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Revista Psicopedagogia
versão impressa ISSN 0103-8486
Rev. psicopedag. vol.38 no.117 supl.1 São Paulo 2021
https://doi.org/10.51207/2179-4057.20210042
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dialética entre teoria e prática psicopedagógica em tempos de pandemia
Dialectic between theory and psychopedagogical practice in times of pandemic
Claudia FeldmanI; Roberta de Lacerda Meirelles CarneiroII
IPsicopedagoga, Graduada em Educação Especial - School of Education of the Kibutz Movement College Division Oranim, Israel; Especialista em Psicopedagogia Instituto Sedes Sapientiae; Especialização em Análise Psicodramática - Escola Paulista de Psicodrama; Formada em Constelação Familiar e Educação Sistêmica - Instituto de Desenvolvimento Sistêmico pela Vida (IDESV); Mediadora do PEI - Programa de Enriquecimento Instrumental, nível I e II em Israel; Psicopedagoga Titular e Supervisora voluntária do Projeto Social ABPp Seção São Paulo; NETAF - Núcleo de Estudos e Terapias, São Paulo, SP, Brasil
IIPsicopedagoga, Consultora Educacional e Mediadora PEI - Programa de Enriquecimento Instrumental, nível I; Mestranda em Artes da Cena na Escola Superior de Artes Célia Helena; Especialista em Psicopedagogia pelo Centro Universitário São Camilo; Licenciada em Artes Visuais na FASM; Bacharel em Comunicação Social USJT; Psicopedagoga voluntária do Projeto Social ABPp Seção São Paulo; NETAF - Núcleo de Estudos e Terapias, São Paulo, SP, Brasil
RESUMO
As experiências vividas durante a pandemia da COVID-19 definiram as formas de fazer escolhas e procedimentos na prática psicopedagógica e nas relações com outras pessoas. Adicionalmente, o apoio da equipe interdisciplinar possibilitou múltiplos pontos de vista aos clientes nas diferentes fases da pandemia: na transição para o ambiente remoto, na volta ao atendimento presencial, bem como no formato híbrido. Essas dinâmicas interferiram no sentimento de competência dos profissionais que se sentiram acolhidos pela mediação e puderam, a partir deste fortalecimento, compartilhar com outras pessoas suas experiências. Oportunidades também surgiram, como criar uma rede de sustentabilidade que pudesse seguir com um trabalho de excelência àqueles que necessitavam de apoio. Observamos que o psicopedagogo resgatou sua história de aprendizagem e convidou seus colegas e clientes a fazer o mesmo, colocando-se de forma reflexiva para encontrar soluções criativas e adaptativas aos novos contextos. Este artigo aborda a dialética entre teoria e prática psicopedagógica em tempos de pandemia.
Unitermos: Psicopedagogia. Aprendizagem. Equipe Interdisciplinar. Pandemia, Intencionalidade e Reciprocidade.
ABSTRACT
The experiences lived during the COVID-19 pandemic defined choices and procedures in psychopedagogical practice and in relationships with others. In addition, the support of the interdisciplinary team has enabled multiple points of view to customers in the different phases of the pandemic: in the transition to the remote environment, in the return to in person, as well as hybrid. These dynamics interfered with the feeling of competence of the professionals who felt supported by the mediation and were able, based on this strengthening, to share their experiences with others. Opportunities also arose, such as creating a sustainability network that could continue with an excellent job for those who needed support. We observed that the psychopedagogue recovered his learning history and invited his colleagues and clients to do the same; putting themselves in a reflexive way to find creative and adaptive solutions to new contexts. This article addresses the dialectic between theory and psychopedagogical practice in times of pandemic.
Keywords: Psychopedagogy. Learning. Interdisciplinary Team. Pandemic, Intentionality and Reciprocity.
