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Contextos Clínicos
versão impressa ISSN 1983-3482
Contextos Clínic vol.9 no.2 São Leopoldo jul./dez. 2016
https://doi.org/10.4013/ctc.2016.92.01
ARTIGOS
Homofobia internalizada e satisfação conjugal em homens e mulheres homossexuais
Internalized homophobia and marital satisfaction among male and female homosexuals
Elder Cerqueira-Santos; Bruno Brito Silva; Hênio dos Santos Rodrigues; Lizandra dos Santos
Universidade Federal de Sergipe. Av. Marechal Rondon, s/n, 49100-000, São Cristovão, SE, Brasil. eldercerqueira@yahoo.com.br, bruno.bbs8@gmail.com, heniorodrigues88@gmail.com, l.udnofaith@gmail.com
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar a capacidade preditiva da homofobia internalizada, da religiosidade e de variáveis sociodemógraficas na satisfação conjugal homossexual, com o intuito de proporcionar discussões profícuas sobre a temática, levando à possibilidade da diminuição do estigma que se faz presente no imaginário social acerca das relações homossexuais. Trata-se de um estudo quantitativo com 94 sujeitos homossexuais de ambos os sexos em relacionamento conjugal. As variáveis analisadas foram relacionamento conjugal e homofobia internalizada, utilizando as escalas GRIMS e a escala de Homofobia Internalizada, além de dados sobre sexualidade e religiosidade. Foi encontrada correlação significativa entre homofobia internalizada e satisfação conjugal dos casais homossexuais. Levanta-se a hipótese de que a homofobia internalizada diminui a satisfação conjugal dos casais do mesmo sexo, pois a própria não aceitação do grupo de pertença, característica do indivíduo que vivencia a homofobia internalizada, não permite com que este viva com plenitude seu relacionamento.
Palavras-chave: homofobia, conjugalidade, preconceito.
ABSTRACT
The aim of this study is to analyze the predictive capacity of internalized homophobia, religiosity, and sociodemographic variables on gay marital satisfaction, in order to provide useful discussions on the subject, taking the possibility of reducing the stigma that is present in the social imaginary, about homosexual relations. This is a quantitative study with 94 people, males and females in a homosexual relationship. The variables analyzed were marital relationship and internalized homophobia, using the GRIMS scale and the Internalized Homophobia scale, in addition, data on sexuality and religion were collected. There was a significant correlation between internalized homophobia and marital satisfaction of homosexual couples. The study discusses the hypothesis that internalized homophobia decreases marital quality of homosexual couples, because the rejection of the group of belonging does not allow them to live their relationship to the fullest.
Keywords: homofobia, conjugality, prejudice.
O surgimento dos movimentos sociais na defesa de direitos para a população LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e as mudanças recentes no que tange aos relacionamentos amorosos têm colaborado para a flexibilização do patriarcalismo, entendido aqui como ideologia estruturante das sociedades contemporâneas, na qual a organização política, legislativa e cultural é baseada na extensão da autoridade, no ambiente familiar, do homem sobre mulheres e filhos (Barreto, 2004). Essa flexibilização tem como consequência o reconhecimento de arranjos familiares outrora sem visibilidade, enfatizando a parceria de casais do mesmo sexo estável (Féres-Carneiro, 1997; Johnson e O'Connor, 2002; Moscheta e Santos, 2006; Prado e Machado, 2008; Reczek e Umberson, 2012, Meletti e Scorssolini-Comin, 2015).
Desse modo, a fim de compreender o estigma - caracterizado como condição permanente, status ou atributo avaliado negativamente por uma sociedade e cuja posse descredita e prejudica um indivíduo (Herek et al., 2002) - que permeia a parceria amorosa entre pessoas do mesmo sexo, a ciência tem propiciado novas discussões acerca da conjugalidade homossexual, buscando e possibilitando um novo olhar para as constituições dessas relações (Féres-Carneiro, 1997). Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é buscar compreender o valor preditivo da homofobia internalizada, da religiosidade e de variáveis sociodemográficas para a satisfação nas relações conjugais homossexuais, ressaltando os possíveis danos causados por esse fenômeno na vida de casais do mesmo sexo. Ataques orientados a injuriar e violentar fisica e psicologimente diversos indivíduos homossexuais são constantes, e os levam a um estado de insegurança e vigilância das suas condutas sociais, sexuais e dos seus modos de existência. A situação de vulnerabilidade social de indivíduos homossexuais é decorrente da homofobia, que se refere à intolerância sofrida por homossexuais quando reivindicam sua equivalência à heterossexualidade (Borrillo, 2009; Peruchi et al., 2014). Essa pode ser caracterizada como uma atitude hostil a homossexuais, de modo a designar o outro como inferior, anormal, desviante (Borrillo, 2001; Peruchi et al., 2014).
