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Psicologia da Educação

versão impressa ISSN 1414-6975versão On-line ISSN 2175-3520

Psicol. educ.  no.38 São Paulo jun. 2014

 

ARTIGOS

 

Características da produção sobre professores de alunos com dotação e talento

 

Characteristics of production about teachers of gifted students

 

Características de la producción de maestros de studiantes con superdotación

 

 

Natália do Valle-RibeiroI; Altemir José Gonçalves BarbosaII

IUniversidade Federal de Juiz de Fora. nataliavalleribeiro@gmail.com
IIUniversidade Federal de Juiz de Fora

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou investigar a produção sobre professores de alunos com dotação e talento (D & T) em artigos publicados em duas bases de dados: ERIC e PsycINFO. Foram procurados termos relacionados a professores de alunos talentosos em publicações entre 2006 e 2013. No total, foram considerados 20 artigos. A produção sobre professores de alunos com D & T pode ser considerada pequena e não apresenta tendências de estabilidade, crescimento ou decrescimento na distribuição temporal. Grande parte dos artigos foi produzida por um ou dois autores, combinando produções coletivas e individuais. Ademais, predominaram os estudos empíricos. Com relação aos países em que as pesquisas foram desenvolvidas, os Estados Unidos têm a maioria dos artigos. O ensino fundamental contou com grande parte dos estudos. Na análise de conteúdo realizada, destacam-se tanto as características pessoais quanto as profissionais, e as qualidades pedagógicas do professor aparecem em grande parte dos artigos. Destaca-se a importância de investigações empíricas que colaborem para o delineamento mais preciso das características importantes para o atendimento educacional adequado ao aluno com D & T.

Palavras-chave: produção científica; dotação e talento; superdotação; professores.


ABSTRACT

This study had investigated the production about teachers of gifted students presented in articles published in two databases: ERIC and PsycINFO. Terms related to teachers of gifted students in publications between 2006 and 2013 were searched. In total, 20 articles were considered. The literature on teachers of gifted students can be considered small and it does not shows trends of stability, increase or decrease in the temporal distribution . Most articles was produced by one or two authors, combining individual and collective productions. Moreover, predominated the empirical studies. Regarding the countries where the research was conducted, the U.S. has the most articles. The elementary school has most studies. The content analysis conducted, we highlight features both personal as professional, and pedagogical qualities of the teacher appear in most articles. The importance of empirical research is highlighted by contribute for a more precise delineation of the important characteristics for appropriate educational services to the gifted student.

Keywords: scientific production; talent; giftedness; teachers.


RESUMEN

Este estudio investigó la producción de maestros referentes a estudiantes con superdotación presentada en artículos publicados en dos bases de datos: ERIC y PsycINFO. Se realizaron búsquedas en los términos relacionados con los profesores de los estudiantes dotados en publicaciones entre 2006 y 2013. En el total, se consideraron 20 artículos. La literatura sobre los maestros de estudiantes con superdotación puede ser considerada pequeña y no presenta tendencias de estabilidad, aumento o disminución en la distribución temporal. La mayoría de los artículos fue producida por uno o dos autores, combinando producciones individuales y colectivas. Además, los estudios empíricos fueron predominantes. Referente a los países en los que se llevó a cabo la investigación, los EE.UU. tiene la mayoría de los artículos. La escuela primaria asistió la mayoría de los estudios. El análisis de contenido realizado aborda tanto características personales cuanto profesionales, y las cualidades pedagógicas del docente aparece en la mayoría de los artículos. Destaca la importancia de la investigación empírica que contribuya para un delineamiento más preciso de las características importantes par aun atendimiento educacional apropiado al estudiante con superdotación.

Palabras clave: producción científica; talento; superdotación; profesores; maestros.


 

 

Os documentos oficiais que tratam da Educação, como os Parâmetros Curriculares Nacionais ([PCN] (Brasil, 1996), as Diretrizes Curriculares Nacionais ([DCN] (Brasil, 2013) e o Plano Nacional de Educação ([PNE] (Brasil, 2010a) apresentam partes dedicadas à educação especial, de modo a garantir a todos o direito de aprender de acordo com suas peculiaridades, sejam elas decorrentes de dificuldades de aprendizagem ou de um elevado potencial em determinada área. Para que o atendimento a qualquer tipo de aluno seja eficiente, a formação do professor é posta como uma das prerrogativas. No entanto, a escola não tem conseguido acompanhar as constantes mudanças na legislação brasileira relacionadas à educação especial, sendo a má formação docente a maior dificuldade (Martins & Alencar, 2011).

