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Mental

versão impressa ISSN 1679-4427versão On-line ISSN 1984-980X

Mental v.1 n.1 Barbacena dez. 2003

 

EDITORIAL

 

 

É com muito orgulho que apresentamos o primeiro número da revista Mental. Este periódico reafirma o compromisso da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) com a divulgação do conhecimento científico produzido tanto em nossa instituição, quanto em outras instituições de ensino e pesquisa do país.

Gostaríamos de dedicar este número à Pró-reitoria de Assuntos Acadêmicos II, Ana Lúcia Amorim Cunninghan. Entusiasta da idéia de produzir conhecimento, defensora da qualidade do ensino, lamentavelmente fomos privados de forma prematura de sua presença. Sua trajetória promissora fará falta a todos os integrantes da UNIPAC. A ela estaremos sempre dedicando nossos mais elevados pensamentos.

Temos que agradecer a toda a equipe da Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão pela dedicação empenhada e pelo compromisso com a idéia de criar uma revista que transmita conhecimento científico com qualidade. Também manifestamos nossa gratidão a Regina Romeira, pela generosidade demonstrada nas inúmeras "consultas técnicas".

Acreditamos que esta revista vem preencher uma importante lacuna no campo da Psicologia. Nosso país passa por importantes transformações na assistência a portadores de transtornos mentais. Temos um cenário repleto de experiências inovadoras, ricas em desafios que serão superados por meio de uma articulação precisa entre teoria e prática.

Os artigos que compõem este número mostram a pluralidade do campo da saúde mental, bem como as dimensões dos desafios impostos àqueles que pretendem se dedicar a ale.

Carlo Viganò, renomado psiquiatra italiano, compartilha conosco suas reflexões acerca da condução do tratamento de pacientes com um quadro de abuso de substâncias psicoativas. O artigo propõe como parâmetros, para o que o autor denomina "nova clínica", um diagnóstico em dois níveis: diagnóstico social e subjetivo.

O artigo do professor Christian Dunker apresenta o relato de um caso de paranóia mostrando a atualidade da referência psicanalítica a respeito do tema. O texto apresenta importantes referências que nos auxiliam no diagnóstico diferencial entre paranóia e esquizofrenia, além de fornecer indicações precisas a respeito da condução do tratamento de psicóticos.

Maria Auxiliadora Bichara investiga a inibição do pensamento como fruto do disciplinamento psíquico gerado pelo capitalismo monopolista e pela evolução tecnológica. O texto aponta como conseqüência da inibição do pensamento práticas de violência e exclusão, assim como um afastamento do sujeito de sua condição humana.

Em Reforma psiquiátrica e conceito de esclarecimento, o autor aborda sucintamente a história da reforma psiquiátrica no Brasil, ressaltando seu objetivo de favorecer a inclusão social dos portadores de transtornos psiquiátricos. Abalizado pelos referenciais da Teoria Crítica, o texto tece comentários a respeito da introdução do pensamento basagliano nos serviços abertos de saúde mental, sugerindo possibilidades para o acolhimento dos usuários de serviços substitutivos.

Conforme apresentamos, os artigos desse número possibilitam uma interlocução entre a teoria e as questões da contemporaneidade. Essa é uma das principais missões da Universidade.

Boa leitura!

Fuad Kyrillos Neto
Editor responsável

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