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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.21 no.2 Belo Horizonte ago. 2015

https://doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2015V21N2P313 

ARTIGOS

DOI - 10.5752/P.1678-9523.2015V21N2P313

 

 

Influências percebidas na escolha profissional de jovens provenientes de classes socioeconômicas desfavorecidas

 

Perceived influences on career choice made by young people from disadvantaged socioeconomic classes

 

Influencias percibidas en la elección profesional de jóvenes provenientes de clases socioeconómicas desfavorecidas

 

 

Gênesis Marimar Rodrigues Sobrosa*; Clarissa Tochetto de Oliveira**; Anelise Schaurich dos Santos***; Ana Cristina Garcia Dias****

 

 


Resumo

O objetivo deste estudo foi investigar influências dos genitores no processo de escolha profissional de jovens pertencentes a classes socioeconômicas desfavorecidas. Para tanto, 200 alunos das três séries do ensino médio responderam coletivamente a um questionário que continha questões abertas e fechadas. Os estudantes eram de ambos os sexos e frequentavam duas escolas públicas localizadas no interior do Rio Grande do Sul. As informações das questões abertas foram submetidas à análise de conteúdo temática, e os dados das questões fechadas, a análises estatísticas descritivas. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes não acredita ter sofrido influência de alguém para escolher o curso técnico ou de graduação. Entre os estudantes que identificaram interferência de terceiros na escolha profissional, os genitores foram os mais citados. Conclui-se que a opinião dos pais sobre o mundo do trabalho transmite valores que são considerados pelos jovens no estabelecimento de seus planos futuros.

Palavras-chave: Escolha profissional. Classes socioeconômicas. Jovens. Orientação profissional.


Abstract

The aim of this study was to investigate the influences of parents on the career choice process of young people from disadvantaged socioeconomic classes. To this end, 200 students from the three high school grades collectively answered a questionnaire containing open and closed questions. The students were of both sexes and they were attending two public schools located in the outskirts of Rio Grande do Sul. The information from the open questions were analyzed through thematic content and data from the closed questions under descriptive statistical analyzes. The results showed that most participants do not believe they have been influenced by someone else in choosing a technical or a first degree course. Among students who identified interference in their career choice, parents were the most frequent. We conclude that parental opinion about the world of work conveys values that are considered by young people when setting their future plans.

Keywords: Career choice. Socioeconomic classes. Young adults. Professional guidance.


Resumen

El objetivo de este estudio ha sido investigar la influencia de los genitores en el proceso de elección profesional de jóvenes pertenecientes a clases socioeconómicas desfavorecidas. Para ello, 200 estudiantes de los tres años de Secundaria respondieron colectivamente un cuestionario que contenía preguntas abiertas y cerradas. Los estudiantes eran de ambos sexos y acudían a dos escuelas públicas ubicadas en el interior de Río Grande del Sur. Las informaciones de las cuestiones abiertas fueron sometidas a análisis de contenido temático y los datos de las cuestiones cerradas a análisis estadísticos descriptivos. Los resultados mostraron que la mayoría de los participantes no cree haber sufrido influencias de alguien para elegir su curso técnico o su graduación. Entre los estudiantes que identificaron interferencia de terceros en la elección profesional, los genitores fueron los más citados. Se concluye que la opinión de los padres acerca del mundo del trabajo transmite valores que son llevados en cuenta por los jóvenes en el establecimiento de sus planes futuros.

Palabras clave: Elección profesional. Clases socioeconómicas. Jóvenes. Orientación profesional.


 

 

A escolha profissional pode ser entendida como a decisão sobre o que fazer em termos ocupacionais e a pessoa que se quer ser no futuro. Trata-se de um processo contínuo, composto por uma série de decisões tomadas ao longo da vida (Filomeno, 2012). A escolha da futura profissão tende a acontecer quando os jovens frequentam o ensino médio (Bruno & Sorbello, 2008), quando são desafiados a definir, em apenas uma escolha, uma opção que integre identidade, profissão, formação e empregabilidade (Coutrim & Cunha, 2011; Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Entretanto esse período de escolhas é caracterizado pela busca de equilíbrio entre o que se almeja ser e o que a realidade na qual os sujeitos estão inseridos possibilita (Gonçalves et al., 2008), uma vez que a escolha profissional envolve características pessoais, fatores socioeconômicos e a própria realidade do mundo ocupacional (Bruno & Sorbello, 2008).