Segundo Prado e Machado (2008), o preconceito social é um dos principais mecanismos de manutenção da hierarquização entre os grupos sociais, ou seja, é o responsável por manter a homossexualidade marginalizada. No entanto, mesmo diante da grande quantidade de estudos acerca de questões como preconceito, violência, discriminação e exclusão social relacionados à homofobia, outros aspectos acerca desse fenômeno social necessitam de maiores estudos. Dentre esses aspectos, será analisada no presente artigo a homofobia internalizada, que consiste numa solução parcial do conflito entre a identidade do inidivíduo homossexual e o sistema de crenças estabelecido que condena a orientação sexual não heterossexual (Hernández e Torres, 2005).
Na homofobia internalizada, ocorre a canalização de todas as atitudes de valoração negativa para o self da pessoa homossexual. Esse aspecto leva à desvalorização desse self, resultando em conflitos internos, em baixa autoestima e na separação simbólica entre tal indíviduo e o grupo estigmatizado de pertença (Pereira e Leal, 2005, p. 323; Rodrigues, 2010).
As características supracitadas referentes à homofobia internalizada são provenientes de uma sociedade heterosexista e heteronormativa, posto que tais modelos criam condições para as manifestações da homofobia (Pharr, 1997). Dessa forma, a vivência da sexualidade em uma sociedade regida pela heteronormatividade pode originar no indivíduo com condutas sexuais consideradas como desviantes ou anormais ideia de repulsa da própria condição sexual. Esses impactam diretamente no modo de se relacionar com outros sujeitos pertencentes ao seu grupo social, gerando sentimentos de inadequação e instabilidade nos relacionamentos amorosos e de parceria sexual (Costa e Nardi, 2015).
No que concerne a esse aspecto, investigar a forma como se dão as relações sociais e afetivas de indivíduos de orientações não heterossexuais mostra a sua relevância, principalmente no que se refere à satisfação conjugal desses sujeitos. Esse fenômeno é, sem dúvida, um conceito subjetivo e que implica em ter as próprias necessidades e desejos satisfeitos, assim como corresponder, em maior ou menor escala, ao que o outro espera, definindo um troca bidirecional, que, na maior parte das vezes, é recíproca e espontânea (Norgren et al, 2004; Rizzon et al., 2013; Scorsolini-Comin e Santos, 2010).
A satisfação conjugal também se relaciona a sensações e sentimentos de bem-estar, contentamento, companheirismo, afeição e segurança e a fatores que propiciam intimidade no relacionamento. Esses fatores decorrem da congruência entre as expectativas e aspirações que os cônjuges têm em comparação à realidade vivenciada no casamento (Campbell et al., 1976; Chadwick et al., 1976; Farias, 1994; Gottman e Krokoff, 1989; Lewis e Spanier, 1979; Miranda, 1987; Norgren et al., 2004; Olson, 1986; Olson e Stewart, 1991; Rollins e Cannon, 1974, Rizzon et al., 2013).
Ao se levar em consideração os aspectos supracitados relativos à satisfação conjugal, não são encontradas grandes distinções para as relações entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que esses relacionamentos demonstram, por diversas vezes, aspectos caraterísticos à heteronormatividade: "Permanece, portanto, a noção de que o modo como manejam as possíveis crises também constitui o 'ser casal', o que não parece se diferenciar do que ocorre com os casais heterossexuais" (Markey et al., 2014).
