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Revista Psicopedagogia
versão impressa ISSN 0103-8486
Rev. psicopedag. vol.31 no.95 São Paulo 2014
ANAIS
RESUMO DOS TRABALHOS - CATEGORIA ORAL
Tema: Inclusão
Título: DISLEXIA E INCLUSÃO: NECESSIDADES E POSSIBILIDADES
Autor: ADALGISA CRISTINA MARQUES BONI
RESUMO
Objetivos: Esta pesquisa teve como objetivos a ampliação dos conhecimentos a respeito da dislexia, através das diversas faces de um adolescente, além de buscar caminhos adequados para facilitar as aprendizagens e proporcionar a inclusão escolar. Método: Para tanto, foi realizado estudo de caso com um jovem de 16 anos, em consultório psicopedagógico. Os instrumentos para análise qualitativa foram: atividades específicas de leitura e escrita e o diagnóstico da Associação de dislexia (ABD). Conforme os autores, a inclusão requer reorganização do sistema educacional no âmbito social e cognitivo, permitindo um aprendizado adaptado. A dislexia gera problemas de leitura, mesmo com nível intelectual e saúde preservados. Esse distúrbio é devido ao déficit no aspecto fonológico da linguagem. Resultados: Os resultados revelados nesta pesquisa estão relacionados à evolução obtida pelo jovem em seu histórico escolar, sendo capaz de vencer dificuldades de leitura e escrita, bem como se adequar às diferentes exigências de conhecimentos em cada série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Diante da desvantagem pedagógica causada pela dislexia, o aprendizado formal precisou de adaptações curriculares que foram sendo aprimoradas e adequadas a cada fase de desenvolvimento do adolescente, que contribuíram para o avanço da lógica, cognição e compreensão de conteúdos mais abstratos, ampliando também sua autoestima. Conclusão: A inclusão escolar abordada neste estudo foi realizada desde o início do Ensino Fundamental, quebrando paradigmas vividos pela escola e a família. Dessa forma, conclui-se que o processo inclusivo é possível desde que haja um acompanhamento psicopedagógico capaz de auxiliar as pessoas envolvidas (disléxico e família) e a instituição escolar, a qual conhece as dificuldades do aluno, mas não apresenta espaço e suporte para trabalhar falhas específicas, nos casos de dislexia
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: AVLIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: UM OLHAR DIFERENCIADO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO
Autor: ADALGISA CRISTINA MARQUES BONI
RESUMO
Objetivos: Este relato de caso teve como objetivos analisar fatores que dificultaram o processo de alfabetização de uma criança no terceiro ano do Ensino Fundamental e encontrar formas de intervenção adequadas às características levantadas com o propósito de melhorar sua autoestima. Método: O estudo foi realizado com uma criança de seis anos, cujos dados foram coletados em sessões de avaliação e atendimento, num consultório psicopedagógico. A análise qualitativa ocorreu através de técnicas projetivas, que permitiram verificar a capacidade de pensamento da criança e suas emoções. Assim, estas foram terapêuticas e diagnósticas, necessitando do olhar psicopedagógico como capaz de compreender as relações estabelecidas pela criança com os estímulos. Contudo, ao ler existe a necessidade de habilidades como a consciência fonológica. Resultados: Os resultados dividiram-se em duas categorias estabelecidas a priori: criança e intervenção. No primeiro momento, a preocupação esteve em caracterizar a criança realizando o levantamento de aspectos relacionados à aprendizagem da leitura e escrita, a forma como brincava e suas relações sociais. Depois, houve enfoque em sua realfabetização, procurando cuidar especificamente das falhas que a mesma apresentou no momento da percepção dos diferentes sons, através do método fônico, além do trabalho de valorização da criança que compõe um dos focos da Psicopedagogia. Através das sessões lúdicas conseguiu-se a aproximação com o terapeuta e o autoconhecimento da criança. Conclusão: O atendimento psicopedagógico ofereceu suporte para o desenvolvimento da leitura e escrita, além de proporcionar a oportunidade de conscientização das limitações enfrentadas pela criança, de forma a trabalhar a resistência inicial ocorrida devido aos obstáculos que surgiram durante suas aprendizagens escolares. Diante dos resultados, também foi solicitada a avaliação fonoaudióloga da criança, devido aos seus erros de pronúncia. A falha no processamento auditivo foi diagnosticada e a criança passa por tratamento especializado em conjunto com o psicopedagógico.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: OS ALUNOS VÍTIMAS E AUTORES DA VIOLÊNCIA ESCOLAR E A RESPONSABILIDADE DO PSICOPEDAGOGO
Autor: ADEMAR ALVES DOS SANTOS
RESUMO
A violência na escola é uma preocupação brasileira e existem características em comum entre alunos agressivos e entre alunos vítimas. Conhecê-las é necessário para planejar intervenções e avaliar a responsabilidade da Psicopedagogia com o assunto. Para tanto, fez-se uma revisão em duas bases científicas de renome no país, entre os anos de 2005 a 2013. Algumas descrições dos estudos em relação às vítimas são: a) garotos são mais vitimados do que garotas, b) alunos mais novos estão expostos a maior vitimização, c) escolas localizadas em comunidades com baixo status socioeconômico ou escolas com uma grande proporção de alunos com famílias de baixa renda apresentam maior chance de serem vítimas de séria violência física, d) estudantes com comportamentos de isolamento, pouco populares, inseguros ou que mudam muito de residências e, como consequência, de escolas, tende a ser vítimas. Algumas das descrições em relação aos agressores são: a) meninos são mais agressivos que meninas, b) crianças agressivas têm diversas funções cognitivas deficitárias, c) alunos agressores possuem uma grande chance de já terem sido ou serem rejeitados por seus pares e terem amigos que possuem o mesmo padrão de comportamento, d) meninos agressivos na escola tendem a vivenciar violência doméstica em maior frequência e grau de severidade do que os não agressivos. Esses alunos frequentemente possuem relações interpessoais comprometidas, rendimento acadêmico limitado em relação ao seu potencial e poucas opções futuras de ocupações. Assim, a Psicopedagogia tem responsabilidade para com esses alunos e deve auxiliar na aprendizagem de conteúdos acadêmicos e de habilidades de interação social, criando propostas psicopedagógicas específicas.
Tema: Tecnologias no Contexto Escolar
Título: AVALIAÇÃO INTEGRADA DE MATEMÁTICA, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS E RESOLUÇÃO COLABORATIVA DE PROBLEMAS
Autor: ANITA LILIAN ZUPPO ABED
Coautor: GARCIA S.R.R., PONTES T.A.P.
RESUMO
Introdução: Incluir o desenvolvimento das habilidades socioemocionais na escola é premente na atualidade, como mostra estudo realizado para a UNESCO e o Conselho Nacional de Educação. Como mensurar essas habilidades e seus impactos no processo de educação formal? A Mind Lab no Brasil, em parceria com o EBAE Primeira Escolha, estão desenvolvendo uma Plataforma para responder a essa demanda. Objetivos: construir Plataforma online; avaliação de habilidades socioemocionais e Matemática; identificar inter-relações estatisticamente significativas entre motivação, estratégias de aprendizagem, resolução colaborativa de problemas e desempenho em Matemática; verificar impactos do Programa MenteInovadora. Métodos: 1ª fase do estudo (abril/2014) - cerca de 3000 alunos de todo o Brasil; 5º ano do EF e 3 séries do EM. Avaliação de Matemática: itens de raciocínio lógico (análise, síntese e inferência) e quantitativo (algébrico-numérico; espacial-geométrico; leitura e interpretação de dados). Questionário de habilidades socioemocionais: motivação (ansiedade, valor intrínseco e autoeficácia), estratégias para aprendizagem (autorregulação, planejamento, uso de estratégias e execução) e resolução colaborativa de problemas (PISA 2015). Resultados: O cruzamento de dados evidenciou algumas relações estatisticamente relevantes:- Relação negativa entre "ansiedade" e "desempenho em Matemática" (quanto maiores os níveis de ansiedade, piores foram os desempenhos em Matemática); Relação negativa entre "estratégia de estudo" e "desempenho em Matemática"; Relação negativa entre "ansiedade" e a prioridade de "Resolução Colaborativa de Problemas"; Relação positiva entre "alta prioridade de Resolução Colaborativa de Problemas" e "desempenho em Matemática"; Relação positiva entre "autoeficácia" e "desempenho em Matemática". Conclusão: Os primeiros resultados confirmaram estatisticamente uma relação entre os níveis de ansiedade e o desempenho em avaliações de Matemática. Os alunos participarão, durante o ano letivo, de um projeto com ações intencionais para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais (Programa MenteInovadora) e realização nova testagem no início de novembro, para avaliar seus impactos. Quanto às "estratégias de estudo", levantou-se a hipótese de que o ensino mecânico e esvaziado de sentido de fórmulas e procedimentos matemáticos possa ser fator prejudicial ao desempenho.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PARA A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA: UM ESTUDO DE CASO
Autor: CAMILA BARBOSA RICCARDI LEÓN
Coautor: PAZETO T.C.B, SEABRA A.G.
RESUMO
Objetivos: A avaliação neuropsicológica investiga habilidades cognitivas, como memória, atenção, compreensão auditiva, discriminação e consciência fonológicas, auxiliando diagnóstico e elaboração de intervenções. Esse trabalho pretende descrever algumas de suas contribuições na área da leitura para a prática psicopedagógica clínica. Método: Participou um menino (R.), 9 anos, 4º ano do EFI. Suas queixas de dificuldades em leitura e escrita surgiram no 1º ano, quando foi encaminhado para avaliação psicológica e psicopedagógica. Passou por quatro profissionais antes dessa avaliação, sem estabelecimento de diagnóstico ou evolução. Além dos instrumentos comumente utilizados na avaliação psicopedagógica, foram utilizados instrumentos neuropsicológicos abertos ao uso de outros profissionais para avaliar consciência fonológica (PCFO), memória (TRPP), escrita (PED), leitura (TCLPP), compreensão (TCCAL), aritmética (PA), funções executivas (Trilhas, TAC). Resultados: R. obteve desempenho dentro do esperado para sua idade nas seguintes habilidades cognitivas: aritmética, memória fonológica, compreensão auditiva e flexibilidade cognitiva. No entanto, verificou-se desempenho inferior ao esperado em consciência fonológica, escrita sob ditado, decodificação e compreensão de leitura. Além disso, por meio do padrão de desempenho no TCLPP, com rebaixamento nos subtestes de palavras com trocas visuais, trocas fonológicas e pseudopalavras homófonas, identificou-se que R. apresenta estratégia de leitura predominantemente logográfica. Assim, foi possível elaborar uma proposta de intervenção focada nas habilidades deficitárias do paciente, com grau crescente de dificuldades, respeitando suas limitações e aproveitando suas potencialidades. Conclusão: Com o presente trabalho foi possível constatar que o uso de instrumentos de avaliação adequados e os conhecimentos neuropsicológicos podem auxiliar a identificação de habilidades deficitárias e contribuir para a elaboração de uma proposta de intervenção mais eficaz. De modo complementar, foi possível verificar a importância da avaliação com embasamento multidisciplinar, por meio dos modelos teóricos utilizados pela Neuropsicologia e pela Psicopedagogia, favorecendo uma compreensão mais abrangente dos processos cognitivos que subjazem a aprendizagem.