Mais especificamente, trata-se aqui da educação especial voltada para os alunos com altas habilidades/superdotação (segundo terminologia adotada pelo Ministério da Educação - MEC), sendo denominada aqui educação para dotação e talento (D&T). Transcorrida mais de uma década, é possível afirmar, com base em Alencar (2003), que ela ainda representa um desafio por ser campo desconhecido ou inexplorado pela maioria docente. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2010b) define que pessoas com altas habilidades/superdotação são aquelas que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Elas também podem apresentar elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. E destaca que aos alunos com tais características sejam garantidos todos os direitos educacionais dos demais, bem como apoio diferenciado, para que possam desenvolver e aprimorar suas potencialidades.

Ainda que o início dos estudos científicos sobre estudantes com D&T date da segunda metade do século XIX, mais especificamente com a publicação de Hereditary Genius (Galton, 1869), a preocupação com as características do corpo docente necessárias ao ensino desses alunos parece ter ganhado destaque somente na segunda metade do século passado com a realização de investigações sistemáticas para, por exemplo, analisar as atitudes dos professores (Wiener & O'Shea, 1963). Não obstante, já em 1934, Griffith dedicou parte de seu capítulo sobre Psicologia do Ensino às características dos professores de alunos com D&T.

A formação específica do professor para atuar com D&T figura como fator decisivo. Alencar (2003) assevera que professores sem preparo ou conhecimento sobre a área podem se mostrar desinteressados ou até mesmo hostis ao aluno com essas características. Essas atitudes podem cercear a possibilidade de crescimento e desenvolvimento do mesmo.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também determina que o aluno com D&T receba atendimento diferenciado, referente à sua condição, além de estabelecer que os professores tenham especialização adequada para a educação especial e inclusiva (Brasil, 1996). Apesar disso, os discursos não têm se mostrado condizentes com as condições de oferta dessa formação. Os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação, segundo o MEC (2013), são responsáveis por apoiar a formação continuada de professores para atender os alunos com D&T. Para tanto, eles preveem apenas formações presenciais, sendo estas destinadas aos docentes das salas de recursos multifuncionais. Assim, pode-se perceber que tal política de formação atinge uma parcela ínfima dos professores, que, por sua vez, atenderão uma fração ainda menor de alunos brasileiros. Martins e Alencar (2011) afirmam que tão importante quanto formar professores em educação especial é pensar como fazê-lo, já que existem características importantes a serem despertadas ou evidenciadas no professor, necessárias à sua atuação junto aos alunos com D&T.

A formação de professores para atender a alunos com D&T perpassa diversos aspectos, que vão desde a reformulação de conceitos errôneos sobre D&T até o desenvolvimento de características e habilidades para lidar e obter sucesso com esse tipo de alunado. Lima e Moreira (s.d.) assinalam que a maioria dos programas de formação se restringe a sensibilizar o professor para o atendimento especial e informá-lo de que o aluno com essa característica tem seu direito de ser adequadamente atendido garantido por lei. As autoras frisam que a sensibilização é (ou deveria ser) somente uma pequena parte dos programas de formação. Quando as informações e orientações não são "passadas" de forma completa, clara e coerente, o professor pode se sentir como mero executor de ordem e leis, sem refletir e assumir para si o compromisso de formar para o exercício da cidadania. Alencar (2003) alerta que, mais que passar informações, os programas de formação devem explicitar que mudanças de atitude são requeridas para que o processo seja eficaz.

Diversos autores (Alencar, 2003; Chan, 2001; Freitas & Fleith, 2007; Gentry, Steenbergen-Hu & Choi, 2011; Lima & Moreira, s.d.; Martins & Alencar, 2011; Shaunessy, 2007; Vialle & Tischler, 2005; Yuen, 2004) afirmam que o professor atuante na educação de alunos com D&T deve ter características específicas. Alencar e Fleith (2001) explicam que dentre as práticas que favorecem esse aluno estão aquelas que desenvolvem ao máximo seus talentos e habilidades, possibilitam que ele seja feliz e realizado, fortalecem seu autoconceito positivo, ampliam suas experiências, desenvolvem autoconsciência social e possibilitam-no apresentar uma produtividade criativa. Assim, para que o professor consiga atender à diversidade da sala de aula, cursos de formação que apenas transmitem informações não são suficientes.

Chan (2001) comenta que, em relação a Hong Kong, comparando-se com os resultados dos países ocidentais, a literatura de lá tem pouco a dizer sobre as características ou competências dos professores de alunos com D&T, apesar de a valorização de talentos, da educação e rendimento escolar ter sido uma parte muito importante da herança da China. Em uma investigação sobre as características de professores de alunos com D&T, os docentes atribuíram mais importância a aspectos relacionados a princípios educacionais gerais do que a atributos pessoais. Habilidades de ensino específicas direcionadas para atender as necessidades dos alunos com D&T foram classificadas como mais importantes do que as estratégias mais globais.