Assim, a escolha profissional pode ser influenciada por diversos fatores. Entre os aspectos pessoais que podem interferir na decisão, destacam-se características pessoais, interesses e aptidões, a forma de ver o mundo, de ver a si mesmo, bem como os valores, as crenças e as informações que as pessoas têm sobre as profissões (Almeida & Pinho, 2008; Santos, 2005). Nesse contexto, a família tem um papel fundamental, uma vez que possibilita ao jovem a construção de valores e crenças sobre si e sobre o mundo, inclusive sobre os aspectos relacionados ao trabalho. As percepções das próprias capacidades e habilidades e das opções profissionais consideradas aceitáveis ou inaceitáveis também são influenciadas por discursos e valores que circulam no ambiente familiar (Bardagi, Lassance & Teixeira, 2012; Magalhães, 2008). Assim, o objetivo deste estudo foi compreender as percepções de jovens oriundos de classes socioeconômicas desfavorecidas sobre a influência de seus genitores em seu processo de escolha profissional.

 

O mercado de trabalho e os jovens

A entrada e permanência no mundo do trabalho têm sido dificultadas por uma série de exigências do empregador. Em especial, quando isso se refere aos jovens, o principal obstáculo concentra-se na falta de experiência na atividade laboral pretendida. Isso tende a acontecer quando o empresário prefere contratar jovens que têm experiências anteriores de trabalho (Bastos, 2005). Outros fatores que podem impedir ou dificultar a inserção dos jovens na área de trabalho almejada referem-se à falta da qualificação requisitada, ao local de moradia do jovem, além das questões relativas à aparência dos candidatos, tais como a cor da pele, tipo de cabelo, biótipo corporal (Paim, 2007). Além disso, a alta competitividade entre os candidatos e as características desejadas no mercado atual, como flexibilidade, habilidades técnicas e sociais são vistas como complicadores pelos concorrentes da vaga de trabalho (Sobrosa, Camerin, Santos & Dias, 2012).

Muitos dos jovens que percebem tais empecilhos buscam compensar essa lacuna em cursos no turno oposto ao do ensino formal (Lucena, 2011). Assim, a escolarização é vista por esses como um diferencial em seu processo de formação e sucesso profissional. Os estudantes do ensino médio reconhecem que quanto maior for sua bagagem de conhecimentos, melhores serão seus níveis de empregabilidade no futuro (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, 2011). Provavelmente essa complexa realidade de incertezas e dúvidas do mundo do trabalho deixem os jovens confusos em relação à escolha de suas futuras profissões (Santos, 2005; Oliveira et al., 2003). Para Santos (2005), uma fonte de apoio muito utilizada pelos jovens que se encontram nesse dilema é a família. A autora destaca que, nos momentos de crises e confusos quanto à escolha da profissão, o jovem vivencia esse processo de maneira mais satisfatória se ele dispõe do acolhimento familiar.

 

A influência dos pais na escolha da profissão dos filhos

A literatura acerca da relevância da participação dos genitores no processo de orientação profissional dos filhos aponta estudos realizados já na década de 1990, os quais assinalam para a importância desse aspecto na trajetória de escolha da profissão dos jovens (Guerra & Braungart-Rieker, 1999; Steele & Barling, 1996; Pinto & Soares, 2001). Um estudo que objetivou conhecer a percepção de adolescentes sobre as expectativas de seus genitores em relação à sua futura profissão destaca que a figura paterna é percebida como sendo mais encorajadora na conquista de independência. Entretanto a mãe é apontada por fornecer maior apoio na etapa final do processo de escolha (Guerra & Braungart-Rieker, 1999). Em uma pesquisa recente, verificou-se que grande parte dos jovens que não tiveram a presença do pai no decorrer de seu desenvolvimento elegeu uma figura que o substituísse. O estudo assinala ainda que esse representante teve influência na tomada de decisão da futura atividade profissional dos jovens (Lopes & Paula, 2011). Por outro lado, as autoras destacam que os jovens que não contaram com apoio paterno e nem com figura substituta relataram que suas mães os auxiliaram na escolha da profissão de maneira satisfatória.

