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Psicologia Clínica
versão impressa ISSN 0103-5665versão On-line ISSN 1980-5438
Resumo
SANTOS, Luciana da Silva e DINIZ, Gláucia Ribeiro Starling. Saúde mental de mulheres donas de casa: um olhar feminista-fenomenológico-existencial. Psicol. clin. [online]. 2018, vol.30, n.1, pp.37-59. ISSN 0103-5665. https://doi.org/10.33208/PC1980-5438v0030n01A02.
Muitos são os aspectos que podem afetar a saúde mental das mulheres. Há especificidades biológicas e, principalmente, aspectos sociais que apontam para uma inegável diferença de gênero quanto à incidência e prevalência dos adoecimentos psíquicos. Este trabalho tem como objetivo compreender as condições de saúde mental de mulheres donas de casa e os fatores geradores de adoecimentos decorrentes das relações experienciadas consigo mesmas (Eigenwelt), com o outro (MitWelt) e com o meio (UmWelt), a partir de uma perspectiva feminista-fenomenológica-existencial. Nessa pesquisa exploratória foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez mulheres, exclusivamente donas de casa, casadas e com filhos(as). Através da Análise de Discurso chegou-se a três categorias: 1) Espaço doméstico, (in)visibilidade e (des)valorização; 2) Relações de (des)amor e seus desdobramentos e 3) Donas de casa: donas da própria vida? Os resultados apontam que o trabalho das donas de casa, realizado no espaço privado e sem remuneração, é visto como improdutivo e desvalorizado. Frente à falta de autonomia econômica e de reconhecimento de seus familiares, as donas de casa também têm dificuldades de reconhecer seu valor, afetando a forma de ser e estar no mundo, o que potencializa o comprometimento de sua saúde mental.
Palavras-chave : donas de casa; saúde mental; fenomenologia; existencialismo.