Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Estudos e Pesquisas em Psicologia
versão On-line ISSN 1808-4281
Resumo
NOBRE, Márcio Rimet; LIMA, Nádia Laguárdia de e IANNINI, Gilson. Neguentropia Algorítmica e a Gestão Digital do Gozo. Estud. pesqui. psicol. [online]. 2023, vol.23, n.spe, pp.1486-1505. Epub 20-Maio-2024. ISSN 1808-4281. https://doi.org/10.12957/epp.2023.80355.
O algoritmo digital permitiu o manejo de dados dos usuários da web pelos conglomerados informacionais. De forma discreta e personalizada, a nova forma de governamentalidade coleta, organiza, permuta e devolve os dados ao próprio indivíduo na forma de mais informações. Cada vez mais, esbarra na dimensão singular, tocando o campo do gozo via proliferação de objetos a que, na teoria lacaniana dos discursos, assume a dupla função de perda e de incessante tentativa de suplementação de gozo. Com o incremento informacional, o objeto chega ao ápice social e o digital alcança patamar discursivo. Inserindo-se no mesmo nicho do saber, a informação digital se aproveita da divisão subjetiva, deixando pouco espaço para que o sujeito possa lidar com a entropia de seu gozo via desejo. Se a neguentropia é o atributo do saber que limita a dispersão de gozo, na informação tratada e retornada algoritmicamente tal processo sofre uma aceleração, agindo diretamente sobre a economia dos afetos. Com prejuízo para o sujeito, resta uma experiência de gozo cada vez mais direta, crua, menos mediatizada pelo saber e pelo Outro.
Palavras-chave : saber; informação; gozo; algoritmo digital; teoria dos discursos..