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Aletheia
versão impressa ISSN 1413-0394
Aletheia n.22 Canoas dez. 2005
ARTIGOS DE PESQUISA
Relações entre estilos parentais e valores humanos: um estudo exploratório com estudantes universitários
Relationships between parenting styles and human values: an exploratory study with university students
Marco Antônio Pereira Teixeira 1; Franciella Maria de Melo Lopes 2 ,I
I Universidade Federal de Santa Maria
RESUMO
Este estudo teve por objetivo explorar relações entre o estilo parental percebido na adolescência (autoritativo, autoritário, indulgente e negligente) e valores pessoais de jovens adultos no tempo presente, utilizando uma avaliação retrospectiva para os estilos. Participaram do estudo 173 estudantes universitários (com idades entre 18 e 25 anos), que responderam a um instrumento para classificar os estilos parentais e a outro para avaliar dez grandes dimensões de valores. Análises de variância mostraram diferenças para 8 dos 10 valores avaliados, o que sugere que os estilos parentais podem de fato estar relacionados ao desenvolvimento dos valores humanos. De um modo geral, os resultados indicaram que os estilos autoritativo e autoritário foram os que se associaram mais fortemente aos valores (apresentaram escores mais altos), enquanto o estilo negligente foi o que menos se associou (em geral apresentou escores mais baixos). Conclui-se que novos estudos são necessários para investigar com mais detalhes a as relações entre estilos parentais e valores.
Palavras-chave: Valores, Estilos parentais, Adultez jovem.
ABSTRACT
The aim of this study was to explore possible relationships between perceived parental styles in adolescence (authoritative, authoritarian, indulgent and neglectful) and human values among young adults (using a retrospective evaluation of parental styles). Instruments used to assess parental styles and values were answered by 173 university students (aged 18-25 years). Analysis of variance showed significant differences in 8 out of 10 values assessed, suggesting that parenting styles may in fact be associated to the development of human values. Overall results indicated that authoritative and authoritarian styles were the most strongly associated to values in general (higher scores), while the neglectful style showed the weakest associations (lower scores). It is concluded that more research is needed to investigate in details the relationships between parenting styles and human values.
Keywords: Values, Parenting styles, Young adulthood.
O impacto das variáveis familiares sobre o desenvolvimento é um assunto que vem sendo cada vez mais investigado pela psicologia. Entre os tópicos estudados encontram-se os estilos e práticas educativas parentais (por exemplo, Laible & Carlo, 2004; Lamborn, Mounts, Steinberg & Dornbusch, 1991; Meesters & Muris, 2004; Oliveira e cols., 2002; Steinberg, 2001; Teixeira, Bardagi & Gomes, 2004). De uma maneira geral, as pesquisas mostram que os estilos parentais estão relacionados a diversos aspectos do desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, tais como auto-estima, ajustamento social, psicopatologia e desempenho escolar (Steinberg, 2001).
Os estilos parentais podem ser definidos como um conjunto de atitudes e práticas relacionadas às questões de poder, hierarquia, apoio emocional e estímulo à autonomia que os pais têm para com seus filhos, e que refletem em grande parte os valores que os pais consideram importantes e que tentam transmitir aos filhos através de suas práticas educativas (Darling & Steinberg, 1993). Um dos modelos de estilos parentais mais utilizados nas pesquisas foi elaborado por Maccoby e Martin (1983). Este modelo propõe a existência de duas dimensões fundamentais de práticas educativas, denominadas exigência e responsividade. A exigência refere-se ao quanto os pais estão disponíveis para agirem como agentes socializadores de seus filhos, supervisionando e monitorando o comportamento, estabelecendo expectativas de desempenho, e exercendo disciplina de modo consistente. As características da responsividade incluem as atitudes compreensivas que os pais têm para com os filhos e que visam promover o desenvolvimento da auto-afirmação dos jovens, principalmente através do apoio emocional, da comunicação recíproca e do estímulo à autonomia. Uma vez combinadas essas duas dimensões, resultam quatro categorias de estilo parental: autoritário (pais altos em exigência e baixos em responsividade), autoritativo (pais altos em ambas as dimensões), indulgente (pais altos em responsividade e baixos em exigência) e negligente (pais baixos em ambas as dimensões) (Maccoby & Martin, 1983).
