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Boletim - Academia Paulista de Psicologia
versão impressa ISSN 1415-711X
Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.35 no.88 São Paulo jan. 2015
TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASOS
Cyberbullying: do virtual ao psicológico
Cyberbullying: the virtual to psychological area
Cyberbullying: de lo virtual al psicológico
Fernando Cesar de Castro Schreiber1; Maria Cristina Antunes2
Universidade Tuiuti do Paraná
RESUMO
Atualmente, é comum em todo o mundo nos depararmos com manchetes nos meios de comunicação sobre diversos tipos de violência no âmbito escolar, tais como: ameaças feitas por alunos a professores, depredações a patrimônios da escola, ofensas e agressões entre estudantes, inclusive com graves consequências. Dentro desse cenário, iniciam estudos entre violência entre pares com o intuito de excluir o outro, conceituado como bullying. Sobre a influência do rápido desenvolvimento das tecnologias de comunicação e suas implantações no meio social, esse tipo de violência passa a se estender para fora do ambiente escolar, através das redes sociais e aparelhos de comunicação digital, dando espaço para um novo tipo de agressão, o Cyberbullying. O fenômeno é conceituado como bullying através do uso de informações verbais e de tecnologias de informação, como e-mail, celular, aparelhos e programas de envio de mensagens instantâneas e sites pessoais, porem, por mais que exista uma proximidade e uma coexistência dos dois fenômenos, há alguns aspectos que permitem diferenciar bullying de cyberbullying, principalmente no que refere ao seu início e as consequências que ambos têm. O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura, que apresente as principais diferenças entre bullying e cyberbullying a fim de embasar teoricamente esse novo tipo de violência, podendo, assim, contribuir, cientificamente, para melhor compreensão desse fenômeno e instigar futuros projetos e pesquisas sobre esse tema.
Palavras-Chave: Cyberbullying, Bullying, Bullying Virtual.
ABSTRACT
Currently it is common throughout the world to find in the media a lot of headlines about various types of violence in the school, such as threats by students to teachers, the depredations heritage school, insults and aggressions among students, including serious consequences. Within this scenario, studies were initiated on a specific type of violence that is intended to exclude the other, conceptualized as bullying. Under creating the influence of the rapid development of communication technologies and their implementation in the social environment, this kind of violence began to extend outside of the school environment, through social networks and digital communication devices, a new kind of violence, the Cyberbullying. The phenomenon is conceptualized as bullying through the use of information and information technologies, such as email, phone, appliances and instant messaging programs and personal sites, however, even though there is a closeness and a coexistence of the two phenomena, there are some aspects that can be found that differentiate bullying from cyberbullying, especially with regard to its beginning and consequences that both have. This paper aims to conduct a literature review in which we present the main differences between bullying and cyberbullying in order to explain theoretically this new type of violence, and may thus contribute to a better scientific understanding of this phenomenon and instigate future projects and research on this topic.
Keywords: Cyberbullying, Bullying, Virtual Bullying.
RESUMEN
Actualmente es común en todo el mundo encontrar titulares en los medios de comunicación acerca de los diversos tipos de violencia en la escuela, tales como: amenazas hechas por los estudiantes para maestros, depredaciones a patrimonios en las escuelas, insultos y agresiones entre los estudiantes con consecuencias graves. En este escenario, se iniciaron estudios sobre la violencia entre pares con el fin de excluir al otro, conceptualizado como bullying. Sobre la influencia del rápido desarrollo de las tecnologías de la comunicación y su aplicación en el entorno social, este tipo de violencia se extiende fuera del entorno escolar, a través de las redes sociales y dispositivos de comunicación digitales, dando lugar a un nuevo tipo de agresión, el acoso cibernético (Cyberbullying). El fenómeno se conceptualiza como bullying a través del uso de tecnologías de la información, tales como correo electrónico, móvil, y de programas de mensajería instantánea y sites personales, sin embargo, por más que exista una cercanía y la coexistencia de los dos fenómenos, hay algunos aspectos que permiten diferenciar entre el bullying y el cyberbullying, especialmente en cuanto a su inicio y las consecuencias que ambos tienen. Este artículo tiene como objetivo llevar a cabo una revisión de la literatura que muestre las principales diferencias entre el bullying y cyberbullying, con el objetivo de darle basamento teórico a este nuevo tipo de violencia, contribuyendo científicamente a comprender mejor este fenómeno e estimular proyectos futuros y la investigación sobre este tema.
Palabras clave: Cyberbullying, Bullying, Bullying Virtual.
