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Psicologia da Educação
versão impressa ISSN 1414-6975versão On-line ISSN 2175-3520
Psicol. educ. no.50 São Paulo jan./jun. 2020
https://doi.org/10.5935/2175-3520.20200009
ARTIGOS
Os processos relacionais na pós-graduação sob a perspectiva da bioecologia do desenvolvimento humano
The proximal processes in postgraduate education under the bioecological human development concepts
Los procesos relacionales en el posgrado bajo la perspectiva de la bioecología del desarrollo humano
Hildegard Susana JungI; Carolina Schenatto da RosaII; Alexsandra TeixeiraIII; Cíntia ItaquiIV; Maria Angela Matar YunesV
IUniversidade La Salle - Canoas - Rio Grande do Sul - RS - Brasil; hildegardsjung@gmail.com
IIUniversidade La Salle - Canoas - Rio Grande do Sul - RS - Brasil; carol-510@hotmail.com
IIIUniversidade La Salle - Canoas - Rio Grande do Sul - RS - Brasil; alexsandra.teixeira@senairs.org.br
IVUniversidade La Salle - Canoas - Rio Grande do Sul - RS - Brasil; cintia.itaqui@gmail.com
VUniversidade La Salle - Canoas - Rio Grande do Sul - RS - Brasil; mamyunes@yahoo.com.br
RESUMO
O texto apresenta um relato de experiência do tipo estudo de caso descritivo, com foco na análise das interfaces entre os processos relacionais nos Programas de Pós-Graduação (PPGs). Buscou-se estudar o desenvolvimento pessoal e acadêmico de discentes em um Seminário Integrador de uma universidade comunitária do Sul do Brasil pela ótica da teoria ecológico-sistêmica de Urie Bronfenbrenner, com ênfase no conceito de processos proximais. O trabalho, de caráter qualitativo, pretende disseminar a ideia de que uma prática humanizadora pode levar a resultados satisfatórios no que tange à produtividade dos PPGs. Aproximando o leitor de conceitos como díades, tríades e tétrades, apresenta o fator interacional como aliado à superação do dilema produtividade e qualidade, pois insere o elemento resiliência, criando uma nova hipótese, seriam os PPGs mais humanos, também mais produtivos e com mais qualidade? Se a corrida ao Lattes é iminente, que possamos construir juntos a resiliência necessária, passando a tornar o espaço acadêmico mais humano e menos hostil.
Palavras-chave: Processos proximais; Perspectiva; Ecológico-sistêmica; Produtividade e qualidade; Humanização da pós-graduação.
ABSTRACT
This essay presents an experience report of a descriptive case study, focusing on the analysis of the interfaces between the relational processes in the Postgraduate Programs (PPGs). The objective was to study the personal and academic development of students in an Integrative Seminar of a community university in the South of Brazil by the perspective of the Ecological Systems Theory, developed by Urie Bronfenbrenner, with emphasis on the concept of proximal processes. The paper, of a qualitative nature, intends to disseminate the idea that a humanizing practice can lead to satisfactory results regarding the productivity of PPGs. Approximating the reader to concepts such as dyads, triads and tetrads, presents the interactional factor as ally to overcome the dilemma of productivity and quality, because it inserts the element resilience, creating a new hypothesis - would the more human PPGs, more productive and with more quality, either? If the contest to complete the academic curriculum is imminent, we can build together the necessary resilience, making the academic environment more human and less hostile.
Keywords: Proximal processes; Ecological System perspective; Productivity and quality; Postgraduate humanization.
RESUMEN
El texto presenta un relato de experiencia del tipo estudio de caso descriptivo, con enfoque en el análisis de las interfaces entre los procesos relacionales en los Programas de Posgrado (PPGs). Se ha buscado estudiar el desarrollo personal y académico de discentes en un Seminario Integrador de una universidad comunitaria del Sur de Brasil por la óptica de la teoría ecológico-sistémica de Urie Bronfenbrenner con énfasis en el concepto de procesos proximales. El trabajo, de carácter cualitativo, pretende diseminar la idea de que una práctica humanizadora puede conllevar a resultados satisfactorios en lo que atañe a la productividad de los PPGs. Acercando el lector a conceptos como diadas, triadas y tétradas, presenta el factor interacción como aliado a la superación del dilema productividad y calidad, pues inserta el elemento resiliencia, creando una nueva hipótesis - ¿serían los PPGs más humanos también más productivos y con más calidad? Si la carrera por la productividad científica es inminente, que se pueda construir en conjunto la resiliencia necesaria, volviendo el espacio académico más humano y menos hostil.