Darling e Steinberg (1993) sugerem que o predomínio da exigência, característico do estilo autoritário, favorece que os adolescentes tenham um melhor desempenho em determinados aspectos do desenvolvimento, mas não garante que as metas ou motivações pretendidas pelos pais sejam internalizadas pelos adolescentes, uma vez que seu comportamento depende muito de um controle externo (no caso, os pais). Para os autores, é a característica da comunicação recíproca, do apoio e do incentivo à autonomia presente na responsividade o que possibilita aos indivíduos desenvolverem um senso de eu mais independente e autônomo, trazendo o controle do comportamento para dentro de si mesmos através da internalização das metas e objetivos parentais.
É importante notar que os estilos referem-se não apenas aos comportamentos específicos dos pais (comportamentos de controle e exigência ou apoio e incentivo), mas principalmente às suas atitudes mais gerais em relação aos filhos, ou seja, aos seus objetivos com o processo de educar (Darling & Steinberg, 1993). Dito de outra forma, os estilos estão relacionados com metas ou valores que os pais consideram importantes em suas próprias vidas e também na educação dos filhos. Em função disso, é possível que os estilos parentais sob os quais os jovens são criados apresentem relação com os valores que mais tarde serão considerados importantes pelos indivíduos.
Os valores estão relacionados com as necessidades humanas, sejam elas biológicas, de sobrevivência, de bem-estar ou de relações interpessoais. Embora transcendam situações específicas, os valores funcionam como guias do comportamento, fazendo com que as pessoas priorizem certas metas ou caminhos ao invés de outros (Tamayo & Schwartz, 1993). Um dos modelos teóricos sobre valores mais estudados atualmente foi proposto por Schwartz e Bilsky (1987). Este modelo foi sendo modificado em virtude do resultado de estudos empíricos, e atualmente sustenta que os valores podem ser agrupados em dez grandes temas motivacionais, sendo que esta estrutura de temas seria transcultural (Tamayo & Schwartz, 1993). Os dez tipos postulados são os seguintes: hedonismo (associado à busca de prazer e gratificação sensual), auto-realização (relacionado à procura por sucesso pessoal e exibição de competência), poder social (ligado a necessidades de status, prestígio e controle), auto-determinação (associado à procura por independência de pensamento, escolhas e ações), conformidade (ligado a necessidades de corresponder às expectativas sociais, controlando o próprio comportamento), benevolência (cuja meta motivacional é o bem-estar de pessoas próximas), segurança (relacionado à valorização da estabilidade social e de si mesmo, bem como da integridade individual e de grupos de identificação), tradição (associado ao respeito e valorização dos costumes e ideais da cultura), estimulação (no qual importância é atribuída a busca de novidades, mudanças e excitação) e filantropia (ligado ao interesse pelo bem-estar de todos). O tipo motivacional chamado de filantropia por Tamayo e Schwartz (1993) foi denominado originalmente em inglês de universalism, e será chamado de universalismo neste trabalho, seguindo a tendência de outros estudos (por exemplo, Gouveia, Martínez, Meira & Milfont, 2001).
Cabe ressaltar que diversos estudos têm identificado a presença dessas dez grandes dimensões em várias culturas, ainda que eventualmente alguns valores específicos tenham sido associados a tipos motivacionais diferentes (Schwartz, 1992). No contexto brasileiro, o modelo já foi testado empiricamente e utilizado em algumas pesquisas (Gouveia, Martínez, Meira & Milfont, 2001; Tamayo, 1994; Tamayo, Faria Filho, Tavares, Carvalho & Bertolinni, 1998; Tamayo & Schwartz, 1993).
Apesar da importância que os estilos ou práticas parentais podem ter para o desenvolvimento dos valores humanos, foram localizados poucos estudos que tenham explorado especificamente essa questão na vida adulta; em geral os estudos têm como foco a adolescência. Por exemplo, Flouri (2004) observou uma relação negativa entre o envolvimento materno (um construto semelhante ao de responsividade) e o desenvolvimento de valores materialistas em adolescentes. Em outro estudo, jovens criados em um contexto paterno autoritário atribuíram maior importância ao valor poder e menor importância ao valor universalismo do que filhos criados em um contexto paterno não autoritário (Knafo, 2003).