Tema: Família e Sexualidade
Título: FAMÍLIA VERSUS SEXUALIDADE: CONCEPÇÕES DE PAPÉIS E IDENTIDADE DE GÊNERO
Autor: CARLA KÉLVIA TAVARES GOMES
Coautor: SOUSA M.I.O.
RESUMO
Introdução: O estudo abordado na SAFS (Sociedade de Apoio à Família Sobralense), através de observações e pesquisa bibliográfica, tem como propósito primordial compreender a influência e a interferência da família na formação do papel e identidade de gênero das crianças e jovens da comunidade. Métodos: As observações foram realizadas na SAFS, uma Instituição não-governamental situada no bairro Sumaré, do município de Sobral-CE. Por estar situada em um bairro periférico, nota-se a enorme dificuldade da família em acompanhar e lidar com o processo de desenvolvimento da sexualidade das crianças e jovens. Para a elaboração do estudo em questão, foram realizadas observações na instituição, juntamente com estudos bibliográficos que permitiram o embasamento do comparativo entre teoria e prática acerca da identidade de gênero, sexualidade e sua relação com o convívio familiar. Resultados: Sabemos que a família cumpre um papel essencial na formação dos jovens, pois é ela quem, mesmo implicitamente, denomina papéis e determina parâmetros a serem seguidos. Assim, na relação família-sexualidade, pudemos destacar como fatores determinantes na forma como a influência da cultura vivenciada; o contexto social de uma comunidade carente, que produz mais notoriamente uma assimetria entre os sexos na vivência da sexualidade; e a ausência dos pais, que necessitam trabalhar dentro de uma carga horária maior. Outro ponto a ressaltar é que a criação destes não se restringe apenas entre os pais, muitos são criados por avós, tios e outros familiares. Conclusão: Por fim, constatou-se que o meio social e a família influenciam ativamente na forma como a sexualidade é enxergada e vivenciada pelos jovens. Além disso, este trabalho possibilitou uma compreensão diferenciada em vista da relação que foi feita entre os estudos e as constatações evidenciadas na prática. Sabe-se que a diversidade está presente no cotidiano dos jovens, no entanto, quando se fala de família e sexualidade, logo, o conservadorismo prevalece e atua de forma majoritária nas relações de papéis e identidade de gênero.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: A MÍDIA TECNOLÓGICA E O RESGATE DA APRENDIZAGEM
Autor: CECÍLIA CORDEIRO BURLA DE AGUIAR NICOLAU
Coautor: CARVALHO L.A., ALBERNAZ E.M.S.
RESUMO
"A leitura e a escrita são capacidades básicas e praticamente imprescindíveis para o aprendizado de outras complexas habilidades, indispensáveis à aquisição dos conhecimentos acadêmicos. Além disso, inserem a criança no mundo culto, promovem autoconhecimento e desenvolvem a sua capacidade crítica em relação à vida, já que são instrumentos que lhe possibilitam participar de seu tempo, apoderar-se e contribuir com a evolução da sociedade humana." (Maluf, 2013 apud Pereira, 2013). É sabido que as Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC beneficiam todos os alunos e em função de sua interatividade e sua animação, intervém no desenvolvimento cognitivo, emocional e na aprendizagem da autonomia. O uso da mídia digital tecnológica fornece ao aluno a sensação de maior controle, confiança e poder na atividade a se realizar. Percebendo o quanto a integração das crianças com a leitura está deficiente e a existência da inabilidade na organização de fatos e ideias necessários na produção da escrita, elaborou-se um trabalho visando oportunizar o contato com a leitura e escrita de forma prazerosa, dinâmica e atraente, desmistificando a relação existente entre leitura e livro. Optou-se por utilizar a mídia digital como fonte de leitura, por se apresentar mais atraente e despertar o interesse do nosso público. Selecionaram-se então, alguns vídeos com músicas que contém letras acumulativas que se apresentassem de forma colorida, com animação alegre e que retratassem bem a história cantada. Nesse contexto, o primeiro contato da criança é com a animação da mídia digital o que, por si só, já lhe desperta o interesse. Com o objetivo de sistematizar o trabalho, criaram-se fichas contendo estrofes e palavras principais das músicas, para que os sujeitos da aprendizagem pudessem organizá-las através da visualização das imagens e da escuta do som na mídia digital. A nível de resultados pode-se dizer que houve um resgate do interesse/prazer pela leitura, escrita e a consequente organização temporal dos fatos. A guisa de conclusão, infere-se o quanto esse trabalho é estimulador e bem recebido pelas crianças atendidas na Clínica de Psicopedagogia do ISECENSA. De forma lúdica, conseguimos integrar a leitura, escrita, memória, atenção e organização temporal.
Tema: Inclusão
Título: O DESAFIO DA INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: UM CAMINHO EM CONSTRUÇÃO
Autor: DENISE COSTA CERONI
RESUMO
O presente artigo pretende dar visibilidade às experiências de inclusão no ensino superior do UniRitter/Laureate Internacional Universitie. A legislação brasileira prevê amparo para educandos portadores de necessidades educacionais especiais através da LDB e também de outro documento importante que assegura direitos às pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais, o Decreto 3.298/99 que dispõe sobre a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência no âmbito social. Em consonância com a missão institucional do UniRitter o Núcleo de Apoio aos Discentes (NAD) desenvolve, dentre outros programas, o Programa Temático Pró-Inclusão que tem como premissa: aprender é para todos. Nesse contexto, a inclusão é pensada como um processo que está em constante movimentação e se expande para além das paredes das salas de aula. O envolvimento da comunidade acadêmica é referência de um movimento instituínte que busca alternativa, não só para o acesso mas, principalmente, para a permanência e as aprendizagens desses sujeitos. Contudo, evidenciamos que não há um modelo ou receita a ser seguida, pois cada sujeito é único em seu tempo e suas possibilidades. Assim, as estratégias pedagógicas e as intervenções psicopedagógicas pensadas de forma singular acompanharam o ritmo e a modalidade de aprendizagem dos estudantes contribuindo na construção de novos conhecimentos.
Tema: Inclusão
Título: O DESAFIO DA INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR:UM CAMINHO EM CONSTRUÇÃO
Autor: DENISE COSTA CERONI
RESUMO
O presente artigo pretende dar visibilidade às experiências de inclusão no ensino superior do UniRitter/Laureate International Universitie. A legislação brasileira prevê amparo para pessoas com deficiência através da LDB e, também, de outro documento importante que assegura direitos às pessoas com deficiência, o Decreto 3.298/99 que dispõe sobre a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência no âmbito social. Em consonância com a missão institucional do UniRitter, o Núcleo de Apoio aos Discentes (NAD) desenvolve, dentre outros programas, o Programa Temático Pró Inclusão que tem como premissa: aprender é para todos. Nesse contexto a inclusão é pensada como um processo que está em constante movimentação e se expande para além das paredes das salas de aula. O envolvimento da comunidade acadêmica é referência de um movimento instituínte que busca alternativa, não só para o acesso mas, principalmente, para a permanência e as aprendizagens desses sujeitos. Contudo, evidenciamos que não há um modelo ou receita a ser seguida, pois cada sujeito é único em seu tempo e suas possibilidades. Assim, as estratégias pedagógicas e as intervenções psicopedagógicas pensadas de forma singular acompanham o ritmo e a modalidade de aprendizagem dos estudantes contribuindo na construção de novos conhecimentos.
Tema: Tecnologias no Contexto Escolar
Título: A TECNOLOGIA DIGITAL COMO FERRAMENTA PARA TRANSMISSÃO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Autor: DENISE S. LEVY
RESUMO
Objetivos: A Internet mudou a forma do jovem se relacionar com o mundo, com o outro e com o objeto de conhecimento. O presente projeto de pesquisa tem por objetivo a utilização da tecnologia educacional enquanto ferramenta pedagógica para potencializar a apropriação do conhecimento científico e a construção de novos saberes. Métodos: O desenvolvimento do Projeto Educacional Radioatividades contou com um amplo trabalho de pesquisa, considerando aspectos quantitativos e qualitativos do uso da Internet e possibilidades de acesso nas escolas públicas e privadas. O projeto propõe um espaço lúdico e interativo para o ensino das ciências nucleares, tema atual que foge ao programa curricular das escolas podendo, entretanto, ser articulado com diversas disciplinas. As atividades interativas e diversificadas visam aproximar o jovem de novos conteúdos, cultivando a curiosidade sistemática e suscitando o questionamento reconstrutivo. Discussão: Na era da globalização, a Internet ganha espaço nos diversos segmentos da sociedade. Cabe pensar a extensão de sua influência nos processos de aprendizagem e seu impacto nas relações entre o sujeito e a construção do conhecimento. Autorizada pela sociedade da informação e legitimada pelo sujeito, a Internet se torna um eficaz instrumento de transmissão, pois por meio dela os jovens consentem em se deixar ensinar. O espaço virtual promove um ambiente propício à aprendizagem, que fascina e convida os jovens a interagir e produzir. Este projeto de pesquisa para a disseminação do conhecimento científico utiliza o potencial da Internet enquanto ferramenta atrativa e inclusiva para potencializar uma aprendizagem significativa e promover o protagonismo estudantil. Conclusão: A tecnologia digital rompe fronteiras e é formadora de opinião. É preciso que a escola se aproprie desta linguagem que faz parte da realidade dos alunos. As mídias digitais não são meros instrumentos operacionais e podem ser importantes aliadas da prática pedagógica, promovendo soluções educacionais que ofereçam oportunidades para a construção de significância, privilegiando a inter-relação entre o objeto do conhecimento e a experiência cotidiana e possibilitando a interação entre o mundo individual, o contexto escolar e a realidade social.