Palabras clave: Procesos proximales; Perspectiva ecológico-sistémica; Productividad y calidad; Humanización del posgrado.
INTRODUÇÃO
O ingresso na pós-graduação pode significar um período de muita solidão. Em um artigo de opinião enviado à revista Carta Capital1, a professora Rosana Pinheiro-Machado, docente do departamento de Desenvolvimento Internacional da Universidade de Oxford, relata as mudanças no comportamento e no ethos dos pós-graduandos e as dificuldades de adaptar-se a esse novo universo simbólico. Segundo ela, existem vários "tipos de pessoa" que podem sofrer o trauma da diferença, dentre os quais destaca:
(1) aqueles que migraram para uma área completamente diferente na pós-graduação; (2) os que retornaram à academia depois de um longo tempo; (3) os alunos de origem menos privilegiada; (4) ou que têm a autoestima baixa ou são tímidos. Há uma grande chance destas pessoas serem trituradas por não dominarem o ethos local e tachadas de "fracas".
Neste contexto, onde nem todos estão familiarizados com a cultura do homo academicus e seu conhecimento erudito, abordados por Bourdieu (1998/2011) ao retratar o campo acadêmico e suas disputas por pertencimento e hierarquia, conseguir ingressar na pós-graduação, por si só, não significa a inclusão destes alunos no campo; pelo contrário, cria um fenômeno denominado pelo autor de "excluídos do interior" (Bourdieu, 1998/2012, p. 56).
Por isso, enquanto para alguns o stricto sensu constitui momento de acentuada alegria e satisfação pessoal e profissional, para outros a experiência apresenta-se como um fator risco entendido neste trabalho como "obstáculos individuais ou ambientais que podem aumentar a vulnerabilidade das pessoas" (Juliano & Yunes, 2014, p. 40). Neste contexto, experiências relacionais de Apadrinhamento Positivo2, como a desenvolvida por discentes de uma universidade do Sul do Brasil, merecem destaque, socialização e o devido embasamento teórico para compreender a prática.
O objetivo deste trabalho - com ênfase especial nas questões relacionais - é narrar as experiências de acolhimento, formação de vínculos, exercício de docência e orientação alcançados com o Seminário Integrador promovido pelas turmas do mestrado em educação de uma Universidade no Sul do Brasil. A partir de uma confraternização promovida pelo grupo, no início do ano letivo, os alunos ingressantes ganham "madrinhas" e "padrinhos" para auxiliá-los nos desafios da pós-graduação. Ao longo deste texto, descreve-se esta experiência, batizada pelas autoras de "Apadrinhamento Positivo" tendo por base a Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano, desenvolvida pelo autor Urie Bronfenbrenner (1917-2005).
Desta maneira, nas páginas que seguem, é realizada uma breve introdução à teoria do referido autor, bem como a contextualização da pesquisa. Na sequência, é possível estabelecer uma relação entre o que diz Bronfenbrenner a respeito da formação dos novos papéis em uma atividade - principalmente com relação às expectativas - e a experiência vivida por uma das autoras, enquanto discente de um curso de pós-graduação stricto sensu. Posteriormente, há referência ao estabelecimento das díades (relações) como uma técnica eficaz e descreve-se as propriedades das interações, bem como as estruturas interpessoais, segundo Bronfenbrenner (1979/1996).
Mostra-se, ainda, que a experiência do apadrinhamento utilizada no Seminário Integrador é extremamente acertada enquanto díade promotora de desenvolvimento. Por último, o texto apresenta os processos proximais como promotores de resiliência e, consequentemente, de maior produtividade e qualidade, já que, na concepção produtivista de educação, "determinado Programa é muito produtivo porque produz muito; outro é pouco produtivo, pois produz pouco; um terceiro é muito pouco produtivo porque produz muito pouco, e assim sucessivamente" (Saviani, 2010, p. 46). A partir das reflexões, aponta-se a possibilidade do Apadrinhamento Positivo constituir uma tecnologia social para a permanência saudável dos alunos na pós-graduação.