Foi localizado apenas um estudo que focalizou a relação entre práticas parentais e valores na vida adulta. Kasser, Koestner e Lekes (2002) realizaram um estudo longitudinal para avaliar as relações entre experiências de criação no ambiente familiar e valores. O estilo parental (medidas de “calorosidade” e “restritividade”) e o nível sócio-econômico familiar foram avaliados quando os participantes tinham cinco anos de idade através de relatos dos pais. Depois, com 31 anos, os participantes completaram uma escala de valores que foram agrupados em sete grandes domínios motivacionais: autodireção, maturidade, interesses pró-sociais, conformidade restritiva, segurança, desempenho e aproveitar a vida. Posteriormente, cada domínio foi correlacionado diretamente com as duas medidas de práticas parentais: a “calorosidade” e a “restritividade”.
A pesquisa mostrou que a calorosidade e a restritividade medidas aos 5 anos tinham algumas correlações com os valores expressos aos 31 anos. Mais especificamente, a calorosidade correlacionou-se negativamente com o valor segurança. Por sua vez a restritividade correlacionou-se positivamente com o valor conformidade restritiva e negativamente com autodireção. Estas correlações mantiveram-se mesmo quando a variável nível sócio-econômico (aos 5 e aos 31 anos) foi estatisticamente controlada.
Segundo os autores do estudo, quando os contextos de desenvolvimento provêm amor, encorajamento e aceitação das perspectivas únicas de cada pessoa e de seus desejos, as necessidades psicológicas dos indivíduos por autonomia e relações interpessoais são bem satisfeitas, o que faz com que aumente a probabilidade delas se orientarem em direção a ambientes onde elas possam se expressar, realizar os seus interesses e trabalhar para a construção de relacionamentos interpessoais. Segundo essa argumentação, estilos parentais democráticos e calorosos podem ajudar as crianças a se sentirem confiantes que suas necessidades de autonomia e contato humano serão contempladas. Esta satisfação, por sua vez, fortalece mais os valores intrínsecos, que estão ligados a crescer como pessoa, estar próximo aos outros, ajudar a comunidade (Kasser, Koestner & Lekes, 2002).
Em contraste, quando as pessoas experimentam um ambiente de desenvolvimento frio, controlador e rejeitador, as oportunidades para auto-expressão e intimidade são raras, e suas necessidades são satisfeitas de maneira muito pobre. Como resultado, é pouco provável que desenvolvam autonomia e relacionamento interpessoal, possivelmente diminuindo o valor atribuído a esses aspectos da vida. Pelo contrário, pessoas criadas sob um alto nível de exigência possivelmente buscariam recompensas externas, tais como aprovação dos outros e sentimentos de segurança (Kasser, Koestner & Lekes, 2002).
Darling e Steinberg (1993) colocam que um controle excessivo exercido pelos pais pode prejudicar a internalização porque o indivíduo não cria uma referência interna, ficando dependente de uma autoridade externa para estabelecer metas e atribuir valor a objetos e ações. Por exemplo, um pai exigente em relação aos estudos, que cobra boas notas de um filho, possivelmente faz isso porque acredita que tal comportamento é importante e desejável. Essa cobrança, contudo, pode ser boa ou ruim dependendo do contexto em que ela é realizada, do clima emocional da relação. Se esse pai realmente só exige, não oferecendo nenhum apoio emocional, o filho pode não vir a tirar boas notas por vontade própria e, sim, devido ao controle externo. Possivelmente, jovens e adolescentes criados sob tal clima emocional venham a buscar mais o sucesso financeiro e a popularidade, valorizando mais a opinião alheia sobre si.
Diferentemente, os pais calorosos, autoritativos, podem cobrar boas notas e bom desempenho, mas também atendem as necessidades emocionais do filho, colaborando com suas dificuldades e servindo de apoio. O clima de comunicação bidirecional, onde o jovem compreende as intenções dos pais em suas práticas parentais, possivelmente facilite a internalização dos valores familiares e leve ao desenvolvimento de um padrão motivacional mais intrínseco.
