EDITORIAL

Com prazer, apresentamos mais um numero dos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, no qual pesquisadores de diversas regiões do pais publicam suas contribuições.

Iniciando, questões regionais de importância nacional são abordadas no artigo sobre a extensão rural de autoria de Eveline Fávero e Jorge C. Sarriera. Os autores focalizam o trabalho e a pesquisa em psicologia e apontam para a importância de abordar a realidade de um ponto de vista interdisciplinar.

O segundo artigo abre espaço para as reflexões possibilitadas pela observação participante empreendida por Bernardo P. Svartman, que tem como foco a vivência do trabalho industrial, oportunidade em que busca responder à questão sobre a mudança ou a persistência da lógica da gestão do trabalho fabril.

A saúde de motoristas e de cobradores de ônibus urbanos é o objeto da investigação descrita por Camila R. S. Alves e Patrícia P. de Paula. A violência urbana (assaltos), tomada como componente das condições de trabalho, é identificada como experiência que explica os sintomas dos transtornos exibidos por trabalhadores que são vítimas dessa violência.

Patrícia M. Goulart, por sua vez, dedica-se a percorrer os significados do trabalho, apresentados por diversos autores no período aproximado de meio século. A autora aponta que esses significados dependem do momento histórico, mais precisamente, do paradigma de organização do trabalho e da produção prevalente no decorrer desse período.

A equipe de pesquisadores liderada por Maria de Fátima P. Alberto descortina a realidade de trabalho da criança e do adolescente no espaço doméstico, descrevendo uma série de aspectos que o caracterizam.

Contamos também com a colaboração de Suzana G. Albornoz, que nos oferece suas reflexões sobre a contribuição de Huizinga e de Domenico De Masi, articulando ócio, jogo e trabalho.

Márcia H. Bernardo apresenta as feições do poder empresarial e o papel do discurso da gestão na legitimação desse poder na atualidade. Para tanto, apoia-se em resultados de pesquisa realizada em duas montadoras de automóveis.

O trabalho de professores do ensino fundamental e médio é o alvo da atenção de Joilson P. da Silva, Bruno F. Damásio e Suéllen A. Melo, em um estudo no qual buscam identificar o sentido da vida como protetor do estresse nessa categoria profissional.

Rogério R. da Silva estuda o segmento de funcionários públicos que trabalham em tribunais, trazendo resultados de sua investigação acerca do estresse, as pressões e a liberdade no trabalho.

São Paulo, junho de 2009.

Leny Sato
Fábio de Oliveira