INTRODUÇÃO
Na prática clínica psicopedagógica visamos o processo de aprendizagem e a importância de colocar o sujeito no protagonismo da sua própria história. Nesse contexto, como aponta o Artigo 2º do Código de Ética do Psicopedagogo, "a Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza-se de recursos próprios para a compreensão do processo de aprendizagem dos sujeitos e sistemas com vistas à intervenção"1. Isto posto, reafirmamos o psicopedagogo como um mediador que, com o seu conhecimento e ferramentas, proporciona ao cliente um clima facilitador de contingência, aceitação e acolhimento de suas necessidades singulares. Quando nos é colocado como profissional um desafio de aprender a aprender e de nos instrumentalizar de uma maneira tão rápida, apoiamo-nos na práxis da área de conhecimento.
Ao serem decretadas as diretrizes dos órgãos Mundial de Saúde e Federal, sobre a pandemia da COVID-19, compreendemos que era necessário agir de forma rápida no novo cenário. O afastamento das famílias atendidas e dos profissionais de suas atividades e rotinas demandaram um novo olhar para as dinâmicas do cotidiano.
Atentas às escutas dos grupos, profissionais da área e clientes, foi necessário decidir o tipo de contribuição que faríamos no planejamento dessas novas rotinas. Enquanto vivíamos um clima de insegurança, em primeiro lugar nos voltamos para a equipe interdisciplinar a que pertencemos. Apoiamo-nos, cada um dos profissionais, de diferentes especialidades, para que encontrássemos nosso ponto de equilíbrio e ponto de partida para o novo cenário.
Juntos concluímos que as reuniões de equipe, supervisão e discussão de casos, que ocorrem semanalmente, teriam sua continuidade de maneira remota (on-line), com outro objetivo no momento, o de acolher e ser acolhido, tanto no campo pessoal quanto profissional. Vimo-nos como agentes de mudança, cada um dentro de suas possibilidades. Observamos que cada um dos integrantes da equipe estava enfrentando a situação de uma maneira diferente, e as diferenças contribuíram para nossa reflexão e conhecimentos das diversas formas de solução e adaptação ao momento vivido.
Momento que exigiu o enriquecimento das nossas ferramentas de trabalho, e nos apoiarmos para instrumentalizar os psicopedagogos em suas práticas passou a ser algo fundamental durante essa pandemia. Grupos se organizaram em busca desse ajuste e desafio. Percebemos que estar dentro de um trabalho de equipe interdisciplinar era um grande presente, uma vez que pudemos nos fortalecer e acolher aqueles que se encontravam numa posição de insegurança e vulnerabilidade, correndo riscos inclusive de ficar sem trabalho. Realidade que estava sendo acometida com as famílias atendidas, colegas e com a própria equipe.
O papel do psicopedagogo que "ocupa-se do processo de aprendizagem"1 estava diante de um grande desafio, ressignificar parte da sua prática, rever alguns princípios, flexibilizar determinadas condutas, adaptar-se a novas realidades e desafios do atendimento remoto por meio do teleatendimento.
O psicopedagogo foi desafiado a revisitar o seu próprio processo de aprendizagem. Podemos compreender esse processo em dois focos, no subjetivo e no coletivo. A aprendizagem do sujeito revela valores e comportamentos familiares, histórias transgeracionais, expectativas do sistema familiar sobre aquela pessoa, e suas condições individuais, nos aspectos motores, cognitivos e socioafetivos.
Nesse clima de pandemia e o deslocamento para novos ambientes de atendimento, alguns psicopedagogos encontraram limitações tecnológicas, ou sem prévia experiência no teleatendimento. Esse profissional teve que ser visto na sua singularidade no seu próprio papel de aprendiz.
Em alguns casos, os atendidos tinham mais experiências de como lidar com a ferramenta tecnológica do que o psicopedagogo. E, assim, como aponta Fernández, "para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos"2. Constatamos que os papéis se intercambiavam, numa dança perfeita no processo de aprendizagem. Um emprestando para o outro seus conhecimentos, e significando esse novo momento.
O processo de aprendizagem exige flexibilidade e a criatividade pode gerar um ambiente facilitador e prazeroso. E, acessar a alegria de aprender, pode colocar quem aprende num lugar surpreendente. A prática que nos norteia é que todos os envolvidos nos atendimentos são protagonistas de suas próprias histórias, tanto quem atende como quem é atendido.