Alguns estudos empíricos apóiam essas idéias. Kasser, Ryan, Zax e Sameroff (1995) observaram que os adolescentes cujas mães eram controladoras e frias eram especialmente mais propensos a dar importância a valores externos como sucesso financeiro, enquanto os adolescentes com mães democráticas e calorosas valorizavam mais a auto-aceitação, a afiliação e o sentimento de pertencer à comunidade. De maneira similar, Williams, Cox, Hedberg e Deci (2000) mostraram que adolescentes que percebiam os pais como sendo afetivos e dando incentivo para sua autonomia não eram voltados a objetivos relacionados às opiniões dos outros, como sucesso financeiro, imagem e popularidade. Pelo contrário, eram mais propensos a se preocuparem consigo mesmos e com valores que refletissem suas necessidades intrínsecas tais como auto-aceitação, afiliação e sentimento comunitário.
Como se pode observar, as relações entre estilos ou práticas parentais e valores vêm sendo pouco exploradas. Contudo, há evidências de que estas variáveis encontram-se correlacionadas, o que justifica o presente estudo. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar a existência de diferenças nos valores de jovens criados sob diferentes estilos parentais. Mais especificamente, explorou se o estilo parental percebido pelos sujeitos quando eles tinham quinze anos de idade (avaliado retrospectivamente no tempo presente) apresentava alguma relação com as preferências pessoais pelos tipos motivacionais de valores propostos em Tamayo e Schwartz (1993). A fim de limitar a distância temporal entre o tempo presente e o período selecionado para a avaliação retrospectiva (15 anos), a faixa etária dos participantes foi restrita ao período dos 18 aos 25 anos.
Método
Participantes
Participaram deste estudo 173 estudantes universitários de oito cursos (ciências contábeis, psicologia, engenharia elétrica, agronomia, veterinária, letras, matemática e fisioterapia), sendo que 61,3% eram mulheres. A média de idade dos participantes foi de 20,74 anos (desvio-padrão de 1,98), com uma amplitude que variou de 18 a 25.
Instrumentos
Foi utilizado um questionário para colher dados demográficos e avaliar os estilos parentais e os tipos motivacionais.
Estilos parentais. Os estilos parentais foram avaliados através das escalas de responsividade e exigência propostas por Teixeira, Bardagi e Gomes (2004), que apresentam evidências de validade fatorial com adolescentes. Estas escalas são compostas por 12 itens cada, aos quais os sujeitos respondem através de uma escala tipo Likert de 5 pontos. São exemplos de itens: “Sabe aonde vou quando saio de casa”, “Me cobra quando eu faço algo errado” (exigência), “Se interessa em saber como eu ando me sentindo” e “Mostra interesse pelas coisas que eu faço” (responsividade). Para este estudo, as instruções foram adaptadas para que os sujeitos respondessem levando em consideração como seus pais agiam quando eles tinham aproximadamente quinze anos de idade. Optou-se por requisitar uma avaliação conjunta da dupla parental uma vez que, em geral, se trabalha com escores que representam a média de pais e mães, e também porque uma avaliação temporalmente distante como a que foi solicitada tende a não ser muito precisa. Os índices de consistência interna (alpha de Cronbach) obtidos nesta amostra foram 0,83 para exigência e 0,91 para responsividade. A classificação dos estilos foi feita conforme a sugestão de Teixeira, Bardagi e Gomes (2004), ou seja, utilizou a mediana como ponto de corte para considerar um escore alto ou baixo em cada uma das dimensões. Jovens que perceberam seus pais altos em exigência e baixos em responsividade, foram classificados no grupo de estilo autoritário; os de pais altos em ambas as dimensões foram classificados no grupo autoritativo; os com pais altos em responsividade e baixos em exigência foram categorizados no grupo indulgente e aqueles com pais com baixos escores em ambas as dimensões foram classificados no grupo negligente.
Valores. Os valores foram avaliados através da escala sugerida em Tamayo e Schwartz (1993). Ela consta de 61 valores, sendo que a sua combinação permite a avaliação de 10 tipos motivacionais compatíveis com a teoria de Schwartz (1992). Os índices de consistência interna (alpha de Cronbach) obtidos para cada uma das escalas de tipos motivacionais foram: 0,51 (autodeterminação), 0,67 (estimulação), 0,54 (hedonismo), 0,74 (realização), 0,74 (poder social), 0,61 (segurança), 0,59 (conformidade), 0,60 (tradição), 0,74 (benevolência) e 0,76 (universalismo). Ainda que, de um modo geral, os alphas obtidos sejam baixos, eles estão de acordo com o que é relatado na literatura utilizando esse instrumento (Schwartz, 1992).
