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Revista de Etologia
versão impressa ISSN 1517-2805versão On-line ISSN 2175-3636
Rev. etol. v.6 n.2 São Paulo dez. 2004
ARTIGOS
Coexistência interespecífica em Mischocyttarus Saussure (Hymenoptera: Vespidae, Mischocyttarini) durante a fase inicial de desenvolvimento de um ninho
Interespecific coexistence in Mischocyttarus Saussure (Hymenoptera: Vespidae, Mischocyttarini) during the initial stage of the development of a nest
Nozor Paulo Outeiro PintoI,*, Nivar GobbiI,*, Fernando B. NollII,**; Marcelo Antonio Harada PennaI,*; Sérgio L. NazarethI,*
I Universidade Estadual Paulista, Rio Claro
II Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto
RESUMO
Um ninho no qual duas espécies distintas de Mischocyttarus coexistiram por 138 dias foi observado durante dez meses no Biotério do Instituto de Biociências da UNESP, Rio Claro, Brasil. As espécies foram identificadas como Mischocyttarus (Haplometrobius) cerberus styx Richards, 1940 e Mischocyttarus (Phi Saussure 1854 = Monocyttarus Richards, 1978) cassununga R. von Ihering, 1903. Ninhos de ambas as espécies são comumente encontrados o ano todo no local, às vezes muito próximos uns dos outros. As principais ocorrências comportamentais observadas no ninho foram: coexistência inicial entre duas fêmeas de cada espécie, trofalaxis, emergência de uma segunda fêmea de M. cassununga que cohabitou o ninho por curto espaço de tempo, gradativo aumento de dominância da fêmea de M. cerberus styx, canibalismo, abandono do ninho pela fêmea de M. cassununga originalmente encontrada, desenvolvimento de apenas a prole de M. cerberus styx e declínio do ninho.
Descritores: Coexistência interespecífica, Dominância, Vespas, Mischocyttarus cerberus styx, Mischocyttarus cassununga.
ABSTRACT
A nest in which two different species of wasps coexisted during 138 days was observed during 10 months at the Instituto de Biociências of the Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, Brazil. The species were Mischocyttarus (Haplometrobius) cerberus styx (Richards, 1940) and M. (Phi Saussure, 1854 = Monocyttarus Richards, 1978) cassununga (R. von Ihering, 1903) (Hymenoptera: Vespidae, Mischocyttarini). Nests of both species are frequently found all year long in the study area, sometimes very close to each other. The study nest was observed for 10 months and the most important behaviors were: initial coexistence between two females from different species, trophallaxis, emergence of a M. cassununga female which cohabited the same nest by short period, gradual increase of dominance of M. cerberus styx female, canibalism, abandonment of the nest by the older M. cassununga, exclusive development of brood of M. cerberus styx, and nest decline.
Index terms: Interspecific coexistence, Dominance, Wasps, Mischocyttarus cerberus styx, Mischocyttarus cassununga.
Vespas primitivamente eusociais podem iniciar seus ninhos solitariamente ou agregar-se a ninhos já estabelecidos colaborando com a fundadora. Além disso, essas vespas podem apossar-se de pequenos ninhos que estejam sem liderança por enfraquecimento ou com baixa motivação defensiva das fundadoras (Nonacs & Reeve, 1995). A usurpação pode ocorrer em espécies de vespas sociais pela atração que ninhos e proles exercem sobre outras fêmeas que estejam buscando locais de nidificação (Röseler, 1991) e é comum em espécies fundadoras solitárias (Klahn, 1988; Litte, 1979; Lorenzi & Cervo, 1992; Makino, 1989b). Taylor (1939) formulou um esquema que abrange quatro estágios para explicar a origem e a evolução do parasitismo social: (1) parasitismo temporário facultativo, intraespecífico, (2) parasitismo temporário facultativo, interespecífico, (3) parasitismo temporário obrigatório, interespecífico e (4) parasitismo permanente obrigatório, interespecífico. Cervo e Dani (1996), observaram o estágio 1 em onze espécies de Polistes; o estágio 3 é um provável passo intermediário ainda não documentado em vespas sociais; o estágio 4, também denominado inquilinismo, ocorre em três espécies de Polistes, e também em espécies de Vespinae; e o estágio 2 do esquema ocorre quando a vespa de uma espécie pode fundar sua própria colônia bem como invadir o ninho de outra espécie.