Tema: Família e Sexualidade
Título: ESTUDO DE CASO: APRENDIZAGEM DO MATERNAR EM PACIENTE VÍTIMA DE ABUSO SEXUAL
Autor: ELIZANDRA DE SIQUEIRA, ANA CAROLINA BELLEZE SILVA, GILVANI KUYVEN
Coautor: SILVA A.C.B., BARBOSA E.C. B, KUYVEN G.
RESUMO
O estudo objetiva apresentar resultados de um caso clínico realizado com pessoa adulta (43 anos) vítima de abuso sexual na infância. O foco envolveu o aprender a maternar, pois a paciente queixava-se de problemas a filha mais velha. Os métodos e técnicas circunscreveram-se em uma análise psicopedagógica psicanalítica (Bossa, 2011; Fernandez, 1991) com instrumento de anamnese contendo questionamentos sobre a história de vida e provocados pelo próprio discurso. As referências limitam-se em Bossa (2011), Colomer et al. (2008), Erikson (1976), Fernandez (1991) e Mosquera e Stobäus (1984). O desenvolvimento evidenciou a inexistência da figura materna, falta de referência parental, mudanças de domicílio constantes e abuso sexual na infância que ocasionaram perda de noção de confiança e autonomia, desenvolvendo pulsões negativas na paciente que se encontra em estado de desamparo e o não maternar pode ser uma das consequências. A distorção e o desequilíbrio da relação parental causaram distanciamento do desejo da mãe pelo bebê que, neste caso, é resultado do sexo (considerado sujo pela paciente). Como conclusões, indica-se que há sentimento de culpa por ter se colocado em lugar de sujeira. É possível que haja uma substituição do vínculo com uma pessoa anteriormente conhecida com reedição de figuras parentais (processo ambivalente), sem figuras maternas e paternas. Todo sujeito possui sua modalidade de aprendizagem que é construído desde o nascimento e se forma como molde utilizado em experiências novas. Fundem-se o sujeito cognoscente e desejante. Identificou-se o desejo de ser filha, concomitante ao de mãe. Evidencia-se que o sujeito desejante age conforme seu espaço-de-falta; assim, a paciente não aprendeu a maternar posto seu histórico de sofrimento e abandono materno e paterno. A intervenção psicopedagógica associa-se à aprendizagem do papel de filha concomitantemente ao de mãe.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO DOCENTE JUNTO AO ALUNO DISLÉXICO
Autor: FERNANDA MENDES ARANTES
RESUMO
Objetivos: Estudar a dislexia em estudos universitários a partir de entrevistas individuais. Verificar na literatura científica recente, as principais características da dislexia e como o professor pode auxiliar o aluno disléxico em sala de aula. Métodos: Realização de Entrevista individual com alunos disléxicos de Universidade Particular da Grande São Paulo. Os alunos entrevistados foram indicados pelo departamento de Desenvolvimento Educacional da Instituição. Entrevista baseada em questionário que foi elaborado em conjunto com a psicóloga responsável pelo departamento da Universidade. Posteriormente à esta entrevista individual, foi realizado um novo encontro onde são passadas orientações didáticas para este aluno disléxico que tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento deste aluno em sala de aula. Além disso, os docentes da Instituição foram orientados sobre a Dislexia em palestra informativa realizada na Semana de Atividades Acadêmicas no início de 2014. Resultados: Os três alunos entrevistados eram disléxicos de graus diferentes. Os dois alunos grau leve já estavam graduados na Instituição e possuíam um ritmo próprio de estudo, contando sempre com ajuda de segunda pessoa para o estudo diário. O terceiro aluno, grau severo, possuía um ritmo de estudo com auxílio diário da mãe, de fonoaudiólogo e psicopedagogo (quinzenalmente). A partir das entrevistas realizadas pudemos perceber a diversidade do ambiente de estudo de cada estudante disléxico e ainda, verificar que não existe um padrão de estudo entre estes alunos. Por outro lado, a palestra informativa para os docentes surtiu pouco efeito visto que a maioria dos presentes acreditava ser a dislexia uma "doença da moda" muitas vezes utilizada como desculpa pelos maus alunos. Conclusão: A pesquisa foi importante para verificar a situação de cada aluno entrevistado. Verificou-se que o disléxico que chega à Universidade já possui ritmo próprio de estudos, sempre com auxílio de outra pessoa. A palestra informativa que tinha como objetivo a conscientização dos docentes da Instituição, sobre a importância de orientação e acompanhamento do aluno disléxico em sala de aula. Verificamos que esta palestra acabou não atingindo seu objetivo, visto que a maioria dos docentes presentes pouco entende e se interessou a respeito deste transtorno de aprendizagem.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: RESSIGNIFICAR A CAIXA DE AREIA E AS MINIATURAS NO ÂMBITO INSTITUCIONAL
Autor: GRACILENE MARIA DA SILVA VASCONCELOS
RESUMO
Objetivo: Ressignificar a caixa de areia e as miniaturas no âmbito Clínico e institucional, ampliando seu uso não apenas pelos profissionais da área da psicopedagogia, mas também aos pedagogos conhecer a riqueza deste instrumento como parceiros na construção do conhecimento. Sandplay apresentado por Dr. Dora Kalff, em 1954, seguidora de Lowenfeld. Divulgou o uso do método em clínicas e escolas como instrumento de avaliação e intervenções na superação das dificuldades. O método consta de duas caixas de areia com medidas padronizadas: uma seca, uma molhada e uma variedade de miniaturas. A metodologia consiste em convidar o paciente a brincar com as areias, a construir as cenas com as miniaturas. A luz da Epistemologia Convergente Jorge Visca denominou a caixa de areia, como sendo um rico instrumento para avaliação e intervenção psicopedagógica. A caixa de areia é a arte de criar e recriar, construindo conhecimentos através do lúdico, o resultado final é de emoção, surpresa, sorrisos, curiosidades e descobertas. Seu uso vai desde: Produção textual, linguagem oral e escrita, leitura e interpretações de textos, fábulas ou livros, trabalhar o raciocínio lógico e matemático, classificação, seriação, socialização, companheirismo, afetividade, criatividade, diversidade cultural e outros. Ressignificar é a capacidade que possuímos de encararmos e de percebermos, de forma diferente, dando um novo sentido ao que já existe. Portanto ressignificar a caixa de areia não apenas como instrumento de avaliação e intervenção psicopedagógico. Mas, também como uma ferramenta de aprendizagem oferecida pelos pedagogos e psicopedagogos, possibilitando ao aprendiz percorrer as avenidas do conhecimento. "Para um bom andamento do processo ensino aprendizagem, é essencial que as atividades sejam pensadas de forma que façam com que o aluno se interesse e, principalmente, encontre significado na realização das tarefas. Isso se dá para todos os alunos, sem exceção". Assim o fazer pedagógico ou psicopedagógico não deve ser mera brincadeira de faz de conta. Ressignificar novas ferramentas de aprendizagens no contexto institucional deve estar presente no dia-a-dia das práticas profissionais. Conclusão: Conhecer caixa de areia a luz da epistemologia convergente é oferecer ao profissional uma ferramenta de trabalho o qual pode ser aplicado nas diferentes instituições, com crianças, adolescentes, adultos e pessoas portadoras de necessidades especiais, seja no trabalho em grupo ou individual possibilitando de forma prazerosa a construção do conhecimento. Esperamos que esta pesquisa sirva de norte para psicopedagogos, pedagogos e demais profissionais, o estudo foi de grande valia para maior conhecimento do uso da caixa de areia nas diferentes instituições sendo mais uma ferramenta de aprendizagem no contexto educacional.
Tema: Inclusão
Título: AÇÃO PSICOPEDAGOGICA FRENTE À CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO AEE
Autor: GRAÇA MARIA DE MORAIS AGUIAR E SILVA
RESUMO
Introdução: Objetivamos investigar a atuação do psicopedagogo no Atendimento Educacional Especializado (AEE), identificando especificidades nas intervenções ligadas à construção da leitura e escrita, verificando possíveis contribuições no apoio à inclusão de alunos com deficiência intelectual na escola regular. Método: Por meio de uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, tivemos como campo empírico o programa de AEE da rede pública de Sobral-Ce que funciona em salas de atendimento multifuncional. Segundo dados da Secretaria de Educação Municipal, o programa conta com 53 professores, sendo 48 pós-graduados em Psicopedagogia, atendendo no contra turno 885 alunos com deficiências e transtorno Global do Desenvolvimento, sendo 445 alunos com deficiência intelectual. Destes, delimitamos em 09 os professores/sujeitos que aderiram à pesquisa, responderam os questionários e foram observados por um período de dois meses. Resultados: A partir dos dados coletados, verificamos que os profissionais acreditam que a especialização em psicopedagogia contribui para ampliar o olhar sobre a aprendizagem do sujeito e suas especificidades, porém o desafio de intervir de forma eficiente constitui-se num dos principais desafios enfrentados por estes no AEE e consequentemente na inclusão escolar. Segundo o Professor 3 (P3), "Por não saberem ler estes alunos ficam à margem da dinâmica de sala de aula, e são impedidos de aprender os demais conteúdos que se dão via leitura e escrita" (P3). Para P5 e P7 a experiência que tinham anteriormente como professores alfabetizadores, contribuíram na elaboração de atividades e adaptação curricular, provocando avanços lentos, porém perceptíveis. Vale ressaltar que dos alunos (entre 08 e 12 anos) atendidos pelos respectivos professores apenas um destes encontrava-se em processo inicial de alfabetização. As ações mais adotadas por estes incluem, diagnóstico inicial baseado na Psicogênese da Linguagem Escrita de Ferreiro (1985), atividades grafomotoras, jogos envolvendo a linguagem, etc. Em 03 dos professores observados, não se percebe planejamento individualizado, a maioria das propostas são aleatórias, o que pode manter os alunos ocupados, porém não garante resultados eficazes. Verificamos à partir desta amostra, que apesar de considerarem a contribuição da especialização para os processos avaliativos dos alunos, a ação educativa eficaz à inclusão, ainda é um desafio que os mesmos procuram superar ao longo do processo.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO EM ESPAÇOS DE SAÚDE: RETROALIMENTAÇÃO DO APRENDER FAZENDO
Autor: GRAÇA MARIA DE MORAIS AGUIAR E SILVA
RESUMO
Introdução: A Psicopedagogia na saúde, embora situada em campo epistemológico pouco pesquisado, vem atuando com pacientes (crianças, adolescentes, adultos, idosos) internados e/ou em tratamento, de curta, ou longa duração, evitando a apatia e entraves na aprendizagem, estimulando-os de forma educativa e humanizada através da práxi psicopedagógica. O presente relato objetiva discutir a supervisão de estágio de pós-graduandos em psicopedagogia intervindo com idosos na SCM de Sobral - CE. Método: Relato de experiência a partir da supervisão de estágio que teve início com um seminário preparatório para atuação nos espaços de saúde, seguiu-se um programa previamente elaborado constando de observações e práticas de campo na SCM de Sobral no setor de idosos abrigados com transtornos psiquiátricos. Os 14 estagiários vivenciaram por dois meses, o confronto entre teoria e prática no âmbito da aprendizagem de aprendentes idosos. Resultados: Os alunos já haviam passado pelo estágio nas escolas e na clínica, porém sentiram-se bastante afetados com um ambiente onde a doença não está cunhada num órgão específico, mas instalada na mente e na 'alma' daquelas pessoas, o que requer não só uma postura diferenciada frente ao aprendente, mas também readaptação de alguns instrumentos de avaliação e formas de intervenção. Por exemplo, não tínhamos pais de aprendentes para aplicarmos anamnes, esta foi feita através dos relatos/recortes de suas histórias de vida, contadas não apenas em uma sessão, mas sempre que a memória as resgatava. As sessões ultrapassavam o tempo previsto em virtude da carência e ócio diário dos aprendentes. A avaliação e intervenções psicopedagogicas foram diversificadas, os planejamentos iniciais reformulados em virtude de como o campo ia se apresentando, levando em consideração as pré-disposições e áreas de interesse dos aprendentes, o que resultou em estudo e rico aprendizado de aprendentes, estagiário e supervisora. Vale ressaltar que os espaços de saúde, criados para salvar vidas e curar doenças emergentes, precisa de profissionais que ajudem o pacientes limitados pela longa internação, manterem-se vivendo em plenitude e principalmente mantendo acesa a chama do aprender.
