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Revista Subjetividades
versão impressa ISSN 2359-0769versão On-line ISSN 2359-0777
Resumo
BECERRA, Luz Adriana Aristizabal. Violência, Vingança e Prisão Psicossocial: Subjetividades de Ex-combatentes na Colômbia. Rev. Subj. [online]. 2020, vol.20, n.1, pp.1-14. ISSN 2359-0769. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20i1.e8707.
Falar sobre violência é falar sobre subjetividades e entender a importância dos significados, dos relacionamentos e das práticas sociais. Dessa maneira, subjetividades são construídas socialmente e não apenas individualmente. Quatro mulheres pertencentes a grupos armados ilegais na Colômbia foram entrevistadas neste estudo e suas histórias tornaram visíveis três categorias que descrevem suas subjetividades: 1. Assunto violento; 2. Sujeito em vingança e 3. Sujeito preso. A primeira categoria mostra como a violência gerou um impacto na construção de suas identidades e como as tornou vulneráveis à decisão de fazer parte de um grupo armado ilegal. Por outro lado, as mulheres participantes foram vítimas de guerra. A violência ao longo da vida promoveu sentimentos de vingança que os mobilizaram a responder violentamente à agressão recebida contra eles ou seus entes queridos. Finalmente, observamos mulheres presas desde antes de entrar na prisão; mulheres limitadas, frustradas e dominadas por outras pessoas (prisão psicossocial). É evidente que os laços emocionais (família e sociedade) exercem forte influência na construção dessas subjetividades e, portanto, é necessário trabalhar a partir de sua formação. Também é importante reconhecer a agência que todas as mulheres têm para transformar a si mesmas, independentemente de seu ponto de partida e de sua valiosa contribuição na ressignificação da guerra.
Palavras-chave : mulheres; cadeia; subjetividade; conflito armado; violência.