I. Introdução
Atualmente é extremamente comum em todo o mundo nos depararmos com manchetes nos meios de comunicação sobre diversos tipos de violência no âmbito escolar, tais como: ameaças feitas por alunos a professores, depredações a patrimônios da escola, ofensas e agressões entre estudantes, inclusive com graves consequências. Uma pesquisa sobre Bullying no ambiente escolar (Brasil, 2010) descreveu as situações de maus-tratos nas relações entre estudantes em cinco regiões do País. Participaram do estudo 5.168 alunos dos ensinos fundamental e médio, da rede pública e particular, e 70% da amostra afirmaram ter presenciado cenas de agressões entre colegas, enquanto que 30% deles declararam ter vivenciado ao menos uma situação de violência no mesmo período de ensino.
Dentro desse cenário, sobre a influência do rápido desenvolvimento das tecnologias de comunicação e suas implantações no meio social, esse tipo de violência passou a se estender para fora do ambiente escolar, através das redes sociais e aparelhos de comunicação digital. Um dos pioneiros a falar sobre esse tipo de violência é Belsey (2004), denominando-o de cyberbullying, que é o uso de informações e de tecnologias de comunicação - como e-mail, celular, aparelhos e programas de envio de mensagens instantâneas e sites pessoais - com o objetivo de difamar ou apoiar de forma deliberada comportamentos, seja de indivíduo ou grupo, que firam de alguma forma outros tantos.
Partindo deste cenário, vale destacar o mapeamento realizado pelo CGI (2012) com jovens e pais de todas as regiões do Brasil, sobre como as crianças e adolescentes estão utilizando a internet. A pesquisa mostrou que 70% dos jovens, entre 9 e 16 anos, têm perfis em redes sociais e 68% usam a internet para "navegar" nessas em redes sociais. Entre as crianças de 9 a 10 anos, esse valor abrange 44% do total. Já entre pré-adolescentes de 11 e 12 anos, o percentual de usuários de redes sociais chega a 71%.
Estudos mostram que nos EUA, Europa e Austrália, de 10% a 35% dos jovens já reportaram ter sofrido cyberbullying. Sendo que desses, de 10% a 20% - variando entre os países - já assumiram ter cometido o mesmo ato. As pesquisas internacionais apresentadas por Li, Cross & Smith (2012) mostram também que os efeitos do bullying virtual são tão graves quanto o do bullying presencial. As vítimas sofrem de tensão crescente, propensão maior de abuso de drogas e de cometer suicídio. Apresentam, ainda, probabilidade de sofrer de depressão, sendo que os agressores também enfrentam esse problema.
O estudo da ONG Plan Brasil indica que 16,8% dos respondentes foram vítimas de cyberbullying, 17,7% foram praticantes e 3,5% são vítimas e praticantes. Essas pesquisas mostram como hoje o problema da violência escolar está se tornando um desafio social, no entanto, vale destacar também, que esse tipo de violência não é uma exclusividade das escolas, mas sim um problema que atinge diversos espaços da sociedade atual. (Brasil, 2010).
Frente a este contexto, buscou-se, no presente artigo, realizar um levantamento bibliográfico em periódicos, artigos, teses e dissertações, apresentando o conceito, as características do cyberbullying, suas diferenças e semelhanças com o fenômeno bullying e as possíveis consequências psicológicas que podem afetar não só as vítimas, mas também em todos os protagonistas deste tipo de agressão. Sem pretensão de esgotar o tema espera-se que a pesquisa possa colaborar com profissionais da educacional e da saúde na compreensão desse fenômeno bem como instigar a criação de espaços para debates sobre a problemática e possíveis ações de prevenção que venham contribuir na socialização entre os jovens, amenizando assim as consequências desse fenômeno, como transtornos psíquicos e/ou comportamentais.
I.1 Do bullying ao "cyberbullying"
I.1.1 Bullying-
De acordo com Lopes Neto (2005), a violência é um problema de saúde pública, importante e crescente no mundo, com sérias consequências individuais e sociais. Nesse contexto, um tipo identificado de violência no ambiente escolar é o bullying, que pode ser definido como uma violência, que pode começar de maneira não intencional, resultando na vitimização de um jovem que sofre maustratos sistemáticos por um agressor e reforçadores desta agressão. (Wendt, Campos e Lisboa, 2010). O termo bullying é utilizado muito para o contexto escolar, no entanto, vale ressaltar que a lógica fundamental do fenômeno- mais forte explorando mais fraco- pode ocorrer em qualquer espaço social com caráter coletivo, por isso encontramos artigos internacionais como de Adams, Beasley, e Rayner, (1997) tratando de bullying no ambiente de trabalho, ou bullying familiar.
O termo bullying, segundo Lopes Neto (2005), tem denominação inglesa, e surgiu na década de 1970, na Noruega. A adoção universal do termo foi decorrente da dificuldade em traduzi-lo para diversas línguas. Wendt, Campos e Lisboa (2010) mostram que Bully, em inglês, quer dizer "valentão", e se origina do vocábulo Bull (touro). Assim, a palavra bullying, em geral, é traduzida por "intimidação" ou às vezes também por "humilhação". Estas traduções e palavras não são apropriadas, pois reduzem o fenômeno a apenas algumas de suas formas de manifestação e/ou consequências. Por isso, a palavra "bullying", mesmo sendo um estrangeirismo e criticada por profissionais, é adotada, sem tradução, ou por não haver equivalentes no idioma português.