A ocupação ou invasão de ninhos de uma espécie de vespa por outra está relatada em trabalhos de Hunt e Gamboa (1978); O'Donnell e Jeanne (1991); Giannotti (1995); Gamboa, Greig e Thom ( 2002). Prezoto e Nascimento (1999), relataram a usurpação de uma colônia ativa de Mischocyttarus cassununga por duas fêmeas de Polistes versicolor e Prezoto, Lima e Andrade (2002), descreveram a ocupação e modificação de um ninho abandonado de M. cassununga por Polistes ferreri em Juiz de Fora, Minas Gerais. Fêmeas de Polistes simillimus e P. versicolor são taxonomicamente próximas e ninhos nos quais ambas estavam associadas foram mencionados por Richards (1978), em São Paulo. Em vespas sociais, como Mischocyttarus, foi demonstrado que fundadoras, de uma mesma espécie, podem usurpar ninhos e roubar as crias. Esse fenômeno ocorre preferivelmente em ninhos com fêmeas solitárias (Clouse, 1995).
No presente estudo relatamos uma ocorrência de coexistência entre duas fêmeas de Mischocyttarus (cerberus styx e cassununga) durante a fase inicial de desenvolvimento de um ninho, com o posterior domínio de uma na continuidade do desenvolvimento e efetivação de sua descendência.
Método
O Biotério do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Campus de Rio Claro, SP (22°, 25' S; 47°, 32' W; 612 m de altitude) é um prédio com 1100 m2 e com um jardim interno que contém plantas ornamentais, árvores frutíferas e pequenos canteiros com crucíferas. No dia 16 de abril de 2001, durante a execução de levantamento fenológico foi localizado um pequeno ninho, na parte superior de uma janela, no qual estavam pousadas duas vespas com colorações distintas: uma com o corpo quase totalmente em tons escuros e a outra com o corpo predominantemente em tons amarelos com o gaster parcialmente escuro. Repetiu-se essa observação no mesmo dia para verificar se se tratava de uma circunstância casual (uma espécie pousada temporariamente no ninho de outra espécie) ou se ocorria alguma cooperação nas atividades. Confirmou-se a segunda hipótese e, no final do dia, ambas as vespas estavam juntas no ninho.
Optamos por fotografar o ninho com as vespas e observar e descrever as atividades de ambas as espécies. Decidimos não marcar as vespas no intuito de evitar distúrbios que pudessem descaracterizar os comportamentos a serem observados, caso a coexistência perdurasse.
A identificação dos espécimes foi realizada pelo Dr. Nivar Gobbi, a partir de material de referência preparado e identificado pelo Dr. O. W. Richards, depositados no MZUSP e também a partir de espécimes coletados em Rio Claro e depositados no Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, São Paulo. Foram constatadas pequenas diferenças, relativas a coloração dos tergitos e esternitos, entre as duas espécies descritas por Richards (1978) e os espécimes coletados no Biotério.
O ninho em que as espécies coexistiram foi observado durante 10 meses. O total de tempo despendido nas observações foi de 30h 01', o número de observações foi de 434 com o tempo médio de cada observação de 4' 14".
Resultados
O ninho com as duas vespas pode ser observado na Figura 1. Quando visto pela primeira vez continha onze células (três eram pequenas), duas pupas e não podemos afirmar com exatidão qual das espécies iniciou a sua construção. Ambas são vespas não agressivas (Poltronieri & Rodrigues, 1976; Noda, Silva, & Giannotti, 2001).
