EDITORIAL

Entendendo o corpo como inesgotável fonte de símbolos e considerando a valorização estética da cultura atual, ao analisarmos para além do corpo, encontramos um sujeito imbuído de desejos, sentimentos, expectativas, convicções, medos e angústias.

Em Psicologia Hospitalar, a busca pela compreensão e até pela integração entre a linguagem do corpo e o indivíduo na totalidade do ser como uma unidade mente, corpo e sentimento, é uma constante. Desta forma, este número da revista busca propiciar reflexão dos aspectos intrínsecos entre corpo, sociedade, cultura e repercussões psíquicas.

Inicialmente e com enfoque na Teoria das Ações Comunicativas de Jürgen Habermas, Omar Adans nos convida a pensar as relações entre corpo, identidade, cultura e personalidade. Em seguida, Roberto Heloani apresenta o corpo enquanto instrumento do trabalho, evidenciando os trantornos psíquicos desencadeado pelo mau uso deste instrumento precioso. Ampliando a área de debate, Cecília Pescatore Alves nos remete à globalização e ao questionamento dos aspectos subjetivos e culturais nas repercussões sociais, apresentanado a instabilidade econômica e social como fatores geradores de instabilidade psíquica.

Com a preocupação de revelar a importância dos aspectos intrínsecos do sujeito frente a evolução tecnológica e os avanços da medicina, Roberta Marinho e cols destacam a importância das crenças associadas ao processo de adoecimento e cura em pacientes renais crônicos, destacando que a forma de compreender a doença influenciará no modo como o paciente irá lidar com seu adoecimento. Apontando para a importância da intervenção psicológica no processo de adoecimento e cura, Kelly de Juan apresenta relação entre informação, impacto da cirurgia e a recuperação do paciente.

Por fim, Mary Ellen Dias Barbosa apresenta a Resenha do livro de Maria Helena Fernandes, Corpo, em que, através da prática clínica, a apresenta as problemáticas que envolvem o corpo como a forma de expressão direta de muitos dos sintomas presentes na clínica, destacando a importância da intervenção Psicanalítica.

Que a leitura seja estimulante e reflexiva!

Gláucia Guerra Benute