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Revista da SPAGESP

versão impressa ISSN 1677-2970

Rev. SPAGESP vol.10 no.2 Ribeirão Preto dez. 2009

 

ARTIGOS

 

Projeto “Abrace Seu Bairro”1: prevenção da violência no meio escolar e melhoria da qualidade de vida 2

 

Program “Embrace Your Neighborhood”: violence prevention at the school and quality of life

 

Proyecto "Abrace Su Barrio": prevención de la violencia en la escuela y calidad de vida

 

 

Ruth Blay Levisky 3

Núcleo em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares - NESME

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

“Abrace seu Bairro”, projeto piloto, embasado em conceitos sócio-psicanalíticos, teve como objetivo desenvolver projetos de prevenção de violência nas escolas e em seu entorno. Foram formados grupos de trabalho compostos por alunos, professores, pais, funcionários e diretores, em nove escolas de São Paulo, abrangendo instâncias municipais, estaduais e particulares de três bairros. Nossa equipe constituiu-se por psicanalistas, psicólogos, educadores, sociólogos e artistas. Em cada escola foram criados projetos e peças teatrais que possibilitaram aos jovens transformar potenciais agressivos e amorosos em expressões criativas, construtivas e reparadoras. A elaboração e execução de ações comunitárias elevaram a auto-estima e a crença em suas capacidades, como protagonistas nos processos de integração e articulação entre os vários segmentos escolares e a comunidade. O trabalho realizado expressa a importância do aprender a viver em grupo e para o grupo. Acreditamos que os resultados dessa experiência possam ser úteis para se pensar na construção de políticas públicas ligadas às áreas de saúde, educação, família, criança e adolescente. O projeto colaborou para a melhoria da auto-estima e para o desenvolvimento da cidadania.

Palavras-chave: Prevenção; Violência; Adolescência; Grupos; Educação.


ABSTRACT

The “Embrace Your Neighborhood” program had as its objective to develop projects of prevention of violence in the schools and surrounding area, through the formation of workgroups composed by students, teachers, parents, employees and directors. This was a pilot program developed in 2004 in nine schools of São Paulo, including municipal, state and private schools of three neighborhoods. Our team consisted of psychoanalysts, psychologists, educators, sociologists, and artists. The theoretical framework was based in psychoanalytical concepts. The creation of such projects, and of related theatrical plays, made it possible for the students to transform potential aggressiveness into creative, constructive, and repairing expressions. In this way, we offered them the possibility to be the protagonists in the elaboration and execution of communitarian actions that raised their self-esteem and belief in their own capacities. The work shows the importance of learning to live in groups and for the group. We believe that the results of this experiment may be useful to think in the construction of public policies related to the areas of health, education, family, children and adolescents. The project contributed to improving self-esteem and with the development of citizenship.

Keywords: Prevention; Violence; Teenagers; Groups; Education.


RESUMEN

“Abrace su barrio”, proyecto piloto, basado en conceptos socio-psicoanalíticos, tuvo el fin de desarrollar proyectos para prevenir la violencia en las escuelas y en sus alrededores. Se formaron grupos de trabajo compuestos por estudiantes, profesores, padres, funcionarios y directores, en nueve escuelas de São Paulo, incluidos las municipales, estatales y privadas de tres barrios. Nuestro equipo fue formado por psiquiatras, psicólogos, educadores, sociólogos y artistas. En cada escuela se han creado proyectos y obras de teatro que permitió a los jóvenes transformar potenciales agresivos y amorosos en expresiones creativas, constructivas y reparadoras. La elaboración y ejecución de acciones comunitarias ascendieron a la autoestima y la confianza en su capacidad como actores en procesos de integración y coordinación entre los distintos segmentos de la escuela y la comunidad. El trabajo realizado muestra la importancia de aprender a vivir en grupos ypara el grupo. Creemos que los resultados de este experimento puede ser útil para pensar en la construcción de políticas públicas relacionadas con las áreas de salud, educación, familia, niños y adolescentes. El proyecto colaboró con la mejoría de la auto-estima y el desarrollo de la ciudadanía.

Palabras clave: Prevención; Violencia; Adolescencia; Grupos; Educación.


 

 

A violência que aumenta a cada dia é um sintoma de patologia social e representa um grito de desespero e de esperança na busca de ações transformadoras.

O objetivo desse trabalho é compartilhar as experiências vividas pelo grupo de profissionais que integraram a equipe do Projeto piloto “Abrace seu Bairro” realizado nos anos 2004-2005, em nove escolas da cidade de São Paulo. O Projeto teve como principal finalidade a prevenção da violência no meio escolar e a melhoria da qualidade de vida.

