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Psicologia da Educação

versão impressa ISSN 1414-6975versão On-line ISSN 2175-3520

Psicol. educ.  n.23 São Paulo dez. 2006

 

Implicações da formação continuada para a construção da identidade profissional

 

Implications of continuous progress for professional's identity development

 

Implicaciones de la formación continuada para la construcción de la identidad profesional

 

 

Maria da Conceição Carrilho de Aguiar

Doutora em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (Portugal). Professora da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: aguiarcarrilho1309@oi.com.br

 

 


RESUMO

A intenção deste trabalho é trazer algumas reflexões acerca das implicações dos processos de formação continuada para a construção da identidade profissional do professor. Participaram da pesquisa 62 professores alunos de cursos de pós-graduação (lato sensu) oferecidos por universidades e faculdades públicas e privadas de Pernambuco. São profissionais que atuam nas várias redes de ensino e lecionam na educação básica e no ensino superior. Os resultados permitem constatar que, para além de elementos constitutivos da identidade, a formação é algo extremamente valorizado pelo professor. Ressalta-se ainda, como resultado relevante deste estudo, a influência da formação continuada sobre a identidade profissional. A condições de trabalho do professor, a falta de reconhecimento e valorização social é patente em seus depoimentos. Inerente à identidade docente, a crise se manifesta no cotidiano desses professores através da baixa auto-estima e do pouco reconhecimento de si pelos outros. Desse modo, os resultados demonstram que não é o papel assumido socialmente, o ser professor que incomoda. É, sobretudo, o desprestígio social e progressiva degradação da profissão e da sua identidade social que os deixa desmotivados.

Palavras-chave: formação continuada; identidade; professor.


ABSTRACT

This research intends to reflect about the implications in the process of continuous progress for the teacher's professional identity development. Sixty two teachers subscribed in post graduation courses offered by public and private universities from Pernambuco participated. They are professionals who act in all school systems teaching from elementary school to university. Results allow us to verify that, besides the constitutional information of identity, graduation is exetremely valorized by the teachers. Still, it is pointed as a relevant result in this research the influence of continuous progress upon professional identity. The teacher's bad job conditions, lack of recognizement and social valuing are massively clear in their interviews. Within the tutor's identity, the crisis is revealed on their day by day through low self-steem and lack of recognizement for others. That way, the results shows that the fact of being a teacher is not what bothers. It is, overall, the social disreputation and the progressive degradation of the profession and their social identity let them unmotivated.

Keywords: Continuous Progress; Identity; Teacher.


RESUMEN

La intención de este trabajo es traer algunas reflexiones acerca de las implicaciones de los procesos de formación continuada para la construcción de la identidad profesional del profesor. Participaron de la pesquisa (62) profesores alumnos de cursos de postgrado (lato sensu) ofrecidos por universidades y facultades públicas y privadas de Pernambuco. Son profesionales que actuan en las varias redes de enseñanza y dan clases en la educación básica y enseñanza superior. Los resultados permiten constatar que, para además de elementos constitutivos de la identidad, la formación es algo extremamente valorado por el profesor. Se resalta aún como resultado relevante de este estudio la influencia de la formación continuada sobre la identidad profesional. La condición de trabajo del profesor, la falta de reconocimiento y valoración social es patente en sus depoimentos. Inherente a la identidad docente, la crisis se manifesta en el cotidiano de eses profesores a través de la baja autoestima y del poco reconocimiento de si por los otros. De ese modo, los resultados demuestran que no es el papel asumido socialmente, el ser profesor que incomoda. Y, sobre todo, el desprestígio social y la progresiva degradación de la profesión y de su identidad social que los deja desmotivados.

Palabras clave: Formación Continuada; Identidad; Profesor.


 

 

Introdução

A preocupação com a formação e o desenvolvimento contínuo de professores tem sido cada vez mais intensa. Isso se deve em parte ao que se ouve nestes últimos anos sobre um discurso repetitivo e insistente, que apresenta a formação como uma passagem obrigatória à qual os diversos tipos de trabalhadores devem recorrer para fazer face às situações de fragilidade que os aborrecem no seu cotidiano. Muitas das explicações dessa situação recaem sobre a formação inicial precária a que esses professores tiveram acesso.

Além disso, as exigências da sociedade do conhecimento provocam em muitos professores insegurança, incerteza e suscitam as mais variadas reações de perplexidade, inquietude, medo, assim como, também, de busca e criatividade; portanto, as preocupações com o aprofundamento nas questões concernentes à construção e reconstrução do conhecimento foi a motivação do estudo ora apresentado, na tentativa de contribuir para o processo de discussão e mudanças necessárias à formação dos professores a partir de algumas experiências vivenciadas no campo educacional. A experiência como formadora de professores oportunizou-me observar e compartilhar com os professores algumas necessidades e problemas ainda não elucidados pela investigação na área educacional.