Os primeiros estudos sobre bullying foram realizados por Dan Olweus, da Universidade de Bergen - Noruega. Em 1982, após notícia referente ao suicídio de três adolescentes, com grande probabilidade de serem consequência do bullying que sofriam de seus pares. (Silva, 2010). A autora constata que Olweus realizou uma pesquisa com 130 mil alunos, de 830 escolas, obtendo uma participação de 85% da população estudantil do país. Os resultados demonstraram que um em cada sete estudantes estava envolvido em algum caso de bullying, isto é 15% do total de alunos matriculados na educação básica (Silva, 2010).
Com esse estudo, Olweus deu início ao seu trabalho com foco no fenômeno bullying, definindo-o como "uma forma de violência que se expressa por meio de diversos modos de ação ou comportamentos, podendo ser descrito como abuso de poder sistemático, consistindo em ações realizadas de forma persistente e repetidas, com o intuito de intimidar ou magoar outras pessoas." (Olweus in Rolim, 2008). Essa questão ganhou atenção nacional, bem como repercutiu em outros países, indicando a dimensão dessa violência nas escolas. Segundo Campbell (2005), historicamente, os comportamentos que caracterizam o bullying, não eram visto como um problema que precisasse de atenção e, sim, como elemento fundamental e normal da infância. Entretanto, Shariff (2011) diz que nas últimas duas décadas essa visão mudou e o bullying passou a ser visto como problema grave, que requer extrema atenção.
I.1.2 A lógica do Bullying
Lopes Neto (2005), aponta a função do bullying como a realização da afirmação de poder interpessoal por meio da agressão, o que vai ao encontro do que Martins (2005) defende: que autores do bullying costumam agir com dois objetivos, primeiro para demonstrar poder e segundo para conseguir uma afiliação junto a outros colegas. Há também, de acordo com Fante (2005), Lopes Neto (2005) e Smith (2002), a diferenciação de papéis. Para esse tipo de situação esses autores apontam três personagens: o primeiro são os agressores, sendo classificado como impulsivos ou dissimulados. O impulsivo geralmente é uma pessoa com pouca estabilidade emocional, que apresenta certo nervosismo e que é incapaz de compreender a emoção dos outros, agredindo de forma cínica, sem qualquer cerimônia. Já os dissimulados são os agressores que têm alto poder de manipulação no grupo, sendo mais difícil de serem descobertos. Estes sujeitos possuem a tendência de ser tornarem adultos agressivos e antissociais, com distúrbios de comportamentos (Fante, 2005).
O segundo personagem é a vitima, pessoa que sofre a agressão. Essas pessoas possuem pequeno poder de defesa, tornando-se uma vitima fácil de agressão. Os efeitos psicológicos desta agressão frequente são os mais diversos e vão desde uma baixa autoestima, dificuldade em se relacionar, depressão, síndrome do pânico, chegando em algumas vezes à morte (suicídio). E, por último, a autora apresenta como terceiro personagem, os espectadores que são as pessoas que não sofrem nem praticam as agressões, porém as presenciam, e por medo de se tornarem vítimas, não denunciam os agressores (Fante, 2005).
Dentro do papel de espectador, pode existir ainda os que reforçam a intimidação e os que se posicionam contrários a essa intimidação, podendo ou não buscar ajuda (Lopes Neto, 2005). Com isso, percebe-se que quando falamos de bullying não estamos tratando de apenas uma relação entre duas pessoas, mas sim um relacionamento social que envolve uma dinâmica social específica. Essa variedade de papéis se assemelha à diversidade de pessoas que convivem dentro do ambiente escolar. Para Wendt, Campos e Lisboa (2010), o fenômeno bullying pode ser resultado da sociedade contemporânea, individualista, competitiva e que reforça a banalização de valores éticos, as noções de respeito ao outro. Além disso, de acordo com Tognetta e Bozza (2010), com o advento da tecnologia, no auge de um momento histórico em que as formas de relações sociais entre as pessoas se tornam cada vez mais virtuais, essa mesma forma de violência atravessa as fronteiras da escola, ou mesmo da família e passa a ser virtual. Temos, então, o que é denominado de Cyberbullying.
I.2 Cyberbullying
A Internet é um espaço online que suprimiu algumas barreiras sociais e espaciais do mundo físico como, por exemplo, aproximação de pessoas de diferentes lugares, facilitando a comunicação e interação. Assim, a aproximação de pessoas que por alguma razão saíram de seu lugar de origem e através da internet mantém contato com antigos amigos e familiares. Com isso, o desenvolvimento tecnológico da sociedade apresenta aspectos positivos e negativos, podendo assim olhar a inserção da internet na vida cotidiana das pessoas de diferentes maneiras, principalmente entre os jovens. (Lévy, 1999; Castells, 2005; Franco, 2012).
