EDITORIAL

Temos a grata satisfação de apresentar o terceiro fascículo do volume 12 da Revista Psicologia: Teoria e Prática, que encerra o ano de 2010 com uma notícia que nos enche de orgulho, que é a inclusão de nosso periódico na Rede de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal/Redalyc (http://redalyc.uaemex.mx/src/ inicio/HomRevRed.jsp?iCveEntRev=1938). A rede é uma iniciativa que funciona de acordo com o Movimento de Acesso Aberto (Open Access Movement).É um projeto impulsionado pela Universidade Autônoma do Estado de México (UAEM), cujo objetivo é contribuir com a difusão da atividade científica produzida desde a Iberoamérica e sobre ela (Hemeroteca Científica na linha de acesso aberto: http://redalyc.uaemex.mx).

Os artigos deste fascículo são oriundos de diferentes regiões do país e também da América Latina e tratam de temas relevantes ligados a aspectos sociais, educacionais e da saúde, nesta área abrangendo desde atenção primária até terciária. O artigo de Daniela Centenaro Levandowski, Marcieli Lima da Silva e Jaqueline Wendland enfoca a atenção primária no atendimento de gestantes ao descrever as experiências de adolescentes com o acompanhamento pré-natal. A atenção terciária é objeto de dois artigos. O primeiro deles é de autoria de Maíra Stivaleti Colobarolli, Antonio Carlos Abtibol Alves, Adriana Caetano Soares, Júlio César Pinto de Souza, Maria Vitória Veslaquez e Marilise Katsurayama. Sobre tema de grande relevância, os autores comentam os desafios e progressos da reforma psiquiátrica no Amazonas. O segundo, de Juliana Oliveira Camilo, complementa o tema ao apresentar a ambivalência da internação psiquiátrica a partir da perspectiva de mulheres internadas. Outro aspecto importante do atendimento em saúde é apresentado no artigo de Marianna Araujo da Silva, Lia Raposo de Assis Martins e Claudia Osorio que propõe a articulação dos saberes teóricos e práticos para otimizar o trabalho dos cuidadores em ambulatório.

O artigo do pesquisador argentino Alejandro Parra enfoca uma interessante interseção entre psicopatologia e paranormalidade em estudo que avalia cientificamente experiências alucinatórias. Ele levanta hipóteses sobre indicadores de esquizotipia comparativamente à intensidade de imaginação e de experiências alucinatórias.

Aspectos sociais relevantes são discutidos em dois outros artigos. No primeiro deles, Marilda Aparecida Dantas, Denilza Vitar Cantarino Brito, Pâmela Batista Rodrigues e Tiago Silvério Maciente avaliam o nível de estresse em policiais militares de diferentes idades, gêneros e funções. O segundo, de Romilda Guilland e Janine Kieling Monteiro, investiga a relação entre habilidades sociais e bem-estar psicológico em um grupo de jovens desempregados. Ambos enfocam pontos que requerem atenção dos psicólogos.

A validação de instrumentos de avaliação constitui uma grande necessidade para a psicologia. Neste fascículo, há dois desses trabalhos em diferentes áreas. Um deles, o de Fabiano Koich Miguel, José Maurício Haas Bueno, Ana Paula Porto Noronha, Gleiber Couto, Ricardo Primi e Monalisa Muniz, busca evidências de validade para o Teste Informatizado de Percepção de Emoções em Fotos, na relação com a Escala de Alexitimia de Toronto. Com isso, associam dois conceitos atuais que requerem aprofundamento, providenciado pelo grupo com a criação desse instrumento. O outro, de Tatiana de Cássia Nakano, Eliana Santos, Solange Muglia Wechsler, Evelin Martins e Sérgio Fernando Zavariz, analisa os estilos de pensar e criar em universitários de duas diferentes áreas e compara os resultados por gênero e curso.

A área de nutrição, ligada à do comportamento, também se faz presente neste número, com o trabalho de Marilia Costa Mattos, Paula Carolina Barboni Dantas Nascimento, Sebastião Sousa Almeida e Telma Maria Braga Costa. Esta pesquisa experimental avalia a escolha alimentar de crianças e de adolescentes expostos e não expostos a propagandas veiculadas na televisão.

Um tema importante para o desenvolvimento infantil que tem merecido pouca atenção em publicações recentes é a psicologia ligada a aspectos ambientais. Nesse sentido, o artigo de revisão, de Giordana Machado da Luz, Luana dos Santos Raymundo e Ariane Kuhnen, traz uma avaliação teórica de fatores apontados por pesquisadores como intervenientes no uso dos espaços urbanos pelas crianças.

Há ainda dois estudos de produção científica. Um deles é o de Vivian Hagen, Luciene Corrêa Miranda e Márcia Maria Peruzzi Elia da Mota, que discorre sobre a relação entre consciência morfológica e alfabetização. As autoras analisam 10 anos de produção nacional e internacional sobre esse tema ainda recente e que carece de mais desenvolvimento. O outro enfoca nossa própria revista. João Roberto de Souza-Silva, Ivens Hira Pires, Silvana Maria Blascovi-Assis e Cristiane Silvestre de Paula aproveitam o momento e analisam os primeiros dez anos da produção desse periódico e identificam seus critérios classificatórios.

Por fim, contamos com a resenha que Bruna Roberta Pereira dos Santos, Ana Aparecida Vilela Miranda e Sheila Giardini Murta fizeram do livro de Schwartz e Flowers. Esse relevante trabalho da área clínica alerta os terapeutas sobre cinquenta erros mais frequentemente cometidos na relação terapêutica.

Esperamos que desfrutem de uma leitura enriquecedora.

Editores

Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira

Maria Leonor Espinosa Enéas