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Revista de Etologia

versão impressa ISSN 1517-2805versão On-line ISSN 2175-3636

Rev. etol. vol.14 no.1 São Paulo  2015

 

Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014

 

Ethology in Brazil (I): Doctoral Dissertations from 2010 to 2014

 

 

Elisabeth Spinelli De OliveiraI, * ; Leandro MagriniII, *

IDepto de Biologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Programa de Pós Graduação em Neurociência e Comportamento (NeC), Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP)
IIPrograma de Pós Graduação em Psicobiologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP)

 

 


RESUMO

Avaliamos aqui o estado atual da etologia no país através de uma amostra da produção acadêmica dessa área - teses de doutorado defendidas de 2010 a 2014 - com o objetivo de revisitar as origens e poder, no futuro, traçar novas metas e corrigir rumos. Usamos a busca por palavras chaves (e.g. etologia e comportamento animal) em sites e links de universidades, Instituições de pesquisa, e publicações pertinentes. Organizamos os dados de acordo com gênero, instituição, subárea, e grupo taxonômico. Analisamos 295 teses, 59±12 por ano, todas em instituições públicas, majoritariamente subsidiadas por agências estatais de apoio. A autoria do sexo feminino é numericamente maior (58%) do que a do masculino (42%), seguindo uma tendência também observada em mestrados e no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes. As regiões Sudeste (62%) e Nordeste (17%) são responsáveis por 79% das teses, com as demais regiões contribuindo de maneira regular e contínua; 59% das unidades federativas estão representadas. Instituições de São Paulo são responsáveis por 145 teses (49% do total), seguidas por instituições do Rio Grande do Norte com 37 teses (13%), Minas Gerais com 21 teses (7%), e Pará e Paraná com 15 teses cada (5%). As subáreas de Cognição, Comunicação, Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental estão todas representadas, mas Ecologia Comportamental (26%) e Etologia Aplicada (20%) sobressaem-se. Pelo menos 223 espécies - 64 famílias e 27 ordens de Vertebrata, assim como 34 famílias e 10 ordens de Arthropoda - foram estudadas. Teses sobre vertebrados correspondem a 70% do total (208 teses): Mammalia em 155 teses (53%), Aves em 18 teses (6%) e Actinopterygii em 16 teses (5%). Insecta destaca-se com 63 teses (21%); Arachnida e Malacrostaca completam o grupo de Arthropoda. Os resultados demonstram que a Etologia está consolidada no país e o seu núcleo fundador, sediado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo mantém uma atividade significativa, mas não exclusiva, convivendo em harmonia com vários outros grupos emergentes por todo o país. Concluímos que ainda há possibilidades concretas de ampliação da Etologia no Brasil, tanto em relação ao número de instituições, como das linhas de pesquisa a serem abordadas. Nesse contexto, enfatizamos que as instituições públicas de ensino e pesquisa são e possivelmente continuarão sendo fundamentais para a formação futura de etólogos no Brasil.

Palavras-chave: Temas em Comportamento Animal. Instituições de Ensino Superior Público. Gênero. Táxons.


ABSTRACT

Here, we evaluate a sample of the academic production - doctoral theses earned from 2010 to 2014 - aiming to revisit Ethology at its origin, in order to establish future goals and correct courses. Sites, links and publications related to universities and research Institutions were assessed using keywords (e.g. ethology and animal behavior). Data were organized according to authorship, gender, institution, topic, and main taxonomic group. 295 theses were analyzed, 59±12 per year, all of them from public institutions. Authorship is numerically more feminine (58%) than masculine (42%), following a trend also observed regarding master theses and data from research groups of the Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes. The Southeast (62%) and the Northeast (17%) regions are responsible for 79% of total; all Brazilian regions are regularly represented, as well as 59% of the federative units. Institutions of São Paulo State are responsible for 145 theses (49%), followed by institutions of Rio Grande do Norte State with 37 theses (13%), Minas Gerais State, issuing 21 theses (7%), and Paraná as well as Pará States, represented by 15 works each (5%). Topics such as Cognition, Communication, Behavior Evolution, Neuroethology, Evolutionary Psychology and Behavioral Theory are all present, but Behavioral Ecology (26%) and Applied Ethology (20%) stand out. At least 223 species were studied: 64 families and 27 orders of Vertebrata, and 34 families and 10 orders of Arthropoda. Vertebrata is the major subject (208 theses, 70% of total): Mammalia correspond to 53% of total (155 theses), Aves 6% (18 theses) and Actinopterygii 5% (16 theses). Insecta is the subject of 63 theses (21%); Arachnida and Malacrostraca complete the Arthropoda group. Data demonstrate the consolidation of Ethology in Brazil, and its founder core at the Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, still plays a prominent role regarding theses production, but nowadays it shares this role with other research centers everywhere else in Brazil. We conclude that it is plausible to foresee an expansion of Ethology in Brazil regarding the number of Institutions and research topics. In this scenario, we emphasize the importance of public institutions of High Learning and research for the maintenance of Graduation Programs, in the present and probably for the future of Ethology in Brazil.

