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Arquivos Brasileiros de Psicologia
versão On-line ISSN 1809-5267
Resumo
LIMA, Nádia Laguárdia de e SANTIAGO, Ana Lydia Bezerra. O diário íntimo como produto da cultura moderna. Arq. bras. psicol. [online]. 2010, vol.62, n.1, pp.22-34. ISSN 1809-5267.
As escrituras pessoais existem desde a Antiguidade, mas a escrita como uma “narrativa sobre si” só surge a partir do Renascimento Europeu, com o nascimento do individualismo. Neste artigo, reunimos alguns dos principais fatores que contribuíram para o surgimento e a expansão do diário como uma narrativa sobre si mesmo, como uma escrita do eu, de caráter íntimo e confessional, para mostrar que a centralidade do eu não é um dado natural, mas uma construção histórica e cultural. A noção de intimidade e o desenvolvimento da esfera privada na burguesia, a necessidade de confissão, a colocação do sexo em discurso e a busca pela historização da vida, favoreceram a crescente expansão do diário íntimo, que alcançou o seu ápice nos séculos XIX e XX. O diário íntimo se tornou uma escrita do eu, visando à captação especular da narração histórica de si.
Palavras-chave : Diário; Eu; Individualismo; História.