Portanto, estudos nessa temática (Féres-Carneiro, 1997; Lomando et al., 2011; Scorsolini-Comin e Santos, 2010; Meletti e Scorsolini-Comin, 2015; Uziel et al., 2006) possibilitam a quebra do estigma relacionado com a população LGBTT, desestimulando práticas preconceituosas e possibilitando a ampliação de direitos civis a esses casais.
Estudos brasileiros sobre conjugalidade e homossexualidade
No que concerne à temática satisfação conjugal, Scorsolini-Comin e Santos (2010) conceberam uma revisão integrativa das publicações do período de 1970 a 2008 nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Em linhas gerais, os estudos revisados trataram sobre a conjugalidade, a criação e a avaliação de instrumentos para mensurar níveis de satisfação conjugal em casais heterossexuais. Desde 1997 até 2015, as mesmas bases retornaram um total de dez publicações sobre satisfação em quase quatro décadas, o que revela a escassez de estudos nacionais sobre o tema.
No entanto, os estudos abordados no trabalho supracitado não contemplavam a conjugalidade homossexual, dando ênfase à necessidade de estudos na área para poder gerar discussões acerca das homoconjugalidades. Para contemplar a lacuna que concerne a temática satisfação conjugal e homossexualidade, Nascimento et al. (2015) conduziram uma revisão integrativa, a fim de saber como se configuram os relacionamentos amorosos estabelecidos por pessoas do mesmo sexo. Os autores buscaram a produção compreendida entre o período de 2001 a 2013, o que retornou um total de 20 artigos, e observaram que a literatura centra o debate na relação de casal, além das influências sociais que a permeiam, e nas lutas da população LGBT em busca da proteção de seus direitos como cidadãos e cidadãs (Nascimento et al., 2015). Os artigos analisados versavam sobre as identidades sexuais dos membros do casal, o manejo dos papéis de gênero na relação parental e conjugal, a legitimação dos direitos civis e a relação com questões culturais e históricas relacionadas à homossexualidade (Nascimento et al., 2015).
Além disso, Lomando et al. (2011) desenvolveram um estudo com 111 pessoas que estavam em relações com pessoas do mesmo sexo, com o intuito de observar como a coesão, a adaptabilidade e o apoio social se faziam presentes nos relacionamentos homossexuais e quais eram os impactos desses aspectos na vida do sujeito. Chegou-se à conclusão de que todos os fatores colaboravam para a satisfação conjugal. Nessa pesquisa, encontrou-se também uma correlação positiva significativa entre coesão/adaptabilidade e apoio social da família e dos amigos.
Outro estudo que abordou a temática foi o de Melletti e Scorsolini-Comin (2015), que realizou um estudo com 94 casais homossexuais, visando compreender os processos de construção da conjugalidade e as expectativas que permeiam a parentalidade nesses casais. No relato dos participantes do estudo, constataram-se expectativas advindas das reações de terceiros acerca da relação, como o constante medo de ataques homofóbicos e atitudes perante a construção de uma família homoparental e a reação de outrem ao se deparar com esse arranjo. No entanto, fica a lacuna de diversos aspectos concernentes a uma relação homossexual, sendo a homofobia internalizada uma dessas lacunas, bem como quais são os impactos desse fenômeno na satisfação conjugal homossexual.
Este estudo tem o objetivo de contribuir para suprir a necessidade de pesquisas abordando a dinâmica conjugal entre indivíduos homossexuais e como a homofobia internalizada se faz presente nessa conjunção. Dessa forma, pretende-se fomentar discussões em âmbito acadêmico, bem como subsidiar a prática de profissionais nas áreas da saúde, jurídica e da educação, como também colaborar na atuação de ONGs e grupos de militância de apoio à população LGBT, contribuindo para desmistificar visões relativas à conjugalidade homossexual.
Método
Delineamento
Tratou-se de estudo do tipo survey com caráter quantitativo e exploratório analítico.
Participantes
Participaram do estudo 94 sujeitos homossexuais cisgêneros que se autodeclararam de ambos os sexos biológicos em relacionamento conjugal. A coleta foi realizada com residentes do município de Aracaju e outras cidades do estado de Sergipe.