Keywords: Themes of Animal Behavior. Higher Education. Gender. Taxa.


 

 

Nothing in science makes sense except in the light of history, and ethology does have a rather complex one (Andreas Wessel)

 

Introdução

O interesse sobre comportamento animal remonta ao início da própria história do homem como espécie (Ades, 2010). Inúmeros filósofos e naturalistas deram contribuições conceituais fundamentais ao longo do tempo, destacando-se o marco inaugural da área - em termos de estabelecer referenciais teóricos, além de descritivos - o memorável trabalho de Charles Darwin sobre a emoção em animais (Darwin, 1872), tema de estudo cujo interesse vem se renovando até os dias atuais (Ekman, 1992; Otta, 2015).

No século XX a Etologia ganhou paulatinamente autonomia acadêmica em meio a muita controvérsia e disputa sobre terminologia e competências (Jaynes, 1969; Lorenz, 1995). O próprio termo "Etologia" (de ethos = hábito, maneira, caráter) foi usado em diferentes contextos e com diferentes significados. I. Geoffroy Saint-Hilaire, em 1854, usou o termo como "the study of relationships of organisms organized in the family and the society, in the aggregation and the community" (Munhõz-Delgado e Moreno, 2007; ver Wessel, 2013). Considera-se que o zoólogo W. M. Wheeler (1902), ao estudar o comportamento de insetos sociais, empregou o termo pela primeira vez no sentido atualmente aceito (Munhõz-Delgado e Moreno, 2007; Fericean et al., 2015).

Um dos primeiros passos para a institucionalização da ciência do comportamento animal deu-se com a fundação da Association for the Study of Animal Behavior (ASAB) em 1936, nos Estados Unidos (EUA). Nas décadas de 1930 e 1940, a Universidade de Chicago (UC) e o American Museum of Natural History (AM) em Nova York já despontavam como os principais centros de pesquisa em etologia e sociobiologia nos EUA (Arnhart, 1991; Schein, 1994).

G. K. Noble, zoólogo naturalista, fundou o Departamento de Comportamento Animal (Animal Behavior) no AM em 1928, que apoiou desde o início estudos com enfoque em fisiologia comparativa e psicologia animal. Na UC os núcleos de estudo de comportamento animal sediaram-se no Departamento de Zoologia com W. C. Allee e A. E. Emerson, sociobiólogos e ecólogos comportamentais, mas também em outras unidades, como na Genética com S. Wright, na Biologia de Populações com T. Park, na Endocrinologia com C. Moore e na Neuroembriologia com P. Weiss (Schein, 1994; Burkhardt, 2005).

Em 1949, após os anos da grande Depressão, da Guerra Sinojaponesa, da Guerra Civil Espanhola e da própria Segunda Guerra Mundial, um horizonte de relativa paz estabeleceu-se. Foi nesse ano e ambiente que a ASAB, conjuntamente com a Society of Experimental Biology, organizou o Simpósio Physiological Mechanisms in Animal Behavior, em Cambridge, Reino Unido. Este evento reuniu pela primeira vez, no pós guerra, estudiosos dos dois lados do Atlântico, de diferentes vertentes e formações acadêmicas, interessados em comportamento animal. Estavam presentes, dentre outros, N. Tinbergen e G. Baerends (Países Baixos); K. Lorenz (Áustria); W. Thorpe e J. Z. Young (Reino Unido); E. Von Holst e O. Koehler (Alemanha); P. Weiss e K. Lashley (EUA) (Schein, 1994). Uma extensa troca de experiências ocorreu entre pesquisadores de origem européia e norte americana, interessados em comportamento animal, detalhadamente descrita em Dewsbury (1995).

Na Europa, reuniões da International Ethological Conference passaram a ser organizadas a cada dois anos. Em 1964 é fundada a Animal Behavior Society, nos EUA, consolidando o termo "Animal Behavior", que é preferencialmente usado até hoje por pesquisadores e estudiosos oriundos do bloco anglófilo do hemisfério norte. O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina, conferido aos etólogos Karl von Frisch, Konrad Lorenz, e Nikolaas Tinbergen, em 1973, consolidou por definitivo a Etologia como campo autônomo do estudo do comportamento animal, realizado em um contexto naturalista e com enfoque evolutivo, após percorrer complexo trajeto histórico (Munhõz-Delgado e Moreno, 2007; Zuanon, 2007; Wessel, 2013).

No Brasil, inúmeros naturalistas como F. Müller (1822-1897), em Santa Catarina, realizaram trabalhos com enfoque etológico, mas a Etologia assumida como ciência com objetivos próprios nasceu, na década de 1960, no Laboratório do prof. Dr. Walter Hugo de Andrade Cunha, no Departamento de Psicologia, Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (Fuchs, 1995; Ades, 2010; Otta et al., 2013). As atividades envolviam desde o estudo do comportamento de formigas até a ênfase na formação de graduandos e pós graduandos (Ades, 2010; Otta et al., 2013).