Procedimentos
Os cursos nos quais optou-se por realizar a pesquisa foram selecionados por conveniência, e o instrumento foi aplicado coletivamente em salas de aula. Os participantes foram esclarecidos acerca da pesquisa e do caráter voluntário da sua participação, tendo sido obtidos termos de consentimento informado antes do preenchimento do questionário.
Resultados
A fim de analisar diferenças nos dez tipos motivacionais de interesse entre os quatro grupos de estilos parentais, optou-se inicialmente pela realização de uma análise de variância de fator único (estilo parental) para cada tipo motivacional. No entanto, uma vez que nível sócio-econômico e gênero podem afetar os valores, algumas análises preliminares foram empreendidas. Primeiro, a variável renda foi tomada como indicador de nível sócio-econômico e dicotomizada em dois níveis: até 2000 reais e acima de 2000 reais. A seguir foram realizadas análises de variância 2 x 4 (renda x estilo) para cada um dos tipos motivacionais a fim de verificar se havia interação entre estes fatores. Nenhuma interação significativa foi detectada (p>0,05), ou seja, eventuais efeitos dos estilos sobre os tipos motivacionais podem ser considerados iguais para ambos os níveis de renda. Da mesma forma, realizaram-se análises de variância 2 x 4 considerando-se os fatores sexo e estilo. Estas análises mostraram interação significativa (p<0,05) para os tipos motivacionais realização e conformidade, indicando que os efeitos dos estilos são diferentes entre os sexos. Portanto, ao descreverem-se os resultados para estes dois tipos, o sexo será levado em consideração.
Feitas estas análises preliminares, realizaram-se então as análises de variância de fator único para cada tipo motivacional, comparando os estilos. Uma vez que se trata de um estudo exploratório, optou-se por adotar um nível de significância de 0,10 na interpretação dos resultados, a fim de levar em consideração também tendências de efeitos. Quando a análise inicial indicou a existência de diferenças entre os grupos de estilo, análises posteriores foram realizadas com o método da menor diferença significativa. A Tabela 1 mostra as médias, os desvios-padrão e os resultados das comparações estatísticas.
Os resultados para cada tipo motivacional apresentados na Tabela 1 são comentados a seguir.
Autodeterminação. Os grupos autoritário e autoritativo obtiveram escores significativamente mais altos do que o grupo negligente.
Estimulação e hedonismo. Não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas.
Realização. Apresentou interação sexo x estilo. Análises posteriores mostraram que, entre os homens, o estilo autoritário (M=4,78) e o indulgente (M=5,05) obtiveram escores significativamente mais altos do que o autoritativo (M=4,17). Entre as mulheres, o estilo autoritário (M=4,78) teve média mais elevada do que o indulgente (M=3,73) e o negligente (M=3,87). Além disso, homens e mulheres diferiram nos grupos indulgente e negligente, com os homens obtendo escores mais elevados do que as mulheres.
Poder social. O grupo autoritário apresentou escores mais altos do que os grupos autoritativo e negligente.
Segurança. Os grupos autoritário, autoritativo e indulgente apresentaram escores significativamente mais elevados do que o grupo negligente.
Conformidade. Apresentou interação sexo x estilo. Análises posteriores mostraram que, entre os homens, o estilo indulgente (M=5,13) obteve escore significativamente mais alto do que os estilos autoritário (M=3,93) e negligente (M=4,11). Já entre as mulheres, o estilo autoritativo (M=4,86) teve média mais elevada do que os estilos autoritário (M=4,25), indulgente (M=3,94) e negligente (M=3,48). Em acréscimo, homens e mulheres diferiram nos grupos indulgente e negligente, com os homens obtendo escores mais elevados do que as mulheres.
Tradição. O grupo autoritativo apresentou níveis significativamente mais altos do que os demais.
Benevolência. Os grupos autoritário, autoritativo e indulgente apresentaram escores significativamente mais elevados do que o grupo negligente.
Universalismo. Os grupos indulgente e autoritativo obtiveram escores significativamente mais altos do que o grupo negligente.