Alencar (2003) menciona algumas habilidades necessárias ao professor da educação especial para D&T. Ela destaca que o docente deve ser capaz de ajudar o aluno a desenvolver ao máximo seus talentos e habilidades; facilitar o desenvolvimento de autoconceito positivo, fazendo com que o aluno identifique suas potencialidades; ajudar o aluno a desenvolver bom hábito de estudo; utilizar estratégias diferenciadas para expandir interesses; respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno; criar um ambiente em que o aluno se sinta valorizado e estimulado; importar-se com a dimensão afetiva, fortalecendo traços como autoconfiança, persistência, iniciativa; estimular a criatividade; encorajar o estudo independente e a investigação; facilitar aprendizagem mais aprofundada em tópicos escolhidos/preferidos pelo aluno.

Vialle e Tischler (2005) realizaram uma análise na literatura para identificar quais características são desejáveis para esses professores. Observaram que elas poderiam ser divididas em três grupos: pessoais ou sociais, intelectuais ou cognitivas, e abordagens de ensino ou habilidades pedagógicas. Dentre exemplos do primeiro grupo, têm-se: ser capaz de compreender as necessidades emocionais, sociais e cognitivas dos alunos; ter bom senso de humor, ser entusiástico e admitir erros. Como características intelectuais ou cognitivas, destacam-se ter conhecimento detalhado do assunto, ter inteligência acima da média, ser "pensadores" criativos e possuir excelentes habilidades de comunicação. Já relacionadas ao terceiro grupo, encontram-se ter habilidades de diferenciar o currículo, empregar estratégias que encorajem altos níveis de pensamento e também encorajem os estudantes a serem aprendizes independentes e organizar as atividades pedagógicas. Após a análise na literatura, as autoras pesquisaram quais eram as características mais importantes na visão dos estudantes. Concluíram que, para os participantes, os professores mais eficientes são aqueles que apresentam uma combinação dos três grupos de características.

Rizza e Gentry (2001) realizaram uma entrevista com alguns pesquisadores da área sobre o tema. Ao serem questionados, mencionaram que professores de estudantes com D&T devem ser aprendizes apaixonados, refletir e admirar a natureza do conhecimento e entender/atender os diversos estilos de aprendizagem. As respostas dão um panorama do que Gallagher, Kaplan, Reis, Renzulli, Tomlinson e VanTassel-Baska esperavam dos professores.

Ao citar essa investigação, Graffam (2006) chama a atenção para o fato de que havia relativamente pouca literatura que demonstrava a presença ou ausência dessas características. Inclusive, ressalta que, no texto seminal de Gallagher, de 1964, não há um só capítulo destinado a essas características, mas somente uma listagem mencionando-as. Além disso, destaca que, mesmo nas publicações da Associação Nacional para as Crianças Superdotadas (estadunidense), é raro ler algo sobre as qualidades desses professores. Parece que o cenário descrito por Graffam há mais de seis anos pouco mudou.

Já em pesquisa de Rosemarin (2009) com alunos de ciências comportamentais, professores de alunos com D&T e de classes regulares de ensino destacam-se como habilidades necessárias ao professor de estudantes com D&T criatividade, eficiência, flexibilidade, disposição e responsabilidade para correr riscos, bom senso e habilidades interpessoais. Predominaram características relacionadas à personalidade e às habilidades interpessoais, em detrimento das intelectuais.

Ainda que uma ou outra característica apareça em mais de um estudo - a criatividade, por exemplo, é mencionada por Rosemarin (2009) e Vialle e Tischler (2005) - como um atributo necessário para o docente de alunos com D&T, é evidente que os estudos que investigam as competências necessárias que possibilitariam o atendimento adequado desses estudantes estão distantes de um consenso, e algumas delas (p.ex., inteligência acima da média) podem ser consideradas pelo menos controvertidas. Além disso, as características muitas vezes se associam às competências, entendidas aqui como a maneira como o professor utiliza as estratégias de ensino em suas aulas. Acredita-se que muitas dessas características e competências seriam também muito necessárias a todos os professores e não somente àqueles que ensinam a alunos com D&T. Criatividade, responsabilidade e habilidades interpessoais, por exemplo, são indispensáveis àquele que se dedica ao ensino de forma geral, ao passo que flexibilidade e capacidade de adaptação curricular destacam-se como aquelas essenciais ao professor do aluno com D&T. No entanto, há escassez de investigações que relatem e diferenciem essas necessidades daquelas relacionadas a todos os professores.