Com efeito, algumas dessas questões eram: superação da revolta; o descaso das elites para com a educação do povo; recuperação da esperança numa escola que, para a grande maioria da população, nada significa; expectativa de ações das autoridades na melhoria dos salários dos professores. As Secretarias de Educação, quando se referem à evasão, limitam-se a apresentar os índices de evasão dos alunos, "esquecendo-se" de mostrar os altos e crescentes índices de evasão dos professores. É grande e assustador o número de pedidos de demissão ou abandono, sem qualquer satisfação. São professores que se submetem a seleções para ingresso em variadas profissões, como bancários, fiscais, policiais ou que resolvam ser comerciários, vendedores, agente de turismo, etc. Há, entretanto, aqueles professores que insistem em lutar e persistem na profissão por compromisso ou por acreditarem que, quem sabe, um dia, este país muda. São esses que enchem os auditórios quando alguém tem algo a dizer sobre educação, como também são esses professores que procuram por cursos de especialização, aperfeiçoamento, ou mesmo mestrado, o que pode ser indicativo do compromisso político e ético com a melhoria da qualidade da educação.

Assim, a questão maior talvez seja recuperar o valor social da profissão de professor, tanto do ponto de vista salarial quanto no sentido de torná-la uma profissão que envolva e conquiste os que querem ser professores. Apesar desse panorama de desqualificação da profissão docente, há algum tempo, tanto os professores quanto outros setores da sociedade vêm colocando em discussão questões relacionadas ao fazer pedagógico, como "o que" e " para que ensinar", "quem aprende" na escola, a concepção da educação, de escola, de relação entre conhecimento escolar e prática social, e, portanto, o trabalho profissional do professor. Diferentes experiências em diversas instituições têm se dedicado a essa questão e produzido conhecimento sobre o assunto (Faculdades de Educação, Secretarias Estaduais e Municipais, etc.).

Considerando, a despeito das dificuldades e da degradação da profissão, a persistência de alguns professores, seu interesse e envolvimento em processos de formação continuada, procura-se, com esta pesquisa, estudar a identidade docente focando as seguintes questões: a) a formação contínua repercute na carreira docente? b) a participação do professor em atividades de formação contínua interfere na sua pratica pedagógica? c) como se dá a influência da formação contínua sobre a identidade docente?

Compreende-se que a questão da identidade precisa ser vista, não como questão apenas científica, nem meramente acadêmica, mas, sobretudo, como uma questão social e política. Referir-se à identidade implica levar em consideração a estrutura social e o momento histórico, uma vez que o desenvolvimento da identidade do indivíduo é determinado pelas condições históricas, sociais, materiais dadas, e incluídas também as condições do próprio sujeito.

Falar de formação docente é, pois, construir uma identidade profissional, e o eixo dessa formação é o trabalho pedagógico, compreendido como ato educativo intencional, que, além de desenvolver competências e habilidades, considera também o desenvolvimento da criatividade, da criticidade, da internacionalidade e da autonomia, baseadas em conteúdos que levam à reflexão. Como afirma Nóvoa (1991, p. 23):

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência.

A identidade do professor vem sendo enfatizada em abordagens centradas nas perspectivas transdisciplinares das ciências da Educação com recursos de áreas como Psicologia, Sociologia e Psicossociologia. Este trabalho insere-se nessa preocupação e tem como objetivos: 1º) estabelecer uma relação entre a participação dos professores em processos de formação contínua e sua repercussão na carreira docente; 2º) compreender a influência da formação contínua sobre a identidade docente.

Este trabalho centra-se no estudo da formação contínua, mais explicitamente, a formação docente e a construção de sua identidade, procurando apreender de que modo a formação contínua repercute na carreira docente e como a participação em atividades de formação interfere na prática pedagógica, bem como sua influência na identidade docente.

 

Identidade como categoria de análise

No estudo dos conceitos-chave deste trabalho, foram analisados o conceito de identidade, a relação entre identidade profissional e identidade docente. A linha orienta como essa pesquisa fundamenta-se principalmente nos estudos desenvolvidos por Erikson (1976), na perspectiva de que a construção da identidade é atravessada pelas relações entre o psicológico e o social, entre o desenvolvimento pessoal do indivíduo e a história da comunidade. O conceito de meio não se reduz a um espaço envolvente-exterior, mas concebe-se na dinâmica da internalização/externalização. O indivíduo situa-se em termos de espaço-tempo pessoais e coletivos, inserindo-se em projetos de vida coletiva. Para Erikson (ibid.), a identidade se constrói simultaneamente no juízo que o indivíduo faz de si próprio, tendo como referência os seus julgamentos sobre os outros, os julgamentos dos outros sobre ele próprio, como também o contexto social em que está inserido.