Conforme Coutrim e Cunha (2011), em um estudo que analisou a influência de genitores nas escolhas profissionais de alunos concluintes do ensino médio de quatros escolas públicas situadas no Estado de Minas Gerais, pode-se inferir, com base nos resultados obtidos na investigação, que há significativa influência dos pais no processo de exploração e de escolha da profissão desses estudantes. Assim, 68,5% dos pais afirmaram participar da vida dos filhos. Além disso, os dados mostraram que 68,5% dos alunos conversam com seus genitores sobre dificuldades que enfrentam no ambiente escolar bem como experiências boas relativas aos estudos. Por fim, cerca de 81,2% dos jovens revelaram que conversam com seus pais sobre o futuro profissional.

Nessa perspectiva, Carvalho e Taveira (2009) realizaram uma pesquisa que investigou a percepção de professores, profissionais da área de orientação profissional, estudantes e de seus genitores a respeito da influência dos últimos no processo de escolha da profissional dos filhos. Os resultados desse estudo indicaram que esses pais estão presentes na fase de tomada de decisão relativa às escolhas de carreiras dos jovens. Os autores também identificaram algumas condutas comuns emitidas por esses pais, tais como oferecer apoio financeiro e emocional, além de mostrarem-se disponíveis para conversar com os jovens. Carvalho e Taveira (2009) assinalam que o suporte disponibilizado pelas figuras parentais é fundamental nesse momento de exploração.

Tendo em vista a relevância da participação da família, sobretudo dos genitores, na trajetória vocacional dos jovens, foi realizado um estudo de revisão que teve como objetivo sistematizar a produção científica que trata sobre a influência dos pais no processo de escolha da carreira de filhos adolescentes. Foram analisados artigos, livros, dissertações e teses encontrados em diversas bases de dados nacionais e internacionais, e foram feitas buscas em acervos de universidades (Almeida & Melo-Silva, 2011). Primeiramente, as autoras identificaram a quais referenciais teóricos os estudos encontrados pertenciam. Após essa etapa, Almeida e Melo-Silva (2011) constataram que, nessas pesquisas, a variável "influência dos pais" apresenta-se continuamente através de interações entre os membros de cada família. É importante ressaltar que os dados apontam que esse processo começa ainda na infância do filho. Pode-se dizer que os pais influenciam os filhos por meio de ações práticas e também por influências de natureza subjetiva. Como exemplo, a formação educacional e o apoio financeiro estão situados na esfera das ações objetivas praticadas pelas figuras parentais. Já a aprovação ou reprovação de escolhas, cobranças e apoio são de ordem subjetiva.

 

O processo de escolha profissional e as questões socioeconômicas

É importante salientar que o contexto socioeconômico pode interferir na escolha profissional (Almeida, Guisante, Soares & Saavedra, 2006; Almeida & Pinho, 2008; Maffei, 2008; Magalhães, Alvarenga & Teixeira, 2012; Pereira & Garcia, 2009). Jovens provenientes de classes socioeconômicas desfavorecidas tendem a apresentar dificuldades em tomar decisões sobre o que fazer, uma vez que restrições de ordem econômica podem limitar suas possibilidades (Moura & Possato, 2012; Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Diante disso, jovens provenientes de classes socioeconômicas desfavorecidas possivelmente têm menores expectativas de sucesso profissional, o que faz com que se sintam desmotivados para escolher uma ocupação (Sobral, Gonçalves & Coimbra, 2009). Nesse sentido, um estudo realizado por Moura e Possato (2012) com jovens pertencentes a classes populares, moradores no Município de Ponta Grossa, no Paraná, assinala que as questões relacionadas à futura atividade profissional são centrais na vida dos mesmos. No entanto, os resultados apontam que os participantes desse estudo se sentem, muitas vezes, impotentes e fracassados em relação a essas perspectivas, devido às crescentes exigências de qualificação para a entrada e permanência no mercado de trabalho. De maneira geral, a literatura assinala que a inserção dos jovens brasileiros oriundos de classes socioeconômicas desfavorecidas no âmbito profissional tende a acorre de maneira precária e difícil (Moura & Possato, 2012; Teixeira, 2005). Nesse sentido, um estudo realizado por Teixeira (2005) com jovens de comunidades carentes na cidade do Rio de Janeiro aponta que eles almejam exercer uma profissão que possibilite, além de ganhos financeiros, prazer e reconhecimento social. Entretanto os jovens relatam ter de enfrentar diversas dificuldades relacionadas à manutenção de seus estudos, assim como na busca de sua primeira colocação profissional. Dessa forma, como menciona Bastos (2005), jovens pertencentes a classes desfavorecidas muitas vezes abandonam sua primeira opção profissional em detrimento de uma escolha mais próxima de sua realidade socioeconômica.