Portanto, pesquisas que tratem dessa temática são importantes ferramentas para delinear o perfil desses docentes, fornecendo subsídios para que se selecionem ou se preparem esses profissionais de maneira mais apropriada para lidar com os estudantes que têm essa necessidade educacional especial. Nesse sentido e constatando que a literatura a esse respeito é mínima no Brasil, objetivou-se investigar por meio da cientometria artigos que tratam de professores de alunos com D&T, publicados em duas bases de dados internacionais representativas da Psicologia e da Educação. As análises cientométricas permitem traçar um panorama sobre a situação do campo de estudos e levantar aspectos importantes para sua compreensão (Maurer & Khan, 2009), facilitando pesquisas futuras e esclarecendo pontos relevantes para ações de intervenção. Esse tipo de estudo também tem sido denominado de revisão sistemática ou, quando delimita-se um intervalo temporal considerado recente - como nesta investigação -, pesquisa sobre o estado atual da arte.

 

MÉTODO

A produção científica analisada foi recuperada nas bases de dados Education Resources Information Center (ERIC, 2013) e na PsycINFO (PsycINFO, 2013), as quais foram escolhidas por serem representativas da área de Educação e de Psicologia, respectivamente, já que a busca efetuada contempla uma área interdisciplinar, quer seja, a educação de alunos com D&T. A ERIC, mantida pelo governo dos Estados Unidos, indexa grande parte da produção científica sobre educação, dando suporte a pesquisa e a práticas de ensino. Já a PsycINFO é mantida pela American Psychological Association (APA) e abrange publicações das diversas subáreas da Psicologia.

Além da representatividade dessas bases para as áreas de Educação e Psicologia, salienta-se que a opção pela ERIC e pela PsycINFO foi decorrente do fato de elas indexarem periódicos de muitos países, incluindo o Brasil. Há que se alertar, ademais, que buscar em bases nacionais (p.ex., SciELO, Pepsic) e/ou em outras bases latino- americanas (p.ex., Lilacs) poderia enviesar, caso fossem recuperados estudos, os resultados. Esclarece-se, ainda, que essas e outras bases foram consultadas para a elaboração da revisão de literatura e, como é possível perceber, que há pouquíssima informação produzida por autores brasileiros a respeito das características de docentes de estudantes com D&T.

Foram procurados os termos teacher of gifted, teachers of gifted, teacher of talented, teachers of talented, gifted's teacher, gifted's teachers, talented student's teacher, talented students' teacher, talented student's teachers e talented students' teachers, que estivessem em qualquer parte de artigos publicados entre 2006 e 2013. Dessa forma, foram obtidas 32 publicações: oito na Psycinfo e 24 na ERIC. Das oito da primeira base, sete também constavam na segunda. Dos 25 restantes, cinco não tinham relação com o assunto que se pretendia investigar, pois tratavam de "professores talentosos". Assim, foram considerados 20 artigos, não se obteve o texto completo de dois deles, e se empregaram os resumos.

Foram analisados os indicadores ano de publicação, tipo de estudo, periódico, número de autores, país onde a pesquisa foi efetuada, nível de ensino e tema, utilizando estatística descritiva (percentual) e inferencial (teste do Qui-quadrado) com nível de significância de 5%. Para a definição do tema preponderante em cada artigo, empregou-se análise de conteúdo. Além disso, sempre que adequado, foi feito uso de artigos analisados para ilustrar os resultados e torná-los mais explicativos.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não se pode, a princípio, observar tendências de estabilidade, crescimento ou decrescimento no que diz respeito à distribuição temporal da produção científica analisada (Tabela 1). É relevante, porém, destacar que o ano de 2009 não apresentou nenhum artigo que tratasse do tema pesquisado. Não é possível, inicialmente, propor hipóteses para explicar esses resultados, pois, para tanto, seria necessário, por exemplo, ampliar o intervalo temporal e/ou estender a busca para outras bases de dados.

 

 

Como mencionado, foram recuperados 20 artigos que tratam de características de docentes de alunos com D&T. Essa produção científica pode ser considerada pequena, pois ela representa menos de 1,00% dos artigos da PsycINFO indexados com o descritor gifted no mesmo intervalo de tempo adotado neste estudo. No caso da ERIC, essa porcentagem é um pouco maior, mas, ainda assim, não atinge 3%. Vale relembrar que essa base de dados é específica da área de educação, o que explica o percentual superior ao da primeira fonte e, ao mesmo tempo, corrobora a proposição de Graffam (2006), ou seja, faltam investigações sobre o professor desses estudantes.

Quando a variável número de autores é analisada, percebe-se que grande parte dos artigos foi elaborada por um (n=9; 45%) ou por dois autores (n=9; 45%). Assim, 55% da produção foi gerada coletivamente. Produções coletivas podem ser sinal de que grupos de pesquisa sobre o tema estão constituídos, indicando estabilidade da área (Adams, 2012; Leite et al. 2014). No Brasil, o número de grupos de pesquisa vem aumentando substancialmente nos últimos anos (CNPQ, 2013), inclusive aqueles que se dedicam às investigações sobre D&T (CNPQ, 2014).