Para atuar nas sociedades contemporâneas, que vêm passando por imensas transformações econômicas, sociais, políticas, culturais, têm sido cada vez maiores as exigências de qualificação. Nesse contexto, as exigências para com o professor se multiplicam. Enseja-se, diante dessas transformações, um professor capaz de exercer a docência em correspondência com as novas realidades da sociedade, do conhecimento, dos meios de comunicação e informação, acarretando mudança no desempenho dos papéis docentes, novos modos de pensar, agir e interagir e provocando a necessidade de estar sempre se atualizando, em constante processo de formação. Essa exigência, de maneira decisiva, interfere na identidade do sujeito, que é construída e reconstruída num processo de interação social, a partir das diferentes experiências vivenciadas no dia-a-dia da história de vida de cada um. As experiências de atualização profissional confrontam-se com os saberes que eles possuem e com as informações que vão sendo adquiridas e articuladas a um processo de valorização identitária e profissional.

O conceito de identidade profissional relaciona-se ao mundo ocupacional do profissional, integrando os estudos que dizem respeito à socialização profissional, os quais se concentram nos processos de adaptação do profissional ao seu meio profissional.

No processo de construção da identidade profissional, que integra o quadro das identidades possíveis, as categorias que dizem respeito à formação, às esferas do trabalho e do emprego constituem os domínios de referência dos indivíduos para si mesmos. O emprego é considerado, cada vez mais, o centro do processo identitário, e a formação profissional está cada vez mais diretamente ligada a ele.

Para Sainsaulieu (1985), a identidade, mais do que um processo biográfico de construção do eu, é um processo relacional de investimento do eu. Funda-se, dessa forma, a articulação entre os dois processos identitários: o biográfico e o relacional. O primeiro processo é uma construção no tempo, pelos indivíduos, de identidades sociais e profissionais, a partir de categorias dadas pelas sucessivas instituições (família, escola, mercado de trabalho, empresa), que configura a transação subjetiva. O segundo processo (relacional) refere-se ao reconhecimento dado, em determinado momento, no interior de um espaço determinado de legitimação, às identidades associadas aos saberes, às competências e à auto-imagem, propostas e expressas pelos indivíduos que compartilham um sistema de ação.

Conforme Erikson (1976), a identidade social não é transmitida de uma geração para outra. Ela é construída por cada geração com base nas categorias e posições herdadas pela geração precedente, mas por estratégias identitárias desenvolvidas nas instituições pelas quais passaram os indivíduos e para as quais eles contribuem em seu processo de mudança. Essa construção identitária assume uma importância particular no campo de trabalho, do emprego e da formação, tendo adquirido uma forte legitimidade para o reconhecimento da identidade social e para a atribuição do status no mundo profissional.

Para Huberman (1992, p. 9), o desenvolvimento de uma carreira é um processo e não um rol de acontecimentos. Acrescenta ainda que, para alguns, esse processo pode parecer linear, porém, para outros, há patamares, regressões, momentos de arranque e descontinuidades.

A identidade é aqui entendida, na concepção de Lipiansky (1998), como um dado primeiro da relação com a representação da própria existência e com o mundo, resultando de um processo complexo, que une estreitamente a relação consigo mesmo e a relação com o outro. Como também é um fenômeno dinâmico, que se exerce ao longo de toda a existência.

Buscando traçar o perfil dos professores que participaram desta pesquisa, é interessante observar como o processo identitário é, ao mesmo tempo, individual e social e supõe uma interestruturação entre a identidade individual e a identidade social dos atores sociais, em que componentes psicológicos e sociológicos se articulam de forma organizada irrepetível.

A identidade do indivíduo é um construto e, ao longo da vida, reveste-se cumulativamente de várias facetas identitárias e até contraditórias entre si, mas que mantêm uma certa organização, coerência e estabilidade.

 

Metodologia

Para desenvolver este estudo sobre a identidade e a formação de professores, utilizou-se um questionário que buscava levantar os dados sobre a formação contínua e a identidade profissional dos professores.

Ao elaborar o questionário, buscou-se detectar as concepções de ser professor, de formação contínua e identidade profissional presentes nas representações dos docentes sujeitos desta pesquisa.