Entretanto, Shariff (2011) nos lembra de que, se a internet nos trouxe a aproximação de pessoas, ela trouxe também a sensação de um espaço sem limites, onde tudo pode ser feito e dito, podendo causar prejuízos nas relações sociais. A importância desse fato é demonstrar que antes de fazer apologias positivas ou negativas, é importante entender e identificar o contexto envolvido diante da internet e seus diferentes fenômenos, pois, como a autora coloca, "as descrições e definições da realidade podem ser deliberadamente enquadradas para moldar a compreensão das pessoas acerca de uma questão, por meio das palavras que são usadas para defini-las." (p.57). Neste sentido, é igualmente importante conceituar o cyberbullying, e, assim identificar fatores do contexto sociocultural relacionados a esse fenômeno no Brasil e em outros países.
A internet proporciona o ambiente conhecido como ciberespaço, que, segundo Benedikt(1991), significa um novo universo criado e sustentado por computadores mundiais e linhas de comunicação. Um universo de informações, sons, imagens, entretenimento, um universo "sem limites", que pode ser acessado através de um computador ou dispositivo eletrônico em casa, em um escritório, em sala de aula e até mesmo na rua. Sobre este espaço, Lankshear e Knobel (2006) assinalam que crianças e jovens têm abordado com uma compreensão muito diferente da sua fluidez e de sua capacidade, enquanto adultos tendem a tentar controlar o ciberespaço da mesma maneira que controlam o espaço físico. Porém, isso não impossibilita que jovens, às vezes, se envolvem em situações de cyberbullying por brincadeira, sem noção das consequências em terceiros. Shariff(2011) lembra que, assim como é difícil diferenciar as brincadeiras do bullying presencial, já que esse limite também é tênue no cyberbullying, como veremos a seguir. E, por isso, é importante ter uma definição bem delimitada de ambos os termos.
I.2.1 Conceito de Cyberbullying
Com a ampliação do estudo do fenômeno cyberbullying, muitas são as definições encontradas, entretanto para este estudo selecionamos apenas alguns pesquisadores para esclarecermos o significado deste fenômeno. Em primeiro lugar, destaca-se o conceito pioneiro do termo cyberbullying que, de acordo com Shariff (2011) não se sabe se foi primeiramente evidenciado através da definição do canadense Bill Besley ou da americana Nancy Willard. Nos estudos de Belsey (2004), o pesquisador define cyberbullying como uso de informações e de tecnologias de informação, como e-mail, celular, aparelhos e programas de envio de mensagens instantâneas e sites pessoais, com o objetivo de difamar ou apoiar de forma deliberada comportamentos, seja de individuo ou de grupo, que firam, de alguma forma, a outros indivíduos. Já, no estudo de Willard (2003) a autora coloca como um discurso "difamatório que constitui bullying, assédio ou discriminação, que revela informações pessoais ou contem comentários ofensivos, vulgares ou depreciativos" (p.66). Após os estudos desses pesquisadores, Campbell (2005) conceituou, em sua pesquisa, o cyberbullying como uma forma de bullying que utiliza a tecnologia, como um mecanismo utilizado por crianças e adolescentes para ofender uns aos outros. Smith (2004) define como "uma ação agressiva e intencional realizada por um grupo ou por um indivíduo, com o uso de forma de contato eletrônico, de forma repetida e ao longo de um período contra uma vitima que não consegue se defender com facilidade" (p.99). Patchin e Hinduja (2006) conceituam de forma mais abrangente "ofensa deliberada e repetida infligida por texto eletrônico." (p.149).
Embora haja uma diversidade de definições referente ao cyberbullying, é possível perceber, no entanto, que todas têm em comum o fato de que os meios e as ferramentas da tecnologia de comunicação estão sendo usados para a realização do fenômeno bullying na internet, sendo a comunicação deliberada e intencional, repetida e excludente (Shariff, 2011). Desse modo, constata-se que o fenômeno bullying e cyberbullying apresentam características semelhantes, como também trazem algumas especificidades que serão tratadas a seguir.
I.2.2 Formas de se cometer Cyberbullying
Shariff (2011) apresenta um panorama mundial em relação às formas de se cometer cyberbullying, indicando uma gama de diferenças nas formas em que essa agressão ocorre, por exemplo, as diferenças da cultura oriental e a ocidental. Com isso, percebe-se que a forma em que a vitima é agredida depende muito da cultura e do local de origem. Entretanto, existem algumas formas de percepções que são mundiais.