Assim como nos EUA e na Alemanha (Wessel, 2013), a Etologia no Brasil não foi implantada de uma maneira planejada e sempre manteve aproximação com áreas correlatas, atraindo estudantes de formações diversificadas, e com interesse que iam desde a Biologia até a Filosofia, principalmente após o estabelecimento do núcleo de pesquisa em Etologia do prof. Dr. César Ades, também no IP. Acompanhando as diretrizes do prof. Walter, o núcleo do prof. César também dava ampla possibilidade de escolha aos discentes em relação ao modelo biológico e ao tema a ser estudado dentro da Etologia (Fuchs, 1995; Otta et al., 2013; H.F. Japyassu, comunicação pessoal). Uma síntese da história da Etologia no Brasil, escrita por um de seus mais importantes protagonistas, pode ser encontrada em Ades (2010).

No presente trabalho realizamos a compilação das Teses de Doutorado defendidas no Brasil durante o período de cinco anos, de 2010 a 2014, organizadas de acordo com o gênero do autor, subáreas da Etologia, táxons estudados, e com as regiões e unidades federativas em que os estudos foram conduzidos. Trabalhamos com a hipótese de que mesmo após mais de 50 anos, a Etologia no Brasil mantém a característica original de ser estudada em instituições que englobam um amplo espectro de saberes. Procuramos verificar também se a origem da Etologia no IP da USP ainda marca a produção de Etologia nos tempos atuais.

 

Material & Métodos

Levantamento dos dados

As palavras chaves "bem estar animal", "cognição", "comportamento animal", "comunicação", "conservação', "ecologia comportamental', "etologia", "etologia humana", "psicologia evolutiva", e "teoria comportamental" foram utilizadas para buscas em sites e links de universidades e Instituições de pesquisa (ver Anexo I). Informações sobre os laboratórios de pesquisa em comportamento animal apresentadas no levantamento de Spinelli de Oliveira et al. (2014) também foram consideradas. A confirmação da autoria e demais informações foram feitas através de consultas à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

Adicionalmente, o formulário que consta do Anexo II foi divulgado no site (http://www.etologiabrasil.org.br/) e na fanpage (https://www.facebook.com/etologiabrasil/) da Sociedade Brasileira de Etologia (SBEt), e também enviado aos sócios via e-mail para que fornecessem dados a respeito das teses de Doutorado de Etologia defendidas no país entre 2010 e 2014. O resultado dessas consultas é apresentado em "Resultados e Discussão".

Apresentação dos Dados

Os dados foram apresentados em tabelas correspondentes aos anos de 2010 a 2014 (Tabelas 1-5), e estão organizados de acordo com o sobrenome (ordem alfabética) do autor(a), o título da tese, a instituição de filiação do autor(a), a subárea da Etologia, e o táxon estudado (cf. Magrini e Spinelli de Oliveira, 2015).

Os estudos foram classificados de acordo com:

a) o gênero de autoria;

b) subáreas da Etologia consideradas nas seções editoriais da Revista de Etologia (RE), com pequenas modificações, similar ao novo formato que o periódico Current Ethology terá, em substituição à RE. As subáreas são: Cognição, Comunicação, Ecologia Comportamental, Etologia Aplicada (abrangendo Bem Estar Animal e Conservação), Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental. A definição das áreas consideradas no presente estudo pode ser encontrada em http://www.etologiabrasil.org.br/informacoes/. Adicionalmente, a categoria identificada como "Outra" foi criada para a classificação dos estudos em que não foi possível fazer uma identificação adequada sobre a subárea do estudo, seja porque englobava duas ou mais subáreas da Etologia, tratava-se de um modelo teórico, ou por se enquadrar em uma subárea pouco representada, como por exemplo, Cronobiologia, Fisiologia do Comportamento, e Genética do Comportamento;

c) para a classificação dos táxons estudados, sempre que possível os mesmos foram identificados até o nível específico ou genérico, além dos táxons superiores aos quais pertencem: Classe, Ordem e Família. Para esta identificação, além do título dos trabalhos consultamos também as palavras chaves e/ou o resumo do estudo quando disponível. Para estudos cujos táxons não puderam ser determinados ao nível específico ou genérico utilizamos a notação (ND); estudos em que nenhuma categoria taxonômica pode ser identificada (NI); e para estudos em que não foi utilizado um modelo biológico (-). Os títulos originais das teses foram mantidos, entretanto, optamos pela atualização das mudanças taxonômicas recentes na classificação/identificação dos táxons. O grupo monofilético Sauropsida, constituído por todos os répteis e pelas aves foi desmembrado de acordo com o uso comum, e para salientar essa opção, Reptilia está grafado no texto, tabelas e figuras como "Reptilia" (grupo parafilético). Usamos o clado Cetartiodactyla, que inclui as ordens Artiodactyla e Cetacea (Boisseri et al., 2005; Spaulding et al., 2009);

