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Revista de Etologia

versão impressa ISSN 1517-2805versão On-line ISSN 2175-3636

Resumo

OLIVEIRA, Elisabeth Spinelli De  e  MAGRINI, Leandro. Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014. Rev. etol. [online]. 2015, vol.14, n.1, pp.1-57. ISSN 1517-2805.

Avaliamos aqui o estado atual da etologia no país através de uma amostra da produção acadêmica dessa área - teses de doutorado defendidas de 2010 a 2014 - com o objetivo de revisitar as origens e poder, no futuro, traçar novas metas e corrigir rumos. Usamos a busca por palavras chaves (e.g. etologia e comportamento animal) em sites e links de universidades, Instituições de pesquisa, e publicações pertinentes. Organizamos os dados de acordo com gênero, instituição, subárea, e grupo taxonômico. Analisamos 295 teses, 59±12 por ano, todas em instituições públicas, majoritariamente subsidiadas por agências estatais de apoio. A autoria do sexo feminino é numericamente maior (58%) do que a do masculino (42%), seguindo uma tendência também observada em mestrados e no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes. As regiões Sudeste (62%) e Nordeste (17%) são responsáveis por 79% das teses, com as demais regiões contribuindo de maneira regular e contínua; 59% das unidades federativas estão representadas. Instituições de São Paulo são responsáveis por 145 teses (49% do total), seguidas por instituições do Rio Grande do Norte com 37 teses (13%), Minas Gerais com 21 teses (7%), e Pará e Paraná com 15 teses cada (5%). As subáreas de Cognição, Comunicação, Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental estão todas representadas, mas Ecologia Comportamental (26%) e Etologia Aplicada (20%) sobressaem-se. Pelo menos 223 espécies - 64 famílias e 27 ordens de Vertebrata, assim como 34 famílias e 10 ordens de Arthropoda - foram estudadas. Teses sobre vertebrados correspondem a 70% do total (208 teses): Mammalia em 155 teses (53%), Aves em 18 teses (6%) e Actinopterygii em 16 teses (5%). Insecta destaca-se com 63 teses (21%); Arachnida e Malacrostaca completam o grupo de Arthropoda. Os resultados demonstram que a Etologia está consolidada no país e o seu núcleo fundador, sediado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo mantém uma atividade significativa, mas não exclusiva, convivendo em harmonia com vários outros grupos emergentes por todo o país. Concluímos que ainda há possibilidades concretas de ampliação da Etologia no Brasil, tanto em relação ao número de instituições, como das linhas de pesquisa a serem abordadas. Nesse contexto, enfatizamos que as instituições públicas de ensino e pesquisa são e possivelmente continuarão sendo fundamentais para a formação futura de etólogos no Brasil.

Palavras-chave : Temas em Comportamento Animal; Instituições de Ensino Superior Público; Gênero; Táxons.

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