As produções individuais, em contraposição, podem sinalizar que as investigações nesse campo de estudo ainda não estão consolidadas, já que são feitas por pesquisadores isolados. Assim, pode-se supor que a área ainda esteja em fase intermediária, já que combina os dois tipos de produção de pesquisas.

Com relação aos países em que os artigos foram produzidos, destacam-se as pesquisas estadunidenses, representando a grande maioria dos estudos (n=16; 80%; χ20 = (20;3) = 32,40; p = 0,00). Esse país, além de se destacar mundialmente em produção científica de modo geral, apresenta peculiar relevância na área de D&T. Desde os anos 1960, há o que se pode chamar de uma educação para D&T, a qual atuava, principalmente, na aceleração dos conteúdos e atividades de enriquecimento baseadas no processo (Renzulli, 1999). As ações tomaram corpo quando, em 1972, foi redigido o relatório Marland, que tratou especificamente desse tipo de educação e embasou as políticas públicas conseguintes (Marland, 1972).

Dentre muitas ações governamentais desse país, destaca-se o ato No Child Left Behind. Criado em 2001, prevê, dentre outras medidas, atenção especial aos alunos com D&T. Garante atendimento que leve em conta as características peculiares desses alunos. Estabelece, dentre outras, como prioridades a formação dos profissionais, o desenvolvimento de métodos inovadores, a realização de pesquisas que aprimorem as práticas de ensino e a criação de programas de assistência técnica e disseminação de informação (NCLB, 2001).

Ainda no que se refere aos países onde foram realizados os estudos, há que se destacar a escassez de artigos de outras regiões do mundo, havendo, porém, pequena produção na China, Israel e Singapura (Tabela 1). No Brasil, uma possível explicação é o desenvolvimento relativamente recente do interesse pelo tema D&T. Durante longos anos, as políticas públicas voltaram-se quase que exclusivamente para alunos com deficiência. Embora o termo 'excepcionais' tenha figurado na LDB de 1961 (Brasil, 1961), 'superdotado' só apareceu 10 anos depois, na LDB de 1971 (Brasil, 1971). Dentre outras explicações para esse descaso, tem-se o mito de que alunos com D&T já têm recursos próprios suficientes para se desenvolver (Pérez, 2003). Além disso, a possibilidade de D&T associada a baixo desempenho acadêmico demorou a ser compreendida e aceita (Morisano & Shore, 2010). Assim, não havia espaço para a educação especial voltada para esses estudantes. Com isso, pode-se pressupor que também as pesquisas na área eram inibidas pelo pensamento que vigorava. Dessa forma, apesar de crescente (Passos, 2013), a produção científica sobre D&T no país ainda está dando seus primeiros passos e necessita de mais abrangência.

A China, como país que vem crescendo e se destacando substancialmente na área econômica, tem colhido, também, frutos do investimento que fez em políticas educacionais de excelência. No entanto, Chan (2001) destacava no início da década passada que a formação de professores ofertada por universidades e faculdades de Hong Kong adotava estratégias e técnicas pedagógicas tradicionais para ensino de conteúdos acadêmicos específicos, como matemática, ciência e arte. Ao contrário, habilidades sociais e motivação, por exemplo, eram geralmente subestimadas, se não totalmente ignoradas. Com relação à formação para atender necessidades educacionais especiais, os cursos eram limitados ao ensino específico de alunos com deficiência sensorial, deficiência intelectual e dificuldades de aprendizagem.

Mutatis mutandis, o cenário chinês do início deste século se equipara ao que acontece no Brasil atualmente. A principal diferença entre os dois países reside no fato de que, de acordo com Chan (2001), lá a consciência pública sobre as necessidades educacionais especiais dos alunos com D&T era crescente, acarretando mudanças na formação de professores.

Para a análise do tema de cada artigo, realizou-se uma análise de conteúdo, e extraídas quatro categorias: Características Afetivas e de Personalidade, Características Cognitivas, Características Pedagógicas e Características Sociais. Optou-se por alocar os estudos em mais de uma categoria, quando foi o caso, pois muitos deles englobavam diversos aspectos, que poderiam ser contemplados em mais de uma das divisões estabelecidas. Destaca-se que tal análise foi feita levando-se em consideração informações obtidas em qualquer parte do texto.

Na categoria Características Afetivas e de Personalidade (n=8; 40%), foram incluídos artigos que versam sobre aspectos emocionais e/ou de personalidade que são relevantes para a docência para estudantes com D&T. Para ilustrar essa categoria, escolheu-se o estudo de Vidergor e Eillam (2010). Nele, analisam-se mudanças nos currículos de dois tipos de certificação de professores em D&T em Israel, e conclui-se que os dois cursos, embora adotando abordagens diferentes, apresentaram dificuldades em sua reformulação. Apesar de não serem o foco do estudo, na revisão de literatura são destacadas a personalidade do professor, a flexibilidade, a capacidade de entender as necessidades dos alunos e ser orientado para realização.