Discussão
Observou-se que os grupos autoritário e autoritativo valorizaram mais a autodeterminação do que o grupo negligente. Este tipo motivacional está relacionado às idéias de ação e pensamento independente (Schwartz, 1992), ou seja, de autonomia. O fato de que o grupo autoritativo tenha obtido um escore elevado é compreensível, pois uma das metas implícitas na educação autoritativa é o desenvolvimento da autonomia, na medida em que combina cobrança com estímulo à independência (Darling & Steinberg, 1993). Os pais autoritativos interagem com os filhos e os apóiam, valorizando suas idéias. Em vista disso, os filhos tendem a tornar-se mais persistentes, confiantes e positivamente orientados para escolher, agir e pensar futuramente. Já o escore igualmente alto para autoritários é um tanto inesperado, pois a tendência imaginada para este grupo seria de apresentar menos autonomia. Nesse sentido, vale lembrar que Kasser, Koestner e Lekes (2002) observaram uma correlação negativa entre restritividade parental e autodireção. Podemos pensar, contudo, que os aspectos de cobrança de responsabilidade presentes na exigência possam contribuir para a valorização da autonomia, pois assumir responsabilidade implica, de certo modo, ser um tanto independente na realização das tarefas. Contudo, talvez o motivo pelo qual os filhos de pais autoritários valorizem a autodeterminação seja para conseguir coisas extrínsecas, tais como bons salários, status, ou outras coisas materiais. O resultado mais baixo observado entre os de estilo negligente está de acordo com a literatura, que mostra este grupo menos comprometido que os demais com diversos aspectos da vida (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002).
Para os tipos motivacionais estimulação e hedonismo não houve diferenças entre os grupos de estilos. A estimulação está relacionada à procura de novidades e excitação; já o hedonismo trata da busca de reconhecimento social através do prazer e da gratificação sensual (Tamayo & Schwartz, 1993). Poderíamos pensar que jovens criados sob estilo indulgente talvez valorizassem mais o prazer e a excitação com a vida, mas isso não foi observado. Uma explicação possível poderia ser a peculiaridade da amostra, pois são jovens que têm em média 20 anos de idade e estão na universidade. Para eles, este é um período de exploração e busca de prazer, ainda mais em um ambiente universitário que muitas vezes que estimula o aproveitar a vida e a satisfação de desejos. Assim, a igual valorização do hedonismo e da estimulação pode ter sido mais influenciada pelo contexto atual e faixa etária dos sujeitos do que pelos estilos parentais sob os quais foram criados. Não podemos esquecer que os jovens pesquisados estão saindo da adolescência e ingressando na fase adulta, um período em que a busca do prazer (especialmente o sexual) costuma adquirir saliência. Um outro aspecto que pode ser considerado dentro dessa amostra é que provavelmente muitos desses universitários saíram da casa dos pais para estudar em outra cidade, passando a viver coisas novas e estimulantes, o que põe experiências desse tipo em evidência para os jovens.
Quanto ao valor realização, a valorização foi diferente entre os sexos. Os homens criados sob os estilos autoritário e indulgente valorizaram mais a realização do que os criados sob o estilo autoritativo. O escore mais alto do tipo autoritário é coerente com a idéia de que os filhos de pais autoritários voltam-se à obtenção de resultados socialmente valorizados, tais como o desempenho acadêmico (Lamborn & cols., 1991). Já o escore alto no grupo indulgente é difícil de interpretar, pois o estilo indulgente não se caracteriza por exigir coisas dos jovens que os façam querer demonstrar competência de acordo com os padrões sociais. O padrão observado entre as mulheres, por outro lado, está de acordo com o que se esperaria, ou seja, o estilo autoritário com escores mais altos do que o indulgente e o negligente. Em ambos os sexos, no entanto, devemos observar que se destaca o estilo autoritário, o que vai ao encontro da idéia de que padrões sociais de realização (como ambição, sucesso e competência) são objetivos pessoais cujo desenvolvimento pode estar ligado a uma alta exigência e uma baixa responsividade durante a educação na família.
