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Revista Mal Estar e Subjetividade
versão impressa ISSN 1518-6148versão On-line ISSN 2175-3644
Resumo
KLAUTAU, Perla; WINOGRAD, Monah e BEZERRA JR., Benilton. Normatividade e plasticidade: algumas considerações sobre a clínica psicanalítica com pacientes neurológicos. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2009, vol.9, n.2, pp.551-574. ISSN 1518-6148.
Ultrapassados os limites de uma técnica fundamentalmente interpretativa, a psicanálise deixa de se restringir ao âmbito do sofrimento neurótico e passa a intervir em outros campos da patologia do mental, quer nos quadros de origem psicogênica, quer nos quadros em que alterações de natureza orgânica engendram sofrimentos subjetivos - como acontece com muitos pacientes portadores de lesões cerebrais. No entanto, tais modalidades de intervenção exigem investigação teórica e técnica, já que as exigências deste tipo de clínica diferem em pontos consideravelmente importantes das encontradas na clínica psicanalítica clássica. O principal objetivo deste artigo é fornecer subsídios - por meio da articulação entre as formulações winnicottianas sobre dependência, confiança no ambiente, sentimento de continuidade espaço-temporal, e o conceito de normatividade postulado por Canguilhem - para uma abordagem teórica e prática que oriente a clínica psicanalítica com pacientes portadores de distúrbios neurológicos. A realização desta tarefa exige, primeiramente, uma investigação dos conceitos de plasticidade cerebral, epigênese e normatividade. De posse destes conceitos, finalmente, tecermos algumas considerações sobre a clínica psicanalítica com pacientes neurológicos.
Palavras-chave : normatividade; plasticidade; epigênese; clínica psicanalítica; pacientes neurológicos.