Como Características Cognitivas (n=10, 50%), foram englobados estudos que levam em conta, principalmente, o conhecimento, as informações, as crenças e outros processos cognoscentes, como aprendizagem e inteligência, que docentes devem ter quando atuam no ensino de alunos com D&T. No artigo de Neumeister, Adams, Pierce e Cassady (2007), destaca-se que a maioria das dificuldades no atendimento aos alunos com D&T reside na falta de entendimento sobre o que caracteriza um estudante com essa particularidade. O autor descreve percepções sobre o assunto em professores do ensino fundamental e mostra que a maioria delas, erradas, advém da falta de informações. Problemas como baixa representação das minorias nos grupos de identificados e crenças de que os alunos devem ter excelente rendimento acadêmico são alguns dos que decorrem da falta de formação na área.

Na categoria Características Pedagógicas (n=14; 70%) foram incluídos artigos que tratam de práticas de ensino que facilitam o desenvolvimento dos estudantes. O artigo de Peters e Gates (2010) relata o desenvolvimento e subsequentes revisões de um formulário utilizado por observadores para averiguar alguns pontos específicos nas aulas de professores de alunos com D&T. As características a serem examinadas incluíam domínio do conteúdo, clareza da instrução, técnicas motivacionais técnicas de ensino, oportunidade para os alunos realizarem tarefas autodeterminadas, envolvimento dos alunos em uma variedade de experiências e uso adequado da tecnologia. O autor conclui que o instrumento é válido para fornecer feedback aos professores quanto à prevalência de práticas pedagógicas eficazes em suas salas de aula.

Em Características Sociais (n=8; 40%), enquadram-se artigos que citam capacidade de se relacionar, interagir e/ou se comunicar. Chan (2011) realizou um estudo com estudantes com D&T para identificar quais seriam as características mais importantes dos professores para atendê-los em suas necessidades. Além de Características Cognitivas - orientação para mudança, compreensão de diferenças -, Características Pedagógicas - experiência e capacidade de ensinar habilidades específicas - e Características Afetivas - maturidade, empatia, responsabilidade e autoconfiança -, os alunos mencionaram traços sociais, mais especificamente capacidades de se relacionar, respeitar e criar um ambiente acolhedor, domínio da comunicação e "ser democrático".

Destaca-se que os artigos que abordam atitudes foram incluídos em três categorias - Características Afetivas, Características Cognitivas e Características Sociais -, uma vez que se considerou a Teoria Triádica (Fishbein & Ajzen, 1975), para a qual esse construto é composto por afeto, cognição e conação. O afeto se relaciona aos sentimentos pessoais e à avaliação direcionados a algum objeto, pessoa ou evento. A cognição representa conhecimento, opiniões, crenças e pensamentos sobre o objeto. Já a conação diz respeito às intenções comportamentais e às ações de uma pessoa sobre ou na presença do objeto.

Os periódicos que mais se destacaram pela quantidade de artigos foram o Gifted Child Today e o Roeper Review (Tabela 1). O primeiro, que não é propriamente um periódico científico, oferece informações atualizadas sobre o ensino de crianças com D&T. Inclui artigos sobre estratégias de ensino, construção de programas eficazes para atendimento a esses alunos e, também, sobre o trabalho com estudantes com essa característica e com dificuldades de aprendizagem. O jornal oferece, além disso, artigos para os pais de crianças com D&T, com orientações para identificação e estratégias eficientes para exercer a paternidade das mesmas (GCT, 2013).

Já a revista Roeper Review é trimestral e publica artigos acadêmicos que dizem respeito à prática, à política, à pesquisa aplicada e à teoria em todas as dimensões da educação de alunos com D&T. Sendo muitas das publicações interdisciplinares, trabalha com temas bastante abrangentes como teorias e análises filosóficas pertinentes a D&T e criatividade, questões de gênero, estudos curriculares, estratégias de ensino, Psicologia educacional, motivação e dimensões afetivas dos indivíduos com D&T, formação de professores, testes, etc. (Roeper Review, 2013).

Passos (2013), em uma análise cientométrica sobre desenvolvimento de alunos com D&T, encontrou resultados semelhantes a esses. Também nesse tema os periódicos Gifted Child Today e Roeper Review abrigam grande parte dos artigos. Isso demonstra a relevância que essas publicações têm no âmbito dos estudos sobre educação de alunos com D&T.