MÉTODO
O trabalho decorre de uma pesquisa qualitativa, com objetivo descritivo e do tipo estudo de caso, em termos de Gil (1987/2008) no qual é relatada a experiência de uma das autoras na condição de discente do Programa de Pós-graduação de uma universidade comunitária do Sul do Brasil. A opção por esta abordagem metodológica se deve ao fato de que ela permite, dentro de uma de suas modalidades, focalizar "apenas uma unidade: um indivíduo" (Mazzotti, 2006, p. 640). A mesma autora recomenda o estudo de caso como estratégia de pesquisa justamente quando há o interesse por eventos individuais. Assim, a pesquisa conduzida com a referida discente/autora e posteriormente relatada junto às reflexões teóricas deste trabalho, justifica-se "porque se acredita que seu estudo permitirá melhor compreensão, ou mesmo melhor teorização, sobre um conjunto ainda maior de casos" (Mazzotti, 2006, p. 642), que é o universo de alunos dos PPGs stricto sensu em todo o Brasil. Em uma época na qual repetidamente ouve-se falar em concepção produtivista de educação3 (Saviani, 2010, p. 47), "a exigência de produtividade dificulta a realização da qualidade e a ênfase na qualidade parece não se enquadrar nos critérios correntes de mensuração da produtividade". Este dilema, como se refere Saviani (2010) ao fenômeno, acaba gerando alto grau de estresse individual e coletivo, contagiando indiscriminadamente aos discentes e docentes.
O modelo teórico-metodológico da pesquisa segue o arcabouço teórico ecológico desenvolvido por Bronfenbrenner (1979/1996; Koller, 2011; Yunes, 2003), tomando por enfoque os seguintes conceitos: processos relacionais (principalmente), redes de apoio, resiliência, interação e ambiente. Neste sentido, para uma maior validade ecológica, buscou-se examinar os fatos no ambiente natural do sujeito, como recomendado por Bronfenbrenner (1979/1996, 2005/2011) e não em um ambiente fora do contexto, restrito e estático. Assim, visou-se a análise da realidade de maneira abrangente, tal como foi vivenciada e percebida pela autora/discente no contexto em que ocorreu o Seminário Integrador.
Despretensiosamente, portanto, a presente investigação almeja contribuir com a discussão a respeito de uma inquietante questão: as relações proximais nos PPGs. Poderia o seu desenvolvimento estar atrelado a uma maior produtividade discente e docente? Dito de outra maneira, simplificada ao extremo: PPGs mais humanizados e com alunos e professores mais unidos e felizes poderiam ser mais produtivos?
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a análise dos resultados da pesquisa, bem como a realização da discussão deles, optou-se por realizá-las à luz da teoria, de forma a obter maior sustentação às argumentações que passam a ser tecidas. Devido a isso, foram construídos subtópicos na sequência, com o objetivo de aproximar o leitor dos conceitos da bioecologia do desenvolvimento humano e, desta maneira, realizar a respectiva fundamentação dos achados da pesquisa.
A Teoria ecológico-sistêmica - aproximações contextuais
Urie Bronfenbrenner foi um psicólogo, grande pensador, conhecido como "ecologista humano" (Yunes & Juliano, 2010). Desde a infância o autor pôde observar e compreender as nuances do comportamento humano, pois cresceu nas instalações de uma instituição psiquiátrica, na qual seu pai era neuropatologista. No prefácio de seu livro mais famoso, A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados, Bronfenbrenner (1979/1996) conta como essas vivências e os interesses do pai pela zoologia seriam fundamentais para que o jovem Urie abrisse seus olhos "pouco observadores para o funcionamento da natureza, apontando a interdependência funcional entre os organismos vivos e seu ambiente" (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 8).
Desta percepção de interdependência entre organismos e ambiente, constitui-se o paradigma ecológico do desenvolvimento humano, no qual "a pessoa em desenvolvimento molda-se, muda e recria o meio no qual se encontra" (Yunes & Juliano, 2010, p.354) através de um processo de mútua interação caracterizado pela reciprocidade. Ou seja, desenvolvimento humano é um processo contínuo no qual pessoa e ambiente transformam-se de maneira recíproca. A Teoria dos Sistemas Ecológicos do Desenvolvimento Humano, desenvolvida pelo autor, supõe um dos conceitos mais emergentes e aceitos da Psicologia evolutiva atual. Sua repercussão se deve, essencialmente, devido à apresentação de rigor científico e validade ecológica que leva em conta, principalmente, pesquisas em ambientes naturais do sujeito, como é o caso dessa, aqui descrita, neste texto.
