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Cadernos de Psicologia Social do Trabalho
versão impressa ISSN 1516-3717versão On-line ISSN 1981-0490
Cad. psicol. soc. trab. v.9 n.1 São Paulo jun. 2006
EDITORIAL
Com satisfação, apresentamos aos leitores mais um volume dos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, periódico que trata de alguns dos principais temas que se apresentam na realidade social sobre o trabalho e os processos cotidianos na atualidade. Todos os artigos aqui apresentados debruçam-se sobre problemas sociais relevantes em contextos diversos. A leitura da psicologia social, segundo diversos aportes teóricos e metodológicos conformam e iluminam focos de reflexão que, certamente, possibilitam a ampliação de sua contribuição para o debate interdisciplinar.
O tema da autogestão, reavivado na última década no Brasil, é o objeto de preocupação do ensaio de Cris Fernández Andrada, que toma o âmbito do cotidiano para olhar como se faz a autogestão, uma exigência contínua para as mulheres que construíram a cooperativa de artesanato. É também na autogestão que Elaine Araújo Busnardo vai buscar compreender mudanças nas condições de vida e trabalho, mas agora num setor em que acidentes de trabalho e outros problemas de saúde são freqüentes, a construção civil.
O trabalho no setor de saúde, pesquisado por Cláudia Osório, é focalizado de modo a elucidar a fragmentação do trabalho num hospital, como ele é vivenciado pelos trabalhadores e como eles buscam resolver os problemas decorrentes da organização “real”, por meio de relações de coleguismo e solidariedade. Cláudia aponta para o hiato entre o trabalho tal qual concebido e o que efetivamente é conduzido.
Refletir sobre o trabalho de pessoas com transtornos mentais graves é o foco tomado por Paulo César Zambroni-de-Souza. Em seu artigo, Paulo apresenta uma série de questões que nos convidam a pensar sobre os limites e o alcance ao se promover iniciativas de trabalho no âmbito das políticas públicas de saúde. A historicidade do trabalho e da loucura não deixam de ser abordadas, além de outros temas.
Compreender os modos por meio dos quais o sofrimento se comunica com o desemprego foi a busca de um grupo de jovens pesquisadores: Carolina P. Terra, Joari A. S. de Carvalho, José Eduardo A. Azevedo, Luciana de A. Venezian e Sérgio B. Machado. A partir de demanda por aconselhamento psicológico, o desemprego aparece no imaginário e se articula com o sofrimento de múltiplas formas e se insinuando em pessoas de diversos estratos sociais.
Jésus Eduardo Canelon Pérez investiga um caso em que a gestão de um recurso importante – a água numa região de semi-árido – é localmente definida, baseada na tradição e na história do lugar. Regras e formas de gerenciar a vida, como mostra Jésus, só podem ser compreendidas em cada contexto, em cada local.
O convite para conceder a entrevista foi dirigido a Josep Maria Blanch, professor de psicologia social da Universidade Autônoma de Barcelona. Trajetória profissional, linhas de pesquisa e problemas pesquisados estão articulados à vida política e aos problemas sociais de seu país.
São Paulo, junho de 2006.
Leny Sato
Fábio de Oliveira