Cabe ressaltar que as duas revistas são estadunidenses e focadas essencialmente no estudo de D&T. Dos nove periódicos que figuraram na busca, apenas dois deles (também publicações dos Estados Unidos) não são voltados especificamente para esse campo. A revista Teacher Education and Special Education (TESE, 2013) se dedica a estimular e melhorar a preparação de quem vai trabalhar com crianças com deficiência. Oferece pesquisa sobre excepcionalidade e sobre o ensino de crianças com essa característica, bem como questões críticas que moldam o futuro da formação de professores. Já o National Consortium for Specialized Secondary Schools of Mathmatics, Science and Technologies (NCSSSMST, 2013) é um consórcio nacional que publica, a partir das conferências e eventos que realiza, textos que convergem com sua finalidade, qual seja, promover e apoiar os esforços de escolas de ensino médio especializadas cujo objetivo principal é atrair e preparar academicamente os alunos para a liderança em matemática, ciência e tecnologia.

Dessa forma, existem evidências de que o tema D&T tem sido predominantemente tratado como uma área à parte da educação em geral. Isso pode ser decorrente de alguns fatores. Um deles diz respeito ao fato de já existirem publicações específicas sobre D&T, o que atrai os autores, uma vez que seus artigos podem ser mais facilmente encontrados e lidos por pessoas especialmente interessadas no assunto. Assim, publicar num periódico de renome na área específica pode colaborar para a disseminação dos estudos. O segundo fator refere-se ao teor interdisciplinar do assunto aqui investigado. As características de professores para trabalhar com estudantes com D&T podem ser estudadas tanto pela Psicologia quanto pela Educação e, até mesmo, por outras áreas, como a Sociologia, não havendo primazia de uma sobre a outra. Uma terceira possibilidade é que, talvez, a Educação se preocupe prioritariamente com outros assuntos, não voltados necessariamente para os estudos de D&T.

As pesquisas empíricas predominam (n=11; 55%; χ20 = (20;2) = 6,10; p = 0,047) quando se analisa o tipo de estudo. No entanto, os relatos de experiência também apareceram em boa parte dos artigos, com 35% (n=7), seguidos pelas revisões de literatura, que contaram com apenas 10% do total (n=2). A presença do primeiro tipo denota que os pesquisadores têm buscado evidências para a área, na medida em que pesquisas empíricas permitem, dentre outras vantagens, estabelecer correlações entre variáveis e, até mesmo, relações de causa e efeito entre elas. Isso é importante, pois possibilita novas descobertas e aperfeiçoamentos na área. Por outro lado, os relatos de experiência também são bastante válidos por representarem, no caso em questão, apresentações de formas de intervenção com pessoas com D&T que podem ser válidas para embasar ou servir de modelo para práticas que beneficiem esses indivíduos.

Com relação ao nível de ensino de que os artigos tratam, o ensino fundamental aparece em 60% (n=12) deles. Pode-se supor que esse nível tenha relevância nos estudos sobre D&T por abarcar alunos que, para alguns autores (Guenther, 2006a; Oliveira, 2007), estão em idade favorável à identificação. Isso não significa que alunos em outros níveis e até pessoas que estejam fora das escolas não possam ser identificados. Crianças muito jovens podem se destacar pela precocidade, mas muitos desses alunos não mantêm esse traço mais tarde, se equiparando aos seus pares (Guenther, 2006b). Alunos mais velhos podem não ter sido estimulados em tempo e ter suas capacidades subaproveitadas. Destaca-se que D&T são características desenvolvimentais, sendo, portanto, passíveis de extinção (e de afloramento) ao longo da vida (Horowitz, 2009).

Inicialmente, é preciso mencionar as limitações deste estudo, uma vez que elas reduzem a validade, especialmente a externa, dos resultados. Dentre elas, o fato de se ter optado por caracterizar o estado atual da arte, demarcando um intervalo de tempo relativamente curto, pode ter contribuído para a escassez de estudos, pois, em alguns países, a formação docente para atender alunos com D&T é um tema bastante antigo e, talvez, não gere tanta preocupação por parte dos pesquisadores quanto gerava em meados do século passado.

Outra limitação foi a consulta realizada em somente duas bases de dados. Supõe-se que outros estudos pudessem ser encontrados caso outras bases (por exemplo, a Wilson, WEC, 2013) fossem pesquisadas, ou, além disso, que se examinassem diretamente as revistas específicas sobre D&T. Ademais, há possibilidade de que alguns artigos não tenham sido encontrados com a busca realizada devido aos termos e expressões utilizados, o que poderia ser solucionado caso fossem empregados descritores menos específicos, que ampliassem as buscas.

A impossibilidade de acesso aos textos completos de alguns artigos, com a consequente consulta a seus resumos, é um fator que compromete a validade interna deste estudo. Ainda assim, optou-se por utilizá-los, já que aparentavam retratar o objeto-alvo da pesquisa. Além disso, foram encontrados poucos trabalhos que se enquadravam no tema investigado, o que fez com que só fossem descartados aqueles que, de fato, não se relacionavam ao tema (no caso, características de professores de alunos com D&T).