O instrumento utilizado tem uma seqüência que permitiu coletar algumas informações sobre o professor, a fim de melhor caracterizar o grupo; introduzir o professor no tema formação contínua, a partir de perguntas sobre sua participação, o que pensa e sugere sobre a formação contínua; investigar a percepção que o professor tem do processo de formação contínua, sua relevância para o aprimoramento profissional, para a prática pedagógica, a influência sobre a identidade docente e, ainda, como se vê como professor. O que o levou a tomar a decisão de ser professor. As vantagens e desvantagens de ser professor. Essas questões oferecem pistas a respeito de como ele pensa toda a dinâmica que o envolve, tanto no contexto pessoal quanto no contexto profissional;

Participantes

Participaram da pesquisa 62 professores, sendo 14 do sexo masculino e 48 do sexo feminino. A faixa etária dos professores se situava entre 23 e 57 anos. Eles trabalham nas várias redes - federal, estadual, municipal - e lecionam nos vários níveis de ensino, desde a educação infantil ao ensino superior. Esses professores são também alunos de cursos de pós-graduação (Lato Sensu) oferecidos por Universidades e Faculdades públicas e privadas.

 

Análise e discussão dos dados

As respostas do questionário foram analisadas com o apoio do software ALCESTE (Analyse Lexicale par Contexte d'un Ensemble de Segments de Texte). Trata-se de um programa informático para análise de dados textuais, cuja metodologia tem a finalidade de apresentar o conteúdo essencial de um texto, tendo como base as leis de distribuição do vocabulário nos textos transcritos ou escritos (Reinert,1990).

O ALCESTE realiza, de forma automática, a análise de diálogos de questões abertas com o objetivo de obter uma primeira classificação estatística de enunciados simples do corpus estudado, em função da distribuição de palavras dentro do enunciado, com a finalidade de apreender as palavras que nele são mais características.

Com essa análise, buscou-se reconstruir o "discurso coletivo", utilizando a relação entre as palavras, a freqüência e o percentual com que aparecem e seu significado, observado a partir dos enunciados que permitem identificar o contexto em que se inserem as classes de palavras. Com isso, permite-se o acesso ao contexto semântico (Ribeiro, 2000).

A análise dos dados, a partir do ALCESTE, referentes à decisão de ser professor fez emergir quatro classes de respostas distribuídas em dois eixos: o primeiro eixo remete aos aspectos econômicos de tomada de decisão e é formado pela classe quatro, denominada Necessidade Financeira. A condição socioeconômica também conduziu muitos desses sujeitos à decisão de ser professor, interferindo e contribuindo no desempenho do seu papel e na identidade de ser professor, uma vez que é diferente escolher uma profissão porque se identifica, porque se realiza e não por não ter alternativa. Daí, para alguns sujeitos, a opção de ser professor nem sempre se trata, realmente, de uma opção, mas, sim, de que ou se é professor ou então se fica sem fazer "nada". O segundo eixo remete às motivações pessoais da decisão e inclui a classe um,Vocação, a classe dois, Conhecimento Prévio, e a classe três, Identificação com Professor. As vivências e lembranças da infância e da adolescência com professor e como professor (quando criança, através das brincadeiras de escola, imitando a professora) influenciaram na tomada de decisão de ser professor.

Classe 1 - Vocação

Nesta classe, percebe-se o conceito de "vocação" como algo inato: o sujeito já nasceu predestinado para ser professor e gosta do que faz porque tem vocação. É como se o indivíduo tivesse uma preferência pessoal de alguém que o elege e o chama.

Uma grande maioria dos professores avalia como desfavoráveis as situações profissionais atuais. Todavia, por causa da vocação e da auto-realização, esses sujeitos da pesquisa permanecem sem explicar o que seriam essas "qualidades."

Desse modo, deduz-se que essa classe reúne os sujeitos que explicitaram ter escolhido ser professor e permanecer na profissão por vocação ou realização pessoal, embora a insatisfação com o baixo salário e as desvantagens na carreira sejam reais, visto que, no contexto atual, a profissionalização é inevitável, embora ofenda interesses fixados.

Classe 2 - Conhecimento Prévio

A classe 2 representa o discurso dos sujeitos, sobre a decisão de ser professor no que concerne ao conhecimento prévio. Os dados revelam que o professor tem contato com a profissão muito antes de começar a exercê-la. Ele ensina como foi ensinado, e não se formou somente na Escola Normal. Ele incorpora modelos ao longo de sua vida escolar e familiar. No cotidiano da sala de aula, o professor põe em prática o que aprendeu do seu meio, da sua família, das suas relações pessoais, etc.

Entretanto, essa experiência rica restringe-se à sala de aula, e o saber crítico fica dissociado da atividade profissional. Tudo isso permite afirmar que a prática do professor tem sido construída por eles, sem que as contradições sejam enfrentadas, tornando-se um fazer restrito.

Classe 3 - Identificação com Professor

É interessante observar que nessa classe se situa a maioria dos sujeitos que decidiram ser professores pela identificação com outros professores. Cada professor, em sua singularidade, carrega características da totalidade de sua categoria, que só se apresenta como um todo por estar presente em cada um.