Ele foi concebido a partir de embasamentos teóricos psicanalíticos, que levaram em conta a compreensão sobre a dinâmica de funcionamento de grupos, as condições emocionais para exercer lideranças, o desenvolvimento de vínculos afetivos e a percepção dos mecanismos mentais de defesa que impedem a realização de tarefas.

A teoria psicanalítica de grupos trabalha a partir do vértice do inconsciente, da análise e interpretação de conteúdos internos, de vivências primitivas e de vínculos formados no aqui e agora da dinâmica grupal. Procura tornar conscientes aspectos defensivos, projetivos que interferem e bloqueiam o funcionamento do grupo, e consequentemente, o viver em grupo e no grupo.

Para Freud (1973), a psicologia individual não difere da psicologia social em sua essência. Em Totem e Tabu (FREUD, 1973), Freud discute a existência de uma comunicação de inconsciente para inconsciente, ao propor que todo ser humano possui no inconsciente um dispositivo capaz de captar e interpretar as expressões do inconsciente do outro. Baseados na obra de Klein (1969) os conceitos de relação de objeto e da formação do superego precoce foram úteis para a compreensão e importância dos vínculos precoces na formação da identidade do sujeito.

Kaës (1997) e Bion (1970) formularam suas teorias para compreender o grupo e o sujeito do grupo, servindo de base para o trabalho com grupos desenvolvido no Projeto. A contribuição de Winnicott (1975) se deu a partir do conceito de continência e para fundamentar a criação dos espaços lúdicos e de criatividade necessários para trabalhar em equipe, desenvolver os projetos e as peças teatrais.

Embasados nesses referenciais sócio-psicanalíticos foram implementados nas escolas, Grupos de Reflexão, compostos por indivíduos dos vários segmentos da comunidade escolar para que, a partir do fortalecimento dos vínculos e da criação de um espaço de voz e de escuta, pudessem pensar sobre os focos geradores de violência presentes no cotidiano de cada escola. Esses grupos deram origem aos Núcleos de Trabalho Escolar e aos Núcleos de Teatro que elaboraram projetos de trabalho e peças teatrais que deveriam ser finalizados no prazo de um ano para elaborar e transformar situações tidas como causadoras de violência.

O grupo de profissionais era integrado por pessoas com grau universitário, das áreas de Psicologia, Educação, Sociologia e Artes Cênicas. Essa equipe trabalhou durante três anos, coordenada pelo psicanalista David Leo Levisky, (LEVISKY, 2001, p.11), mentor do Projeto “Abrace seu Bairro”, antes de iniciar o projeto propriamente dito. Tive a oportunidade de ser a coordenadora executiva do Abrace seu Bairro, experiência que me trouxe grande enriquecimento por trabalhar com o grupo dos coordenadores, com as escolas e com instâncias governamentais e não-governamentais. Nosso objetivo era desenvolver uma identidade grupal que permitisse criar um modo comum de pensar e de comunicar as ideias que envolvessem as metas propostas pelo Projeto.

Várias questões foram surgindo ao longo do processo: Por que as escolas foram escolhidas para ser objeto de pesquisa do projeto? Por que o nome dado foi Abrace seu Bairro? O que se entende por violência? Quais os passos percorridos até a construção do projeto? Como se deu a entrada nas escolas? Quais as dificuldades encontradas durante a implantação do Projeto? Os resultados alcançados?

Essa experiência levou em conta primordialmente, um encadeamento de ideias, vivências e resultados de experiências que pretendiam auxiliar no desenvolvimento psico-sócio-educativo do jovem e na prevenção das mais diferentes formas de violência no meio social.

Sabemos que o jovem é um ser social em formação, que merece todo cuidado e respeito, para não se tornar um sujeito de risco para a sociedade e para ele mesmo. É mais interessante prevenir do que remediar, mas infelizmente essa não é a mentalidade em nosso país.

A escola, primeira célula social depois da família, contribui para a formação do jovem e o exercício da cidadania. É o espaço em que medidas preventivas devem ser diagnosticadas e implantadas para possibilitar o desenvolvimento do sentido de pertença ao grupo e da capacidade de tolerar e lidar com as diferenças e frustrações.

A família e a escola, ao se constituírem num espaço continente, criativo e transformador possibilitam a formação e multiplicação de líderes articulados com as questões psico-sociais.

Vive-se na contemporaneidade o espírito do descartável, do narcisismo, do isolamento social, dos vínculos frágeis e do egoísmo. Essas questões têm contribuído para que o sujeito pense cada vez menos e passe rapidamente para a ação, pois, a idéia é receber tudo pronto e rápido. Viver em grupo, respeitar o outro, obedecer a lei são condições que necessitam ser incorporadas e internalizadas pelo sujeito contemporâneo.