Um padrão semelhante foi observado para o tipo motivacional poder social, que está relacionado a valores externos como ter riquezas, ter prestígio, ser influente, ou ter autoridade. O estilo autoritário obteve um escore mais alto do que o autoritativo e o negligente. De fato, a literatura sugere que filhos de pais autoritários tendem a desenvolver um sistema de autovalorização baseado em critérios externos (Darling & Steinberg, 1993). Ou seja, os filhos de pais autoritários tendem a não construir um sistema de referências interno exatamente porque eles são cobrados em relação ao seu desempenho “visível”, geralmente não sendo dadas oportunidades para que desenvolvam um sistema interno, que depende da autonomia. Eles vivem em um ambiente que não oferece o apoio emocional que precisam, e no qual não lhes é dado muitas vezes o direito de errar, de fazer por conta própria, e assim desenvolver a autonomia (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002). Ao contrário, os pais autoritativos fazem cobranças, mas dão oportunidades e o apoio emocional necessário, sendo essas as condições favoráveis para a obtenção da autonomia. Sendo assim, os filhos de pais autoritativos possivelmente dão menos importância a indicadores “externos” de sucesso do que os filhos de pais autoritários.
O tipo motivacional segurança está relacionado a valores como senso de pertencer, ordem social, retribuição de favores, ser saudável e limpo. Os filhos de pais negligentes tiveram escore mais baixo nesse tipo do que todos os demais grupos. O estilo negligente caracteriza-se por pais fracos tanto em controlar o comportamento dos filhos quanto em atender às suas necessidades e demonstrar afeto (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2000). Dentro desse contexto, possivelmente faltem referências para o jovem desenvolver preocupações como, por exemplo, retribuição de favores, pois em seu ambiente familiar isso possivelmente não vem à tona; como conseqüência, isso acaba não sendo valorizado também. Além disso, pode-se pensar que adolescentes criados sob o estilo negligente tenham um menor número de referências internas para guiar o seu comportamento, mostrando-se pouco comprometidos com suas vidas em geral. Isso, por sua vez, pode levá-los a não valorizar aspectos relacionados à segurança, e até mesmo predispô-los a comportamentos de risco. Por outro lado, no contexto dos outros estilos, onde os pais passam um maior número de referências para seus filhos, estes se enquadram melhor dentro de normas sociais e valorizam mais a segurança para si e seus familiares. Assim, pode-se pensar que a valorização da segurança está mais ligada a responsividade do que à exigência, o que poderia explicar por que o estilo autoritário não teve um escore significativamente mais alto como se poderia esperar. Cabe ressaltar que na pesquisa de Kasser, Koestner e Lekes (2002), o valor segurança mostrou-se negativamente correlacionado com a calorosidade parental (e não com a restritividade). Ora, calorosidade é exatamente o que falta no estilo negligente, junto com restritividade (o estilo autoritário, embora também seja baixo em responsividade/calorosidade, tende a ser mais responsivo do que o negligente, até mesmo porque a exigência é, ao menos em parte, uma demonstração do interesse dos pais para com seus filhos).
Para o tipo motivacional conformidade observou-se diferenças entre os sexos. Este tipo está ligado a valores como ser respeitoso, ter boas maneiras e cumprir deveres. Entre os homens, o estilo indulgente exibiu escore mais alto do que o autoritário e o negligente; já entre as mulheres foi o estilo autoritativo que apresentou escore mais alto que o autoritário, o negligente e o indulgente. Esperava-se que o grupo de estilo autoritário tivesse escores mais altos para esse tipo motivacional (devido à presença de exigência sem estímulo à autonomia), mas foram estilos onde há responsividade que mostraram-se associados à conformidade (indulgente no caso dos homens e autoritativo no caso das mulheres). Um exame mais detido da definição do tipo “conformidade” nos ajuda a pensar em possíveis explicações para esse resultado. Segundo Schwartz (1992), conformidade não significa simplesmente aceitar tudo ou concordar sem questionar. Refere-se muito mais a um certo autocontrole, uma restrição que o indivíduo impõe a si mesmo e a seus impulsos, a fim de que as interações sociais e a vida em grupo funcionem bem. Trata-se de interiorizar determinadas condutas sociais tidas como importantes. Dessa forma, pais autoritativos, que ao mesmo tempo cobram e dão o apoio emocional necessário, contribuem para que seus filhos entendam o por quê de serem educados e obedientes, fazendo com que os valores associados a esses comportamentos sejam interiorizados. O mesmo possivelmente ocorre com os filhos de pais indulgentes, ainda que, teoricamente, devessem valorizar um pouco menos a conformidade do que os filhos de pais autoritativos (mais uma vez o resultado entre os homens é difícil de ser explicado, embora deva-se notar que não houve diferenças entre indulgentes e autoritativos). Já os filhos criados sob estilo autoritário possivelmente ajam de modo obediente e respeitoso devido às cobranças externas, como algo compulsório, e assim não cheguem a ver obediência e autodisciplina como valores pessoais, o que explicaria os escores mais baixos.