Bronfenbrenner formulou sua teoria de desenvolvimento humano na década de 1970, expondo ao campo científico importantes premissas para a condução de pesquisas em ambientes naturais. Em contrapartida, seus estudos remetiam uma séria crítica ao modo tradicional de como se estudava o desenvolvimento humano, referindo-se, entre outras coisas, à grande quantidade de investigações inconclusas e pesquisas acerca do desenvolvimento "fora do contexto", pois focavam somente a pessoa em desenvolvimento dentro de um ambiente restrito e estático. Em sua obra, encontra-se o que o autor denominou de processos proximais, que pode ser entendido também como relações promotoras de desenvolvimento entre um ser humano e outro em determinado contexto e espaço de tempo. Embora o desenvolvimento humano seja, de acordo com o autor, individual e único, ele necessita da interação com o outro para tornar-se mobilizador. Esse desenvolvimento humano se refere também a grupos sociais num determinado espaço de tempo e contextos, como catalizador de mudança. Contudo, são necessárias certas características para que esse desenvolvimento se constitua positivo ou limitante, ou seja, uma relação estável e contínua pode ser considerada o principal elemento que favorecerá o desenvolvimento.
Assim, na Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano proposta por Bronfenbrenner, o desenvolvimento consiste em um processo recíproco, resultante da interação dos vários sistemas que o compõem. Essa perspectiva foi fortalecida em 1995, quando ele apresentou o conceito de processos proximais, que caracterizam-se pelo estabelecimento de uma interação recíproca, progressivamente mais complexa, entre um indivíduo e as pessoas do seu ambiente imediato, em que ambos se estimulam mutuamente. Bronfenbrenner (2005, 2011) propõe que os processos proximais sejam considerados efetivos, quando ocorrerem numa base regular e em vários períodos. Eles devem ter significado para a pessoa em desenvolvimento. O estabelecimento dos processos proximais mobiliza as características individuais da pessoa em desenvolvimento, do ambiente no qual está inserida e do tempo em que os processos proximais ocorrem. Nessa perspectiva, o conceito de que a presença de uma figura estável estimula a relação ao longo do tempo, é de suma importância e é essencial que haja reciprocidade para que os processos proximais sejam efetivos.
Após esta breve apresentação da teoria ecológico-sistêmica de Urie Bronfenbrenner, acredita-se que foi possível situar o leitor a fim de apontar-lhe a perspectiva desde a qual as autoras deste estudo pretendem analisar os processos proximais desenvolvidos em um PPG em uma universidade comunitária do Sul do Brasil por intermédio de uma prática - já tradicional naquela instituição de Ensino Superior - denominada Seminário Integrador. A proposta desta investigação, portanto, consiste em analisar os processos proximais desenvolvidos por meio da experiência Seminário Integrador no PPG da universidade cenário de nossa pesquisa, pelo viés da teoria ecológico-sistêmica de Urie Bronfenbrenner.
A formação dos novos papéis
Ainda a título de contextualização da teoria ecológico-sistêmica, outro aspecto destacado por Bronfenbrenner (1979/1996, 2005/2011) é que cada uma das estruturas está subdividida, quanto ao espaço, em: micro, meso, exo e macrossistema. A abordagem ecológica privilegia estudos em desenvolvimento de forma contextualizada e em ambientes naturais, diferentemente de experiências em laboratório, visando a análise da realidade de forma abrangente, tal como é vivida e percebida pelo ser humano no contexto em que habita, não se limitando apenas a um ambiente único e imediato. Para esse conjunto de estruturas, o autor faz relação ao jogo de bonecas russas encaixadas uma dentro da outra e que interferem mutuamente entre si.
O microssistema se refere aos ambientes tais como a casa, a creche ou a escola em que a pessoa é envolvida em interações face a face, as conexões entre os sujeitos presentes no ambiente, à natureza desses ambientes e à sua influência direta e indireta em relação à pessoa em desenvolvimento. O mesossistema diz respeito às inter-relações entre dois ou mais ambientes nos quais uma pessoa participa ativamente, podendo ser formado ou ampliado sempre que ela passe a fazer parte de novos ambientes. Em alguns casos, por exemplo, esse sistema inclui as relações que uma criança mantém em casa, na escola, no clube e com amigos da vizinhança; em outros, apenas as relações exclusivamente familiares e com membros da igreja da qual sua família faz parte. No exosssistema, ao contrário do mesossistema, a pessoa em desenvolvimento não é participante ativa, mas aí podem ocorrer eventos que a afetem, ou vice-versa. Podem ser por exemplo: o local de trabalho dos pais, a escola do irmão ou a rede de amigos dos pais. O macrossistema envolve todos os outros ambientes, formando uma rede de interconexões que se diferenciam de uma cultura para outra. Neste caso, pode-se dar como exemplo, a estrutura política e cultural de uma família brasileira de classe média, muito diferente de um grupo familiar de operários chineses.
