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Revista Psicopedagogia

versão impressa ISSN 0103-8486

Rev. psicopedag. vol.33 no.101 São Paulo  2016

 

EDITORIAL

 

 

A presente publicação, de agosto 2016, reúne sete relevantes artigos de pesquisa científica, um relato de experiência, uma revisão e uma resenha. De forma ampla e profunda, despontam temas de interesse preponderantes para a Educação e a Psicopedagogia, como funções executivas, atenção, leitura e escrita, relação da família com o desempenho escolar, a reinserção escolar, o autismo, o valor das brincadeiras na prevenção das dificuldades de aprendizagem e a importância dos métodos baseados em evidências cientificas para a intervenção psicopedagógica.

Abre a edição 101 desta revista, o artigo original "Desempenho de escolares em testes de atenção e funções executivas: estudo comparativo", escrito por Maria José Andrade, Mariana Coelho Carvalho, Rauni Jandé Roama Alves, Sylvia Maria Ciasca. Nesse artigo, os autores discorrem, inicialmente, sobre o conceito de funções executivas, que constituem funções corticais indispensáveis para o aprendizado escolar e engajamento da criança nas ações do cotidiano. Em seguida, por meio da investigação da relação entre funções executivas, atenção e desempenho acadêmico, em grupos de crianças com e sem dificuldades de aprendizagem, apontam nos resultados, a superioridade de desempenho do segundo grupo.

"Avaliação do uso de jogos eletrônicos para o aprimoramento das funções executivas no contexto escolar", de Daniela Karine Ramos e Natália Lorenzetti da Rocha, é uma pesquisa de abordagem qualitativa, que analisa e avalia a importância dos jogos cognitivos eletrônicos entre crianças de 8 a 11 anos de idade. O estudo evidencia que, além do aumento da motivação das crianças, houve desempenho crescente nos jogos e aprimoramento de funções executivas, em especial, o autocontrole e a atenção.

Dando seguimento a esta edição, apresentamos o trabalho enviado por Andréa Carla Machado e Simone Aparecida Capellini, de grande atualidade: "Dados preliminares de um programa de intervenção para compreensão leitora por meio da técnica de Cloze", cujos resultados revelam que a técnica cloze contribui de maneira expressiva para o desenvolvimento da compreensão em leitura.

É de autoria de Karina da Costa, José Maria Montiel, Daniel Bartholomeu, Camélia Santina Murgo e Nathalia Rodrigues Campos o artigo "Percepção do suporte familiar e desempenho em leitura e escrita de crianças do Ensino Fundamental", cujo objetivo foi avaliar as relações positivas entre suporte familiar e desempenho de leitura e escrita em crianças de 8 a 10 anos.

"Relação entre recursos familiares e desempenho escolar de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de escola pública", de Renata Ribeiro, Sylvia Maria Ciasca e Iuri Victor Capelatto, retrata pesquisa realizada para avaliar os recursos do ambiente familiar e correlacioná-lo ao desempenho escolar de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Esse estudo aponta correlação positiva entre desempenho escolar e alguns itens do ambiente familiar, como posse de livros, revistas e brinquedos pedagógicos, passeios em família, atividades extraescolares programadas e acompanhamento dos afazeres escolares.

Temos em seguida, o artigo de Nájila Bianca Campos Freitas, Jérssia Laís Fonsêca dos Santos, Andrezza Mangueira Estanislau, Rosicleia Moreira Palito e Patrícia Nunes da Fonsêca, "As percepções das crianças e adolescentes com câncer sobre a reinserção escolar". Nesse artigo, é realizada uma análise das percepções que os pacientes oncológicos apresentam acerca da reinserção escolar, que sinalizou tal movimento como um espaço promotor de bem-estar e de forte motivação.

"Infância, escola e literatura infantil: livro para criança não precisa ser educativo", de Mariana Pereira dos Reis, Eneida Pena Pereira Torres e Beethoven Hortencio Rodrigues da Costa, abre um instigante espaço nesta publicação, pois nos aprofunda sobre a intersecção entre os temas Infância, Escola e Literatura Infantil, trazendo reflexões que contribuem para a análise dos livros infantis oferecidos aos alunos na escola.

O relato de experiência "Quem canta, seus males espanta: um ensaio sobre autismo, cegueira, canto, inclusão, superação e sucesso", de Renata Mousinho, Andrea Câmara e Carla Gikovate, descreve a trajetória de um jovem, autista e cego, na Faculdade de Música de uma grande universidade federal, em um texto desenvolvido à luz das Neurociências, expondo os desafios e as soluções encontrados por ele e pela equipe educacional ao longo desse percurso.

Entre os textos que se seguem, temos primeiramente o artigo de revisão

"A Psicopedagogia na educação infantil: o papel das brincadeiras na prevenção das dificuldades de aprendizagem", de Clariane do Nascimento de Freitas e Helena Vellinho Corso, no qual as autoras refletem sobre a relevância que uma simples brincadeira tem para o processo de desenvolvimento das crianças e, em especial sua alfabetização: brincar desenvolve habilidades psicomotoras, psíquicas, afetivas e também cognitivas; faz parte do desenvolvimento integral da criança.

Importante também é o registro que encerra esta edição, apresentado na resenha do livro "Managing ADHD in school: the best evidence-based methods for teachers", de autoria de Russell Barkley, escrita por Andréa Carla Machado. Esse é o mais recente lançamento desse psiquiatra e professor da Medical University of South Carolina, nos EUA, um dos mais renomados professores e estudioso do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) do mundo. Dr. Barkley enfatiza, nesse livro, a importância dos métodos baseados em evidência para o tratamento psicopedagógico de crianças com TDAH, discorrendo sobre seus apontamentos para a necessidade da escola e para o comprometimento dos professores atuarem envolvendo metodologias com resultados de eficácia já comprovados.

Com nossos votos que este número oportunize a todos bons e proveitosos momentos de leitura e estudo, agradecemos aos autores que compuseram a presente edição e com sua confiança permitiram que viesse a público.

 

Irene Maluf

Editora

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