Os critérios de inclusão a serem considerados foram: (i) autodeclarar-se homossexual (gay ou lésbica); (ii) estar vivenciando uma relação conjugal (ou união estável) há, pelo menos, um ano; ou (iii) coabitar com o/a cônjuge há, pelo menos, seis meses; e (iv) ter idade mínima de 18 anos. Os participantes poderiam ou não ter filhos (advindos de relacionamento anterior ou do atual). Em relação aos critérios de exclusão, não participaram do estudo: (i) aqueles indivíduos que tinham parcerias amorosas mas não a identificavam enquanto relacionamento seja de namoro ou conjugal; (ii) não fossem residentes do estado supracitado; e (iii) fossem transgêneros.
Instrumentos
Questionário sociodemográfico: composto por 22 questões específicas para os objetivos deste estudo, este questionário busca caracterizar sociodemograficamente os participantes (idade, sexo, nível socioeconômico, ocupação, coabitação, pretensões à parentalidade, quantidade de filhos, engajamento em organizações LGBTT, entre outros).
Escala de Satisfação Conjugal - GRIMS (Rust et al., 1986, traduzida por Falcke, 2003): esta escala é constituída por um questionário de 28 itens e o/a entrevistado/a deve pontuar em uma escala Likert de 4 pontos (discordo fortemente, discordo, concordo e concordo fortemente) o quanto concorda/discorda da afirmação. Essa escala mede a qualidade do relacionamento conjugal através das seguintes dimensões: satisfação, comunicação, interesses compartilhados, confiança e respeito. Na pontuação da escala, verifica-se que, quanto maiores os escores obtidos, mais severos são os problemas no relacionamento conjugal. A escala, já utilizada em diversos estudos, possui boa confiabilidade e consistência interna (α = 0,90 para as mulheres e α= 0,93 para homens) (Rust et al., 1986). O questionário inicia-se mediante a seguinte reflexão: pensando no seu relacionamento atual com seu marido/esposa/ companheiro(a)/namorado(a), responda as próximas questões: (i) Meu companheiro geralmente sabe das minhas necessidades e é sensível a elas; (ii) Eu realmente aprecio o senso de humor do meu companheiro; (iii) Meu companheiro parece não querer mais me ouvir; dentre outras.
Escala de Homofobia Internalizada (Pereira e Leal, 2005): esta escala avalia os níveis de internalização do preconceito contra homossexuais. Pesquisas com gays e lésbicas demonstram que essa medida tem boa validade convergente e boa consistência interna (Herek, et al., 1997). O alpha foi 0,92 para as lésbicas e 0,82 para gays. Consiste num questionário de 25 itens, distribuídos em duas dimensões - percepção interna do estigma e percepção externa do estigma. Todos os itens são redigidos de forma afirmativa e medidos numa escala de Likert de 5 pontos, desde 1 - discordo totalmente a 5 - concordo totalmente. Seguem alguns itens da escala: (i) Homens gays obviamente efeminados fazem-me sentir desconfortável; (ii) Prefiro ter parceiros/as sexuais anônimos; (iii) A vida seria mais fácil se eu fosse heterossexual, dentre outros.
Procedimentos de coleta de dados
Os participantes foram recrutados e convidados a participar da pesquisa através do contato com ONGs, a fim de possibilitar o acesso aos mesmos. Os informantes-chave fizeram contato com os participantes, por meio da técnica de amostragem snowball (bola de neve), para identificar outros potenciais colaboradores. Além disso, a pesquisa foi divulgada nas redes sociais, levando à manifestação de possíveis interessados. Aos participantes foram explicados os objetivos da pesquisa, esclarecidas algumas questões éticas e solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Somente após a anuência é que a coleta de dados tinha início. Todos os instrumentos foram de cunho autoaplicáveis, e o tempo médio de aplicação foi de 40 minutos. Durante a aplicação, o pesquisador esteve disponível para retirar quaisquer dúvidas dos participantes.
Procedimentos de análise de dados
Os dados de cada participante foram digitados no Statistical Package for Social Science - SPSS (versão 21) e submetidos a análises descritivas e inferenciais. Possibilitando a realização do cálculo de estatísticas descritivas (frequência, porcentagem e média) para a amostra total, com foco nas variáveis utilizadas neste estudo: aspectos sociodemográficos, satisfação conjugal e homofobia internalizada.
