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Tempo psicanalitico
versão impressa ISSN 0101-4838versão On-line ISSN 2316-6576
Resumo
LIMA, Vinícius Moreira e VORCARO, Ângela Maria Resende. Pode a transexualidade operar como amarração nodal do sujeito?. Tempo psicanal. [online]. 2019, vol.51, n.1, pp.38-74. ISSN 0101-4838.
Neste trabalho, abordamos os relatos autobiográficos escritos em redes sociais por Daniela Andrade, mulher transexual e militante, a fim de extrair o que ela pode nos ensinar acerca da transexualidade como possibilidade de amarração nodal do sujeito. Partindo da forma como ela organiza discursivamente sua experiência, recorrendo à distinção entre identidade de gênero, papel de gênero, anatomia e orientação sexual, levantaremos a hipótese de que esse saber sobre o gênero lhe permite fazer-se um nome próprio ("Daniela Andrade") ao eleger, no Simbólico, o significante "mulher trans" para representá-la frente ao Outro. Assim, pela via de uma nominação simbólica, Daniela alcança uma forma de operar a reescrita de seu gozo pela invenção singular de um nome próprio, ao construir uma solução transexual sinthomática no campo do Simbólico, manobra que corrige o duplo lapso nodal entre seu corpo (I) e o desejo do Outro (S).
Palavras-chave : psicanálise; transexualidade; identidade de gênero; nominação; sinthome.