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Estilos da Clinica
versão impressa ISSN 1415-7128versão On-line ISSN 1981-1624
Estilos clin. vol.24 no.3 São Paulo set./dez. 2019
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i3p514-515
10.11606/issn.1981-1624.v24i3p514-515
ATUALIDADES DA PESQUISA
Por uma inclusão escolar artesanal: para além da técnica, uma ética educativa
Verônica Gomes Nascimento
Banca examinadora: Maria Virgínia Machado Dazzani (orientadora) Universidade Federal da Bahia (universidade piloto); Leandro de Lajonquière (orientador) Université Paris 8 (universidade parceira); Eric Plaisance Université Paris Descartes; Larissa Soares Ornellas Farias Universidade Estadual da Bahia; Ilaria Pirone Université Paris 8; Andréa Hortélio Fernandes - Universidade Federal da Bahia.
RESUMO
A inclusão escolar envolve um posicionamento ético e político, e tem sido marcada pelo slogan "Educação para Todos", o qual atravessa a prática educativa como uma palavra de ordem. Essa realidade revela sua importância diante de uma história marcada pela segregação escolar. De modo geral, os estudantes são reunidos simplesmente em grupos de acordo com os diagnósticos médicos que recebem a partir dos quais são establecidas "estrategias inclusivas" no sentido de "garantir" a inclusão escolar. Diante disso, este estudo considera que a reunião das crianças em grupos direciona uma inclusão escolar que obedece um modelo estrutrado em "pacotes" e, em contraposição, apresenta uma proposta voltada para uma "inclusão artesanal". Nesse sentido, a proposta da "inclusão artesanal" é pensada como um processo que considera que o ato de incluir deve acontecer partindo do caso a caso. Além disso, a "inclusão artesanal" contempla a dimensão da constituição psíquica. Assim, o objetivo da pesquisa foi identificar e analisar os elementos artesanais no processo inclusivo de estudantes autistas, matriculados na rede pública e privada de ensino brasileiro, a partir da experiência do Acompanhamento Terapêutico Escolar (ATE). A pesquisa é de natureza qualitativa e utiliza o estudo de caso de dois estudantes diagnosticados como autistas, os quais foram assistidos por acompanhantes terapêuticos escolares em seus processos de inclusão. Consideramos que os casos ilustram os efeitos de uma proposta de inclusão artesanal, pois através da experiência inclusiva e prática do ATE alguns atores escolares mostraram investimento e aposta em seus estudantes enquanto sujeitos e estes revelaram avanços importantes em seus processos de escolarização, sobretudo nos aspectos constitutivos e na possibilidade de construção do laço social.
Palavras-chave: inclusão escolar; autismo; acompanhamento terapêutico escolar; ética; psicanálise.
Tese de doutorado no Programa de Pós-graduação em Psicologia (PPGPSI/IPS) da Universidade de Federal da Bahia (Brasil), no âmbito do convênio acadêmico internacional de dupla titulação assinado com a École Doctorale Pratiques et Théories du Sens da Université de Paris 8 Vincennes Saint-Denis (França).