Assim, esses sujeitos tomaram como referência, na decisão de ser professor, a postura, a maneira de ensinar, ou seja, a prática pedagógica dos professores que passaram por suas vidas. Entretanto, há igualmente o lado existencial, quando ser professor representa também o sentimento de divino, de aptidão, ofício de sacerdócio e magia, em suma, uma abordagem basicamente sentimental.

Esses dois eixos não fazem associação com a dimensão política do processo educacional, ao contrário, delineiam formas de pensar e explicar a decisão de ser professor realçando questões afetivas.

Os elementos das classes 1, 2 e 3 parecem manter uma forte relação entre si. A decisão de ser professor, por parte dos sujeitos dessas classes, não se destacou como um meio para assegurar a sobrevivência material, ao contrário, destaca-se como uma fonte de prazer e de realização pessoal.

Classe 4 - Necessidade Financeira

Essa classe é constituída pelo discurso que enfatiza a opção profissional motivada pela situação material, ou seja, meios econômicos escassos para se preparar para a carreira, facilidade de acesso a essa preparação. Verifica-se, ainda, nessa classe, que a concepção de magistério aparece como profissão de "rendimentos certos".

São muitas as lembranças que os sujeitos têm dos aspectos que os levaram a optar por ser professor: a família, a vida de estudante muitas vezes entrelaçada, ou até mesmo suplantada por dificuldades, principalmente, de ordem financeira.

Desse modo, a opção explicitada nessa classe ficou constituída pelas alternativas abaixo, cada uma indicando o motivo da escolha de ser professor:

- impossibilidade de fazer outro curso; segurança, pois assim que terminam o curso conseguem assumir suas despesas financeiras; inserção no mundo do trabalho: é uma profissão em que, apesar da falta de emprego, consegue-se logo um emprego; possibilidade de sobrevivência: a representação que as pessoas têm da profissão é a de que não enriquece, mas o professor tem garantida a sobrevivência, diferente das outras profissões das quais o mercado de trabalho está saturado;

- emprego certo devido à grande lacuna que existe, principalmente nas redes públicas de professores, daí porque sempre está se abrindo concurso público para preenchimento das vagas ou existem os contratos provisórios, através dos quais, muitas vezes como estagiário, tem-se um emprego garantido.

Ressalta-se que, nas respostas a essa questão, tendo sido uma escolha ou força das circunstâncias econômicas e sociais o fator responsável pelo encaminhamento dos professores na carreira de professor. Esse fato diluiu-se diante de outros aspectos, pessoais, familiares e profissionais das vidas docentes, que, como um todo, vão influenciando, modificando, reestruturando formas de pensar e de agir.

Os dados obtidos com relação à percepção e à expectativa do professor acerca de si mesmo agrupam-se em seis classes de respostas. Em quatro classes as respostas relacionam-se com o papel social do professor e em duas (classes) as respostas voltaram-se para o papel no contexto da sala de aula. Nessa perspectiva, busca-se a concepção de mundo e ação, desenvolvimento e aprendizagem, trabalho e educação, necessidade e possibilidades no contexto social e individual em que o professor atua no seu espaço de trabalho, pois é através deste que o professor se mostra responsável e comprometido perante a sociedade.

Segundo os resultados obtidos, podem-se fazer algumas observações sobre as classes e o papel do professor.

Classe 1 - Profissional / Técnico

Essa classe enfatiza a percepção do professor como alguém capaz de enfrentar os desafios que surgem e como um dos agentes de mudança da escola e da prática pedagógica visando torná-la mais adequada ao contexto escolar e ao processo ensino-aprendizagem.

Percebem-se, nessa classe, a clareza do seu papel de professor e a autoconfiança no seu preparo para exercer a profissão. A auto-imagem profissional é bem positiva.

Nas respostas dos sujeitos surge a concepção de que, com os alunos, no seu cotidiano, o professor deve estabelecer relações baseadas no respeito, na compreensão, na amizade, na sinceridade e no compromisso pedagógico. Percebe-se que prazer, mudança, pesquisa, referência para o aluno são "características" inerentes ao papel do professor.

Classe 3 - Papel Político do Professor

Verifica-se que surge um discurso organizado em torno do papel político do professor. Esse papel deve considerar o compromisso com a transformação social e, conseqüentemente, o desenvolvimento de práticas pedagógicas que valorizem a responsabilidade, a honestidade e o respeito ao ser humano e ao meio ambiente.

Essa classe caracteriza-se por sentimentos, em relação ao papel político do professor, de mudança, preocupação, angústia e pela evidência da necessidade de o profissional buscar constantemente formação e, ao mesmo tempo, ser um formador do cidadão.