Para comparar as variáveis sociodemográficas (idade, sexo, renda, dentre outras) com as demais variáveis investigadas (satisfação conjugal e homofobia), a normalidade de cada variável foi avaliada através do teste Shapiro-Wilk. No que se refere a análises com até duas amostras, para aquelas com distribuição normal, realizou-se análises estatísticas paramétricas através do Teste t de Student. Para análises com mais de duas amostras, com distribuição normal, foram realizadas análises de comparação através do ANOVA.
Por fim, para análise de correlação entre as variáveis estudadas e a partir da normalidade de cada variável, foram utilizados os testes de correlação de Pearson e de Spearman, respectivamente, para variáveis com distribuição normal e para aquelas que pelo menos uma das variáveis não obteve distribuição normal. Análises de regressão logística foram utilizadas para avaliar a relação entre variáveis preditoras (homofobia internalizada, religiosidade e variáveis demográficas) e a de desfecho (satisfação conjugal).
Procedimentos éticos
O presente projeto de pesquisa já foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Sergipe, segundo parecer consubstanciado de protocolo número 50367715.0.0000.5546. A pesquisa atende às recomendações bioéticas para pesquisas com seres humanos no que diz respeito à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os participantes foram informados sobre os princípios bioéticos e também sobre os objetivos e procedimentos do estudo quando convidados para participar voluntariamente da pesquisa, tendo assinado o TCLE.
Resultados
A amostra final foi composta por 94 pessoas que se autodeclararam homossexuais em um relacionamento estável. Os dados sociodemográficos são apresentados na Tabela 1. Os participantes foram 49 homens (52,1%) e 44 mulheres (46,8%), com idade média de 28,32 (DP = 7,71), sendo a graduação o nível de escolaridade de maior relevância na amostra (64,9%). Do total, 60 sujeitos (63,8%) exerciam algum tipo de atividade laboral e, quando questionados sobre valores de renda individual, a média foi R$2.094 (DP = 1954). Acerca da religião, 58 participantes (61,7%) afirmaram praticar alguma religião, com maior concentração para a Católica, com 34 sujeitos (36,8%).
No que concerne às experiências sexuais dos participantes, a média de idade para primeira relação sexual foi de 16,55 anos (DP = 2,57), e a primeira relação homossexual, 17,31 anos (DP = 3,04). Observa-se ainda que a primeira relação sexual dos entrevistados foi homossexual para 66 participantes (70,2%). Sobre a idade dos parceiros na primeira relação sexual, a média foi 20,47 anos (DP=6,1), e, no que tange ao parceiro da primeira relação sexual, os sujeitos afirmaram que, majoritariamente, eram namorados(as) (46,8%). Quanto aos aspectos relacionados à vida conjugal, os participantes estavam se relacionando em média há 49,57 meses (DP=36,43); 55 destes (58,5%) coabitando há 42,64 meses (DP=35,75), 12 (12,8%) possuem declaração de união estável e 11 (11,7%) têm filhos. Sobre cuidados com a saúde e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, 52 sujeitos (55,3%) afirmaram ter feito a testagem para HIV.
Foram conduzidas análises de comparação de médias com o uso do Teste t para amostras independentes, tendo como variável de desfecho a "satisfação conjugal" (Tabela 2). A maior parte das variáveis não apresentou diferença significativa na comparação entre os grupos. Não houve diferenças significativas entre os sexos, a média, para os homens, foi de 20,59 (DP = 7,75) e, para as mulheres, foi de 21,74 (DP = 7,30).
Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para a variável "homofobia internalizada", indicando que o grupo com maiores índices de homofobia internalizada apresentou maiores médias na escala de satisfação conjugal (M=23,57; DP = 7,89), comparando com média de 19,12 (DP = 7,10) do grupo com menores escores de homofobia internalizada (t = 2,44 e p = 0,017). Ressalta-se que, para a escala de satisfação conjugal GRIMS, quantos maiores as pontuações, mais severos são os problemas conjugais.