Dito isso, e voltando à reflexão acerca dos papéis, segundo Bronfenbrenner (1979/1996, p. 69), a expectativa perante um papel representa "como a pessoa daquela posição deve agir e como os outros devem agir em relação a ela". Com isso, o autor quer dizer que, normalmente, as pessoas reagem de acordo com aquilo que elas pensam que se espera delas em determinada situação:
A colocação de uma pessoa num papel tende a evocar percepções, atividades e padrões de relação interpessoal consistentes com as expectativas associadas àquele papel, na medida em que se referem tanto ao comportamento da pessoa ocupante do papel quanto dos outros dos outros em relação àquela pessoa (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 74).
No primeiro dia de aulas da discente/autora no stricto sensu na universidade comunitária alvo da pesquisa, aconteceu o Seminário Integrador. Esta atividade, como já é costume na instituição, leva um dia inteiro, mas no turno da manhã, ou seja, no primeiro momento, é conduzido pelos egressos e não pelos docentes. São os alunos mais experientes que recepcionam os calouros com uma apresentação artística descontraída, em forma de um pequeno sarau. Por meio de uma dinâmica, acontece a formação de duplas entre os dois grupos - um novo e um egresso -, entre as quais se estabelece um pacto de apadrinhamento: o "padrinho" ou "madrinha" troca com o (a) "afilhado (a)" fontes de comunicação (e-mail, telefone, etc.) para oferecer e prestar apoio durante o mestrado em caso de dúvidas, receios e também para produção acadêmica conjunta. Em um clima bastante descontraído, são apresentados os projetos por parte dos egressos em forma de seminário, respondendo aos questionamentos dos novos, que à continuação também falam de suas intenções de pesquisa.
Tendo em mente a questão levantada por Bronfenbrenner (1979/1996, p. 79): "podem ser criados papéis que provoquem orientações construtivas em vez de extremos de autoritarismo, submissão e desorganização psicológica?", é possível inferir que, se o ambiente no qual a pessoa é recebida se apresenta acolhedor e receptivo, ela também reagirá de maneira tranquila e confiante, pois
é a inserção dos papeis nesse contexto mais amplo que lhes dá o poder especial de influenciar - e inclusive compelir - a maneira pela qual a pessoa se comporta numa determinada situação, as atividades nas quais ela se engaja e as relações que se tornam estabelecidas entre aquela pessoa e as outras presentes no ambiente (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 69).
Neste sentido, merece registro a experiência da discente/autora que, ao chegar sua vez de auxiliar no preparo do Seminário Integrador para a nova turma, teve que assimilar um novo papel: o de egressa. Ainda que naquele momento ainda não tivesse defendido o trabalho final, o termo "egresso" passou a soar como um pré-título, carregado de sentido, no qual se incorporavam qualidades e sentimentos em uma tripla via dentro do mesossistema: a) desde si mesmo: satisfação e maior segurança; b) de parte dos calouros: admiração e respeito; c) de parte dos professores: orgulho e sensação de dever cumprido.
Mais uma vez, portanto, o comportamento e, inclusive, o engajamento nas atividades a serem desempenhadas, como há pouco foi dito com Bronfenbrenner (1979, 1996), estavam sendo influenciados pelo ambiente.
O estabelecimento das díades - uma técnica eficaz
Neste momento, primeiramente é necessário esclarecer ao leitor o que é uma díade e quais são os tipos de díades que se podem estabelecer. Segundo Bronfenbrenner (1979/1996, p. 46), uma díade é uma interação entre duas pessoas, ou seja, "é formada sempre que duas pessoas prestam atenção nas atividades uma da outra ou delas participam". Ainda segundo o autor, somente a título de complementação, a díade é importante para o desenvolvimento humano devido, principalmente, a dois aspectos: "Primeiro, ela por si só constitui um contexto crítico para o desenvolvimento. Segundo, ela serve como o bloco condutor básico do microssistema, possibilitando a formação de estruturas interpessoais maiores - tríades, tétrades e assim por diante" (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 46).