No local onde foi realizada a pesquisa, os ninhos das duas espécies são encontrados freqüentemente vizinhos uns aos outros (algumas vezes a cerca de 10 a 15 cm de distância). Colônias de Mischocyttarus podem ser fundadas por mais de uma fêmea (pleometrose) (Richards, 1978), ou por apenas uma fêmea (haplometrose) como ocorre com M. cerberus styx (Poltronieri & Rodrigues, 1976) e a monoginia parece ser a regra geral para esta espécie (Giannotti, 1998). Pode ocorrer haplometrose na fase de fundação assim como pleometrose na fase inicial (já com a presença de pupas) em ninhos de M. cassununga (Poltronieri & Rodrigues, 1976). A ocorrência de sincronização entre os ciclos de fundação e dispersão das colônias de M. cassununga e de não-sincronização entre os ciclos das colônias de M. cerberus styx, em colônias estudadas na região de Rio Claro, foram mencionadas por Poltronieri e Rodrigues (1976) enquanto Gobbi e Simões (1988) encontraram assincronismo sazonal nas fundações e abandonos de M. cassununga, em experimento efetuado no biotério da UNESP, Rio Claro, SP. Giannotti (1998, 1999) relatou que as colônias de M. cerberus styx são assincrônicas.
Em estágios posteriores de desenvolvimento os ninhos de M. cerberus styx apresentam um menor número médio de células quando comparados àqueles de M. cassununga (Giannotti, 1998; Poltronieri & Rodrigues, 1976; Richards, 1978; Simões, Gobbi, & Batarce,1985).
Os substratos usados para o fixação dos ninhos de M. cerberus styx e M. cassununga, no local da pesquisa, foram os beirais de edifícios, janelas e as partes inferiores dos suportes de aparelhos de ar condicionado. A abundância das colônias em ambiente urbano demonstra uma elevada adaptação aos substratos não naturais (Simões et al., 1985). Os galhos de árvores também são utilizados como substratos e observamos em Cereus sp (Cactacea) ninhos dessas duas espécies de Mischocyttarus construidos próximos aos ninhos ativos e inativos das espécies agressivas Polistes simillimus (Zikán), P. versicolor (Olivier) e de Polybia paulista (R. von Ihering) (Nozor Paulo Outeiro Pinto observação pessoal, janeiro de 2004). Windsor (1972) relatou que a associação de ninhos de M. immarginatus (Rich.), não agressiva, junto aos ninhos das agressivas Polybia spp, na Costa Rica, traria proteção às primeiras dos ataques das aves. Starr (1988) assinala a necessidade de se saber quais são os predadores de Mischocyttarus e quais poderiam ser repelidos pela proximidade de Polybia.
As larvas de Mischocyttarus distingüem-se das demais larvas de Polybiini por apresentarem um, dois, ou três lóbulos no lado ventral do primeiro segmento abdominal (Reid, 1942, citado por Jeanne, 1972; Poltroniere & Rodrigues, 1976; Richards, 1978; Silveira, 2000). Observamos dois lóbulos abdominais nas larvas maiores encontradas em ninhos de M. cerberus styx e de M. cassununga, próximos ao ninho pesquisado.
O maior número de observações com as vespas no ninho pesquisado ocorreu nos meses de abril, maio e junho de 2001 e as principais ocorrências que notamos foram, por data, agrupadas em três períodos: o primeiro de 18 de abril a 7 de maio de 2001, o segundo de 8 de maio a 31 de agosto de 2001 e o terceiro de 3 de setembro a 7 de março de 2002.
O primeiro período abrange a observação inicial da coexistência entre as duas vespas, a emergência de outra M. cassununga e em seguida o seu desaparecimento do ninho. O segundo período compreende a fase de gradativo domínio de M. cerberus styx até o desaparecimento de pupas que coincidiu com a última observação da presença da fêmea M. cassununga originalmente encontrada. O terceiro período foi aquele em que ocorreu o desenvolvimento do ninho apenas com os descendentes da fêmea M. cerberus styx originalmente encontrada.