d) os dados sobre as regiões geográficas e unidades federativas brasileiras estão apresentados de acordo com a ordem alfabética, segundo as normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O currículo Lattes/CNPq dos autores de todas as teses compiladas no estudo foi consultado para a confirmação das informações sobre as teses de doutorado (e.g. título, ano de defesa) quando as mesmas foram encontradas em nosso levantamento de dados através do currículo Lattes/CNPq do orientador, ou em bases de dados (repositórios) de teses de Universidades (ver Anexo I). Quando foram encontradas discrepâncias entre as informações, utilizamos a seguinte ordem de prioridade para a confirmação das informações: arquivo do trabalho original da Tese do autor, quando disponível; currículo Lattes/CNPq do autor (quando atualizado após a data informada de conclusão do Doutorado); e currículo Lattes/CNPq do orientador. Utilizamos a estatística descritiva (média±um desvio padrão, e porcentagem), quando necessário, para a apresentação de dados quantitativos.

 

Resultados e Discussão

Na análise amostral presentemente realizada identificamos 295 teses de doutorado em Etologia defendidas no Brasil no intervalo de cinco anos, de 2010 a 2014, uma média de 59±12 teses por ano, todas realizadas em instituições públicas, e subsidiadas majoritariamente por agências estatais de apoio. Os dados completos estão nas Tabelas 1 a 5 e comprovam o caminho de sucesso trilhado pelos programas de Pós Graduação no Brasil (Balbachevski, 2005) também para a área de Etologia. Salientam também a importância da rede pública, tanto de ensino como de pesquisa, no cenário do Ensino Superior brasileiro, principalmente nas últimas décadas (Picinin et al., 2012; Alves e Ferreira, 2014).

Um número relativamente restrito de instituições no Brasil abriga laboratórios ou programas de Pós Graduação que levam a denominação de "Comportamento Animal" ou "Etologia" (Tabelas 1 a 5). Estes laboratórios encontram-se principalmente na Universidade de Brasília, nas Universidades Federais do Paraná, do Rio Grande do Norte, de Santa Catarina, de Uberlândia, na Universidade Estadual Paulista de São José do Rio Preto e na Universidade de São Paulo (nos campi de São Paulo e de Ribeirão Preto). Este dado está de acordo com Spinelli de Oliveira et al. (2014), a partir de uma amostragem mais restrita que analisou o estado da arte da Etologia na América Latina.

Há uma grande diversidade de núcleos de pesquisa com produção em Etologia sediados em Institutos e/ou Departamentos aparentemente afastados do tema, como por exemplo, o Instituto de Física (USP), o Departamento de Engenharia Elétrica (USP), as Ciências Básicas da Saúde (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e o Laboratório de Evolução Marinha (USP) (Tabelas 1 a 5). Este dado indica que a origem multidisciplinar da Etologia no Brasil se mantém até os dias atuais.

Gênero de autoria

A autoria do sexo feminino foi numericamente maior (58%, 34±7 teses por ano) do que a do sexo masculino (42%, 25±5 teses por ano), mostrando pouca variação ao longo dos cinco anos do estudo (Figura 1). Padrão similar foi observado nas dissertações de mestrado (Magrini e Spinelli de Oliveira, 2015) produzidas durante o mesmo período.

A questão do gênero na produção científica em nível nacional e internacional é tema de grande interesse, e recentemente vários estudos qualitativos e quantitativos foram conduzidos (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015). Observa-se o aumento da participação feminina em todas as áreas do conhecimento, o que também é válido para o Brasil, segundo o Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes (ver http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/). A distribuição percentual dos pesquisadores por sexo no Brasil em 2014 é de 50% para cada gênero.

Os resultados obtidos no presente trabalho na área específica de Etologia no Brasil encontram-se, portanto, dentro da faixa esperada, salientando-se que se considera equidade numérica de gênero quando os valores variam de 40 a 60%. É importante salientar, no entanto, que uma participação igual em termos do número de teses produzidas não significa paridade em outros aspectos, como já descrito para cenários nacionais e internacionais (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015; Moschkovich e Almeida, 2015). A ascensão na carreira, concessão de projetos, e contratação na carreira acadêmica são questões relevantes que também precisam ser consideradas, temas que valem a pena ser abordados em trabalhos subsequentes (Spinelli de Oliveira et al., em preparação).

Regiões geográficas

A região Sudeste e a Nordeste contribuem com a maioria das teses de Etologia defendidas no Brasil, embora todas as regiões estejam representadas (Figura 2). Essa assimetria regional verificada nos doutorados de Etologia também é observada em termos de Programas e Cursos de Pós Graduação no país. Segundo levantamento feito por dos Santos e de Azevedo (2009), os Programas de Mestrado e Doutorado da região Sudeste corresponderam a 61% do total nacional, sendo similar à proporção de teses produzidas em Etologia por essa mesma região geográfica do país.