Tema: Tecnologias no Contexto Escolar
Título: A INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA
Autor: JANE NEVES DA SILVA CORDEIRO
RESUMO
A presente monografia aborda a Influência da Televisão na Formação da Criança. Tendo como objetivo geral compreender como o desenho animado Bob Esponja contribui para a formação de valores e procedimentos (atitudes) em crianças do 2º ano do ensino fundamental I. O problema a ser resolvido na pesquisa consiste em verificar se o desenho animado Bob Esponja contribui para a formação de valores e procedimentos dessas crianças. Nesse sentido, os objetivos específicos são: perceber as atitudes de respeito ao outro; identificar a influência nas atitudes positivas ou negativas em relação ao outro; compreender a necessidade de atitudes éticas em relação ao outro; promover atitudes cidadãs em relação a sociedade. Para tanto, essa pesquisa fundamenta-se em estudiosos na área da mídia televisiva como: "A Televisão pelo Olhar das Crianças" de Duarte (2008); "Televisão, a vida pelo vídeo" por Filho (1993); "História da Televisão Brasileira" por Mattos (2002) e teóricos na área da infância como: "História Social da Criança e da Família" por Aries (1978); "O que é Criança" de Damazio (1991); ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), entre outros autores que abordam a concepção da moral e ética como: "O Juizo Moral na Criança" de Piaget (1994); "O que é ética" de Valls (2008); "Lições sobre ética" por Tugendhat (1996) dentre outros. A pesquisa é de campo, de caráter qualitativo e descritivo, realizada na escola Municipal Maria Amália Paiva, localizada no bairro do Nordeste de Amaralina, no município de Salvador/BA. Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: enquete/questionário, atividade/entrevista e a análise dos cinco episódios do desenho animado favorito das crianças, o Bob Esponja. O principal objeto do estudo foram as crianças do 2º ano do ensino fundamental I da escola Maria Amália Paiva, do turno matutino. Conclui-se que o desenho animado Bob esponja apesar de estar voltado para o público infantil, não contribui para a formação moral e ética dessas crianças. A TV ensina valores invertidos, cabe a escola criar estratégias de ensino que promovam a formação de sujeitos críticos e reflexivos em relação ao que se vê na TV. Além disso, é importante que a escola desenvolva projetos com temas transversais em relação a questões éticas.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: ATUAÇÃO DOS NÚCLEOS DE APOIO PSICOPEDAGÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
Autor: KARINA NONES TOMELIN
Coautor: TOMELIN J. F.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar um panorama sobre a atuação dos Núcleos de Apoio Psicopedagógicos do Ensino Superior no Brasil e discutir a atuação de um núcleo implantado em 2009 em uma faculdade de Blumenau que se tornou referência para outras faculdades da região. Trata-se de uma pesquisa exploratória sobre a atuação de vinte e um núcleos de apoio psicopedagógicos no Brasil, classificando-os em ativos ou reativos conforme os métodos e abordagem utilizados. Além disso, descreve-se a atuação do NUAP, suas principais ações e resultados. Os resultados demonstraram que a maioria dos núcleos, cinquenta e sete por cento, atua de maneira reativa, ou seja, foca seu trabalho apenas em atendimentos individuais. Dentre os quarenta e três por cento de núcleos de abordagem ativa, como o NUAP, destacam-se programas como de motivação permanente, de permanência acadêmica3 e de apoio acadêmico. A partir disso, conclui-se que apesar das exigências do Ministério da Educação para implantação de serviços de apoio psicopedagógicos para alunos do Ensino Superior, o trabalho na maioria destes núcleos apresenta-se de forma empobrecida, reativa e paliativa. Cabe discutir propostas de atuação para ampliação do trabalho psicopedagógico ressaltando aspectos da prevenção e da construção de modelos ativos no que diz respeito ao processo de aprendizagem.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: COMPETÊNCIAS BÁSICAS PARA A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA
Autor: LUZIA ALVES DE CARVALHO
Coautor: Falcão J.P., Nicolau C.C.B.A.
RESUMO
A Psicopedagogia originou-se em função de uma demanda muito além dos ensinamentos pedagógicos e/ou psicológicos, dessarte estuda o ato de aprender e ensinar levando em conta os fatores internos e externos que o influenciam tomados em conjunto (Scoz, 1994). Ao estudar a construção do conhecimento em toda sua complexidade, a psicopedagogia procura igualar os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe são implícitos. Fundamentado na autora, esse trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de estágio supervisionado realizado pelos alunos do Curso de Pós-graduação em Psicopedagogia. A metodologia consistiu inicialmente na divisão da turma em duplas, cada qual com a proposta de experimentar e vivenciar a prática do piscopedagogo dentro do ambiente escolar e clínico, concomitantemente, com crianças do Primeiro Seguimento do Ensino Fundamental. Para essa prática, além da observação da criança em seu ambiente de aprendizagem, as estagiárias utilizaram na Clínica de Psicopedagogia, instrumentos como: ficha de anamnese, EOCA, avaliação da leitura e da escrita, provas operatórias de Piaget, teste de audibilização de Clarissa Golbert, avaliação do grafismo e consciência fonológica de Fernando Capovilla. A prática do estágio efetuou-se em um total de 100h, divididas em duas etapas. A primeira consistiu em 30h de observação no ambiente escolar. E a segunda em 30h de avaliação na Clínica de Psicopedagogia seguidas de 40h de intervenção psicopedagógico com a criança observada. Pretende-se ao final desta experiência de estágio supervisionado possibilitar aos alunos subsídios para que possam lidar com os processos de desenvolvimento e da aprendizagem humana, considerando as especificidades do contexto educativo contemporâneo. À guisa de conclusão pode-se dizer que essa modalidade de estágio, possibilita às futuras psicopedagogas vivenciarem a atuação interdisciplinar que integra o diagnóstico e a intervenção em situações que envolvam esses processos no plano clínico e institucional.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: RELATO DE EXPERIÊNCIA: OLHARES PARA UMA PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA ACADÊMICA, CRÍTICA E CONSCIENTE
Autor: MAGALI MARQUES MACEDO MARTINS
Coautor: Carvalho, W.N.S.G.
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste artigo é relatar e refletir sobre uma experiência de atuação psicopedagógica em sala de aula de nível superior com estudantes de Pedagogia, tendo um olhar diferenciado com o estudante em suas modalidades de aprendizagem. Método: Com metodologia participativa este trabalho utilizou como instrumento de coleta de dados inicialmente uma questão/ diagnóstica: "Como você aprende?" E uma resenha reflexivo-crítica, sobre o processo de aprendizagem dos participantes no final do período entre fevereiro e junho/2013. O referencial teórico utilizado contribuiu para norteamento, esclarecimentos e comprovação relacionados às práticas psicopedagógicas. Participaram da pesquisa 45 alunos da graduação em Pedagogia, entre 19 e 42 anos, de uma Faculdade da Zona Sul da região metropolitana do Estado de São Paulo. Resultados: O levantamento realizado nesta pesquisa considera que 42,2%, acharam importante ter um olhar aprendente diferenciado e transformador; 33,3% ainda conservadores, porém com as vivências do processo de aprendizagem apresentaram olhar mais aberto e reflexivo; 17,8% apresentam ainda fixação nos modelos tradicionais de ensino/ aprendizagem e 6,7% não conscientizaram-se acerca dessa aprendizagem criativa/reflexiva, por estarem focados em sua própria dificuldade de aprender. Os resultados foram satisfatórios na medida em que foram observadas transformações em seus olhares e uma conscientização crítica em seus fazeres pedagógicos. Ressaltando, Fernandes que nos alerta para "desarmar os clichês" em atitudes transformadoras para a inovação do ensino/aprendizagem. Conclusão: Podemos olhar o processo integrado de ensino/aprendizagem com criatividade reflexiva. Foram aproveitadas sugestões dos alunos no processo, considerando as faixas etárias, que contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa. A disciplina Arte e Linguagens foi facilitadora, por permitir e agregar um leque de recursos no processo ensino/aprendizagem. Pode-se concluir que transformações ocorrem usando a criatividade no sentido de criar, refletir e inovar práticas pedagógicas e psicopedagógicas para que o aluno ressignifique e tenha prazer em buscar o conhecimento.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: A MEDIAÇÃO DE LEITURA COMO PONTE PARA UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Autor: MARIA CRISTINA LEFÈVRE CAIUBY
Coautor: Ernesto L. A., Caiuby L. C. M.