Ainda com relação ao potencial para promover o desenvolvimento, as díades podem ser de três tipos: a) Observacionais - quando um sujeito presta especial atenção à atividade do outro, que reconhece a demonstração desse interesse; b) De atividade conjunta - a (s) atividade (s) é (são) realizada (s) em conjunto, mas ambos não precisam estar necessariamente fazendo a mesma coisa, porém, podem estar se complementando; c) Primária - ela continua existindo, ainda que os sujeitos não estão juntos, porque um pensa no outro e se influenciam mutuamente no comportamento. Como elementos e/ou propriedades das interações, Bronfrenbrenner (1979/1996) nomeia três ingredientes: a reciprocidade ou feedback mútuo, com um poderoso efeito, posto que os padrões de interação tendem a aumentar e a pessoa passa a desenvolver sozinha a atividade que antes somente conseguia desempenhar em díade; o equilíbrio do poder, posto que, mesmo na reciprocidade, sempre poderá haver um mais influente que o outro, podendo esta influência alternar-se de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um; c) a relação afetiva, que permite o desenvolvimento de sentimentos mais ou menos pronunciados conforme interagem. Com relação a este último item, Bronfenbrenner (1979/1996) esclarece que os ambientes poderão ser: mutuamente positivos (ambos têm sentimentos positivos) - estes são os ambientes mais propícios ao desenvolvimento -; negativos (ambos têm sentimentos negativos); e assimétricos (somente têm sentimentos positivos).
Desta maneira, é possível perceber que a técnica do apadrinhamento, aqui denominada de Apadrinhamento Positivo, é extremamente eficaz enquanto díade promotora de desenvolvimento, uma vez que passa por todas as fases previstas por Bronfenbrenner (1979/1996): a) observacional (o/a afilhado/a observa a apresentação do padrinho/ da madrinha e faz eventuais intervenções); b) Atividade conjunta (enquanto o padrinho / a madrinha fala das atribuições do pós-graduando, o/a afilhado/a intervém com sugestões e ideias); c) Primária (o/a afilhado/a pensa no padrinho/ na madrinha enquanto escreve um artigo ou elabora seu projeto).
A Figura 1 ilustra o que se acaba de referir.
Além disso, a estratégia do Apadrinhamento Positivo carrega todos os elementos e/ou propriedades das interações, com os ingredientes nomeados por Bronfrenbrenner (1979/1996):
a) Reciprocidade ou feedback mútuo: no início há grande interação entre o padrinho / a madrinha e o (a) afilhado (a), mas com o tempo há o desenvolvimento da autonomia e, como por exemplo na escrita de um artigo, a pessoa passa a desenvolver sozinha a atividade que antes somente conseguia desempenhar em díade;
b) O equilíbrio do poder: o calouro passa a se desenvolver e há a alternância da influência, já que no final do curso este se prepara para a troca de papéis, passando a ser o egresso;
c) A relação afetiva: normalmente há o desenvolvimento de sentimentos bastante pronunciados conforme interagem, com parcerias de escrita, de viagens para participação em eventos, que acabam perpassando a época do stricto sensu, conforme percebemos.
As díades, portanto, promovem desenvolvimento e a técnica do Apadrinhamento Positivo utilizada no Seminário Integrador tem se mostrado bastante eficaz neste sentido. Indo mais além, pode-se perceber este desenvolvimento na média de produções do grupo, que se mostrou muito boa, principalmente na participação em eventos, mas também na submissão de artigos a periódicos e, consequente publicação; e publicação das dissertações em forma de livros e capítulos de livros. Ainda que não se tenha um estudo quantitativo a este respeito, é possível inferir que as díades, que com o passar do tempo foram se transformando em tríades e tétrades, como sugere Bronfenbrenner (1979/1996), colaboram com o desenvolvimento do PPG como um todo, aumentando sua produtividade e qualidade.
Os processos proximais como promotores de resiliência
A teoria de Bronfenbrenner apresenta também uma definição que ele aborda como "processos proximais", ou "formas particulares de interação entre organismo e ambiente, que produzem o desenvolvimento humano" (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 49). Este modelo é constituído de quatro aspectos: Pessoa, Processo, Contexto e Tempo (PPCT). Elucidando cada termo, de acordo com o autor, tem-se o seguinte panorama:
a) Pessoa: representa as características individuais, suas convicções, temperamento, as metas e motivações, as mudanças na vida no decorrer da existência e, inclusive, características como gênero ou cor da pele, que podem influenciar na maneira pela qual outros a percebem;
b) Processo: está relacionado com os papéis e atividades diárias do indivíduo, sua participação e interação com pessoas, objetos e símbolos em determinados períodos e espaços de tempo;
c) Contexto: refere-se ao meio ambiente global em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os processos, podendo ser subdividido em vários subambientes, como os mais imediatos nos quais a pessoa vive, ou os mais remotos, onde a pessoa nunca esteve, mas que podem influenciar o desenvolvimento humano;
d) Tempo: representa os eventos vivenciados pelo indivíduo no decorrer do tempo e que podem alterar o curso de desenvolvimento humano, tanto para a pessoa, individualmente, quanto para os grupos e segmentos grandes da população em que ela está inserida direta ou indiretamente.
