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Tempo psicanalitico

versão impressa ISSN 0101-4838versão On-line ISSN 2316-6576

Resumo

MARTINS, Karla Patrícia Holanda; NEVES, Beatriz Sernache de Castro; DAUER, Érika Teles  e  TEIXEIRA, Iara Fernandes. Angústia e vergonha na clínica psicanalítica em situações de pobreza e outras vulnerabilidades. Tempo psicanal. [online]. 2018, vol.50, n.2, pp.265-289. ISSN 0101-4838.

Este trabalho se propõe lançar questões sob as condições de possibilidade de um trabalho analítico em contextos de privações diversas, caracterizados como contextos de vulnerabilidade, mediante dois operadores teóricos - a angústia e a vergonha. Diante das experiências de pesquisas anteriores com enfoque na constituição psíquica e no trabalho clínico-institucional com crianças desnutridas, deu-se a necessidade de desenvolver alguns apontamentos teóricos que nos ajudam a operar nesse trabalho. A realidade das famílias atendidas pela ONG Instituto da Primeira Infância - IPREDE, em Fortaleza-CE, é permeada pela convivência com a violência e com as dificuldades em relação às condições de vida que têm e o que podem oferecer aos filhos. Aliamos a nossa discussão analítica as contribuições que podem ser feitas por outros campos de saber, como a sociologia e a economia, buscando cada vez mais respeitar a complexidade dos fenômenos sociais e dos rearranjos que os sujeitos fazem para neles se encaixarem. Através da leitura freudiana da angústia, das novas proposições sobre uma metapsicologia da vergonha e da teoria do trauma de Ferenczi, buscamos entender o que pode a psicanálise nesses contextos ditos vulneráveis. Essa é uma questão sempre complexa, mas percebemos que clínica não é sinônimo apenas de consultório, mas também de espaços de expressão do sujeito do inconsciente, independentemente do lugar físico e da situação social na qual o sujeito se encontra.

Palavras-chave : angústia; vergonha; clínica; vulnerabilidades.

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