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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

Resumo

PASTRO, Déborah de Oliveira Togneri et al. Qualidade do pré-natal e condições clínicas dos neonatos expostos à sífilis. J. Hum. Growth Dev. [online]. 2019, vol.29, n.2, pp.249-256. ISSN 0104-1282.  https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9429.

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Treponema pallidum, e resulta em morbidade e mortalidade consideráveis. A sífilis congênita pode cursar com aborto, prematuridade, deformidades ósseas, perda auditiva e outas alterações clínicas importantes. OBJETIVO: Analisar a qualidade do pré-natal e as condições clínicas dos neonatos expostos à sífilis em uma maternidade pública de Rio Branco-Acre MÉTODO: Trata-se de estudo transversal e que incluiu 92 puérperas com diagnóstico de sífilis na gestação, atendidas no período de julho a dezembro de 2017. Duas gestantes tiveram óbito fetal, sendo que a amostra final foi constituída de 90 recém-nascidos expostos à sífilis. Utilizou-se de entrevista com a puérpera, análise do cartão da gestante e busca de informações junto aos prontuários da gestante e recém-nascidos. Considerou-se caso confirmado de sífilis em gestante: a) Toda grávida que apresentou teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente realizados durante o pré-natal; b) Gestante com teste treponêmico reagente e teste não treponêmico não reagente ou não realizado, sem registro de tratamento prévio. Para caracterização da sífilis congênita considerou-se: a) recém-nascido cuja mãe não foi diagnosticada com sífilis durante a gestação e que, apresentou teste não treponêmico reagente com qualquer titulação no momento do parto; b) criança cuja mãe não foi diagnosticada com sífilis durante a gestação e apresentou teste não treponêmico reagente no momento do parto; c) recém-nascidos cuja mãe apresentou teste treponêmico reagente e teste não treponêmico não reagente no momento do parto, sem registro de tratamento prévio. RESULTADOS: A maioria dos recém-nascidos nasceu de parto normal (65.5%), sendo que 17,8% apresentaram sofrimento fetal agudo e 11,2% necessitaram de manobras de reanimação. A prematuridade ocorreu em 10% dos nascimentos e 12,2% deles eram pequenos para idade gestacional. O pré-natal completo foi realizado por 29,5% das puérperas, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde de sete visitas à Unidade de Saúde e ou Profissional de Saúde. Das 90 gestantes, 79 apresentaram teste treponêmico reagente quando admitidas na maternidade, sendo que 29,3% delas realizaram o tratamento de forma adequada. Na análise acerca do tratamento do parceiro sexual, relatou-se que 58% não aderiram ao tratamento da sífilis. CONCLUSÃO: A qualidade do pré-natal das gestantes com sífilis foi inferior ao recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil, embora haja poucos casos de sífilis como desfecho primário nos recém-nascidos oriundos de parto com mães diagnosticas com sífilis.

Palavras-chave : pré-natal; neonato; sífilis na gestação; sífilis congênita.

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