Além disso, pais provenientes de classes socioeconômicas desfavorecidas tendem a apresentar dificuldades em perceber o trabalho como fonte de satisfação, pois, frequentemente, realizam trabalhos com baixa remuneração e reconhecimento. O contato com situações de insegurança profissional e a exposição a discursos negativos sobre o mundo trabalho, possivelmente experienciados nesses ambientes familiares, podem diminuir o investimento escolar do indivíduo. Isso pode fazer com que os jovens resistam em se envolver em projetos que demandam persistência, como o processo de exploração vocacional (Sobral et al., 2009). Dessa forma, é importante ter um olhar que abarque o processo de escolha profissional dos adolescentes de maneira ampla. Ao se pensar sobre a orientação profissional de um indivíduo, devem-se levar em consideração os aspectos socioeconômicos, culturais, o contexto familiar, além de características psicológicas (Nepomuceno & Witter, 2010). Assim, o ambiente no qual os jovens estão inseridos influencia em sua tomada de decisão, bem como o meio social também sofre alterações nesta dialética (Maffei, 2008; Magalhães et al., 2012; Moura & Possato, 2012).

Dessa forma, acredita-se que o conhecimento sobre as percepções acerca da influência de seus pais sofridas por esses jovens possa auxiliar a desenhar intervenções em orientação profissional mais adequadas para essa realidade específica. Afinal, esse público frequentemente demanda inserção imediata no mercado de trabalho, além de auxílio no planejamento do projeto de vida profissional, o que indica a necessidade de um modelo de orientação profissional diferente do atendimento tradicional a vestibulandos pertencentes a classes abastadas (Ribeiro, 2003).

 

Método

Participantes

Participaram do estudo 200 estudantes de ambos os sexos (65% mulheres) que frequentavam o ensino médio (48,5% do terceiro ano, 28% do segundo ano e 23,5% do primeiro ano) em duas escolas públicas estaduais no interior do Rio Grande do Sul. A idade dos participantes variou entre 14 e 26 anos (M = 16,88; DP = 1,62). De acordo com o "Critério de Classificação Econômica Brasil" (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa [ABEP], 2012), 49% das famílias dos participantes enquadram-se na classe C2 (com renda média bruta familiar no mês de até R$ 1.147,00), 39% na C1 (até R$ 1.685,00), 7,5% na D (até R$ 776,00) e 4,5% na classe B2 (até 2.654,00). A maior parte dos alunos frequentava o turno da manhã (49,5%), sendo que 29% dos jovens estudavam à noite e 21,5%, no turno da tarde. A maior parte das mães dos participantes trabalhava em serviços domésticos (60,5%), no comércio (5,5%), em indústria (4,5%) e na área da saúde (4,50%), e os pais, em prestação de serviços (27,0%), construção civil (19,5%), negócio autônomo (10,5%) e comércio (8,0%).

 

Instrumentos e procedimentos

Os participantes do estudo responderam a um questionário anônimo, coletivamente, em sala de aula. O instrumento continha questões abertas e fechadas que investigavam dados sociodemográficos bem como as possíveis influências na escolha profissional.

Para a realização do estudo, inicialmente os objetivos e os procedimentos da pesquisa foram apresentados às diretorias das escolas, sendo-lhes solicitada a autorização e colaboração para a realização da pesquisa em suas instituições. Esse procedimento foi repetido com os professores e alunos. Os questionários foram aplicados coletivamente em sala de aula, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Menores de 18 anos entregaram o TCLE assinado por eles próprios e pelo responsável. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado sob o número 0249.0.243.000-10 junto ao Comitê de Ética da universidade.

 

Análise dos dados

As informações obtidas por meio das questões abertas foram submetidas à análise de conteúdo temática. A análise de conteúdo utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos que permitem inferir conhecimentos com base no conteúdo de mensagens. Esse tipo de análise busca a produção de inferências a respeito do conteúdo da comunicação, trabalhando com a palavra, a partir da categorização de unidades de texto repetidas (Bardin, 1979).