Também há uma contribuição contínua e regular na produção das teses da região Centro-Oeste (3%), Norte (6%) e Sul (12%) entre 2010 e 2014 (Figura 2). Em 2014, os grupos de pesquisas por região, cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes/CNPq (http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/) em porcentagem do total eram Centro-Oeste 7,5%, Nordeste 20%, Norte 6%, Sudeste 44%, e Sul 22%. Há, portanto, grande similaridade entre a porcentagem de grupos de pesquisa e a produção de doutorados em Etologia na maioria das regiões geográficas brasileiras, com exceção das regiões Centro-Oeste e do Sul, que apresentam valores consideravelmente menores do que seria esperado. Além disso, no caso dos doutorados de Etologia as teses referentes à região Centro-Oeste são principalmente de instituições do Distrito Federal.

As causas das diferenças regionais observadas, devem-se, possivelmente, a fontes variadas. A questão econômica não parece ser primordial já que as duas principais regiões, a Sudeste e a Nordeste, estão em posições opostas no espectro de desenvolvimento do Brasil (Ferreira Filho e Horridge, 2006), embora sejam as mais populosas (IBGE, 2015). Isso pode explicar, em parte, o maior número de teses em ambas regiões. Podemos estar, portanto, observando um efeito populacional. A oferta de Instituições de Pesquisa na área parece ser importante, mas não essencial, já que o Nordeste tem uma porcentagem menor do que a região Sul, e uma produção maior de teses. Por outro lado, uma questão que deveria ser estudada mais profundamente é a possível influência do IP da Universidade de São Paulo (USP) e de seus egressos na implantação e divulgação da área da etologia em ambas as regiões, como será discutido mais à frente.

Unidades Federativas

A maioria das unidades federativas brasileiras, 16 das 27 unidades (59%), está representada no período de estudo. Oito unidades contribuem todos os anos: [Distrito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Paraná (PR), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP)] (ver Suplemento I). As demais unidades federativas são Amazonas (AM), Ceará (CE), Goiás (GO), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), e Santa Catarina (SC), as quais não estão representadas em todos os anos analisados. Ao longo dos cinco anos do estudo, entre 11 e 13 unidades federativas participaram na produção das teses: 13 em 2010 e 2012, 11 em 2011 e 2013, e 12 em 2014 (Suplemento I).

As instituições do estado de SP são responsáveis por 145 teses (49% do total), e em seguida estão as instituições do RN com 37 trabalhos (13%), MG com 21 teses (7%), PR e PA com 15 teses cada (5%), e RS com 12 teses (4%). No conjunto, esses seis estados são responsáveis por 83% das teses de doutorado de Etologia entre 2010 e 2014 (Suplemento I).

A USP é responsável por 106 teses, ou seja, 36% dos doutorados de Etologia produzidas no país nos cinco anos do estudo, média de 21±11 teses por ano (Tabelas 1 a 5, Figura 3). Neste cenário, a USP destaca-se como responsável por 73% dos doutorados de Etologia em todo o estado de São Paulo. Se considerarmos que a USP produziu nesse mesmo intervalo de tempo um total de 10.829 teses de acordo com o portal da universidade (http://teses.usp.br), o tema de Etologia correspondeu a aproximadamente 1% do total dos doutorados da USP.

Embora a maioria das teses de Etologia tenha sido produzida em outras unidades da USP, o Instituto de Psicologia (IP) contribui de maneira regular (6±3 teses/ano; total de 29 teses), representando 27% da produção de teses de Doutorado de Etologia da USP, e 10% do total de teses de Etologia no país (Tabelas 1 a 5; Figura 4). Vale salientar que nos cinco anos analisados no presente estudo, o IP produziu mais teses do que todos os estados brasileiros, com exceção de São Paulo e do Rio Grande do Norte, indicando que este Instituto mantém a posição histórica de núcleo de importância no cenário da Etologia no Brasil (Figura 4).

Levando-se em consideração que de 2010 a 2014 a população do estado de SP correspondeu a aproximadamente 22% da população brasileira (IBGE 2010, 2012, 2014), a produção de doutorados pelas instituições paulistas deve ser compreendida por outros fatores além do populacional. Dentre esses se destaca a participação da quase centenária USP na formação de pesquisadores, e do próprio IP para a área da Etologia, como já mencionado. Não menos importante é a contribuição das demais universidades públicas paulistas, de reputação consolidada (i.e. UNESP e UNICAMP), assim como o poder econômico do Estado, expresso pelo papel preponderante de apoio à pesquisa por parte da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em atividade desde a década de 1960, com um orçamento anual correspondente a 1% do total da receita tributária do Estado de São Paulo, a maior do país.

Quanto às outras unidades federativas, os dados indicam esforços crescentes e recompensadores de seus pesquisadores e das agências de fomento federais no campo da Etologia, o que mostra que ainda há espaço para a expansão da área em termos nacionais.

