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Revista da Abordagem Gestáltica
versão impressa ISSN 1809-6867
Resumo
CORDOBA, Ángela Hernández e PINEDA, Miguel Ángel Villamil. Micro-fenomenologia da subjetividade do psicoterapeuta sistêmico. Rev. abordagem gestalt. [online]. 2021, vol.27, n.2, pp.115-130. ISSN 1809-6867. https://doi.org/10.18065/2021v27n2.1.
A terapia psicológica sistêmica ocorre em um contexto relacional, onde as subjetividades das pessoas que consultam interagem. A pesquisa tradicional se concentrou mais nas características das pessoas que consultam do que na subjetividade do terapeuta. Portanto, as perspectivas da "terceira pessoa" foram privilegiadas. Os poucos estudos que investigam a subjetividade do terapeuta recorrem a metodologias introspectivas, interpretativas e prescritivas. Como acessar a subjetividade do terapeuta sob perspectivas diferentes daquelas oferecidas pela observação em "terceira pessoa" e introspecção em "primeira pessoa"? O objetivo do artigo é explorar, através do método micro-fenomenológico, como a subjetividade do terapeuta é mostrada na primeira impressão de um consultor. Para isso, foram realizadas entrevistas com seis terapeutas. Os resultados mostram que a emocionalidade em-ativa aparece como um invariante da subjetividade do terapeuta; e que esse invariante opera como uma "motivação inteligente", que entra em "ação" no curso da própria relação intersubjetiva e monitora e guia permanentemente o processo terapêutico. Os resultados permitem considerar, por um lado, que a pesquisa tradicional subvalorizou a importância das emoções em-ativas no processo terapêutico; e, por outro lado, que a melhoria qualitativa da terapia implica não apenas reconhecer esse invariável, mas também cultivá-lo.
Palavras-chave : Subjetividade; Terapia sistêmica; Micro-fenomenologia; Emoção em-ativa; Experiência.