RESUMO
Este relato é fruto da experiência com o projeto "Construindo narrativas a partir dos contos de fadas" desenvolvido com crianças de 9 e 10 anos da comunidade de Paraisópolis que frequentam o Instituto PROF no contraturno escolar. O trabalho com os Contos de fadas foi proposto para aproximar as crianças do universo literário e incentivá-las a exercitar as práticas de leitura e escrita, já que uma parte considerada dos alunos apresenta defasagem em relação aos conteúdos das séries em que estão cursando, especialmente na área de Língua Portuguesa. Para tanto o projeto teve como principais objetivos desenvolver o gosto pela leitura e trabalhar habilidades linguísticas que favorecessem a construção e apropriação de saberes numa perspectiva lúdica e criativa. Conhecer a biografia de alguns autores, ler, interpretar e analisar diferentes versões de um mesmo conto, produzir reescritas e refletir sobre os aspectos que fazem parte da estrutura do gênero foram algumas das principais etapas percorridas durante o projeto. A metodologia de trabalho utilizada teve como referências teóricas o modelo de mediação proposto por Feuerstein e o de linguagem Integral, por Goodman e Condemarin, que tem como pressupostos a concepção de uma aprendizagem significativa para a produção de sentido e a conquista da autoria, levando os alunos ao reconhecimento de suas capacidades para aprender e enfrentar desafios. O trabalho com mediação de leitura gerou avanços visíveis em relação ao comportamento leitor dos alunos, tanto no que se refere ao hábito de ler e ouvir histórias por prazer, como na sua compreensão leitora. Dentre os fatores que promoveram tais resultados, destacam-se: o tempo e a constância destinados às atividades; a escolha do acervo literário, a relação de afeto e confiança estabelecida no grupo e a aposta na capacidade que todas as crianças têm de pensar e aprender. A continuidade desse trabalho prevê a elaboração de narrativas individuais, como forma de agregar e colocar "em jogo" todos os conhecimentos aprendidos e que serão compiladas na criação de um livro como produto final deste projeto.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: REFLEXÕES SOBRE DIAGNÓSTICO/INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICAS: ADAPTAÇÕES METODOLÓGICAS NO ENSINO DE MÚSICA PARA SURDOS
Autor: MARIANA DE LIMA ALVES HATHENHER
RESUMO
Objetivos: Trata-se de um estudo sobre Diagnósticos/Intervenções Psicopedagógicas utilizadas na educação de pessoas surdas e possíveis adaptações de metodologias nessas aulas em um conservatório de Uberlândia, compreendendo os processos de aprendizagem musical desses aprendentes, observando as aulas de musicalização e instrumentos. Métodos: Foram feitos atendimentos individualizados e/ou grupos, de acordo com o planejamento, semanalmente com cinquenta minutos ou junto com outros professores nas aulas e após diagnóstico realizado por meio de instrumentais Psicopedagógicos, o trabalho foi direcionado para o apoio ao professor em sala e individualmente ao aluno, incentivando-os a usar instrumentos e técnicas que foram descobertas conjuntamente. Desta maneira, têm-se o Conservatório e os professores de música, participantes ativos desta produção, sendo vistos como mediadores do conhecimento no processo de ensino/aprendizagem. Resultados: A Psicopedagogia buscou diagnosticar/intervir nas dificuldades de aprendizagem tornando-se evidente também quando o assunto é o ensino de música para surdos. A partir desse diagnóstico, propomos para intervenção, metodologias apropriadas e tentamos assim, adaptar materiais e instrumentos, enfatizando o estímulo visual que lhes são pertinentes. Sugerimos, também, uma reflexão sobre a importância do uso de recursos adaptados como materiais visuais, das novas tecnologias existentes a favor do melhor entendimento/aproveitamento nas aulas, principalmente na questão rítmica e corporal. Contribuindo assim, para uma futura base de ação a ser aplicada como suporte para a formação de futuros professores de música para surdos. Conclusão: Como resultado, é possível acreditar no ensino-aprendizagem na educação musical para surdos, e, este assunto certamente merecerá mais pesquisas e futuros estudos, pois, as limitações que são impostas aos surdos, são muitas vezes maiores que a própria limitação sensorial que eles apresentam. Este produto foi retirado da realidade vivida pelos alunos surdos que nas aulas de música no Conservatório, não será uma produção meramente teórica ou ideal, podendo afirmar que a relação entre música e surdez não é um paradoxo.
Título: A POTENCIAL OU REAL EVASÃO ESCOLAR- UM CANCRO SOCIAL E NÃO UM PROBLEMA MERAMENTE ESCOLAR
Autor: MARINA LIMA BEUST
Tema: Inclusão
RESUMO
Objetivo: Prevenir situações de risco recuperando ou, no mínimo atenuando, os problemas decorrentes da potencial ou real evasão escolar, vista como um cancro social e não um problema meramente escolar - que já se esgotou - visando à proteção social desses indivíduos e suas famílias, maculados por mais um insucesso familiar. Método: Crianças e adolescentes (dos 4 anos aos 17 anos) encaminhados pelas escolas, Conselho Tutelar, Hospital e Centro de Saúde, CRAS e a própria família - todos com uma queixa. Realizam-se a anamnese e as avaliações, obtendo-se o perfil de chegada que, após 6/12 meses de atividades, por comparação tem-se os resultados alcançados. Os assistidos - hoje 414 - frequentam a instituição de 2ª à 6ª feira, no turno da manhã ou da tarde, no contraponto do horário escolar. São trabalhados todos os fatores que interferem nas aprendizagens humana e escolar, através de uma visão psicopedagógica das competências metacognitivas, metalinguísticas, psicomotoras e pedagógicas. Resultados: A visão psicopedagógica das dificuldades/problemas de aprendizagem nos remete à necessidade da interdisciplinaridade com a participação de outras especialidades. A Psicologia nos fornece os resultados dos testes RAVEN (estudos cognitivos), BENDER (capacidade perceptuais e motoras) e o HTP (personalidade e habilidades sociais). A fonoaudiologia nos fornece os resultados do teste CONFIAS (consciência fonológica), o estado de sua motricidade oral (estrutura muscular dos órgãos fonoarticulatorios). O teste TDE, pela psicopedagoga, revela o nível na leitura e na escrita. O perfil resultante, com crianças/adolescentes - nosso público-alvo, de famílias em estado de vulnerabilidade social - é desafiador. As duas avaliações anuais têm revelado melhoras sensíveis nos mais assíduos frequentadores (uma vez que não podem ser obrigados a frequentar). A quantificação dos resultados (estatisticamente falando) está em andamento mas as respostas subjetivas e positivas da escola, da família, da Regional de Ensino e a grande procura (fila de espera de mais de uma centena) nos traduz que: o caminho que percorremos está certo! Conclusão: Receber crianças/adolescentes oriundos em grande parte de famílias em estado de vulnerabilidade social, é um desafio. Um significativo número delas é - como classificamos - "vítimas da família onde nasceram. Famílias? Circundados em um ambiente confuso, como se pode esperar resultados normais na escola? E para muitos, o permanecer na Instituição é o paraíso! A grande procura pelas escolas e pela Regional de Ensino ao encaminhar alunos com dificuldades/problemas na aprendizagem tem hoje sido traduzido nos resultados positivos alcançados. Como deve ser difícil concentrar-se na atividade escolar - e os exemplos são extremos - do pai presidiário, da mãe drogada, do pai alcoólatra, da família que o (a) abusa sexualmente?
Tema: Tecnologias no Contexto Escolar
Título: NOVAS TENDÊNCIAS DO SÉCULO XXI: A APRENDIZAGEM MEDIADA POR JOGOS DE RACIOCÍNIO
Autor: MARLI PALOMARES TAMBARA
Coautor: Garcia S.R.R., Abed A.L.Z.
RESUMO
Objetivos: Este relato de experiência objetiva apresentar a Metodologia do Programa MenteInovadora, seu eixo teórico (interacionista), seu público-alvo (alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio) e sua Metodologia. O programa tem como proposta o desenvolvimento das habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas. Métodos: A Metodologia do Programa MenteInovadora trabalha a partir de três Pilares: os Jogos de Raciocínio, os Métodos Metacognitivos e o Professor-Mediador. As aulas com duração de 50 minutos fazem parte do currículo da escola e acontecem uma vez por semana. Através de aulas que usam jogos como recurso mediador, o professor, parte fundamental nesse processo, intervém de modo intencional para que a aprendizagem seja significativa, possa transcender a aula e ser levada para o cotidiano. Resultados: Estudos realizados indicam impactos positivos no desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais e na proficiência em Linguagem, Matemática e Ciências Naturais. Depoimentos de alunos, familiares e professores corroboram tais evidências. Em 2004, uma pesquisa internacional avaliou a relação entre a Metodologia e as habilidades linguísticas e de resolução de problemas. Entre 2009 e 2013, pesquisas nacionais avaliaram os impactos do Programa nas dimensões professor, aluno e família. Em 2014, nova pesquisa avaliará a relação entre a Metodologia, a proficiência dos alunos na área de Matemática e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Conclusão: Fica evidente a importância da escola do século XXI construir com seu corpo docente e discente um trabalho intencional com foco no desenvolvimento das habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas, tendo em vista as demandas da vida moderna e suas exigências quanto à melhoria da aprendizagem e ao desenvolvimento global dos envolvidos. As novas tendências na área da educação mostram a necessidade de inovar propostas de ensino, diferenciar formas de abordagem e capacitar professores para mediar a aprendizagem dessa nova geração.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: DIAGNOSE INSTITUCIONAL UMA PROPOSTA PSICOPEDAGÓGICA: PERMEADA PELOS ASPECTOS COGNITIVO, EMOCIONAL E AMBIENTAL
Autor: MÁRCIA CRISTINA ARAÚJO LUSTOSA SILVA
RESUMO
Este trabalho visa à compreensão da dinâmica dos processos educativos, afetivos e sociais de uma instituição educacional. Propõe a diagnose institucional contemplando os aspectos organizacionais permeados pelo inter-relacionamento entre os colaboradores e os setores contribuindo para o fortalecimento das potencialidades. A metodologia utilizada foi pesquisa de campo realizada na Escola Técnica SENAI Água Fria em Recife/PE. A coleta de dados se deu através de entrevistas com docentes, questionários com discentes, além da observação do cotidiano escolar. Este estudo evidencia o clima organizacional, o grau de satisfação percebida pela equipe para com a escola. Está vinculado a motivação, a colaboração, aos relacionamentos estabelecidos entre os pares, aos sentimentos e emoções dos sujeitos pesquisados. Os fatores envolvidos são: cognitivos, emocionais e ambientais. Os dados obtidos ressaltam o aspecto cognitivo, o desenvolvimento e funcionamento das estruturas que proporcionam a possibilidade de conhecimento por parte do sujeito, em sua interação com o meio. Os aspectos emocionais interferem na construção do conhecimento e vai desde dificuldades para lidar com as frustrações até transtornos emocionais. Entretanto, para além das causas individuais, estão as de ordem ambiental, oriundas da família, escola/sociedade. São fatores intervenientes do próprio modelo de funcionamento e das relações por elas estabelecidas. Contudo, torna-se necessário lembrarmos que esses fatores não são estanques, nem aparecem isoladamente. Eles têm uma circularidade causal, como diz Fernández (1990). Este estudo consistiu na busca de um saber para saber-fazer por meio das informações obtidas nesse processo de investigação. Percebeu-se que a atuação do Psicopedagogo na instituição fortalece o processo de desenvolvimento e da aprendizagem do sujeito, adequando essa escola às novas demandas da educação. Constatou-se, que o diagnóstico psicopedagógico institucional Weiss (1992) engloba o professor, o aluno e a construção do conhecimento, permitindo investigar transtornos, patologias e distúrbios referentes à aprendizagem. Instrumentalizando a atuação do psicopedagogo na instituição escolar.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO NO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Autor: MÁRCIA MARTINS DO AMARAL DEPS
Coautor: Palacios, E. M. N.; Ferreira, J. T. C.; Oliveira, G. A.; Ramalho, C. R. F.; Effgen, E. A.; Silva, L. A.; Pimenta, M. L.