Classe 4 - Importância versus Desvalorização

Essa classe foi marcada pela contradição entre a importância e a desvalorização. O olhar que se apresenta é um olhar positivo e concebe-se como um papel necessário no contexto social, como também se nota que, para conservar essa importância, é preciso desenvolver-se, ou seja, estar atualizado. Entretanto, percebem-se também uma desmotivação e uma falta de esperança de que dias melhores virão, por estarem vivendo um momento de transição em relação ao seu status social.

Classe 5 - Desejo de Aprofundamento versus Sobrecarga de Trabalho

Observa-se que há uma necessidade de aprofundar os conhecimentos para poder desenvolver seu papel social como professor, uma vez que o contexto social cobra desse profissional competência técnica, política e teórica. Eles são conscientes disso, entretanto, não deixam de trazer à tona que não é fácil conseguir estar se aprimorando, devido ao excesso de trabalho, com carga horária que absorve os três turnos (manhã, tarde e noite), dificultando um horário para se aprofundar. Portanto, nesse contexto, o professor só terá condições de contribuir para as mudanças sociais se for capaz de integrar na sua formação e na sua prática os determinantes sociopolíticos e técnicos que caracterizam a sua atividade profissional.

Apesar de os sujeitos expressarem sentimentos de ansiedade, angústia e inquietação, mostram-se comprometidos com o seu papel social. É interessante notar que nas classes 1, 3, 4 e 5 situam-se os discursos que enfatizam o papel social do professor. Os papéis que eles desempenham e as responsabilidades que lhes são próprias requerem um processo de aprendizagem permanente ao longo da vida. E a questão da identidade ou das identidades está marcada pela história de cada grupo, pelas instituições existentes, pelo poder e pelas crenças. As duas classes que dizem respeito ao papel do professor na sala de aula destacam-se em relação à falta e à compensação.

Classe 2 - Sentimento de Falta e Relação com o Aluno

Percebe-se nas respostas ao questionário uma certa insegurança em relação ao contexto da sala de aula; a auto-imagem apresenta-se desgastada, inferindo-se, nesse sentido, que busca compensar seu papel de professor na figura mãe, amiga, irmã, fugindo do seu verdadeiro papel na sala de aula como professor.

Esse tipo de relacionamento fragiliza o papel e a função do professor, uma vez que tudo isso permite afirmar que os sujeitos dessa classe experimentam sentimentos de impotência e vivem várias dimensões da identidade pessoal. Entretanto, é preciso compreender melhor os elementos que podem ter relação causal com essa vivência.

Classe 6 - Avaliação de Si Mesmo

Os professores dessa classe, em relação a como se vêem como professores, fizeram uma auto-avaliação dizendo que são comprometidos, razoáveis, mas procuram se aperfeiçoar; têm falhas, mas procuram sempre corrigi-las; abertos ao diálogo, procurando inovar; responsáveis, respeitadores, transparentes.

Percebe-se que, quando apresentam algum defeito, já colocam a solução que é adotada para resolver a situação. Os professores precisam compreender que o seu olhar avaliativo está carregado de suas experiências de vida e, por esse motivo, o seu juízo de valor é perigosamente comprometido. Ao avaliar, o professor deixa clara qual é a sua concepção em relação ao conhecimento.

A expectativa dos professores em relação a como eles se vêem como professores tem a ver com alguém preparado, comprometido, que é importante para o desenvolvimento social e que precisa estar se atualizando, mas que tem uma sobrecarga de trabalho. Essa percepção aparece numa visão macro do seu papel social.

Os conteúdos das classes 2 e 6 estão voltados mais para uma visão micro do papel do professor na sala de aula. Eles se vêem dentro do processo ensinoaprendizagem e buscam uma relação de mãe, irmã, amiga, fugindo da relação professor-aluno, que não deixa de ser amiga, mas é outra.

Ou seja, a relação do saber fazer, do perceber o que pode fazer, distinguindo limites e possibilidades à atuação competente.

Ser professor: vantagens e desvantagens

De acordo com as três classes de respostas dos sujeitos à questão "ser professor: vantagens e desvantagens", pode-se observar que os sujeitos apresentam aspectos positivos inerentes à atividade docente, valorizando sua mediação no processo de ensino-aprendizagem, levando a supor que o resultado desse processo não lhe é indiferente. E, como aspectos negativos, apontam a falta de valorização, de condições adequadas de trabalho e salário como fatores que mais dificultam o bom desenvolvimento do trabalho. Foram agrupadas as respostas em três classes, que se apresentam a seguir.

Classe 1 - Contribuir para a Aprendizagem e Formação do Cidadão

Essa classe apresenta o discurso dos professores sobre as "vantagens e desvantagens de ser professor". A vantagem aparece como eixo central à contribuição do professor na aprendizagem e formação do cidadão, tendo como referência a reflexão e os sentimentos, que, entrelaçados, constituem os motores para a aprendizagem, possibilitando a construção de relações satisfatórias entre o cidadão e a sociedade.

