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Estilos da Clinica
versão impressa ISSN 1415-7128
Estilos clin. vol.6 no.11 São Paulo 2001
EDITORIAL
Quando a psicanálise atravessa a escola, o que se colhe não são métodos, não são tratamentos analíticos de alunos e professores, nem discussões teórico-conceituais. Quando a psicanálise atravessa a escola, faz escutar, de ângulos pouco usuais, a fala dos professores. Faz também falarem os alunos, em conversas sobre o cotidiano na escola, ou quando são acompanhados pelos ATs - acompanhantes terapêuticos - dentro do espaço escolar. Mais ainda, os pais também encontram um lugar de fala que se diferencia daquele do professor.
Esse atravessamento não é aquele de uma espada fazendo um corte sobre um corpo, embora possa ser algumas vezes bem cortante. É, ao contrário, curvilíneo, diverso, não programado por métodos definidos a priori, e percorre instâncias diversas, insinua-se, penetra nos recantos onde os sujeitos se escondem para não falar e, assim, sacode-os da inércia institucional a que a resistência os condena.
Os praticantes desse atravessamento produzem um encontro entre discursos - o da psicanálise e o escolar -, que transforma a ambos. Os teóricos precisarão depois dar conta do que essa interpenetração significa tanto para a psicanálise como para a educação, mas por ora ficamos com os relatos trazidos por Estilos, esperando que seus ecos ajudem na necessária retomada das tarefas educativas, às quais não poucas vezes renunciamos no mundo de hoje.
Nesta décima primeira edição, Estilos inaugura um novo estilo de capa. Mas não poderia deixar de agradecer a Sílvia Ribeiro, designer das primeiras capas, que marcou de modo indelével a Estilos com seu estilo.
Os editores