalismo; ideologia; pobreza; realidade brasileira.