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Revista Mal Estar e Subjetividade

versão impressa ISSN 1518-6148

Resumo

DEMES, Jacqueline Reis; CHATELARD, Daniela Scheinkman  e  CELES, Luiz Augusto M.. O feminino como metáfora do sujeito na psicanálise. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2011, vol.11, n.2, pp.645-667. ISSN 1518-6148.

Muito se diz sobre a mulher desde as brechas deixadas por Freud. É extensa a literatura, assim como as faces e as versões assumidas pelo feminino. Introduzida na psicanálise, desde a sua origem nos estudos sobre a histeria, a busca por uma resposta sobre o tornar-se mulher ganhou um lugar central na teoria e na prática psicanalítica. Seja pelos impasses antes colocados pelo próprio Freud acerca do tema, seja por outros instituídos pelo avançar das investigações pós-freudianas, algo parece insistir na clássica pergunta "o que quer uma mulher?" e um entrever parece acompanhar as produções teóricas elaboradas até aqui. Contudo, desde "o continente negro", de Freud, à lógica do não-todo, de Lacan, uma impossibilidade de saber (dizer) sobre o feminino acompanha todo o entrançar conceitual da psicanálise. Quais os sentidos do feminino na psicanálise? Que relações são traçadas entre esse conceito e o ser mulher? Pretende-se, neste trabalho, percorrer algumas concepções que contornam e compõem o enigma da feminilidade. Um recorte que apresenta o feminino ora como qualificador do ser mulher, ora radicalizado em um novo conceito, no qual a noção de alteridade e de limite o constituem. Assim, um deslocamento de sentido se operou na palavra em questão ao longo do seu curso na psicanálise. Hoje, sua carga semântica é outra. Nesses caminhos, a figura da mulher se multiplica. Transita da lógica fálica à Outra, podendo ser uma e muitas, como uma daquelas bonecas russas, a babuska.

Palavras-chave : Histeria; mulher; enigma; feminino; psicanálise.

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