Vale chamar a atenção também para a relação entre a expansão da Etologia e seu núcleo de origem em SP. Quando analisamos a história da Etologia no Brasil (Fuchs, 1995), observa-se que estados com grande representatividade na produção de teses em Etologia no Brasil, SP, RN, ES, MG e PR, abrigaram docentes da primeira ou segunda geração de egressos do Laboratório do Prof. Dr. Walter H. A. Cunha (cf. Fuchs, 1995), onde trabalhos acadêmicos sobre a Etologia, realizados no Brasil, se originaram. Um estudo mais detalhado de uma possível relação causal merece ser realizado, mostrando a importância a longo prazo das dinastias científicas também no Brasil (Kanigel, 1993).

Subáreas da Etologia

A principal subárea de estudo nos cinco anos de amostragem é a de Ecologia Comportamental. Em segundo lugar está representada a subárea de Etologia Aplicada (EA), abrangendo a EA propriamente dita, Bem Estar Animal, e Conservação (Figura 5). Este cenário pode ser observado também na análise feita por Ades (2010) com relação à história da Etologia e dos principais grupos de pesquisa no Brasil.

A Neuroetologia representa a terceira subárea mais investigada entre 2010 e 2014, o que indica que essa subárea, assim como a Ecologia Comportamental e a Etologia Aplicada, também está consolidada no país. As demais subáreas estão todas representadas ao longo do período de investigação, sendo a ordem de contribuição relativa a seguinte: Cognição e Comunicação, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental. A categoria identificada como Outra contribui consideravelmente para o total de teses produzidas, e embora inclua subáreas pouco representadas na Etologia quando consideradas de maneira isolada - e.g. Cronobiologia e Fisiologia do Comportamento - em conjunto contribuem para uma grande diversidade de temas (Figura 5).

A presença marcante da Ecologia Comportamental no contexto das teses de doutorado analisadas no presente trabalho é possivelmente decorrente da grande contribuição que naturalistas deram ao longo da história brasileira em termos de descrição de espécies nativas, com relatos pertinentes, em muitas das vezes, de aspectos comportamentais da fauna neotropical (Ades, 2010). Além disso, a própria origem da Etologia no IP, como já mencionado, aconteceu não dentro de uma abordagem psicológica, como poderia ser esperado de um Instituto de Psicologia, mas a partir da Etologia baseada na incorporação do paradigma evolutivo (i.e. Etologia Comparada) que teve como principal modelo biológico inicial o estudo de formigas, abrindo espaço para o enfoque ecológico, como também já havia acontecido anteriormente no AM nos EUA, e na UC (Schein, 1994; Otta et al., 2013).

A participação expressiva da temática aplicada também pode ser compreendida como decorrente de vários fatores. Investigadores da área aplicada, como por exemplo, o Prof. M. Paranhos, foram atuantes desde o início da fundação da SBEt na década de 1990. Não menos importante é o fato de o Brasil abrigar um dos maiores rebanhos de gados bovino e suíno do mundo (Hoff e Silva, 2014), e um número significativo de instituições de ensino superior especializadas na área de veterinária, com aproximadamente 200 faculdades no país (ver Conselho Federal de Medicina Veterinária, www.webanimal.com.br). Assim, as teses de EA parecem ser uma consequência natural desses fatores.

Táxons estudados

Foram identificadas pelo menos 223 espécies nominais considerando-se o total das teses de doutorado de 2010 a 2014, compreendendo 103 famílias e 43 ordens (Suplemento II-IV). A Figura 6 mostra que a maioria das teses tem como modelo biológico os vertebrados; esse grupo inclui 64 famílias de 27 ordens: uma família e uma ordem de Chondrichthyes (peixes cartilaginosos); 19 famílias e nove ordens de Actinopterygii (peixes ósseos); sete famílias e uma ordem de Amphibia; seis famílias e três ordens de "Reptilia"; 13 famílias e sete ordens de Aves; 18 famílias e seis ordens de Mammalia (Suplemento II).

 

 

Os artrópodes estudados estão incluídos em 34 famílias e 10 ordens: 26 famílias e seis ordens de Insecta; cinco famílias e três ordens de Arachnida (Chelicerata); e três famílias e uma ordem de Malacrostaca (Crustacea) (Suplemento III). Uma única tese estudou seis espécies dos filos Ctenophora, Cnidaria, Annelida e Echinodermata, compreendendo um total de seis famílias e seis ordens destes grupos (ver Tabela 4, Suplemento IV).

Dentre os vertebrados, os mamíferos foram estudados em 155 teses (53% do total), Aves em 18 teses (6%), e Actinopterygii em 16 teses (5%). Dentre os artrópodes, Insecta foi investigado em 63 teses (21% do total), Arachnida (subfilo Chelicerata) e Malacrostaca (subfilo Crustacea) completam o grupo com cinco teses cada (2%). Cinco por cento dos trabalhos são teóricos ou de espécies não identificadas.

