EDITORIAL

Constatamos, nos últimos meses, um aumento no número de artigos submetidos ao Conselho Editorial de nossa Revista. São trabalhos de pesquisadores de diferentes regiões e de diversas organizações.

Com a edição de cada fascículo, vamos revelando um conjunto de perspectivas de análise e abordagens diferenciadas da Psicologia nas organizações e no trabalho. Isso concilia nosso objetivo de apresentar aos leitores uma pluralidade de idéias e, deste modo, difundir visões e fomentar o debate científico. Assim,o compartilhamento de aprendizagens em nosso segmento de atuação vai se tornando um pouco mais facilitado - algo que, na realidade brasileira da área, tem sido um anseio e incontestável necessidade.

Os artigos ora apresentados repetiram, como sempre, as etapas de avaliações e revisões. O primeiro, na seqüência, sob a autoria de Nádia Kienen e Sabrina Wolff, considera as diferenças entre controlar comportamentos e controlar as variáveis que interferem na ocorrência de comportamentos e aponta alguns aspectos críticos relacionados ao que vem sendo feito atualmente pelas organizações na gestão de pessoas. Suzana da Rosa Tolfo, atenta ao subsistema de carreira entre as atividades do campo de atuação dos psicólogos organizacionais, propõe rever concepções de carreira profissional e formas de gestão adotadas em um contexto de mudanças. O artigo de Eduardo Pinto e Silva visa abordar aspectos subjetivos e psicossociais relacionados à trajetória profissional de ex-trabalhadores bancários que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária de uma instituição bancária estatal. Fernanda Amaral Pinheiro e Isolda de Araújo Günther procuram investigar a influência de variáveis psicossociais antecedentes de estresse sobre a saúde de gerentes de uma instituição bancária, considerando como seus indicadores a pressão arterial, o consumo de medicamentos, o índice de massa corporal e o relato de sintomas. Antonio Caubi Ribeiro Tupinambá tem o propósito de verificar a influência potencial das condições culturais e sócio-econômicas, que funcionam como moderadores sobre o papel mediador das estratégias entre os fatores de personalidade, sobre a eficácia das estratégias empresariais. No trabalho de Arménio Rego, Maria Teresa Carvalho, Regina Leite, Carla Freire e Armando Vieira os autores buscam analisar a evidência empírica atinente à dimensionalização do construto das percepções de justiça organizacional com base em um modelo de quatro dimensões de justiça (distributiva, procedimental, interpessoal, informacional). André Luiz Picolli da Silva e Silvio Paulo Botomé procuram, na resenha de uma obra de Sérgio Vasconcelos de Luna, responder se a pesquisa científica pode não ser uma atividade cansativa, estressante ou maçante e, ainda, se a organização e sistematização criteriosa do conhecimento pode tornar-se uma atividade quase lúdica de descoberta do mundo.

Mais uma vez, os artigos que compõem o presente número não só contribuem para o avanço na construção do conhecimento mas abrem possibilidades de novas descobertas. Seus autores, por certo, desejam que eles tornem-se referências para diálogos e debates, que sirvam corno instrumentos didáticos em nossas salas de aula e motivem os pesquisadores para novas investigações.

José Carlos Zanelli
Editor Geral