O papel da sociedade é oferecer modelos para os jovens se identificarem, pois eles estão num momento de vida que precisam se deparar com limites claros, com espaços para escuta e diálogos, para desenvolverem o sentimento de ser parte de um grupo e de uma nação que os respeita e os inclui. Caso a sociedade e a família falhem nessas condições básicas e estruturantes para a formação da personalidade do sujeito, ele desenvolve uma baixa auto-estima, um sentimento de vazio e de abandono.

A dinâmica de funcionamento do projeto desenvolveu-se através do trabalho em grupo, que permitiu a reflexão e o fortalecimento dos vínculos afetivos (ZIMERMAN, 2001). A definição clara de papéis e de hierarquia nos grupos, o cuidado com as relações interpessoais foram questões trabalhadas durante todo o processo.

Os grupos ocorreram em vários espaços: a) em nossas equipes de trabalho; b) dentro das escolas: com diretores, professores, alunos, funcionários e pais, com o propósito de mobilizar o pensar e de se criar um clima emocional que levasse seus integrantes a colocarem suas idéias em praticas possíveis, dentro da realidade vivida.

O Projeto sempre teve muito claro a proposta de sermos mediadores e facilitadores do processo, mas não de forma paternalista. A equipe de trabalho partiu da observação da dinâmica de funcionamento dos grupos através da escuta e da leitura das ansiedades e dos mecanismos de defesa emergentes, para construir um modelo de trabalho grupal, que oferecesse condições de continência e rêverie para o desenvolvimento de vínculos afetivos e meios para se buscar novos modelos identificatórios (LEVISKY, 2001).

Ao aproximar e inserir a escola no bairro através das articulações com as instâncias existentes no seu entorno, foi oferecido o inicio de um caminho de construção da identidade, de pertencimento do sujeito e da escola com a comunidade.

Durante todo o ano, o Projeto funcionou como ponto de articulação de ações, de organização e agregação de idéias e atuações. Apesar dos inúmeros reflexos positivos obtidos com o trabalho, houve uma forte expectativa da escola de que o “Abrace seu Bairro” fosse o depositário de todos os conflitos emergentes.

Desta forma, foi preciso pontuar, constantemente, o nosso papel: ser continente e fazer uma escuta analítica dos possíveis focos geradores de violência; auxiliar a escola a pensar em como atuar diante das problemáticas, enfatizando a utilização dos equipamentos existentes no bairro e a articulação de ações entre os vários envolvidos, além da necessidade da escola vivenciar e refletir sobre seu processo interno para que possa, paulatinamente, atuar de forma autônoma. Outro ponto fundamental foi o de desenvolver na escola o sentido de responsabilidade e compromisso com as ações empreendidas.

Como Projeto piloto, foi iniciado um percurso com metas bastante pretensiosas, as de auxiliar na construção de uma identidade, onde o sentimento de cidadania, o olhar para si e para o outro, o resgate de valores morais e éticos, pudessem contribuir para uma vida mais digna e integrada. Com isso acreditamos estar trabalhando para a prevenção de violências física, moral, psicológica e ética que permeiam as relações humanas.

Sabe-se que através do brincar a criança e o adolescente tem a possibilidade de conhecer seus sentimentos e recursos intelectuais e sociais. É durante este processo que se alcança a possibilidade de interagir com a realidade externa. Conceitos como liberdade, democracia, cidadania e ética se organizam precocemente através da qualidade das relações afetivas estabelecidas dentro da família, da experiência escolar e social de forma lúdica (WINNICOTT, 1975).

Foram feitas análises quantitativas e qualitativas com os dados obtidos no Projeto. No decorrer desse processo, alunos, pais, direção e professores começaram, aos poucos, a olhar mais para si e para o coletivo. Foi percebido que o Projeto contribuiu para um maior conhecimento da escola e do bairro e para a melhoria das condições pessoais. Além disso, houve uma ampliação do conhecimento dos papéis e funções dentro da escola e uma maior integração e articulação entre as escolas, as instâncias do bairro e órgãos estaduais e municipais. Foi observada também uma atenuação da rivalidade entre os grupos e da violência nas escolas.

Vale mencionar que as escolas públicas se envolveram mais do que as particulares com o Projeto, talvez pelas necessidades e carências existentes. Jovens de escolas públicas mostraram-se mais participativos e ativos do que os jovens das escolas particulares, em geral mais apáticos e passivos e com uma agenda sempre repleta de atividades pós-escola. As escolas particulares apresentaram tendência em tomar iniciativas pelos alunos, ao invés de dar mais voz ativa a eles.

Observamos que a maioria dos participantes achava que a violência era externa, da sociedade, e não se dava conta de que somos parte integrante desse social. O Projeto possibilitou desenvolver a percepção de que somos todos co-participantes.