Além disso, Bronfenbrenner (1979/1996) aponta que nenhum desses aspectos pode existir ou exercer influência com relação ao desenvolvimento da pessoa isoladamente, pois há ainda a ingerência dos processos proximais, que nada mais são do que as reações do contexto social que podem impulsionar ou retardar a operação do PPCT. Daí a importância que o autor outorga aos processos proximais, às relações de reciprocidade entre as pessoas, processos progressivos de interação duradoura. Para que sejam efetivos, a atividade tem que acontecer em uma base bastante regular, num período estendido de tempo. Os processos de desenvolvimento proximal efetivos não são unidirecionais; deve haver influência em ambas as direções. Deve haver algum grau de reciprocidade na troca.
É principalmente na sistematização do parágrafo anterior da teoria de Urie Bronfenbrenner que se pode apoiar a ideia de que as díades oportunizadas pelo Apadrinhamento Positivo do Seminário Integrador, que acabam evoluindo para tríades e tétrades, fortalecem os processos proximais. Além disso, a premissa básica e mais importante, segundo Bronfenbrenner (1979/1996) é que, se um dos membros do par passar por um processo de desenvolvimento, estará contribuindo para a ocorrência do mesmo processo no outro, podendo contribuir para a formação de outras estruturas interpessoais maiores, incluindo mais de duas pessoas. Ou seja, o que um membro faz, influencia o outro e vice-versa, e podem ocorrer simultaneamente ou separadamente, exercendo poderosa influência na aprendizagem e no desenvolvimento. Assim, como antes referido, o calouro aos poucos deixa de ser calouro e se prepara para ser egresso também; o egresso, por sua vez, não se sente completamente desligado do seu afilhado (a) e tampouco do PPG, o que em termos de produção é excelente para o Programa. Neste sentido, em dezembro de 2015 a universidade lançou I Encontro de Autores do Mestrado em Educação - evento anual4 -, momento cultural com o lançamento das obras de seus egressos e docentes, incentivando também os futuros autores.
Bronfenbrenner (1979/1996) não enfatiza somente os processos psicológicos como percepção, motivação, pensamento ou aprendizagem, mas também o conteúdo desses processos e inclusive como é percebido pela pessoa, o que é temido, pensado ou adquirido como conhecimento. Ademais, chama a atenção a respeito de como a natureza desse material psicológico pode ser alterada em função da exposição e interação do ser humano em desenvolvimento com o seu meio ambiente, e que mudanças podem influenciar a maneira pela qual uma pessoa percebe e lida com o seu ambiente. Neste sentido, como assinalado no início deste trabalho, todos sabem que o universo acadêmico em tempos de produtivismo pode representar um ambiente hostil. Segundo Oliveira e Almeida (2009, p. 158) "A era da informação, por sua vez, também conhecida como 'era pós-industrial' (início da década de 1990 até a atualidade), tem como característica mais marcante a velocidade e imprevisibilidade com que as mudanças estão ocorrendo". Todos estes fatores geram estresse, desconforto e um sentimento de desorientação dos mapas, apontado por Sousa Santos (1998/2002).
Contudo, por intermédio dos processos proximais, estabelecendo díades, é possível alcançar desenvolvimento mediante um facilitador importante: a resiliência. Esta, entendida aqui em termos de Yunes e Szymanski (2001) como a capacidade de superar adversidades. A Figura 2 traz o esquema desse processo.
Assim, acredita-se que o conceito de resiliência se apresenta necessário à vida acadêmica em tempos de "corrida ao Lattes". Neste universo, a contribuição dos processos proximais para a construção desta habilidade pode ser facilitada enormemente por meio de experiências como o Apadrinhamento Positivo, desenvolvido no Seminário Integrador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Teoria da Bioecologia do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner oferece uma palavra-chave que perpassou, ainda que instintivamente, e não declaradamente, todo o presente estudo: interação. Díades, tríades, tétrades, processos proximais são conceitos aos quais aproximou-se o leitor, como um viés interacional para relatar e analisar a técnica do Apadrinhamento Positivo no Seminário Integrador, desenvolvida já há alguns anos em uma universidade comunitária no Sul do Brasil, experiência da qual uma das autoras deste trabalho tomou parte e pôde comprovar seus exitosos resultados.
