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Revista Polis e Psique
versão On-line ISSN 2238-152X
Resumo
CAIMI, Claudia Luiza. A forma da cidade: deslocamento, porosidade e ressonância na escrita. Rev. Polis Psique [online]. 2019, vol.9, n.2, pp.232-243. ISSN 2238-152X.
Apresenta-se aqui uma discussão a propósito texto "A polifonia na escrita: rastros, riscos e experiência", o qual estabelece uma íntima relação entre o mapa da cidade e a escrita, entre a linguagem e o pensamento, entre a dimensão política e a estética que percorre um texto. Propomos apresentar, a partir do pensamento de Walter Benjamin, como o pensador/narrador percorre a cidade e a narra. Benjamin nos mostra como a cidade proporciona uma forma de narrativa e de pensamento que expõe o grão da diferença na engrenagem das tensões da vivência do homem moderno, indivíduo-massa habitante do grande espaço urbano, solitário, anônimo, que vive o choque em meio à profusão de automóveis, prédios e avenidas labirínticas. A partir da experiência na cidade, Walter Benjamin propõe uma escrita de montagem documental, que exibe ao invés de demonstrar e renuncia o valor discursivo, dedutivo e demonstrativo da escrita acadêmica em favor de um aspecto mais icônico e mostrativo. A montagem como forma estética e de pensamento permite expor a desterritorialização dos objetos do conhecimento, pois nela as diferenças nunca são absorvidas numa síntese positiva. O intervalo é por excelência, no pensamento benjaminiano, o instrumento epistemológico de desterritorialização disciplinar que permite saber e ver uma política do presente que inscreve os complexos processos memoriais.
Palavras-chave : cidade; experiência; escrita.