Neste estudo, os procedimentos de análise iniciaram com a pré-análise, que definiu e organizou os documentos a serem avaliados, ou seja, as respostas de todos participantes foram agrupadas de acordo com a questão a que se referiam. Posteriormente, foram realizadas leituras flutuantes dessas respostas, buscando identificar os temas (unidades de sentido) recorrentes. A seguir, na etapa de análise, as respostas dos participantes foram desmembradas, conforme as unidades de sentido que apresentavam as quais, por sua vez, foram agrupadas em categorias que reuniam respostas similares e com um tema em comum. A categorização foi feita considerando o conjunto de unidades de sentido produzidas pelos participantes, isto é, um mesmo participante pode ter produzido uma resposta com mais de uma unidade de sentido. Esse procedimento foi realizado por três juízes. Em seguida, foi realizado o levantamento do número de unidades de sentido por categoria, bem como do percentual de unidades em cada categoria em relação ao total. As unidades de sentido e os respectivos percentuais se encontram nas tabelas apresentadas a seguir. Por fim, procedeu-se à discussão e à interpretação dos resultados, momento no qual se realiza uma integração entre os dados empíricos e a literatura estudada, buscando ampliar a compreensão do fenômeno.

 

Resultados e discussão

Inicialmente, foi perguntado, por meio de uma questão fechada, se os estudantes acreditavam ter sofrido influência de alguém na escolha de um curso superior ou técnico. Em relação ao curso superior, a maioria (65,5%) acreditava não ter sofrido influências externas, 14% acreditavam terem sido influenciados por alguém e 20,5% não responderam à questão. Sobre o curso técnico, grande parte dos jovens (48%) acreditava não ter sofrido influências externas, 7,5% acreditavam ter sofrido a influência de alguém e 44,5% deixaram a questão em branco.

Percebe-se que a maioria dos participantes deste estudo acredita não ter sofrido a influência de alguém para a escolha do curso, seja ele um curso de graduação ou técnico. A dificuldade dos alunos em reconhecer a influência de terceiros no processo de decisão por uma profissão pode ser compreendida por meio da literatura que trata do papel dos genitores na escolha profissional dos filhos. É comum que os pais atribuam uma conotação negativa ao termo "influência" quando se trata de orientar os planos futuros dos jovens (Almeida, 2009), pois compreendem que "influenciar" significa direcionar a escolha profissional. Os pais não percebem que a influência ocorre pela socialização e da educação ao longo da vida (Loosli, 2003). É possível que a mesma atribuição negativa ao termo "influência" explique a dificuldade dos jovens em reconhecer a influência de terceiros no processo da escolha profissional.

Também foi questionado aos jovens quem os influenciou na decisão do curso pelo qual haviam optado. As influências citadas por aqueles que decidiram por um curso superior foram os familiares no geral, incluindo primos, tios, irmãos e padrinhos (29,57%), os genitores e os amigos em conjunto (17,86%), a mãe (17,86%), o pai (10,71%), a mídia (18%) e os professores (6%). Já as influências para escolher qual curso técnico frequentar foram os familiares no geral, incluindo tios, irmãos e cônjuge (40%), a mãe (26,67%), o pai (6,67%) e os colegas de trabalho (13,33%).

É possível notar que, entre os estudantes desta pesquisa que reconheceram a influência de outras pessoas na sua escolha profissional, os familiares no geral foram apontados com maior frequência. Esse resultado vai parcialmente ao encontro da pesquisa de Nepomuceno e Witter (2010), realizada com estudantes de escolas pública e particular. Esses autores encontraram que os alunos de escola particular perceberam a influência familiar como mais forte do que a influência do meio acadêmico, enquanto os jovens de escola pública identificaram impacto maior do meio acadêmico, embora também houvesse influência familiar (Nepomuceno & Witter, 2010). A comparação entre este estudo e essa pesquisa desperta dúvidas sobre se há diferenças na percepção de estudantes de escolas públicas e particulares sobre as influências recebidas na escolha vocacional, uma vez que as respostas dos participantes dessa pesquisa (de escolas públicas) se assemelham às respostas oferecidas pelos estudantes de escola particular do estudo de Nepomuceno e Witter (2010).