Kowalski, Limber, e Agatston (2012) apontam que uma das formas mais conhecidas é a ameaça, que se caracteriza pelo envio repetitivo de mensagens ameaçadoras ou intimidadoras. O autor indica também a provocação incendiária, onde discussões com o uso de linguagem vulgar e ofensiva se iniciam de forma online, e acabam por se propagar de forma rápida tanto no meio virtual, quanto no real, como, por exemplo, uma discussão que se inicia em um site de relacionamento e passa para dentro da sala de aula.
Shariff (2011) indica uma outra forma, que é o assédio virtual, nessa forma especifica, ocorre o envio de mensagens ofensivas, por meio de qualquer aparelho eletrônico, com o objetivo de insultar a vítima; Para a autora essa forma pode também se confundir com a difamação, que é caracterizada pelo ato de difamar ou afrontar através do uso de rumores e fofocas que são disseminados na Internet visando causar danos à reputação da vitima.
Kowalski, Limber, e Agatston (2012) indicam que outras formas de se cometer cyberbullying estão ligadas a identidade virtual. Como no caso do roubo de identidade, onde o agressor se faz passar por outra pessoa na internet, usando seus dados pessoais, como conta de e-mail e redes sociais, com o intuito de constranger e gerar danos; E a violação da intimidade, que se caracteriza pela divulgação de segredos, informações e imagens íntimas ou comprometedoras da vítima;
Shariff (2011) apresenta como uma das ultimas formas "criadas" o Happy Slapping. Com origem britânica, essa interface é a mais nítida entre o bullying presencial e o virtual. Este tipo de violência é gerado pela divulgação de vídeos mostrando cenas de agressão física, onde uma vítima pode ser escolhida, de forma intencional ou não, para ser agredida na rua, ou na saída do colégio e a violência infringida é gravada com câmeras de celular ou filmadoras e posteriormente postado em sites como o YouTube ou Google, visando espalhar a agressão e humilhar a pessoa agredida.
Percebe-se assim, que, assim como no bullying presencial, os tipos de cyberbullying, visam à exclusão e humilhação da vitima, de modo que os dois fenômenos apresentam características semelhantes, entretanto, trazem também, algumas especificidades que serão expostas a seguir.
II. Diferenças e semelhanças do bullying tradicional com cyberbullying
Existe hoje, entre os estudiosos dessa área, uma diferenciação de perspectiva do fenômeno. Para autores como Law e outros (2011); Walker e outros (2011); e Rocha (2012), o fenômeno do cyberbullying se difere do fenômeno principal bullying. Para os autores a comunicação eletrônica e suas ferramentas, como tablet, computador, smartphone e celular, acabam por proporcionar um diferente tipo de interação social, que acaba por expandir, fortalecer, e diferenciar a forma como os jovens de hoje sem dia se comunicam. Os autores defendem que ao ocorrer em um novo ambiente, esse fenômeno se torna muito diferente do bullying presencial, onde acaba por crescer e se modificar ao surgimento de novos meios de comunicação.
Entretanto, outro grupo de autores, como Campbell (2005); Patchin e Hinduja (2006); Slonje e Smith (2008); Lee (2011); Shariff (2011); Bibou-Nakou; Tsiantis; Assimopoulos & Chatzilambou (2013), defendem a ideia de que o Cyberbullying é o meso fenômeno do bullying, porem ocorrendo em meios e ferramentas digitais.
Segundo Shariff (2011), existem alguns fatores gerais no contexto do fenômeno, referente à tipologia, causas e consequências, que contribuem para compreender tanto o bullying quanto para o cyberbullying. Para Lee (2011) e Bibou-Nakou; Tsiantis; Assimopoulos & Chatzilambou (2013) o bullying pode se manifestar por violência física, mas também através de formas relacionais, ou seja, através de ameaças, acusações injustas e indiretas, roubo de dinheiro e pertences, difamações sutis, degradação da imagem social, entre outros, resultando na discriminação ou exclusão de vítimas do grupo. Além disso, sua manifestação pode ocorrer também no ciberespaço (cyberbullying), seja pelo envio de emails e de mensagens agressivas diretamente à vítima, até a disseminação de imagens, vídeos ou comentários difamatórios a uma ampla rede de pessoas.
II.1 Características
A primeira característica do cyberbullying, que se diferencia do bullying, é a sua continuidade extrema, e a dificuldade de sair dessa situação. Diferentemente do bullying, em que ao ir para a casa a vítima fica longe da violência, no cyberbullying ela fica a mercê das ofensas mesmo quando está, por exemplo, trancada no quarto, já que pode receber mensagens de texto, e-mails ou recados em sites de relacionamento que a agridem moralmente (Slonje & Smith, 2008).
