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Cadernos de Psicologia Social do Trabalho

versão impressa ISSN 1516-3717versão On-line ISSN 1981-0490

Resumo

LACAZ, Francisco Antonio de Castro. Conhecimentos, práticas em Trabalho-Saúde e as abordagens da medicina social e da medicina do trabalho no Brasil: final do século XIX até os anos 1950-60. Cad. psicol. soc. trab. [online]. 2007, vol.10, n.1, pp.93-103. ISSN 1516-3717.

O artigo analisa a trajetória histórico-institucional das abordagens em trabalho-saúde no Brasil, do final do século XIX até os anos 1950-1960. Trata-se de estudo qualitativo, com análise documental, completada com entrevistas, que adota a tipologia de Foucault sobre as vertentes da medicina social e sua análise arqueológica. A trajetória histórico-institucional da apreensão das relações trabalho-saúde inicia-se pela medicina social urbana no século XIX, chegando à medicina da força de trabalho, quando se dá a hegemonia do setor trabalho sobre a saúde (pública) quanto à ação do Estado e ocorre a industrialização pós-1930. As diversas formas de tratar aquelas relações, têm referência no paradigma da “organização racional do trabalho”, como forma de gestão do trabalho. Nessa trajetória é assinalado o papel da higiene do trabalho, da infortunística, da psicotécnica, da medicina comportamental, como importantes instrumentos de controle da força-de-trabalho, assinalando-se, por fim, a vigência da higiene industrial e sua “disputa” com a medicina do trabalho e a saúde ocupacional nos anos 1950-60. Baseado na formulação do conceito de medicina do trabalho da OMS/OIT de 1950, com o avançar do processo de industrialização brasileiro, nos anos 1950, os serviços médicos de empresa, embriões dos serviços de medicina do trabalho, são a estratégia adotada, num momento anterior à própria exigência legal, que ocorreria somente nos anos 1970, sob o governo militar.

Palavras-chave : História; Estado; Trabalho e saúde; Medicina.

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