Os amigos (além dos genitores e professores) também são considerados por adolescentes de escolas públicas e particulares pessoas importantes na definição da carreira profissional dos mesmos (Nepomuceno & Witter, 2010; Pereira & Garcia, 2007). Enquanto os amigos e professores influenciam através da troca de informações sobre cursos e universidades, de opiniões sobre profissões mais apropriadas para cada um, do apoio emocional e do incentivo para estudar para o concurso vestibular, os genitores tendem a contar sobre sua experiência profissional, servir de modelo para os jovens e oferecer apoio nas escolhas (Nepomuceno & Witter, 2010; Pereira & Garcia, 2007). Assim, fica claro que não se pode descartar o papel do relacionamento interpessoal com familiares e amigos na estruturação da identidade profissional, mesmo que os jovens se considerem autônomos (Pereira & Garcia, 2007).

Na sequência, os estudantes foram questionados sobre o que as fontes de influência haviam dito ou feito para que eles se sentissem influenciados. No que se refere à escolha do curso superior, obtiveram-se 40 unidades de resposta, agrupadas em 7 categorias. Destas, duas foram consideradas respostas insuficientes para responder à questão e seis participantes, que responderam acreditar ter sofrido a influência de alguém, não responderam o que as fontes de influência haviam dito ou feito para que eles se sentissem influenciados. A categoria que obteve maior percentual (22,5%) foi a denominada "aspectos positivos da profissão", na qual os estudantes afirmaram que essas pessoas consideradas influentes falavam sobre pontos favoráveis da profissão a ser escolhida, possibilitando a identificação do estudante com esta. Exemplos de respostas dessa categoria são: "Que era um curso interessante e que eu deveria pesquisar sobre ele" e "Que era uma bela profissão". Outro aspecto citado foi a boa remuneração (12,5%), como ilustrado na resposta "Que ganha muito bem, tem bastante mercado de trabalho, construções e você nunca ficará sem emprego". Ainda foi indicada a facilidade de inserção no mercado de trabalho (10%), conforme exemplifica a resposta: "Emprego garantido em negócios da família". Além disso, os participantes se sentiram influenciados por alguém que já havia sido graduado no curso que pretendiam realizar (7,5%), sendo exemplos de resposta que compuseram essa categoria: "Que administração é uma profissão muito boa e como minha dinda é bem-sucedida fica mais fácil até para arrumar um emprego depois" e "Apenas pela satisfação de ter feito eu já me senti influenciada". Alguns estudantes também afirmaram que as pessoas influentes não disseram nada (5%), que a influência foi a própria pessoa (12,5%) ou que não sabem o que a pessoa disse que lhes influenciou (10%).

Já em relação à escolha do curso técnico, foram criadas 4 categorias, a partir das 15 unidades de resposta obtidas, sendo que três participantes não responderam a essa questão. De acordo com os participantes, as fontes de influência falavam sobre elementos positivos do curso técnico escolhido e das possibilidades de crescimento profissional que o jovem poderia obter ao realizar aquele curso (66,67%), além de mencionarem a facilidade de inserção no mercado de trabalho (13,33%). As respostas a seguir exemplificam o conteúdo abordado por essas pessoas que influenciaram os jovens: "Me disse que seria bom pra minha vida", "É um trabalho bom e mais decente", "Que seria mais fácil me empregar e é bom, ganha bem" e "Ela me falou que estão precisando hoje em dia é de técnicos e que pode ser uma oportunidade também".

De maneira geral, os participantes relataram que a influência ocorreu por meio do diálogo. De fato, os filhos percebem a participação familiar na escolha profissional pela expressão de opiniões e apoio (Almeida & Pinho, 2008; Lopes & Paula, 2011; Noronha & Ambiel, 2008; Santos, 2005; Souza, 2007). No que se refere à influência dos genitores, as conversas entre pais e filhos tendem a ser pontuais sobre a escolha da profissão e o grau de certeza do filho sobre essa escolha (Bardagi & Hutz, 2008).

Indagou-se também o quanto a opinião que os genitores tinham sobre trabalho influenciava no que os estudantes pensam sobre trabalho. Os participantes apresentaram percepções dicotômicas nessa questão tanto no que se refere à influência das mães como dos pais, isto é, as respostas se concentraram nas extremidades que indicam nenhuma influência e muita influência (ver tabela 1).