Análises de correlação de Pearson foram realizadas com base nos resultados significativos apresentados acima e em modelo teórico de hipótese de relação entre as variáveis (Tabela 3). Foram encontradas correlações positivas significativas entre o escore da escala de satisfação conjugal com o de homofobia internalizada (P=0,002).
A Tabela 4 mostra que uma análise multivariada foi realizada tendo como desfecho a satisfação conjugal. O modelo final apresentou variância explicada de 20,4%, considerando as variáveis idade, sexo, renda individual dos participantes, trabalho, religiosidade e homofobia internalizada. A Homofobia Internalizada é a variável mais significativa para associação com o desfecho satisfação conjugal.
Discussão
A temática da satisfação conjugal, apesar de bastante explorada, ainda é escassa quanto às configurações conjugais e familiares não heterossexuais, e a insipiência da literatura é ainda maior ao se correlacionar esse construto com o que se entende por homofobia internalizada (Ferrés-Carneiro, 1997; Lomando et al., 2011; Mosmann et al., 2006; Scorsolini-Comin e Santos, 2010; Blais et al., 2014).
Os dados provenientes da pesquisa conseguiram evidenciar a dinâmica que circundavam as hipóteses iniciais do presente trabalho. Com isso, os resultados conseguiram mostrar correlações positivas entre a homofobia internalizada e o impacto desta na satisfação conjugal dos participantes e possibilitaram identificar alguns modus operandi nas relações dos casais.
No que diz respeito aos dados sociodemográficos, é importante frisar que estes seguem uma média-padrão para o início da vida sexual de 16,55 anos (DP = 2,57) e que se encontra acima das taxas etárias indicadas pela última edição da Pesquisa de conhecimentos, atitudes e práticas - PCAP (Pascom et al., 2011).
No que diz respeito a esses resultados, segundo Szwarcwlad et al. (2004) havia uma predição para a redução da idade de iniciação sexual, principalmente nas camadas menos abastadas da população. Esse fato se opõe aos dados encontrados, provavelmente porque o perfil amostral é composto em sua maioria por indivíduos com ensino superior completo (65,5%), que trabalham (63,8%) e que possuem uma renda média acima de dois salários mínimos.
Para a maior parte dos participantes, a primeira relação sexual foi homossexual (70,2%) e com namorado(a) (46,7%), o que evidencia o modo de se relacionar dos jovens homossexuais, que apresentam aspectos considerados conservadores e similares aos modos de se relacionar de casais heterossexuais. Esse achado nos leva a reafirmar que as relações homossexuais parecem permeadas pela heteronormatividade, seguindo padrões instituídos na sua porção subjetiva e social das relações heterossexuais (Scorsolini-Comin e Santos, 2015; Villa e Motta, 2010).
As análises efetuadas suportam a hipótese inicialmente traçada, e pode ser observada tantos nas análises Teste t e correlação de Pearson como na análise de regressão efetuada, na qual as variáveis que mais explicam a satisfação conjugal dos participantes do estudo são a idade e a pontuação na escala de homofobia internalizada. No estudo de Blais et al. (2014), observou-se que a homofobia internalizada pode atuar como mediador da relação entre o bullying homofóbico e o impacto na autoestima. No que se refere à idade, vale ressaltar que os autores colocam que as pessoas, ao se tornarem mais velhas, tendem a experienciar ou reportar menos bullying homofóbico, já que é na escola que se encontra o local de maior incidência de tal fenômeno (Blais et al., 2014).
Dessa forma, o que o presente trabalho traz como contribuição é a ideia de que a homofobia internalizada acaba por afetar não só aspectos de caráter pessoal, como a autoestima e a adoção de comportamentos sexuais de risco, mas que também têm repercussões sociais maiores, como a interferência na satisfação do relacionamento.
De outra forma, pode-se dizer que a vivência subjetiva do preconceito sexual frente à conjugalidade homossexual, como a exposição social e os níveis de tolerância quanto à identidade homossexual do parceiro, apoiam a ideia acerca de laços conjugais mais conflitivos. Esse resultado corrobora os achados de Sardinha et al. (2009), que constataram que a expressão de sentimentos, a empatia do cônjuge e a defesa dos próprios direitos acabam por influenciar na facilidade para resolução de conflitos, interação, aumento do senso de autoeficácia e autoestima, que integram a satisfação conjugal.