As principais ocorrências observadas no primeiro período foram as seguintes: O ninho continha 11 células e duas pupas. Houve trofalaxis entre as vespas; ambas inspecionaram as células do ninho que, em algumas ocasiões, ficou sem a presença das vespas. M. cerberus styx retornou ao ninho com água (ou alimento líqüido) e realizou trofalaxis com M. cassununga. Foi observada uma fêmea de M. cassununga recém-emergida (25 de abril, 11h22'). No decorrer do dia, M cerberus styx esfregou várias vezes os tergitos sobre as células. Houve contato de antenas entre as vespas e trofalaxis, M. cassununga retornou com alimento que foi repassado às outras duas vespas. Desapareceu uma das pupas (causa não detectada). Pela primeira vez, foi vista a fêmea mais jovem deixando o ninho (27 de abril, 15h05'). Foi anotada a existência de dois ovos e de uma pequena larva. As três vespas foram observadas no ninho pela última vez, no dia 7 de maio, às 9h00). A partir dessa data, apenas M. cerberus styx e a fêmea M. cassununga originalmente encontrada, foram vistas.
As principais ocorrências observadas no 2o período foram as seguintes. 25 de maio: desaparecimento de uma larva, sem inferência da causa. Constatou-se maior presença no ninho de M. cerberus styx, M. cassununga permanecia longos períodos fora, forrageando. 4 de junho: Observou-se oviposição, no mesmo dia, por ambas as vespas. 6 de julho: M. cassununga retornando ao ninho realizou trofalaxis com M. cerberus styx que, em seguida, alimentou uma larva. As células foram ampliadas por ambas as vespas. 1 de agosto: foram observadas duas pupas, além das duas observadas anteriormente. 9 de agosto: observou-se uma larva, notou-se maior permanência de M. cerberus styx no ninho. 20 de agosto: foi vista apenas uma nova pupa, sem conclusão da causa do desaparecimento das outras. Foi novamente constatada maior permanência de M. cerberus styx no ninho. 27 de agosto: foram vistas uma pupa e três larvas. 30 de agosto (15:55'): M. cerberus styx foi vista se alimentando de substância amarela e a pupa que vinha sendo observada não foi mais localizada. 31 de agosto (11:10'): M. cassununga vista pela última vez no ninho; com comportamento agitado, percorrendo as células. A coexistência entre as vespas perdurou por 138 dias: em nenhuma das observações notamos comportamento agressivo entre ambas.
As principais ocorrências observadas no 3o período, apenas com a presença de adultos de M. cerberus styx, foram as seguintes. 3 de setembro: vista uma pupa. 31 de agosto, 3, 4, 5 e 6 de setembro: o ninho ficou sem a presença de M. cerberus styx. De 7 de setembro a 9 de outubro, não foram feitas observações. 10 de outubro: foi notada pela primeira vez,outra fêmea de M. cerberus styx no ninho que continha (11 de outubro) 19 células, 3 larvas desenvolvidas e 5 menores. 26 de novembro, emergiu uma fêmea de M. cerberus styx, presentes 3 pupas. Também emergiu um macho de M. cerberus styx. 6 de dezembro:foram observados 5 adultos no ninho sendo 3 machos e duas pupas. 10 de dezembro: o ninho continha 23 células. 11 de dezembro: verificou-se oviposição. Desta data até 7 de março de 2002 foram feitas 60 observações. O ninho se desenvolveu até 15 de fevereiro de 2002 quando foi visto pela última vez um adulto de M. cerberus styx movimentando-se sobre as 44 células (18 maiores e 26 pequenas). 7 de março: o ninho foi retirado do local e levado para o laboratório
Discussão
Nossas observações (não havendo certeza de qual das vespas iniciou a construção do ninho, já com onze células quando visto pela primeira vez) indicam a existência de um fenômeno de coexistência inicial seguida de domínio. A emergência de uma fêmea de M. cassununga a 25 de abril de 2001 pode ser uma indicação que essa espécie tenha sido a fundadora e que M. cerberus styx tenha sido a invasora, tornando-se gradualmente tornou-se dominante, o que foi constatado pela sua longa permanência no ninho e pelas atividades que desenvolveu (como a de esfregar os tergitos sobre as células e pedúnculo e receber alimento de M. cassununga). Pode-se interpretar a eliminação de larvas e o desaparecimento das pupas a 30 de agosto de 2001 (no final desse dia, não foi notada a presença de outras vespas recém-emergidas no ninho) como uma mudança comportamental em M. cerberus styx e consequentemente em M. cassununga que não foi mais vista a partir de 31 de agosto de 2001 caracterizando-se o domínio de M. cerberus styx.