Não foram encontrados nas bases de dados estudos realizados no Brasil, apesar de haver ciência de que aqui a produção vem crescendo e que há pesquisadores importantes envolvidos com os estudos de D&T (CNPq, 2014; Miranda, Guenther, Almeida, & Freitas, 2012), o que limita a validade ecológica desta investigação. Divulgar a produção nacional contribui tanto para a imagem do país como pesquisador quanto para noticiar os modos como as ações relacionadas ao atendimento ao aluno com D&T têm sido efetivadas aqui. Desse modo, recomenda-se que pesquisadores brasileiros publiquem, também, em periódicos internacionais, uma vez que ciência busca ser "universal", bem como que as revistas brasileiras trabalhem para serem indexadas por bases de dados internacionais. Assim, o conhecimento aqui produzido será compartilhado com outros países.

Saliente-se que, apesar de a presente análise não contar com estudos realizados no Brasil - porque poucos produzidos praticamente aparecem na revisão de literatura deste artigo, e/ou não são publicados em revistas que atendem aos critérios rigorosos de indexação de importantes bases de dados -, o que, reitera-se, diminui a validade ecológica desta investigação, os conhecimentos por ela produzidos podem ser considerados bastante úteis para o sistema educacional brasileiro. Apesar das diferenças significativas entre os sistemas e atores (estudantes e professores) educacionais de distintas nações, é possível afirmar que há características relativamente "universais" (p.ex., capacidade e velocidade de aprendizagem de conteúdos escolares elevadas em alunos com talento acadêmico) dos estudantes com D&T e de seus professores (p.ex., necessidade de adequar o ritmo do ensino para alunos com talento acadêmico). É preciso, ademais, ter parcimônia e aprender com sistemas educacionais que, devido aos investimentos realizados (tempo, recursos financeiros, etc.), são mais bem- sucedidos no ensino destinado a esses alunos.

Em síntese, a produção sobre características de professores de alunos com D&T pode ser considerada pequena, sem, além disso, apresentar tendências de estabilidade, crescimento ou decrescimento na distribuição temporal. Grande parte dos artigos foi produzida por um ou dois autores, o que pode indicar que a área está em fase intermediária, por combinar produções coletivas e individuais. Ademais, predominaram os estudos empíricos. Com relação aos países em que as pesquisas foram desenvolvidas, os Estados Unidos têm a maioria dos artigos, o que corrobora sua posição de destaque na produção científica mundial de forma geral e, mais especificamente, na relacionada aos estudos sobre D&T. Cabe ressaltar que o ensino fundamental contou com muitos estudos, o que denota sua importância diante da educação de forma geral e do campo de D&T.

Das categorias criadas para analisar o conteúdo dos textos, destaca-se que tanto as características pessoais quanto as profissionais se mostraram importantes. Apesar de não ter sido encontrada predominância de nenhuma das categorias de análise estabelecidas, ressalta-se que as qualidades pedagógicas do professor aparecem em grande parte dos artigos. Isso é um fato relevante quando se pensa em promover nos professores as características para lidar com o aluno com D&T, já que podem ser mais facilmente desenvolvidas que aquelas ligadas à personalidade ou cognição do indivíduo, como motivação, inteligência ou maturidade. Por exemplo, saber preparar uma aula mais dinâmica, organizar bem a distribuição do tempo e adaptar o currículo são habilidades que podem (ou deveriam), inclusive, ser desenvolvidas durante o curso de graduação.

Deixa-se aqui o questionamento acerca da existência de características exclusivas para lidar com esses estudantes, já que as pesquisas não são conclusivas em delimitar ou explicar por que motivos uma ou outra seria mais importante para o professor do aluno com D&T em comparação àquele que não tem em sua sala de aula estudantes com tal peculiaridade. Portanto, existe a necessidade de se avaliar as mais variadas características nos professores e compará-las ao desempenho dos alunos, verificando quais (se houver) relacionam-se ao sucesso do processo educativo. Além disso, é importante ressaltar que muitas das práticas direcionadas aos estudantes com D&T, como aprendizagem colaborativa, adaptação curricular etc. são benéficas à turma de forma geral.

Recomenda-se que novos estudos sejam executados para que outras variáveis sejam contempladas e se possa ter um panorama mais abrangente. Além disso, destaca-se a importância de investigações empíricas, que colaborem para o delineamento mais preciso das características importantes para ensinar o aluno com D&T, pois as pesquisas que visam ao propósito de identificá-las ainda são incipientes e pouco conclusivas. Dessa forma, pretende-se que, conhecendo-as, se possa pensar em políticas de formação docente que as desenvolvam, de preferência, ainda na formação inicial, a fim de que os professores já cheguem à escola instrumentalizados e seguros quanto a suas práticas, garantindo, assim, a educação especial a que os estudantes com D&T têm direito.

 

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