Batizou-se a experiência hora narrada de Apadrinhamento Positivo, pois, bem como a Psicologia Positiva e os conceitos da bioecologia do desenvolvimento humano, essa prática busca ressaltar os aspectos saudáveis e positivos do comportamento humano, tendo por enfoque os processos interacionais e o desenvolvimento sociocultural decorrentes da vida acadêmica. Como dito mais de uma vez, o ingresso na pós-graduação tende a ser solitário e, por vezes, pouco saudável.
A experiência aqui narrada, portanto, apresenta-se como uma alternativa para romper com essa perspectiva negativa do universo acadêmico. A construção e o fortalecimento de competências que auxiliem os discentes a passarem por essa complexa e, muitas vezes, solitária etapa da vida requer o uso de um viés teórico-epistemológico de uma ciência que focalize potencialidades e qualidades humanas (Yunes, 2003), tal qual o proposto por Bronfenbrenner e, também, pelos adeptos da Psicologia Positiva.
Os resultados dessa experiência podem ser classificados em dois grandes grupos: pessoais e acadêmicos. Os primeiros referem-se à constatação, de parte dos docentes, das turmas envolvidas e dos sujeitos individualmente, percebendo ser mais tranquila a caminhada no stricto sensu quando se tem um parceiro (a); academicamente, está a produtividade e a qualidade das produções, com grande participação em eventos, boa publicação em periódicos e inclusive livros publicados por egressos e alunos desse PPG.
Segundo Oliveira e Almeida (2009), estamos em uma época que exige apresentação de resultados a curto prazo. Por outro lado, Saviani (2010, p. 47) constata que os PPGs se encontram ante um dilema: a produtividade e a qualidade, "mas não sabemos como articulá-los nem qual o peso específico que cada um deles deve ter no referido processo". Esta corrida, este dilema, este produtivismo causa estresse, angústia. E para reverter o quadro, Yunes e Szymanski (2001) nomeiam como "resiliência" a capacidade de acreditar que é possível superar os obstáculos.
De acordo com Bronfenbrenner (1979/1996, p. 5), desenvolvimento humano é o processo por intermédio do qual a pessoa em desenvolvimento adquire uma concepção mais ampla, "diferenciada e válida do meio ambiente ecológico, e se torna mais motivada e mais capaz de se envolver em atividades que revelam suas propriedades, sustentam ou restituam aquele ambiente em níveis de complexidade semelhante ou maior de forma e conteúdo". Estabelecendo díades, tríades e tétrades por meio dos processos proximais em experiências como o Apadrinhamento Positivo do Seminário Integrador provavelmente se estará levantando uma nova hipótese: seriam os PPGs mais humanos também mais produtivos e com mais qualidade? Se a corrida ao Lattes é inevitável, que possamos construir juntos a resiliência necessária, saindo do isolamento e passando a tornar o espaço acadêmico mais humano e mais acolhedor.
Como questiona Brandão (1981, p. 10), "Para o quê serve o conhecimento social que a minha ciência acumula com a participação do meu trabalho? Para quem, afinal?". Ou, como diria Santos (2010), quem se beneficia de nossas pesquisas? Dessa forma, como antes referido, este trabalho pretende, modestamente, disseminar uma prática humanizadora que tem trazido bons resultados a um PPG de uma universidade do Sul do Brasil, vista sob o viés da teoria bioecologia do desenvolvimento humano. Por outro lado, abre caminho para uma nova linha de investigação: que estratégias têm utilizado os PPGs mais produtivos? Quem são eles? Como são? Talvez assim possamos, mais do que reclamar, ou ver nossos colegas enquanto rivais ou concorrentes, buscar soluções interativamente, para as inquietações deste período de concepção produtivista da educação.
REFERÊNCIAS
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Recebido: 03 de fevereiro de 2017
Aprovado: 10 de novembro de 2019
1 Matéria publicada na versão online em 24/02/2016. Disponível em www.cartacapital.com.br/sociedade/precisamos-falar-sobre-a-vaidade-na-vida-academica. Acesso em 10.06.2016.
2 A denominação é nossa, tendo como base os conceitos da Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano, desenvolvida por Urie Bronfenbrenner (Bronfenbrenner, 1979/1996; 2005/2011; Koller, 2011, Yunes, 2003).
3 "É possível, com efeito, encontrar traços dessa tendência no Parecer 977/65, que conceituou a pós-graduação, assim como no Parecer 77/69, que regulamentou a sua implantação, ambos de autoria de Newton Sucupira" (Saviani, 2010, p. 40).
4 O II Encontro ocorreu em setembro de 2016, confirmando sua periodicidade anual.