A segunda característica, e uma das mais discutidas, são as diferenças de gênero. Por um lado Slonje e Smith (2008) relatam não haver diferenças de gênero entre os agressores e até mesmo nas vítimas, uma vez que, em seus estudos, a diferença no número de meninos e meninas envolvidos, como vitimas e agressores, não foi estatisticamente significativo. Porém Shariff (2011) caracteriza uma série de diferenças de gênero no modo como indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino se envolvem com o cyberbullying e na maneira como se comunicam com os amigos pela internet. Entretanto essas características diferem extremamente de acordo com a cultura e crenças do seu país de origem, e ainda não existem estudos que levantem essas características do cyberbullying no Brasil. Entretanto, Artz (1998), Boyd (2000) e DiGiulio (2001) apontam que tanto para o sexo masculino, quanto para o feminino há um aumento no comportamento violento entre a quinta série (6º ano) do ensino fundamental e o primeiro ou segundo ano do ensino médio (idades entre 9 e 16 anos), nos primeiros sinais de puberdade e até meados da adolescência. Para Wendt, Campos e Lisboa (2010), a maior incidência ainda é observada em meninos no papel de agressores e vítimas. Porém, os autores ressaltam a importância de se observar a dificuldade que os profissionais encontram em identificar a ocorrência da forma indireta de bullying, como fofocas e difamações, que são, na maioria das vezes, praticadas pelas meninas.
A terceira característica refere-se a repetição, no cyberbullying essa é especialmente problemática para operacionalizar, pois pode haver diferenças entre a percepção do agressor e da vítima, em termos de repercussão do fato e das consequências potenciais (Slonje & Smith, 2008). Quanto à repetição, ela se torna clara quando o agressor envia inúmeras mensagens de texto de telefone ou e-mails, porém não é tão clara quando este cria um único site depreciativo, ou uma mensagem em um site, no qual muitas pessoas podem acessar, comentar e reproduzir através da foto da tela ou cópia da mensagem (Leishman, 2005). Isso corrobora o apontamento de Vandebosch & Van Cleemput (2008), que consideram uma única ocorrência virtual como cyberbullying, principalmente se já houver situações de bullying presencial. Ou seja, um único ato agressivo, como o envio de uma foto embaraçosa para a Internet pode resultar em constante e amplo ridículo e humilhação para a vítima. Considerando que o ato agressivo não se repita, o dano causado pelo ato é revivido através da humilhação permanente (Fauman, 2008). Hawker e Boulton (2000) explicam que pelo fato das brincadeiras e das provocações serem caracterizadas por uma combinação de atributos incômodos e engraçados e, muitas vezes, conter mensagens ocultas, pode se tornar difícil reconhecer os envolvidos (autor, vítima e espectadores) e diferenciar as brincadeiras entre pares do bullying presencial.
Outro fator característico apontado por Belão, Leão Junior & Carvalho (2012) é a anonimidade na internet e o aumento de propagação do assédio virtual, até mesmo uma criança ou adolescente que em público não se envolveria com o bullying pode vir a praticar o cyberbullying, tornando a situação da vítima ainda mais angustiante por não saber quem, ou quantos, estão por trás dos ataques. De acordo com Willard (2003), esse anonimato contribui para desinibição do comportamento dos agressores, gerando uma tendência à irresponsabilidade de seus atos, dando assim uma sensação de liberdade proveniente da possibilidade de suas ações não serem punidas. Contudo o autor lembra que todo computador utiliza um código de IP, que pode ser rastreado, porém com muita dificuldade; deixando assim uma falsa sensação de anonimato. Sendo assim, a internet desperta em algumas crianças e adolescentes a sensação de que não há regras legais ou éticas que regem as interações que ocorrem na rede, portanto, livre para experimentar seu lado bom e o ruim. (Oliveros, Amemiya, Condorimay, Oliveros, Barrientos & Rivas, 2012).
Apesar de o anonimato ser um ponto característico como influência do agressor, Shariff (2011) comenta a necessidade de reconhecer quem são os espectadores da agressão e como o agressor está agindo diante do recrutamento de outras pessoas na vitimização de um indivíduo, porém isso se torna difícil pela dificuldade de saber quem está acessando o conteúdo online. Esse fator é necessário para mensurar o efeito da agressão e com isso estabelecer suas consequências, porém torna-se muito mais difícil de identificá-lo quando as agressões são expostas a um grande número de pessoas.
Na verdade, dada a rápida e extensiva repercussão das agressões, não é surpreendente que o efeito de tal ato seria mais penoso e prejudicial para a vítima de cyberbullying do que para uma vítima do bullying presencial, onde o fenômeno se resume há um pequeno grupo de espectadores. Em essência, o efeito do grupo cyber ultrapassa de longe as barreiras da escola, sendo que seu público potencial é ilimitado. (Shariff, 2011)
III. Possíveis consequências aos envolvidos no cyberbullying
Os efeitos do cyberbullying levam, assim como no bullying tradicional, a varias consequências psicológicas. Ortega e outros (2012) salientam que existem duas perspectivas para a visão das consequências envolvidas no cyberbullying. Na primeira se comparam os efeitos deste com os do bullying tradicional, tentando mostrar qual é mais prejudicial para os envolvidos. Entretanto, Smith e outros (2008) apontam, em seus estudos, que o impacto dessas consequências depende da forma em que ocorre o cyberbullying e da importância das relações virtuais e da forma como se estabelecem dentro da cultura do país.