RESUMO
Alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) necessitam de intervenções psicopedagógicas. O estudo objetivou analisar o processo de escolarização desses alunos atendidos no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), Vitória, ES. No período de janeiro/2013 a maio/2014, coletaram-se dados de 231 prontuários de crianças e adolescentes, em idades de 7 a 17 anos, todos sob tratamento farmacológico e atendidos no Programa de TDAH do Ambulatório de Pediatria do HUCAM. A entrevista utilizou questionários estruturados na obtenção de dados sociodemográficos, econômicos, do desempenho acadêmico e da evolução clínica. A análise estatística consistiu de métodos descritivos. Os resultados revelaram que 64,92% das crianças e adolescentes entre 7-12 anos, 78% do sexo masculino, 78,35% provenientes de escolas públicas, 30,73% procedente do município de vitória, 65,80% em tratamento farmacológico com metilfenidato, 28% com renda familiar de até um salário mínimo. As dificuldades na leitura (67,94%), escrita (67,30%), matemática (67,94%) e interpretação (69,87%). Constatou-se 27,5% expulsão e repetência escolar (51,97%). Apesar dessas dificuldades, apenas 30,06% participaram de reforço escolar, 9,25% de educação especial, 37,5% de projetos fora da escola, 29,43% de atendimento psicopedagógico e 27,7% de atendimento psicológico. Conclui-se que as crianças e os adolescentes avaliados apresentaram graves déficits no desempenho acadêmico, mesmo sob efeito de psicoestimulantes. Portanto, a falta do acompanhamento psicopedagógico contribuiu para um processo de escolarização limitado. Os subregistros de dados nos prontuários foram às principais limitações desse estudo.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: TESTE DE DESEMPENHO ESCOLAR NO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Autor: MÁRCIA MARTINS DO AMARAL DEPS
Coautor: Palácios E. M. N., Ferreira J. T. C., Oliveira G. A., Silva L. C., Pimenta M. L., Effgen E. A.
RESUMO
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) está frequentemente associado a dificuldades de aprendizagem. O objetivo desse estudo consistiu em verificar a eficácia do Teste de Desempenho Escolar (TDE) na avaliação de crianças com TDAH. Selecionou-se 30 crianças de 8 a 11 anos da Comunidade de Carapebus/ES e do Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes com TDAH, e grupo controle de 13 crianças, pareadas ao grupo TDAH. A avaliação do desempenho escolar se deu pela aplicação do TDE em ambos os grupos e a análise estatística, pelos testes qui-quadrado e Mann-Whitney. Os critérios de exclusão, identificados por avaliação clínica, abrangiam doenças neurológicas e transtornos de aprendizagem. A análise dos dados coletados por meio do teste qui-quadrado (x²) evidenciou que o grupo TDAH apresentou diferença estatística (p=0,056) comparado ao grupo controle. Os grupos avaliados, TDAH e controle, não apresentaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao desenvolvimento intelectual e variáveis sociodemográficas, avaliação feita por meio dos testes qui-quadrado (x²) e Mann-Whitney, obtendo em ambos p>0,05. Concluiu-se que a avaliação do desempenho escolar por meio do TDE permitiu estabelecer as diferenças existentes entre os grupos TDAH e controle: a qualidade de escrita e linguagem entre as crianças com TDAH são prejudicadas, em comparação com crianças sem TDAH. Além disso, a capacidade de escrever é complexa e medidas padronizadas para a análise da escrita entre as crianças com TDAH são necessárias para uma melhor compreensão de sua escrita específica.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: O OLHAR DA PSICOPEDAGOGIA PARA AS APRENDIZAGENS DE CRIANÇAS EM ESPAÇOS CULTURAIS
Autor: REGINA ROSA DOS SANTOS LEAL
RESUMO
Este trabalho tem como propósito desenvolver o olhar da Psicopedagogia para as experiências de crianças na relação "entre" escola, museus e cidade. Partindo de uma pesquisa desenvolvida no Programa do doutorado interdisciplinar em estudos do Lazer da Escola de Educação Física da UFMG, busca-se investigar as experiências, conhecimentos e formação de crianças na faixa etária de 3 a 10 anos, que visitam com suas escolas, espaços museológicos do Circuito Cultural Praça da Liberdade na cidade de Belo Horizonte -MG. Prioriza-se nesse trabalho, o caráter interdisciplinar e preventivo da Psicopedagogia e assim perceber a importância do seu olhar para o Projeto Político Pedagógico da PMBH: BH-Cidade Educadora. O estudo tem como intenção avaliar a integração cognitiva-afetiva-social na aprendizagem das crianças, para propor políticas públicas. Para tanto, parte de uma reflexão teórica interdisciplinar nos eixos da filosofia, sociologia, educação, cultura, lazer e Geografia contemporânea. Do ponto de vista metodológico busca-se, nas reflexões de Magnani (2002) na área da antropologia urbana, a etnografia como experiência. Trata-se de um estudo etnográfico na relação do espaço formal e informal de educação que visa aprimorar o olhar da Psicopedagogia preventiva entre educação, cultura e cidade visando compreender o protagonismo e a autoria de pensamento infantil.
Tema: Família e Sexualidade
Título: JOGOS: HABILIDADES OU ESCONDERIJO
Autor: RIVA GELMAN
RESUMO
Objetivos: O objetivo deste trabalho é refletir sobre o uso solitário e excessivo do jogo, eletrônico ou não, e levantar questionamentos sobre possíveis defasagens no desenvolvimento infantil principalmente nos aspectos relacional e social quando esta atividade é hierarquizada. Métodos: Este relato é sobre um atendimento familiar sistêmico realizado em consultório de psicoterapia com todos os membros da família. O referencial teórico é o construtivismo e a teoria sistêmica. Pedro: "um menino de 6 anos, filho único de pais maduros, lia e escrevia, era autodidata; apresentava medos infantis; "fanático por Lego e jogos no computador", preferia brincadeiras solitárias e contato com adultos; queria ser o "bom" mas desistia facilmente ao não conseguir realizar o que queria". Resultados: Pedro denuncia um universo familiar conflituoso e encoberto caracterizado por fechamento social. A terapia possibilitou à família ampliar a espontaneidade, interagir num nível infantil e rever a crença adulta que "brincar é uma perda de tempo". Os pais se mobilizaram para preencher a vida de Pedro com uma gama maior de experiências, estímulos físicos, relacionais e emocionais, o que não aconteceu com eles. Pedro pôde "ser criança". Evidenciaram-se: as divergências familiares, suas contradições, conflitos e ansiedades em se exporem às situações sociais, até então encobertos; houve queda no desempenho escolar, pouca motivação em atender solicitações e aprender e dispersão. Conclusão: O desenvolvimento, uma aprendizagem no sentido amplo, é responsável pela aquisição de conhecimentos, boa sociabilidade e auto estima. Isso ocorre através do brincar que amplia a capacidade de amar. O jogo, um construtor de habilidades, para ter função social, deve incluir o "outro real" como agente de aprendizagem. Seu uso solitário pode transformá-lo num esconderijo, onde dificuldades são evitadas. Para essa família, evoluir significa transcender como grupo, o fechamento social e acolher o outro como possibilidade de crescimento.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: 20 ANOS DA OBRA "A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL"
Autor: ROBERTA MELLO LEAL PIMENTEL
RESUMO
Este estudo teve como objetivo maior a construção de reflexões crítico reflexivas, destacando limites e possibilidades, após os 20 anos de uma das principais obras da Psicopedagogia no Brasil, escrito pela Drª Nadia Bossa e citado em grande parte das referências bibliográficas da área. O estudo ocorreu pelo método bibliográfico. A análise foi feita ao longo de dois anos e meio de supervisão psicopedagógica, com a própria autora da obra em questão, o que despertou na supervisionada, o desejo de ampliar as discussões. Em paralelo, foram construídos diálogos com as publicações mais recentes da área, fruto das apresentações científicas realizadas nos simpósios da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Para isso, foi selecionado o livro, "Avaliação Psicopedagógica - recursos para a prática", 2013, pela Wak Editora. Os resultados obtidos por este estudo revelam os principais avanços psicopedagógicos no Brasil quanto aos instrumentos e estratégias de intervenção. "A Nossa Casa", em uma releitura feita por Maria Helena Bartholo, e os "Testes Projetivos" e a "Análise do Material Escolar", sistematizados por Rosa Maria Junqueira Scicchitano, são exemplos dos avanços essenciais para a crescente qualificação desta práxis. Por outro lado, como legado contemporâneo, este trabalho busca contextualizar as prioridades imprescindíveis para a continuidade da construção psicopedagógica rumo à sua cientificidade e legalização. Este caminho foi discutido pelo viés dos cursos de graduação e sua inserção acadêmica, de modo multidisciplinar. Concluiu-se que, distante do universo dos cursos de graduação, em uma dinâmica direcionada ainda com muita frequência somente aos cursos de pós-graduação, a psicopedagogia estende de modo árduo sua luta inicial diante da construção de um campo científico. Priorizou-se, fundamentalmente, o avanço necessário no âmbito social e acadêmico, delineado pela convergência dos saberes que norteiam esta prática clínica.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM ORAL E ESCRITA EM PRÉ-ESCOLARES
Autor: TALITA DE CASSIA BATISTA PAZETO
Coautor: Leon C. B. R., Seabra A. G.
