Editorial

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Maíra Bonafé Sei

Rafael Bianchi Silva

Universidade Estadual de Londrina

A revista Semina: Ciências Sociais e Humanas chega a seu 40° volume e, em seu primeiro número de 2019, optou por agregar as contribuições recebidas em um Dossiê Temático com o título “Saúde Mental em Debate: perspectivas psicológicas”, composto por cinco artigos de pesquisadores de diferentes instituições brasileiras. Busca-se, com isso, reunir os textos espontaneamente submetidos no formato de dossiê, delineando um sentido para tais contribuições de modo a contemplar a diversidade de trabalhos de pesquisa realizados dentro de uma determinada temática.

Nota-se, a partir do material publicado, uma preocupação em, especialmente por meio do conhecimento da Psicologia, problematizar o campo da saúde mental. Nos três primeiros artigos, identificamos um debate que se debruça sobre as políticas públicas de saúde, discutindo temas como a humanização do trabalho na saúde - em “Elos entre a psicologia e o trabalho humanizado na saúde: compreensão, formação e práticas”, de autoria de Daren Priscila Tashima Cid, Maiango Dias, Miria Benincasa e Maria do Carmo Fernandes Martins -, o cuidado em saúde mental frente à reforma psiquiátrica - no trabalho “Internamento E(sca) ncarado: Coexistência da Internação Psiquiátrica e a Rede de Atenção Psicossocial”, escrito por Cristofthe Jonath Fernandes, Aluísio Ferreira de Lima, Pedro Renan Santos de Oliveira - e a expectativa de responsáveis por crianças e adolescentes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial infantojuvenil (CAPSi) - no artigo “Demandas a um CAPSi: o que nos dizem os responsáveis por crianças e adolescentes em situação de sofrimento psicossocial”, que tem Cecília Maria Rocha Ribeiro e Lilian Miranda como autoras.

Quanto aos demais artigos que compõem o dossiê, acompanha-se uma reflexão sobre a formação em Psicologia e sua relação com a Psicanálise. O quarto artigo, de Maria Ângela Fávero-Nunes - intitulado “Formação na clínica: uma experiência inicial com crianças e famílias orientada pela Psicanálise” - tem por foco o debate acerca da formação clínica discorrendo sobre uma experiência de estágio que propõe o atendimento de crianças e famílias. Por fim, no quinto e último trabalho que compõe o dossiê - “O perigo da leitura literária: questões para o campo da psicanálise” -, Debora Ferreira Leite de Moraes discute o papel da leitura literária para seus leitores também a partir de uma reflexão que tem por base o referencial psicanalítico.

Além do dossiê proposto, a revista também conta com três artigos originais, advindos dos demais campos que integram a grande área das Ciências Sociais e Humanas. Essa seção inicia-se com o artigo “Transexualidade e visibilidade trans em mídias digitais: as narrativas de Mandy Candy no YouTube”, no qual Stephanie Caroline Ferreira de Lima e Idilva Maria Pires Germano abordam uma temática extremamente atual, mas ainda pouco contemplada pela literatura científica. Segue com o artigo “Institucionalização do trabalho artesanal: Classe social e identificação cultural em França e Brasil”, de Daniel Roberto Vega Torres, que busca comparar o trabalho artesanal no cenário brasileiro daquele que é realizado no território francês. Já o último artigo, redigido por Marcelo Alves Cerdan e intitulado “O cultivo do chá. Breves considerações a partir do município de Itu – século XIX”, trata da memória histórica do cultivo do chá no território paulista.

Esse número da Semina é finalizado com a resenha “Aprendendo a viver ao longo da vida: desafios de pesquisa sobre a construção da pessoa”, na qual Edna Lúcia Tinoco Ponciano, Xênia Domith, Eduardo Esteves, Fabio Souza, Ludmilla Furtado, Rafael Pires Leite, Filipe Tomé e Katherine Rodrigues da Silva discorrem sobre o livro de Kathleen Stassen Berger cujo título é “O desenvolvimento da pessoa: do nascimento à terceira idade”, publicado em 2017.

Fazemos votos de que a leitura seja enriquecedora, levantando questões e contribuindo para o aprimoramento de nosso leitores!