Na segunda perspectiva, observada por Ortega e outros (2012) que seus efeitos são analisados a partir da vitimização do fenômeno, ou seja, a partir das consequências apresentadas pela vitima dentro do ocorrido. Frisén, Jonsson e Persson (2007) apontam a baixa autoestima como uma consequência de maior de aparecimento, tanto para as vítimas, quanto para os agressores. Li e outros (2012) apontam também a depressão, fobia social, ansiedade, e baixos níveis de autoestima. Raskauskas e Stolz (2007) observaram em suas pesquisas que 93% das vitimas de cyberbullying foram negativamente afetadas pelo fenômeno, o que corrobora com os estudos de Katzer e Fetchenhauer (2007) que apontam que as respostas emocionais das vitimas em chats apresentam as seguintes porcentagens: raiva (41%), desapontamento (mais de 30%), frustração (20%), vulnerabilidade (15%), depressão (11%) e medo (8%). Entretanto, Ortega e outros (2012) realçam a importância de se observar que os impactos emocionais diferem entre as pessoas e dependem de como a vítima se coloca diante da situação. Outras consequências biológicas também foram identificadas em vítimas desse fenômeno: a insônia, enurese, ansiedade, dores de cabeça e dores abdominais. (Frisén, Jonsson e Persson, 2007; Jankauskiene, Kardelis, e Sukys, 2008; Sourander, Brunstein Klomek, Ikonen e outros. 2010)
Sourander e outros (2010) indicam também que, apesar das consequências serem parecidas com a do bullying tradicional, a principal diferença é que os agressores têm maior frequência de problemas de conduta, hiperatividade, envolvimento com drogas e baixo comportamento social. Bauman, Toomey & Walker (2013) dizem que existe uma propensão maior de ocorrer o suicídio em agressores do cyberbullying do que em suas vítimas, principalmente entre os agressores do sexo masculino. Isso pode ocorrer devido ao fato de quem, dentro do cyberbullying por muitas vezes os autores não terem a intenção de fazer mal a vítima, sendo que o fato poderia ter iniciado como uma declaração que foi concebida como uma piada ou mal interpretada e acabou resultando em uma situação que se agrava rapidamente e envolve várias partes, deixando a sensação de culpa por iniciar uma agressão não intencional. Mesmo que algum mal pudesse ter sido previsto, o grau de danos incorridos pode não ter sido previsto pelo autor, levando a esse sentimento de culpa. (Baldasare, Bauman, Goldman, & Robie, 2012). Por isso enfatiza-se a importância de trabalhar com os envolvidos nesse fenômeno, a consequência de seus atos e o respeito que se deve ter em ambientes sociais virtuais.
IV. A escola, a família e o cyberbullying
Shariff (2011) diz que, de um modo geral, a sociedade, a família e a escola são as principais influências ambientais ligadas a esse fenômeno e, ainda que pareça claro aos professores e demais profissionais envolvidos na educação da geração atual, de que casos de cyberbullying vêm crescendo a cada dia, é preciso inserir de forma mais intensa esse assunto dentro das escolas. Pois, a escola é corresponsável, tanto nos casos de bullying quanto nos de cyberbullying, pois é lá que esses comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. Assim, a direção da escola deve acionar os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. (Belão, Leão Junior & Carvalho, 2012).
Para Sahin (2012) e Shariff (2011) devem-se buscar maneiras diferentes da punição para lidar com os agressores, já que coibir os estudantes atrapalha a oportunidade de aprender novos comportamentos positivos. Da mesma forma que a remoção de alunos da escola, principalmente se o seu grupo de apoio é baseado na escola, pode contribuir para a sua sensação de isolamento e aprofundar a depressão.
Shariff (2011) indica em seus estudos que a maioria dos protestos sobre o assunto vêm de pais que costumam achar que determinados livros, filmes ou assuntos como a violência, sexualidade e religião são inadequados para seus filhos. E por mais que esses assuntos não estejam diretamente relacionando ao cyberbullying isso mostra o poder que alguns pais podem ter em relação à censura para com seus filhos e, algumas vezes, até mesmo dentro da escola. Nesse contexto, Shariff (2011) mostra que a censura, seja ela consciente pelos pais, ou inconsciente através de associações em mídias no meio de comunicação de massa, leva os jovens a reiterarem atitudes e perspectivas discriminatórias e desrespeitosas ao encontrarem liberdade no ciberespaço, por achar que nesse espaço não existe uma necessidade de se sujeitar as regras dos adultos. (Shariff, 2011, p.273)
Shariff (2011) ainda lembra que na internet a censura é muito mais difícil, e com isso a importância de que se informe aos jovens maneiras conscientes de utilização da ferramenta, para que, mesmo sabendo da existência de conteúdos inapropriados eles saibam realizar seus próprios julgamentos quanto a utiliza-los ou não.