M. cassununga é uma espécie variável e é possível encontrar pequenas diferenças de caracteres em grandes grupos dessa espécie (Richards, 1978). M. cassunungoides Zikán, 1949, e M. curupiroides Zikán, 1949, foram descritas como espécies supostamente parasitas; Richards (1978), sem outras evidências desse comportamento parasítico, não as reconheceu como espécies e relatou: "...sem maiores evidências positivas de comportamento parasita, não posso aceitar esta como uma espécie. De qualquer modo, sem que se trate de uma divergência de espécies, alguns indivíduos podem ocasionalmente agir como usurpadores, o que é o caso com Vespula" (Richards, 1978, p.364).
A circunstância na qual o ninho se desenvolveu, a partir da cooperação inicial das duas fêmeas, certamente trouxe benefícios a ambas as vespas. Embora existam diversas explicações para a função da associação, não é possível priorizar qualquer uma delas devido à possibilidade de ter ocorrido morte natural de M. cassununga ou de ela ter sido alvo de predação.
Como foi sugerido para Polistes por Nonacs e Reeve (1995), fundadoras solitárias são mais fáceis de tomar os ninhos de outras vespas por adoção ou usurpação. Fêmeas solitárias em Mischocyttarus são mais vulneráveis a ataques do que em grupos (Clouse, 1995). Em Mischocyttarus muitos ninhos são iniciados solitariamente (Giannotti, 1998; Jeanne, 1972; Richards, 1978) e somente um baixo número é bem sucedido (Litte, 1981). O pequeno número de indivíduos no ninho pode ser a causa provável da grande atividade das rainhas de M. cerberus styx em colônias pós-emergentes (Giannotti, 1999).
Assim como Hunt e Gamboa (1978) que relataram a utilização simultânea de um ninho por duas espécies de Polistes, acreditamos que esse aspecto de cooperação social, também, entre essas duas espécies de Mischocyttarus é intricado não sendo suficientemente apoiado pelas teorias genéticas aplicadas para as vespas sociais em geral. Muito raramente ocorre cooperação entre fundadoras de espécies diferentes (Röseler, 1991). Ninhos dessas duas espécies de Mischocyttarus são comumente encontrados próximos uns aos outros durante o ano todo no local desse estudo, e muitas vezes há um baixo número médio de vespas adultas por ninho, alta densidade de ninhos e alta mobilidade das vespas em fundar novos ninhos.
A situação incomum, como a prolongada coexistência descrita, ocorreria nos casos em que fêmea solitária que apresentasse baixo nível de agressividade na defesa do ninho, aceitasse cooperação de fêmea de outra espécie com características similares e presumivelmente oportunista.
Referências
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Endereço para correspondência
Nozor Paulo Outeiro Pinto
Departamento de Ecologia, UNESP
Av. 24A, 1515, Bela Vista
13506-900, Rio Claro, SP, Brasil
E-mail: npopinto@rc.unesp.br
Recebido em 7 de agosto de 2004
Revisão recebida em 6 de abril de 2005
Aceito em 2 de maio de 2005
* Departamento de Ecologia, CEA, UNESP
** Departamento de Zoologia e Botânica, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, UNESP, São José do Rio Preto.