Verifica-se, ainda nessa classe, o fornecimento de elementos para a edificação de uma identidade docente pautada em uma prática de construção, de ajuda dentro de um processo de mudança para a transformação. Evidencia-se o ensino aprendizagem, tão importante quanto outras funções que a escola assume para remediar situações que escapam de seu espaço de decisão.

Classe 2 - Relação Humana

Nessa classe aparece a preocupação do professor com o outro, buscando, nas práticas cotidianas, elementos que lhe dêem reforço, assim como concretude na relação com os alunos, pais, etc.

A partir dos discursos, pode-se deduzir que essa classe caracteriza-se pela ênfase na dimensão afetiva. Sem sombra de dúvida, o magistério exige um relacionamento mais próximo com pessoas e, conseqüentemente, reveste-se de características que se identificam com essa dimensão.

Classe 3 - Aspectos ligados às instituições e ao descaso governamental

Essa classe agrupa as respostas dos sujeitos que apontam como desvantagens de ser professor: a falta de valorização e de condições adequadas de trabalho; o salário e questões políticas e sociais que impedem o professor de exercer sua atividade profissional como deveria.

Ao se referirem às vantagens, as colocações do professor recaem sobre sua própria imagem, habilidades, atitudes ou condições. Pode-se, portanto, depreender que vantagens ou desvantagens de ser professor são de natureza variada. Enquanto as primeiras são intrínsecas ao trabalho, como a eficiência na sua realização e o desenvolvimento profissional, as que são apontadas como motivos de insatisfação referem-se a elementos extrínsecos, tais como salário, condições técnicas de trabalho, relações interpessoais.

O que pensa e o que sugere sobre capacitação

A partir da análise textual da seleção das palavras, revelaram-se a presença de quatro classes dentro de dois eixos de organização do pensamento e sugestões sobre capacitação. O primeiro eixo engloba as classes 1, 2 e 4, que se referem ao que pensam os professores sobre as capacitações, apresentando uma vinculação do "vivido" com a prática. O segundo eixo (classe 3) refere-se às sugestões apresentadas pelos professores em relação à capacitação.

A análise das respostas dos sujeitos a essas questões demonstra uma vinculação ao "vivido", à prática real e à solução de problemas, permitindo perceber que as idéias e opiniões dos sujeitos são constituídas por valores e normas sociais, mas, ao incorporar essas normas e valores, uma identidade pessoal é formada pelas relações sociais que brotam no dia-a-dia da convivência com as pessoas, no trabalho ou fora dele, atravessadas pelas relações de poder existentes.

As respostas dos sujeitos sobre o que pensam e o que sugerem sobre capacitação foram agrupadas em quatro classes.

Classe 1 - Vinculada à Realidade da Escola

Inicialmente, é necessário ressaltar que os sujeitos destacam o espaço da escola como referência para que as capacitações aconteçam. Embora sugiram, também, que se pesquisem quais as necessidades junto à direção e aos professores.

Nessa perspectiva, a abordagem em questão não se centra nos atributos de cada professor, individualmente. Trata-se de definir um saber agir que precisa ser reconhecido pelos pares e pelos outros, cuja constituição pode e deve ser promovida em termos coletivos.

Classe 2 - Dinâmicas e Temas Relevantes

É comum, entre as respostas dos sujeitos, o destaque para o dinamismo e a relevância de temas.

Sabe-se que a maneira como o professor pensa e age nas mais variadas situações da vida influencia a prática pedagógica. O desenvolvimento profissional tem implicação direta no desenvolvimento da pessoa como ser cultural e político. Isso implica, muitas vezes, para o professor, repensar sua atenção, reconsiderar valores e descobrir novas possibilidades de usufruir a cultura e a participação social.

Assim, o próprio processo de desenvolvimento pessoal do professor leva-o a transformar suas crenças, valores, hábitos, atitudes e formas de se relacionar com a vida e, conseqüentemente, com a profissão.

Classe 4 - Área Específica e Troca de Experiência

O que se pode inferir, a partir das respostas dos sujeitos, é a insatisfação e o questionamento em relação à competência de alguns formadores, daí sugerirem a troca de experiência entre eles.

Ao que tudo indica, a formação contínua não é algo que possa ser eventual, nem tampouco um instrumento para suprir deficiências da formação inicial malfeita ou que deixou a desejar, é sempre parte integrante da prática profissional do professor e deveria ter a mesma importância da formação inicial. Há uma queixa constante quanto à desvalorização social dos professores. A formação/postura de alguns formadores reforça esse sentimento de desvalorização.

Se se reportar às dimensões da identidade, pode-se constatar que esses sujeitos vivem, por um lado, um sentimento de desvalorização e, por outro, dificuldades do não reconhecimento como professores e do seu saber.