Primates (71 teses) e Rodentia (45 teses) são as ordens mais estudadas dentre os mamíferos, e as famílias mais representadas são Hominidae, Muridae e Bovidae (Figura 7) nos cinco anos estudados. As linhagens albinas de Rattus norvegicus compreendem sozinhas 38 teses, 13% de todas as teses defendidas nos cinco anos que foram analisados.

O levantamento feito por Fuchs (1995) mostra uma presença marcante de trabalhos sobre humanos e também sobre linhagens de ratos albinos realizados no IP, indicando a robustez das linhas de pesquisa que tiveram esses sujeitos como principal modelo de interesse. Por outro lado, os dados do presente trabalho - o estudo de mais de 200 espécies de animais com inúmeras famílias e ordens - indicam que a grande diversidade da fauna brasileira está sendo encarada como um desafio a ser explorado também do ponto de vista da etologia, o que é promissor sob vários aspectos, inclusive em termos do estabelecimento de futuras políticas públicas de preservação. Os estudos de bovídeos, por outro lado, refletem a pujança das linhas de Etologia Aplicada e cumprem papel importante dentro do cenário econômico do país, como já salientado anteriormente.

 

Considerações finais

Um aspecto que tem que ser levado em consideração diz respeito às dificuldades na coleta dos dados do presente estudo, um fato também relatado por pesquisadores de outras áreas sobre estudos com metodologia similar (Aldé et al., 2013). Essas dificuldades deveram-se, em parte, a alguns fatores principais discutidos a seguir. O primeiro seria a inexistência de fontes sistematizadas de informação. Embora a maioria das Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa apresente sites com o repositório de teses (Anexo I), a busca é dificultada pela maneira como são organizados, com divisões, por exemplo, em Institutos, uma questão que é limitante no caso de uma ciência multidisciplinar como a Etologia. Adicionalmente, existem limitações com relação à variação da sensibilidade das ferramentas de consulta de cada site, e em muitos casos os autores também não incluem entre as palavras chaves, termos gerais que caracterizariam o trabalho, como por exemplo, "etologia", "comportamento animal" ou "etologia aplicada". Ou ainda, usam principalmente o termo "comportamento animal" em um sentido muito amplo, o que faz com que o verbete apareça em teses totalmente desvinculadas da etologia propriamente dita. Assim como outros autores (Aldé et al., 2013), também detectamos inconsistências nos títulos informados dos trabalhos, ou seja, nomes diferentes para um mesmo trabalho dependendo do site/plataforma consultada; e ainda, observamos a existência de bancos de dados de sites de universidades com programas de Pós Graduação incompletos e/ou desatualizados.

E finalmente, os esforços em relação a envolver a comunidade nessa amostragem foram pouco recompensados. Assim como no presente estudo, Aldé e colaboradores (2013) também reportaram a baixa ocorrência de respostas espontâneas em um estudo sobre teses na área de Ciências Humanas. Do total de teses de Etologia produzidas no país entre 2010-2014 (295 teses), apenas três teses (cerca de 1% do total) foram contabilizadas em nossa amostragem através das formas de consulta realizadas junto aos pesquisadores e à comunidade científica ligada a Etologia no país (ver Materiais e Métodos). Dessa forma, apesar da amostragem cuidadosa realizada, é possível que nossos dados possam estar subestimados, o que poderia explicar, em parte, a ausência no presente estudo de alguns estados e instituições de ensino tradicionais.

O estudo de Aldé et al. (2013), utilizando metodologia semelhante a do presente trabalho, analisou um total de 635 teses sobre Comunicação e Política (140 teses e 495 dissertações) durante vinte anos (de 1992 a 2012). Somando-se os dados do presente trabalho e do estudo de Magrini e Spinelli de Oliveira (2015) sobre mestrados em etologia, totaliza-se 826 trabalhos de Etologia (295 de doutorado e 531 dissertações) em um período de cinco anos, um resultado que demonstra o grande interesse pela área e a qualidade do levantamento realizado.

Consideramos, portanto, que o presente estudo foi abrangente, podendo ajudar de diferentes maneiras a difundir a Etologia no Brasil, e na definição de novos rumos e estratégias para a área. Uma sugestão nesse sentido seria a criação de um Diretório de Teses de Doutorado e de Dissertações de Mestrados que poderiam alojar-se no site da SBEt, de maneira a facilitar o acesso do maior número possível de pessoas interessadas.

A análise aqui realizada abrange um período (2010-2014) que se configura em um contexto de abundância de recursos para a pesquisa e Pós Graduação no Brasil, principalmente a partir de 2010 (Picinin et al., 2012) se comparado a períodos anteriores. O sistema de Pós Graduação brasileiro stricto sensu foi estabelecido na década de 1960, e a partir de 1970 ganhou a configuração que conhecemos atualmente. Posteriormente seguiu-se a criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em nível nacional, ambos em 1951, e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no Estado de São Paulo (SP), em 1962, data do início efetivo das atividades da Fundação. Em 2010 foi aprovado o "Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020", estabelecendo metas e estratégias de ampliação da Pós Graduação no Brasil (Alves e Ferreira, 2014). Dessa forma, o presente estudo aponta para o sucesso das políticas públicas de Pós Graduação em Etologia implementadas no Brasil, assim como a importância das instituições públicas brasileiras para a existência e o futuro fortalecimento da Etologia no país.