Na parte jurídica, ainda se estão desenvolvendo leis e normas quando o assunto é ciberespaço. Calhau (2009) aponta que o bullying e o cyberbullying se opõem aos direitos previstos no artigo 5.º da Constituição Federal de 1988. Além da Constituição Federal, o Código Civil, o Código Penal, o Código do Consumidor, entre outras leis, determinam punições não específicas para o bullying, mas que podem ser aplicadas diretamente a esse processo. O autor ressalta também a importância em se destacar que nos últimos cinco anos o assunto rompeu com os obstáculos iniciais na jurisprudência do país (Calhau, 2009).
V. Considerações finais
Nesta retomada literária fica visível que ainda existe muito para se estudar sobre o cyberbullying. Olhando em proporções crescentes, a cada dia são criadas novas tecnologias e meios mais poderosos são implementados na vida das crianças e dos adolescentes. Assim, pode-se supor que o fenômeno do cyberbullying só tende a crescer. Além disso, devido às repercussões físicas e psicológicas das diversas formas de bullying, tanto para as vítimas como para os agressores, não cabe mais pensar em intervenções clínicas individualizadas, mas sim em um amplo programa de enfrentamento, que, de preferência, envolva o contexto comunitário como um todo. As evidências, hoje disponíveis sobre a agressão entre colegas, tanto na escola como em casa, sugerem que um programa preventivo de bullying, e do fenômeno cyberbullying, pode ser, também, uma estratégia de prevenção em relação ao próprio comportamento suicida ligado tanto às vítimas, quanto aos agressores. Com isso, somado ao fato de existirem casos únicos que se tornam cyberbullying devido a sua repetição extrema na internet, é necessário trabalhar de forma preventiva, como por exemplo, realizando intervenções para conscientizar a população sobre o uso responsável da internet.
Além disso, devido às repercussões físicas e psicológicas das diversas formas de bullying, tanto para as vítimas como aos agressores, não cabe mais pensar em intervenções clínicas individualizadas, mas sim em um amplo programa de enfrentamento, que, de preferência, envolva o contexto comunitário como um todo. As evidências hoje disponíveis sobre a agressão entre colegas, tanto na escola como em casa, sugerem que um programa preventivo de bullying, e do fenômeno cyberbullying, pode ser, também, uma estratégia de prevenção em relação ao próprio comportamento suicida ligado tanto às vítimas, quanto aos agressores. Com isso, somado ao fato de existirem casos únicos que se tornam cyberbullying devido a sua repetição extrema na internet, é necessário trabalhar de forma preventiva, como por exemplo, fazendo intervenções para conscientizar a população sobre o uso responsável da internet.
Sugere-se então que novas pesquisas investiguem o ponto de vista de todas as pessoas envolvidas no fenômeno, como agressores, vitimas espectadores, escola, família e sociedade. E que pesquisas quantitativas revelem sua recorrência. Mas que sejam extremamente cuidadosas quanto a questão da definição, pois se essa for muito abrangente poderia indicar que qualquer agressão, comentário preconceituoso, mesmo que ocorra sem intenção, e dirigido a quaisquer pessoas estaria dentro do fenômeno, tornando-o superestimado, enquanto uma definição pouco abrangente pode por subestimar o mesmo fenômeno. È importante também que se contextualize a cultura midiática e virtual de onde se está sendo feita a pesquisa, e todos os outros fatores que vimos que podem influenciar nesse novo tipo de violência; para que possamos, assim, descobrir novas maneiras de combate e prevenção ao cyberbullying.
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Recebido: 13/10/2014 / Corrigido: 25/03/2015 / Aceito: 04/04/2015.
1 Mestre em Psicologia Social Comunitária Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Curitiba PR-Brasil- Contato: Rua Sydnei Antonio Rangel Santos, 238 - Santo Inácio CEP 82.010-330 - Curitiba - Paraná. E-mail: fer_etp@hotmail.com
2 Docente do programa de Mestrado em Psicologia Social Comunitária pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). - Curitiba, PR - Brasil. Pesquisadora do Núcleo de Estudo e Prevenção de AIDS da USP. - São Paulo, SP - Brasil. - Contato: Rua Sydnei Antonio Rangel Santos, 238 - Santo Inácio CEP 82.010-330 - Curitiba - Paraná. E-mail: mcrisantunes@uol.com.br