 

 

Surpreende que poucos jovens reconheçam a influência dos genitores sobre sua opinião a respeito do trabalho, visto que diversos pesquisadores da área afirmam que a escolha profissional de um indivíduo não pode ser considerada totalmente neutra (Teixeira & Hashimoto, 2005). Assim, as características pessoais, os interesses, valores e informações sobre as profissões bem como a construção de projetos pessoais e profissionais são resultado, principalmente, das relações estabelecidas com os familiares (Almeida & Pinho, 2008; Bardagi, Lassance, Teixeira, 2012; Magalhães, 2008; Santos, 2005).

Foi perguntado se os participantes conversavam com seus pais sobre o trabalho deles. A maioria dos estudantes (60,5%) afirmou que conversa com seus pais sobre seus trabalhos, 36,5%, contudo, relataram não conversar e 3% não responderam à questão. Os assuntos conversados com as mães não obtiveram resposta de 32 dos 121 participantes que afirmaram conversar com seus genitores sobre o trabalho deles. As 100 unidades de sentido obtidas nessa questão foram agrupadas em 10 categorias (ver tabela 2). Por sua vez, a pergunta sobre os assuntos conversados com os pais não foi respondida por 30 jovens dos 121 que afirmaram conversar com seus genitores sobre o trabalho deles. As 104 unidades de sentido obtidas para essa questão foram agrupadas em 7 categorias (ver tabela 2).

 

 

 

 

A maioria dos participantes deste estudo afirmou conversar com os genitores sobre o trabalho que eles realizam. Em geral, os diálogos envolveram a rotina de trabalho, a satisfação com as atividades desempenhadas, as dificuldades encontradas e os valores dos genitores em relação ao mundo do trabalho. Esses dados confirmam que a aquisição de conhecimentos sobre as ocupações e sobre o que é importante para o sucesso profissional ocorrer durante o desenvolvimento do indivíduo, sendo os pais as principais fontes dessas informações (Sobral, Gonçalves & Coimbra, 2009; Whiston & Keller, 2004). A promoção de diálogos sobre as possibilidades oferecidas por cada profissão e sobre as características pessoais dos jovens (valores, interesses e competências) podem contribuir para a escolha por uma ou outra área de trabalho (Sobral et al., 2009). Porém não foi possível identificar se essas conversas simplesmente fazem parte do cotidiano ou se ocorrem com a intenção dos jovens de colher informações sobre o mundo do trabalho.

Além disso, foi pesquisado o que os participantes fariam diferentemente de seus genitores em relação ao trabalho destes. Sobre os pais, 51 participantes não responderam à questão. As respostas obtidas a essa questão foram divididas em 149 unidades de sentido, as quais foram agrupadas em 7 categorias (ver tabela 3). Sobre as mães, as respostas oferecidas por 131 jovens (69 não responderam à questão) geraram 131 unidades de sentido, que foram reunidas em 7 categorias (ver tabela 3).

 

 

 

 

A reflexão dos participantes deste estudo sobre a carreira dos genitores permitiu identificar o que os jovens fariam de diferente dos pais em relação ao trabalho. Os adolescentes, de maneira geral, percebem o estudo e a qualificação profissional como um fator facilitador para a realização de um trabalho mais digno e melhores condições de vida. Alguns participantes perceberam, ainda, características dos pais que limitam a satisfação com o trabalho realizado, como a passividade diante da situação atual de trabalho, uma vez que não buscam um emprego que permita maior equilíbrio entre trabalho e vida familiar, e a falta de habilidades sociais, que torna o ambiente de trabalho mais hostil.

A continuação dos estudos é, de fato, valorizada como alternativa principal para os jovens que chegam ao fim do ensino médio (Sparta & Gomes, 2005), compreendida como uma estratégia capaz de proporcionar melhores condições de vida (Pratta & Santos, 2007). Os adolescentes parecem valorizar essa alternativa independente da escolaridade dos genitores, pois percebem que a falta de estudo dos pais é responsável pela situação de vida da família e pela dificuldade em mudar para um emprego que gere maior satisfação.

