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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Resumo

VITORELLO, Daniel Migliani  e  KUPERMANN, Daniel. De tabu a Filotetes: Ferenczi e o movimento psicanalítico. Arq. bras. psicol. [online]. 2016, vol.68, n.3, pp.17-31. ISSN 1809-5267.

O objetivo do artigo é discutir as razões pelas quais a obra de Ferenczi foi objeto de um grande ostracismo e provocou uma resistência massiva e persistente por parte da comunidade analítica. Através da controvérsia entre Freud e Ferenczi, pode-se perceber que, enquanto Freud criou o princípio de abstinência e seus correlatos como neutralidade e frieza, Ferenczi, por sua vez, não temia se misturar com os seus pacientes de modo a privilegiar a relação e o princípio de relaxamento. Ocorre que, a partir daí, Ferenczi não deixou de tocar nas principais proibições erguidas por Freud como tabu e, por isso mesmo, transformou-se para a comunidade analítica em um tabu que deveria ser evitado. No entanto, pode-se perceber que, como Filotetes, injustamente tratado pelos companheiros, Ferenczi se tornou, atualmente, um clínico imprescindível à sociedade analítica que o desprezou e que agora tem que retomá-lo devido as suas contribuições para a teoria e para a clínica atual.

Palavras-chave : Sándor Ferenczi; Sigmund Freud; Neutralidade; Hipocrisia profissional; História da psicanálise.

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