RESUMO
Objetivos: Avaliar a linguagem oral e escrita em crianças do Jardim I (4 anos) e crianças do Jardim II (5 anos), assim como verificar se os diferentes componentes da linguagem se correlacionam entre si e se essa habilidade aumenta com a progressão escolar. Método: A amostra foi de 90 crianças devidamente matriculadas nas séries Jardim I e Jardim II de uma escola particular da cidade de São Paulo com idade média de 4,91 anos. A linguagem oral foi avaliada pelos seguintes instrumentos: Prova de Consciência Fonológica (PCF), Teste de Vocabulário por Imagem Peabody (TVIP), Teste de Nomeação de Figuras e Teste de Repetição de Palavras e Pseudopalavras. As habilidades iniciais de leitura e escrita foram avaliadas pelo reconhecimento das letras (vogais e consoantes) e seus respectivos sons, escrita do nome e teste de leitura e escrita desenvolvido para a pesquisa. Resultados: A média geral de acertos em todos os testes tanto de linguagem oral quanto de linguagem escrita foi maior para o Jardim 2 do que para o Jardim 1, houve um aumento nos escores conforme progressão da série. Vale ressaltar que a PCF teve correlação muito alta com o Teste de Escrita e Alta com o Teste de Leitura e Reconhecimentos dos Sons, o que mostra que um bom desempenho nos testes de leitura e escrita tem correlação direta com a habilidade de reconhecer os sons das letras e com a consciência fonológica. Conclusão: Pode-se verificar que um bom desempenho nos testes de leitura e escrita tem correlação direta com a habilidade de reconhecer os sons das letras e com a consciência fonológica, conforme sugerido por diversos autores. Algumas variáveis não foram controladas e podem causar influência sobre os resultados encontrados. Os achados aqui relatados podem servir como um referencial do desenvolvimento de crianças típicas assim como um indicador de que há relação entre as habilidades avaliadas nessa faixa de escolaridade.
Tema: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
Título: MEDICALIZAÇÃO E APRENDIZAGEM ESCOLAR: O QUE PENSAM OS NEUROLOGISTAS?
Autor: TANIA PAULA PERALTA
RESUMO
Introdução: O presente trabalho busca refletir sobre a medicalização da aprendizagem. Utilizando como base os estudos teóricos referenciados e as entrevistas de profissionais da saúde diretamente responsáveis pela indicação/prescrição da medicalização de alunos que são considerados fracassados na escola. Métodos: Para realização do estudo optou-se em analisar o discurso de neuropediatras via entrevista semiestruturada com apresentação de um roteiro básico de questões, as mesmas foram elaboradas com base no referencial teórico analisado contando com o suporte de pesquisadoras com Moysés e Collares, que são referências nas pesquisas sobre medicação na educação. A partir das entrevistas buscou-se trazer à tona as constatações que esses profissionais fazem a respeito do tema. Os profissionais entrevistados atendem pacientes da cidade de Londrina-PR e região. Resultados: Analisando o resultado das entrevistas constata-se que os três neuropediatras entrevistados são favoráveis a medicação e defendem que a mesma é uma grande aliada da educação, não vendo nenhum ponto negativo na indicação do medicamento. Com o levantamento dos dados têm-se números que são reveladores e mostram a dificuldade em realizar atendimentos que possam considerar as individualidades de cada sujeito. Conforme afirmam os autores 1, 2 e 3, a escola não pode ser uma mera reprodutora dos problemas sociais e procurar enquadrar os alunos em padrões pré-estabelecidos, é necessário considerar as individualidades de cada sujeito e suas necessidades de aprendizagem. Conclusão: Na atualidade há muitas discussões sobre a medicalização e educação, muitas crianças e adolescentes são diagnosticadas precocemente. Para tanto, é importante refletir sobre essas questões e atentar-se para o número exagerado de diagnósticos de crianças e adolescentes com TDAH. As entrevistas com os neuropediatras trazem dados que merecem ser levados em consideração. É necessário refletir sobre esta realidade e iniciar um trabalho diferenciado com as crianças e adolescentes considerados fracassados na escola.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA: O ESTÁGIO COMO CONSOLIDAÇÃO DA FORMAÇÃO
Autor: TERESINHA J P COSTA
Coautor: Costa T.J.P.
RESUMO
A formação em Psicopedagogia ocorre, na maioria dos casos, por meio do curso de Pós-Graduação, os quais devem seguir as diretrizes norteadoras da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Dentre as exigências estão a carga horário mínima de 600 horas, trabalho de conclusão de cursos, o estágio supervisionado. Além disso, aconselha-se o curso presencial, a formação pessoal e a supervisão. Uma das grandes dificuldades percebidas na comunidade acadêmica por uma instituição particular localizada no Vale do Paraíba, no município de Jacareí, foi a dificuldade para os pós-graduando em Psicopedagogia realizarem seus estágios, tanto na clínica quanto na instituição. Porém, foram relatadas pelos candidatos aos estágios maior dificuldade para a realização do estágio nas clínicas. Por conta disso, a instituição de ensino superior optou por oferecer espaço para o estágio clínico. Assim, o Centro de Atendimento Psicopedagógico passou a realizar a triagem das crianças com transtornos na aprendizagem e encaminhá-las para os estagiários do curso de pós-graduação. Em geral, as crianças foram encaminhadas por escolas públicas e profissionais diversos, como neurologistas, pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos, dentre outros. As dificuldades iniciais foram as diversidades dos casos, sendo que alguns fugiam da área da psicopedagogia já que apresentavam dificuldades específicas de outras áreas. Os casos que traziam a especificidade psicopedagógica foram encaminhados para os estudantes e acompanhados e orientados pela supervisão de estágio para a realização do diagnóstico, intervenção psicopedagógica e devolutiva às famílias e aos responsáveis pelos encaminhamentos. Dos casos atendidos, a maioria, ou seja, 80% foram desligados por superarem a queixa iniciam, dificuldades na aprendizagem, as quais incluíam leitura e escrita com agravantes na interpretação e produção de textos; também na aritmética a dificuldade nos cálculos e resolução de problemas. A orientação dos estagiários foi pautada nas referências bibliográficas do curso, incluindo a pesquisa, a visita às instituições de ensino, a orientação aos professores e às famílias das crianças. Com a experiência de acompanhamento, orientação e supervisão dos estagiários pode-se concluir que a formação em Psicopedagogia não fica completa se os estudantes não vivenciarem os atendimentos às crianças. Por conta das dificuldades enfrentadas pelos pós-graduandos, em hipótese nenhuma o estágio pode deixar de acontecer. Nesse sentido, concluímos que a instituição de ensino superior pode e deve se organizar para proporcionar espaço de realização do estágio, visando a qualidade da formação dos profissionais que colocará no mercado, assim como a sua credibilidade pela comunidade local e acadêmica.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO POR UMA JANELA DA PSICOPEDAGOGIA
Autor: VIRGÍNIA MARIA OLIVEIRA BORGES
RESUMO
Através dos anos, o uso da linguagem falada fez progredir a conquista do homem sobre si mesmo e sobre suas obras, propiciando-lhe o acesso a um enriquecimento maior, tendo acesso ao domínio sonoro, categorizando, classificando, designando e nomeando, unindo som ao sentido, o significado ao significante. Todo esse movimento contribuiu para a manutenção desse registro do pensamento humano: a escrita. Uma compreensão do mundo imensamente diversificada pode ser elaborada através da linguagem. Assim, o homem precisou torná-la cada vez mais visível e transmissível, fazendo-se necessário perpetuar essa linguagem com maior fidelidade. Falar das competências da escrita em um mundo que se apresenta quase que avesso a ela é talvez uma das tentativas mais melindradas para o pesquisador e para aquele que ainda acredita no papel e no lugar da escrita nas sociedades de hoje. Faz-se necessário pensar no universo da sala de aula da Alfabetização, porque se assim não fizermos, pouco avançaremos para construir o tão sonhado escritor e o mais sonhado ainda leitor pesquisador, ou o utilizador da língua em todas as suas possibilidades. Em relação à escrita, é primordial saber que ela é um processo cognitivo e linguístico, e não motor e mecânico. Assim, fica bem mais fácil perceber o que realmente não funcionaria, se o objetivo da escola e do professor fosse uma alfabetização transformadora, contextualizada, capaz de possibilitar uma série de competências a partir dela. A criança só aprenderá escrever, escrevendo e isso é fato. Quando se trata do desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita não se pode deixar de considerar que estas caracterizam a sociedade contemporânea. As habilidades de ler e escrever passam a ser consideradas como condição essencial ao desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida. De certa forma, a escrita determina a própria existência dos sujeitos e o seu modo de viver. Assim, a ideia da necessidade e da prioridade da leitura e da escrita para os sujeitos passa a ser lugar comum em todas as instâncias sociais. É preciso reforçar que as mudanças necessárias não serão resolvidas apenas com novos materiais e acervos, pois infelizmente, existem milhares de livros empoeirados em muitas bibliotecas de escolas públicas desse país, mas é preciso mudar os pontos por onde fazemos passar o eixo central de nossas ações. A comunidade escolar é um espaço em que os sujeitos podem conviver com diferentes conteúdos, com variadas formas de expressões culturais, com gêneros textuais distintos, em situações comunicativas individuais. A Psicopedagogia, de forma salutar, abre-se ao perguntar sobre si mesma e constrói seu próprio aprender, colocando em jogo a função positiva da ignorância, os conhecimentos já adquiridos e o desejo de continuar crescendo. Para concluir, podemos dizer que quando a leitura e escrita é usada de modo planejado, esta aguça o pensamento livre e autônomo, tendo efeito motivador no percurso escolar, estimula processos de oralidade e escrita, dá chance aos professores de proporem ambientes acolhedores de letramento. A utilização de textos diversificados humaniza e atualiza as aulas e permite aos alunos ganharem mais confiança para trabalhar com a contextualização do cotidiano. Pois, se é transmitido aos alunos a importância da leitura e escrita, eles realizam na prática um aprendizado autônomo e equilibram suas potencialidades. É importante ressaltar a contribuição da Neurociência no conhecimento cerebral para a mediação das estratégias, dando alternativas práticas para auxiliar, na sala de aula, experimentações, avaliações e formulação de novas hipóteses, o desenvolvimento de autoria de pensamento, pois parece acertado dizer que não será a escola que dará sozinha conta das ações de linguagem e comunicação.