Concluímos que os resultados demonstram que a Etologia está consolidada como área autônoma do conhecimento no Brasil, principalmente em regiões direta e/ou indiretamente influenciadas pelo núcleo fundador da Etologia no país, sediado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. O Distrito Federal é uma das exceções que destacamos em relação a essa regra, demonstrando que as políticas de apoio e formação de pesquisadores no Brasil podem dar resultados promissores. Há possibilidades concretas de ampliação da Etologia no país, tanto do número de instituições, como das linhas de pesquisa, visto o crescimento das formas e volume do apoio institucional, majoritariamente estatal. Nesse contexto, enfatizamos que as instituições públicas de ensino e pesquisa são, e possivelmente serão, fundamentais para a formação futura de etólogos no Brasil. Este fato obriga os pesquisadores(as) da área a debruçarem-se sobre as responsabilidades que existem com relação à população brasileira que financia, através de seu próprio trabalho, a existência das universidades públicas. Apesar de terem sido ditas há alguns anos, as palavras da Profa. Carolina M. Bori soam de fundamental importância ainda hoje: "Se o País perder a Universidade pública que tem, por deterioração, má administração, ou por reduzi-la a um mero papel de escola profissional, haverá um atraso científico e social muito grande" (Botomé, 2007).

 

Agradecimentos

Agradecemos a MSc. Ana Paula Braga pela contribuição em parte do levantamento de dados e o apoio técnico de Ana Paula dos Santos Rossi, do Departamento de Biologia (FFCLRP), USP. LM é bolsista do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD) da Coordenação de Apoio de Pessoal de Nível Superior (Capes) junto ao Programa de Pós Graduação de Psicobiologia (FFCLRP/USP). Somos também gratos ao Prof. Dr. Eduardo Bessa, revisor da Revista de Etologia, pelas cuidadosas e ricas sugestões, correções e comentários. Salientamos, no entanto, que o texto revisado é de inteira responsabilidade dos autores (ESO e LM).

 

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* Corresponding author: E-mail: esolivei@usp.br; lm.leandrom@gmail.com

 

 


Suplemento I - Clique para ampliar

 


Suplemento II - Clique para ampliar

 

 


Suplemento III - Clique para ampliar

 

 


Suplemento IV - Clique para ampliar

 

Anexo I

Sites consultados.

Ver também Spinelli de Oliveira et al., 2014.

http://bibliotecas.ufs.br/pagina/1923

http://letaufsc.wixsite.com/letaufsc/teses-e-dissertaes

http://repositorio.ufpa.br/jspui/

https://repositorio.ufsc.br/

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/122960

http://repositorio.unicamp.br/

https://sigaa.ufpa.br/sigaa/public/programa/portal.jsf?id=485

http://sites.uefs.br/portal

http://www.animalbehaviorsociety.org/web/about-history.php

http://www.bc.ufrr.br/index.php/tesesedissertacoes

http://www.bibliotecas.ufu.br/

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-8VWKVQ

http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2010/09/conheca-as-instituicoes-de-fomento-a-pesquisa-no-pais

http://www.grupoetco.org.br/integrantes.html

http://www.portal.ufpr.br/teses_acervo.html

http://www.repositorio.ufc.br/

http://www.teses.usp.br/

http://www.ufrgs.br/ufrgs/inicial/coringa/repositorio-digital

http://www.unesp.br/portal#!/propg/banco-de-teses/

 

Anexo II

Formulário divulgado pela SBEt

Cadastro de dissertações e teses (SBEt)

Olá,

A SBET (Sociedade Brasileira de Etologia) quer conhecer e divulgar os trabalhos defendidos nos últimos 4 anos nas diversas áreas da etologia (etologia aplicada, neuroetologia, ecologia comportamental, psicologia e evolução, evolução do comportamento, cognição animal e comunicação, teorias comportamentais, etc).

Por favor, nos ajude a completar este cadastro com os dados da sua dissertação/tese/trabalho de conclusão de curso. Você também pode nos ajudar compartilhando esse formulário com seus alunos e colegas.

Obrigado!

Sociedade Brasileira de Etologia

Tipo de material:

Tese

Dissertação

Monografia/Conclusão de curso

Título da tese/dissertação/monografia:

Autor(a):

Em qual (s) categoria(s) você classificaria seu trabalho?

Cognição animal

Comunicação

Ecologia comportamental

Etologia aplicada

Evolução do comportamento

Neuroetologia

Psicologia e evolução

Teorias comportamentais

Outro:

Orientador(a)

Ano da defesa

Instituição

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