 

Considerações finais

O objetivo deste estudo foi investigar a influência dos genitores no processo de escolha profissional de jovens pertencentes a classes socioeconômicas desfavorecidas. Verificou-se que a maioria dos participantes nega ter sofrido influência de alguém para a escolha do curso técnico ou de graduação. Esse resultado pode ser explicado por uma avaliação pontual do momento da escolha vocacional por parte dos adolescentes, desconsiderando a participação de outros significativos em todo o processo de desenvolvimento educacional. Os estudantes que identificaram interferência de terceiros na escolha da profissão citaram familiares, amigos, mídia e professores como as principais fontes de influência. Os genitores, em especial, parecem assumir um papel importante nesse processo de decisão, mesmo sem intenção. As conversas estabelecidas com os filhos sobre seu emprego e a satisfação com este transmitem valores relacionados ao mundo do trabalho, que são considerados pelos jovens no estabelecimento de seus planos futuros.

Acredita-se que os resultados obtidos nesta pesquisa possam gerar benefícios para os profissionais que atuam na área de orientação profissional. Nesse sentido, por exemplo, o estudo pode auxiliá-los na elaboração e no desenvolvimento de estratégias de intervenção, as quais contemplem o processo de escolha profissional com um viés multifacetado. Isso inclui promover a reflexão sobre as diversas fontes de influência (amigos, família, economia, sociedade) que resultam na escolha vocacional e podem contribuir para aumentar o nível de autoconhecimento dos jovens. A diferenciação entre as expectativas parentais e os planos do próprio adolescente também pode auxiliar na identificação do que é de fato importante para o indivíduo, de forma que seus valores podem ser utilizados como critérios para a decisão profissional. Espera-se que, ao tornar claras as influências sofridas e favorecer o reconhecimento dos valores individuais, pode-se contribuir para uma tomada de decisão mais consciente.

Como qualquer pesquisa, este estudo tem limitações que devem ser consideradas na interpretação dos resultados. Quanto à amostra estudada, os participantes foram alunos do ensino médio de duas escolas públicas do interior do Rio Grande do Sul. Assim, os resultados não podem ser generalizados para um grupo com características distintas deste. Questiona-se se adolescentes da mesma faixa etária provenientes de escolas privadas e de classe socioeconômica mais elevada têm a mesma percepção ou, ainda, se têm maior facilidade em reconhecer as influências sofridas no processo de escolha profissional. Embora já existam estudos sobre isso, os resultados não parecem ser conclusivos. Jovens de outras regiões do país e, inclusive, de outros países também podem apresentar percepções diferentes destas.

O momento em que os dados foram coletados também pode ter interferido nas respostas dos participantes. É comum que os adolescentes sintam a necessidade de afirmar sua autonomia e independência nessa fase do desenvolvimento, especialmente dos familiares. Nesse sentido, pode-se pensar que as percepções dos participantes sobre essa questão possam ser diferentes após a entrada no mercado de trabalho ou em uma instituição de ensino superior. A partir disso, sugere-se a realização de estudos longitudinais que acompanhem as diferenças ou não na percepção de jovens sobre a influência de terceiros no seu desenvolvimento de carreira.

 

Referências

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Texto recebido em abril 2014 e aprovado para publicação em dezembro de 2014.

 

 

*Doutoranda em Psicologia pela Unisinos, bolsista CAPES/Prosup, mestra em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), bolsista Reuni, psicóloga, professora na Faculdade Murialdo (Famur) em Caxias do Sul-RS. Endereço: Avenida Unisinos, 950, sala E01 113 - Cristo Rei, São Leopoldo-RS, Brasil. CEP: 93022-000. E-mail:genesispsi@yahoo.com.br.
**Doutoranda em Psicologia pela UFRGS, bolsista CNPq, mestra em Psicologia pela UFSM, psicóloga. Endereço: Rua Ramiro Barcelos, 2600, sala 17 - Bairro Santa Cecília, Porto Alegre-RS, Brasil. CEP: 90035-003. E-mail:clarissa.tochetto@gmail.com.
***Doutoranda em Psicologia pela Unisinos, bolsista CAPES/Prosup, mestra em Psicologia pela UFSM, psicóloga. Endereço: Avenida Unisinos, 950, sala E01 113 - Cristo Rei, São Leopoldo-RS, Brasil. CEP: 93022-000. E-mail:anelise_ssantos@ hotmail.com.
****Doutora em Psicologia pela USP-SP, professora nos Programas de Pós-graduação em Psicologia da UFSM e UFRGS, bolsista de produtividade CNPq 2, psicóloga. Endereço: Rua Henrique Dias, 109, ap. 4, Porto Alegre-RS, Brasil. CEP: 90035-100. E-mail:anacristinagarciadias@gmail.com.


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