Ademais, o estudo de Markey e Markey (2013) sobre comprometimento conjugal e sociossexualidade entre casais lésbicos mostrou que aquelas que só tinham relações sexuais com a namorada/companheira/parceira fixa tinham maior probabilidade de apresentar mais altos níveis de comprometimento com o relacionamento do que aquelas que tinham práticas sexuais extraconjugais (ou ao menos tinham interesse em considerar tal possibilidade). Esse fato se deve, segundo os autores, à vontade de construir um relacionamento em longo prazo e exclusivo e, consequentemente, estaria relacionado a maiores níveis de satisfação conjugal. O achado da pesquisa supracitada não se encontra de acordo com os resultados encontrados para a análise do teste t no presente estudo, no qual as maiores médias, apontando maiores problemas de satisfação conjugal, foram para mulheres com mais de dois anos de relacionamento e sem filhos.
Os desfechos apresentados geraram dados a serem utilizados em novas pesquisas acerca da interação entre a homofobia internalizada e os relacionamentos amorosos entre homossexuais. A partir dessa perspectiva, o estudo surge como pioneiro em território nacional por abranger duas temáticas relevantes no atual momento político brasileiro, pois propicia a quebra de estigmas concernentes às relações não heterossexuais. Além disso, esses achados podem auxiliar na prática clínica em psicoterapia, em psicoterapia de casal e/ou familiar, bem como na atenção à saúde e no atendimento assistencial e jurídico, para devido reconhecimento das uniões civis estáveis desses casais.
Considerações finais
O presente trabalho buscou compreender o valor preditivo da homofobia internalizada, da religiosidade e de variáveis sociodemográficas para a satisfação nas relações conjugais homossexuais. Nesse sentido, vale ressaltar que os movimentos sociais foram os precursores na ampliação de direitos civis das conjugalidades homossexuais, ao se contraporem ao modelo patriarcal, às ideias de racismo e sexismo, e ao heterossexismo presente na sociedade, se referindo aqui à ideia de que os modos de existência de indvíduos com orientações não heterossexuais e, consequentemente, suas formações familiares, teriam menor valor e legitimidade. A manifestação e manutenção dessa ideia é perpetuada no desamparo praticado por instituições como a justiça, a educação e o trabalho para com casais do mesmo sexo (Costa e Nardi, 2015).
Portanto, a busca do reconhecimento e da legitimação social e jurídica de casais homossexuais se torna premente, sendo assim uma das pautas da militância LGBTT, bem como das áreas do direito, da psicologia e da assistência social, com o intuito de obter a garantia de direitos anteriormente outorgados apenas a casais heterossexuais. Este estudo tem sua relevância amparada na problematização de visões estereotipadas acerca da conjugalidade homossexual e como a homofobia internalizada impacta na satisfação com esse relacionamento.
Este estudo teve certas limitações, que podem e devem ser superadas no futuro. Houve dificuldades na obtenção da amostra, pois o procedimento de coleta de dados afastou algumas pessoas que não queriam se expor. Deve-se considerar também que a amostra foi toda coletada em uma mesma cidade de porte médio e tem certo viés que não pode ser controlado. Estudos nacionais e com grupos em grandes cidades podem ser realizados.
Vale ressaltar que existem outros instrumentos de mensuração da satisfação conjugal, mas, no presente trabalho, optamos pela Escala de Satisfação Conjugal GRIMS, por ser de fácil aplicação, análise e transposição dos itens para a realidade deste estudo em casais homossexuais. Contudo, o presente artigo traz no seu bojo aspectos relevantes que pavimentam o caminho para novos trabalhos devido ao seu pioneirismo no que se trata da relação entre a homofobia internalizada e satisfação conjugal, bem como visa suprir a necessidade preconizada por Nascimento et al. (2015) da escassez de estudos empíricos sobre as conjugalidades homossexuais.
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Submetido: 13/03/2016
Aceito: 02/09/2016