Tema: Psicopedagogia, Avaliação e Intervenção nas Especificidades da Aprendizagem
Título: RESSIGNIFICANDO O VÍNCULO MÃE E BEBÊ
Autor: VIVIANE CRISTINA DE MATTOS BATTISTELLO
Coautor: KORTMANN G.L.
RESUMO
O presente estudo surgiu da experiência de estágio psicopedagógico, no ano de 2012, no qual objetivou-se rever os aspectos de interação mãe/bebê, em uma abordagem psicopedagógica sistêmica, em termos de detectar aspectos de saúde e das funcionalidades das famílias. A metodologia estruturou-se em uma pesquisa qualitativa de natureza participante tipo grupo focal, com dois grupos de quatorze gestantes, participantes de um programa social e moradoras de bairros em situação de vulnerabilidade do município de Canoas-RS. Através de entrevistas semanais de forma semiestruturadas individuais e em grupos, e para análise dos discursos adotou-se diário de campo das sessões. Tais intervenções realizaram-se por meio de atendimento psicopedagógico na piscina térmica terapêutica, esclarecendo dúvidas pertinentes ao período gestacional, desenvolvendo dinâmicas para melhorar o bem-estar de mãe e bebê. Realizando um trabalho preventivo referente ao parto e pós-parto, por meio da mediação de uma psicopedagoga/terapeuta familiar e estagiárias dos Cursos de Graduação e Especialização de Psicopedagogia. O estudo baseou-se nos pressupostos teóricos de Vygotsky (1994), Pichon-Rivière (2007) e Bowlby (1988), contribuindo sobre a influência do meio, as relações de desenvolvimento de vínculo e laços de afetividade (apego). Os resultados mostraram que as mães expressam trazer um padrão de repetição na aprendizagem familiar, dificuldades de lidar com estresse e problemas em relação à estrutura familiar. As intervenções beneficiaram uma gestação saudável, além de transformar a maneira de ser, agir e pensar das futuras mães. Desencadeando uma relação geradora de vínculo e sentimentos de carinho, amor e fraternidade. Além de identificar os tipos de estratégias e solução de problemas educativos que pudemos utilizar para reintegrarmos essas mães a nova fase de suas vidas. Conclui-se que as atividades nas piscinas terapêuticas, palestras e dinâmicas em grupo desenvolveram sentimento de afetividade e ressignificação do vínculo mãe/bebê, além do bem-estar, noções de comportamento e higiene, visando passar às futuras mães informações de cuidado com o bebê.
Tema: Formação e Atuação Profissional do Psicopedagogo
Título: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA: DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO REALIZADO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Autor: WANESSA JHENIFFER FIRMINO DA SILVA
Coautor: Piragibe K. J. L., Nascimento R. G.
RESUMO
Descrever a experiência do fazer psicopedagógico clínico visando a preparação, bem como a promoção de saber e prática na análise e diagnóstico de crianças com queixas de aprendizagem, afim da obtenção do título de Psicopedagogo pela Universidade Estadual do Ceará. O estágio foi realizado numa clínica particular, onde as estagiárias atenderam crianças de baixa renda que apresentavam queixas de dificuldades de aprendizagem. Foi-nos apresentada a criança I. de 8 anos de idade com queixa de dificuldade de aprendizagem. Foram aplicados os seguintes testes para a chegarmos a um diagnóstico preciso: EOCA; Testes Projetivos; Provas Operatórias; Outros: Lateralidade, Orientação Temporal, Orientação Espacial, Sequencia Lógica, Manipulação de Fonemas, Compreensão de Texto, Teste de Compreensão de Texto Oral, Sondagem de Escrita e Cálculo. Com a realização dos testes observamos que a aprendente I. apresentou um desempenho mediano. Nas provas operatórias (Observação de pequenos conjuntos discretos de elementos, conservação da matéria e conservação de líquido) percebemos a partir dos resultados, que a aprendente se encontrava no nível pré-operatório intuitivo global. Nos testes projetivos (Eu com meus companheiros; par educativo; família Educativa; fazendo aquilo que mais gosta) observamos que I. sugeriu através dos resultados que possuía um vínculo negativo com os personagens da escola, como também de sua família, configurando um comprometimento no âmbito emocional. Apresentou um bom vínculo com as psicopedagogas, demonstrando felicidade naquele momento. Com os resultados obtidos no processo diagnóstico foi realizada a sessão devolutiva com a mãe da aprendente, consequentemente foram feitos os encaminhamentos necessários: Intervenção Psicopedagógica; Avaliação neurológica; Avaliação psicológica. Sugestão para escola: Atividades grupais; Trabalhar nas operações matemáticas com o material concreto. Em relação aos resultados acadêmicos, foi consonante entre as psicopedagogas envolvidas nesse caso o crescimento pessoal, acadêmico e profissional adquirido durante o estágio supervisionado. A vivência do estágio nos fez buscar mais informações, estudar mais, para que pudéssemos dar um resultado satisfatório não apenas para a Universidade, mas para a mãe e a aprendente que ansiavam por uma resposta concreta.
Tema: Inclusão
Título: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA À APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FACULDADE MEDIÚNICA
Autor: JANAÍNA DE FÁTIMA OLIVEIRA DA SILVA
RESUMO
Introdução: Este trabalho tem como propósito relacionar as condições de aprendizagem do sujeito que apresente uma alteração de consciência, de natureza extrassensorial mediúnica, apontando as contribuições da Psicopedagogia para o desenvolvimento da aprendizagem com ênfase no campo da afetividade. Certamente que ao fazermos relação com que tipo de contribuição a Psicopedagogia pode oferecer às crianças e aos jovens com mediunidade, precisamos antes indagar em que consiste mediunidade? Quais seus fundamentos? Como reconhecemos alguém que apresenta essa faculdade de forma mais ostensiva? Daí a necessidade de um olhar voltado para uma orientação que permita o desenvolvimento de dinâmicas que favorecessem o desenvolvimento adequado da modalidade de aprendizagem de crianças e adolescentes que lidam com sensações extrassensoriais e que aqui nomearemos de mediunidade ostensiva. O portador da faculdade mediúnica poderá manifestá-la através de transes, possessões e, até mesmo, a perda de movimentos do corpo. Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma condição perfeita da consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntário e não desejados, excluídos os oriundos de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito. Método: Buscamos então alguns indícios que podem esconder o surgimento de um processo mediúnico: irritação, mal humor e choro, sonolência e distúrbios do sono, distúrbios da alimentação (bulimia ou anorexia, respectivamente), situações frequentes de ausência de vontade própria nas quais parece haver uma personalidade no controle, trazendo desconforto momentâneo, alterações constantes na forma, no conteúdo e no curso dos pensamentos, promovendo desvio na elaboração das ideias, ou seja, falhas ou ausência no pensar, provocando sérias alterações na vida profissional, afetiva e familiar da pessoa, sensação constante de presença de seres invisíveis, seguido ou não de alteração do estado de consciência, produção de conhecimentos não atribuíveis ao saber do indivíduo e à sua revelia (quando, após a simples atividade de escrever ou de falar em público, a pessoa observa ou alguém lhe diz que o que produziu é de excelente conteúdo e de qualidade superior aos conhecimentos intelectuais que possui). Alertamos que a essas patologias deve ser dado, inicialmente, um cuidado sedimentado no olhar da medicina convencional. É na persistência dessas reações, esgotadas todas as alternativas de intervenção e tratamento da medicina tradicional, que sem qualquer explicação material que a mereça que um novo formato de intervenção será recomendado a pais e educadores: a condução de um tratamento psicológico com base terapêutica ou psiquiátrico, dialogar sem alarde com a criança ou o adolescente para o inteirarem sobre o que sentem ou o veem, esclarecer sobre o assunto sabendo sobre o que vai ser falado. Adotando uma postura integrativa, o psicopedagogo: levará em conta não só o sintoma fruto de um distúrbio orgânico, mas também o afetivo e o emocional que o acompanham. Reconhecendo todas as implicações da faculdade mediúnica enquanto conteúdo novo vivencial/cultural e percebendo a pessoa existente no sujeito (e este na condição de aprendente), encontramos na Psicopedagogia subsídios que podem diagnosticar a não aprendizagem e nortear ações pedagógicas através de uma orientação terapêutica. Assim sendo, a afetividade expressa nos gestos de compreensão e acolhida por parte do ensinante, refletirão no sujeito aprendente no resgate de sua autoestima e esta como mola impulsionadora de seu desejo em acomodar melhor sua aprendizagem. A contribuição da Psicopedagogia proporciona, em seus princípios, a compreensão da importância da afetividade na reestruturação do ego do aprendente, e de sua extensão ao ensinante na medida em que possa fazer uso de tais princípios para melhor acolher o aprendente de forma integral e integradora através da formação de um vínculo através de procedimentos específicos que iniciam com a anamnese, cuja finalidade é a formulação de uma hipótese diagnóstica que favorecerá a forma de intervenção a ser realizada, utiliza instrumentos de aspectos cognitivos (provas do diagnóstico operatório, realismo nominal), os aspectos psicomotores (teste de orientação direita/esquerda, figuras geométricas-Zaldo Rocha, etc.), aspectos afetivos sociais (técnicas projetivas-Visca, Trinca, etc.) e aspectos da aprendizagem formal (consciência fonológica, compreensão de texto, etc.). Resultados: Constatamos que, no universo de 15 atendimentos, houve a ocorrência de um caso de uma criança, 9 anos, sexo masculino, de iniciais R.K.O, que apresenta comportamentos conhecidos em nossa cultura como mediúnicos expressos da seguinte forma: sonolência, sensação constante de presença de seres invisíveis, vindo a manifestar no sujeito inicialmente, a supervalorização de suas experiências não conseguindo sistematizar o que do novo conhecimento lhe é é apresentado (Hipoassimilação-hipoacomodação). Conclusão: É importante para o psicopedagogo estar atento à existência da mediunidade, para melhor desenvolver os procedimentos inerentes aos conteúdos convencionais a serem trabalhados, procurando faze-los acessível ao sujeito (aprendente) cujo processo mediúnico esteja aflorando ou já esteja instalado. Portanto, conceber um fenômeno mediúnico implica conhecer os efeitos que dele decorre, evitando assim rotulações e promovendo, por meio de tal conhecimento, o desenvolvimento sadio do aprendente e de sua relação com a aprendizagem não apenas escolar como também familiar e social.