A tradição, tipo motivacional que é identificado pelo respeito à tradição, humildade, fé religiosa, moderação e ciência dos limites pessoais, mostrou um resultado semelhante ao do tipo anterior, com o grupo autoritativo tendo um escore mais alto do que os demais (embora se pudesse imaginar que o estilo autoritário fosse apresentar o escore mais elevado). Uma possível explicação para isso é similar à anterior: pais autoritativos fazem com que os filhos compreendam melhor os objetivos dos pais e seus valores, facilitando assim sua internalização e o reconhecimento da importância dos mesmos.
Em relação à benevolência, observou-se que o grupo negligente teve um escore significativamente mais baixo que todos. Esse resultado sugere que a ausência de intervenções parentais (sejam de exigência ou de responsividade) pode levar os jovens a não valorizarem (ou pelo menos valorizarem menos) aspectos como a honestidade, a humildade, a prestatividade e a lealdade.
O tipo motivacional universalismo está ligado a valores como igualdade, harmonia interior, sabedoria, justiça social, entre outros, que são valores que tendem a ser intrínsecos. Os escores mais altos de autoritativos e indulgentes indicam que esses valores estão mais estreitamente relacionados aos aspectos de responsividade envolvidos no estilo parental do que os de exigência (o estilo autoritário ficou numa posição intermediária).
De um modo geral, portanto, esta pesquisa mostrou que os estilos parentais possuem relação com os valores humanos expressos pelos indivíduos. Em especial, os resultados sugerem que os estilos autoritativo e autoritário são os que se associam mais fortemente aos valores, enquanto estilo negligente é o que menos se associa (em geral teve os escores mais baixos). Assim, parece que uma combinação, ainda que em graus variados, de exigência e responsividade, são necessárias para o desenvolvimento dos valores. Em contraste, o distanciamento parental típico do estilo negligente parece não favorecer o desenvolvimento dos valores. Esse resultado confere com o já descrito em outros estudos, onde o estilo negligente apresenta os piores resultados em termos de indicadores de desenvolvimento psicossocial (Lamborn e cols., 1991; Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002; Steinberg, 2001).
Por fim, deve-se reconhecer as limitações desta pesquisa. Em primeiro lugar, ela foi realizada com um grupo restrito de sujeitos que são os estudantes universitários. Portanto, não é possível generalizar os resultados para outras populações. Além disso, optou-se por recortes teóricos específicos no que diz respeito aos estilos parentais e valores; sendo assim, esta pesquisa, cujo caráter foi exploratório, de modo algum teve a pretensão de abarcar toda a complexidade destes dois temas, muito menos de chegar a conclusões definitivas.
Questões metodológicas também precisam ser consideradas. O instrumento de valores, por exemplo, apresentou alguns índices de consistência interna baixos. Embora isso seja comum na literatura sobre valores, compromete um pouco a precisão dos resultados obtidos e sua interpretação. Outro aspecto a considerar é o fato de as avaliações referentes aos estilos terem sido feitas de modo retrospectivo. Não há garantias de que as respostas dos sujeitos referentes à sua adolescência tenham sido fidedignas, pois não apenas a memória é falha como ainda a percepção sobre as experiências passadas pode se modificar com o tempo. Ainda, é preciso lembrar que este foi um estudo comparativo entre grupos, e por isso não se pode inferir causalidade entre as variáveis. Ou seja, ainda que faça sentido pensarmos que são os estilos que “causam” ou “promovem” o desenvolvimento de certos valores, isso não foi testado especificamente nesta pesquisa. Com certeza muitos outros fatores influenciam os valores, além dos estilos parentais. Apesar dessas limitações, este estudo atingiu o seu objetivo, que foi o de explorar as relações entre essas duas variáveis, e espera-se que novas pesquisas sobre o tema sejam realizadas no futuro.
Referências
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Endereço para correspondência
E-mail: mapteixeira@yahoo.com.br
Recebido em maio de 2005
Aceito em julho de 2005
Autores: 1 Marco Antônio Pereira Teixeira.
2 Franciella Maria de Melo Lopes – Universidade Federal de Santa Maria.