Classe 3 - Soluções para Melhoria do Processo Ensino Aprendizagem que aconteçam com mais freqüências

Essa classe, de um modo geral, deixa transparecer o desejo dos sujeitos de que as capacitações apontem soluções para os problemas do cotidiano da sala de aula. A partir das respostas, percebe-se que muitos não se sentem contemplados nas necessidades do seu dia-a-dia na sala de aula.

Percebe-se, quanto ao que sugerem sobre capacitação, uma grande preocupação com a pessoa do professor, sugerindo investir na sua auto-estima, pois muitos deles estão desestimulados, mas isso se reflete, justamente, na falta de valorização dos outros. Eles destacam, também, que se valorize a importância do papel do professor no processo educacional.

 

Considerações finais

Neste estudo, procurou-se explicitar ou elucidar melhor a relação entre a participação de professores em processos de formação contínua e suas implicações para a carreira docente, focando sua análise na transformação dessas práticas pedagógicas e na influência dessa formação na construção da identidade docente.

Os resultados da investigação permitem constatar que, para além de elemento constitutivo da identidade, a formação é algo extremamente valorizado pelo professor. Esse dado é patente. O professor considera fundamental para a sua prática pedagógica acompanhar a evolução sistemática do conhecimento. Os resultados chamam a atenção, nesse sentido, para as transformações constantes da sociedade contemporânea, tanto local como global. A título de ilustração, tem-se a velocidade dos meios de comunicação, como televisão e Internet, que acabaram por reduzir significativamente as distâncias entre os povos e o mundo. Hoje, a sociedade é uma sociedade global. Recebe-se influência e influencia-se a todos em todas as partes. Contudo, é importante salientar que, nessa sociedade global, em que as distâncias inexistem, as desigualdades sociais permanecem, poucos são os contemplados e inúmeros são excluídos.

Nesse contexto, os profissionais professores constroem representações, adotam posturas e possuem intencionalidades que vão se identificar com o jogo social instituído, pautando-se de acordo com a pressão das conformidades sociais e confrontos e/ou contradições das instituições sociais/educacionais. Nesses confrontos, contradições e consensos, o professor (com suas motivações, necessidades e oportunidades) constrói seus laços com a escola, os alunos, a profissão, a sua identidade, enfim.

Além disso, esses professores, como parte integrante do sistema educacional, deixaram transparecer em seus discursos alguns aspectos exteriores que confundem as políticas de educação, que assumem estratégias coerentes com as lógicas de mercado, com as suas implicações ideológicas, mas provocando a incoerência e a confusão no domínio da educação e, em particular, no caso em análise, na formação contínua, ou seja, os problemas, as dificuldades, as inadequações, que, através dos programas, das políticas educacionais, dos formatos dos cursos e da falta de tempo para estudo, explicitam as estruturas e dinâmicas dos contextos escolares atuais, assim identificando o fato de a formação contínua muitas vezes não corresponder às exigências da complexidade do seu mundo de trabalho. Essa abordagem permite deixar claro que, sendo a formação contínua uma necessidade do professor e uma exigência da própria sociedade contemporânea, ela não pode ser apenas episódica (um curso), mas algo permanente, processual.

Questiona-se: quem custearia o processo de formação permanente?

Reconhece-se que o professor não poderá ser o único a se responsabilizar por sua formação. Essa questão implica intervenções em vários níveis, desde os contextos de vida dos professores como também dos "outros" sociais que com eles se relacionam. Não se pode ser ingênuo, admitindo que a formação contínua (em si, isolada) propiciará a tão propalada qualidade da educação, a superação de problemas seculares como o fracasso escolar, por exemplo. Essa perspectiva da formação contínua pauta-se na necessidade da existência de projetos educativos entre os professores, nas escolas, podendo acontecer tanto no trabalho sistemático interno à escola quanto fora dela, entre os demais profissionais do sistema educativo e do sistema social em geral. Reitera-se que a formação contínua tem um peso significativo na construção de uma educação de qualidade, porém não pode ser considerada antídoto para a resolução dessa problemática.

Nesse contexto, a formação continuada é um dos elementos de um grande conjunto que precisam ser revistos, bem como: programas e políticas educacionais; condições materiais de trabalho; salário e organização do trabalho pedagógico.

Esses professores têm uma grande necessidade de serem aceitos através de poder e prestígio social no contexto em que estão inseridos; o reconhecimento profissional apresenta-se, na visão deles, ligado à possibilidade de satisfazer o desejo do outro, proporcionando modelos de referência valorizados e aprovados, que servem de suporte à construção da identidade social do sujeito.

 

Referências

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Recebido em outubro de 2006.
Aprovado em novembro de 2006.

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