Como resultado do estímulo ao Protagonismo Juvenil nas escolas, notou-se uma melhora na sensibilização dos jovens para identificar focos geradores de violência, na formação de lideranças juvenis positivas e de agentes multiplicadores e, também, no desenvolvimento de responsabilidade, compromisso, engajamento e envolvimento com o trabalho.

As experiências vivenciadas com os Núcleos de Trabalho Escolar e com os Núcleos de Teatro contribuíram para uma transformação do sentimento de pertencer à sociedade. Acreditamos ser dever da escola, da família e da sociedade oferecer tais recursos. Melhoria da auto-estima, do acolhimento, da qualidade dos relacionamentos e da transmissão de valores como respeito, cooperação e responsabilidade foram alguns dos muitos elementos trabalhados e vivenciados com intensidade e profundidade, durante o ano de 2004.

Depoimentos de parceiros durante a última reunião do Conselho Consultivo do “Abrace seu Bairro” enfatizaram a inovação do Projeto em propor o pensar a violência também de forma lúdica e artística, possibilitando aos jovens encenar e escrever suas próprias histórias, vivências e angústias como expressões de transformação de mentalidades.

Certamente estas experiências ficaram registradas e tocaram intensamente a todos aqueles que participaram e vivenciaram este processo, assim como, as pessoas que assistiram aos espetáculos de teatro. A transformação da agressão destrutiva num componente artístico e construtivo foi possível através do trabalho desenvolvido pelos Núcleos de Trabalho Escolar e pelos Núcleos de Teatro.

Esse trabalho visou compartilhar nossas experiências para multiplicar ideias que possam vir a ser aplicadas em várias instituições. Foram contribuições alcançadas por uma equipe coesa que se envolveu, acreditou e internalizou os princípios do Projeto. Os resultados obtidos permitiram transformações pessoais e sociais, como a diminuição da violência e a melhoria da qualidade de vida no meio juvenil escolar. Além disso, o trabalho procurou passar as vivências de toda a equipe que trabalhou no “Abrace seu Bairro”, através das análises expressas pelos profissionais nos relatórios apresentados e discutidos pelo grupo.

O trabalho realizado expressa a importância do aprender a viver em grupo e para o grupo. Acreditamos que os resultados dessa experiência possam ser úteis para se pensar na construção de políticas públicas ligadas às áreas de: saúde, educação, família, criança e adolescente. Tudo isso se resume no conceito de cidadania.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BION, W. R. Experiência com grupos: os fundamentos da psicoterapia de grupo. Rio de Janeiro: Imago, 1970.         [ Links ]

LEVISKY, R. B. Adolescência, violência e afamília na cultura atual: técnicas de trabalho grupal e familiar. In: LEVINSKY, D. L. (Org). Adolescência e violência: ações comunitárias na prevenção: conhecendo, articulando e multiplicando. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo / Hebraica, 2001. p. 227 - 244.         [ Links ]

FREUD, S. (1920-1921). Psicologia de las masas y analisis del Yo. In: ______. Obras completas de Freud. 3. ed. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 1973. Tomo III, p. 2563-2610.         [ Links ]

FREUD, S. (1912-1913). Tótem y Tabú. In: ______. Obras completas de Freud. 3. ed. Madrid: Editorial Biblioteca Nueva, 1973. Tomo II.         [ Links ]

KAËS, R. O grupo e o sujeito do grupo: elementos para uma teoria psicanalítica do grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.         [ Links ]

KLEIN, M. (1932). A psicanálise de crianças. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1969.         [ Links ]

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WINNICOTT, D. W. O brincar & a realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora LTDA, 1975.

ZIMERMAN, D. A contribuição da dinâmica grupal na prevenção da violência na adolescência e nas comunidades. In: LEVISKY, D. L. (Org.). Adolescência e violência: ações comunitárias na prevenção. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo / Hebraica, 2001. p. 213 - 244.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Ruth Blay Levisky
E-mail: ruthlevisky@terra.com.br

Recebido em 22/11/08.
1ª Revisão em 07/01/09.
Aceite Final em 10/02/09.

 

 

1 O Projeto “Abrace seu Bairro” pode ser encontrado na íntegra no site: http://davidleolevisky.com.
2 Trabalho apresentado no XVIII Congresso Latino Americano FLAPAG e X Simpósio CEFAS - “Práticas Institucionais na América Latina: Casal, Família, Grupo e Comunidade”, 2009.
3 Psicóloga. Terapeuta de casal e família. Grupo-analista. Membro efetivo do NESME, da Sociedade Internacional de Psicanálise de Casal e Família e da Associação Paulista de Terapia Familiar.