DESLOCAMENTO DO AMBIENTE PRESENCIAL PARA O VIRTUAL
Ao fechar seus consultórios, em março de 2020, com o início das orientações do distanciamento social, diversos psicopedagogos se perguntaram como fariam a partir daquele momento. Presos em paradigmas, fizeram grupos em aplicativos repletos de perguntas, e a angústia de alguns ficava evidente. Observamos questões que revelavam a insegurança, a pouca permissão de serem criativos diante dos desafios ou até paralisação.
Foi assim que as trocas entre nós e os colegas começaram a acontecer. Criamos grupos de estudos para nos apoiarmos uns aos outros na busca de estratégias para o atendimento. Compreendemos que esse é um momento de extrema importância para o psicopedagogo, no contexto mundial que demanda aprendizagem e resiliência. Mas, para que isso fosse possível, era necessário o profissional se autorizar a criar pautado na ética e diretrizes do campo de atuação.
Em primeiro lugar era necessário acolher esse profissional, com suas angústias, crenças e costumes. Depois pensar como ajustar o home office e o teleatendimento. Nomenclatura que precisávamos compreender qual seria usada para os atendimentos. Teleatendimento? Atendimento remoto? On-line? Sessão? Terapia? Acompanhamento? Qual era a forma mais adequada de nos posicionarmos?
Por vezes, manejar o diferente, a mudança do espaço ou lidar com ferramentas desconhecidas causou estranhamento. Dessa forma, exigia um nível de flexibilidade para que o novo não significasse errado, mas uma oportunidade para novos conhecimentos e descobertas.
Outras inquietações eram colocadas em pauta pelos profissionais: Como fazer a avaliação? Faremos uma sondagem? De que forma? Quais instrumentos? Com isso, começamos a procurar caminhos de como e do que fazer. Além disso, refletir quantas vezes nos afastamos do essencial. Era necessário, para responder a essas perguntas, voltarmos para o cerne da prática psicopedagógica e analisarmos o sujeito que estava na nossa frente.
Constatamos oportunidades no teleatendimento. Casos de clientes que se beneficiaram das aulas remotas e de profissionais no trabalho home office. Identificamos alguns casos em que o distanciamento dos espaços presenciais era menos ameaçador, sem tantas distrações, o que proporcionou um estudo/trabalho com mais atenção, mesmo que solitário. Estas dinâmicas contribuíram para uma relação favorável a alguns ritmos de aprendizagens individuais. Percebemos que certos 'rótulos' foram quebrados, porque algumas dificuldades ficaram menos evidentes. A tecnologia contribui com determinados relacionamentos com os objetos de conhecimento, como, por exemplo, com a escrita digitalizada e das correções automáticas.
As respostas de nossas reflexões nem sempre eram contempladas imediatamente. Precisávamos de um tempo para identificar, praticar e acomodar determinados processos. Entendermos o que estava produzindo resultados, o que não e o que precisávamos adequar. Mas para que isso acontecesse, como já relatamos, o principal era nos aproximarmos e nos colocarmos lado a lado do atendido, de sua família e/ou responsável. Pensar junto. Acolher. E, encontrar um caminho para algo que era muito maior do que estávamos imaginando naquele momento e cenário, por meio da mediação.
E, assim, através das diferentes plataformas, o mundo foi se abrindo. Descobrimos a possibilidade de realizar os atendimentos, as reuniões com as escolas, com especialistas e equipes de profissionais remotamente de acordo com o perfil/necessidade de cada uma de nossas interfaces. Realizar bons atendimentos era possível, e que na verdade nossos valores e princípios não precisavam mudar, mas sim nos ajustar, porque acima de tudo tínhamos a intenção, em hebraico KAVANÁ.
Ao usarmos o termo Kavaná, nos inspiramos no professor Reuven Feuerstein (1921-2014), que organizou alguns critérios de mediação para que possa ocorrer a Experiência de Aprendizagem Mediada que "possibilita o desenvolvimento de ferramentas teórico-metodológicas capazes de produzir Modificabilidade Cognitiva Estrutural, necessária às demandas da contemporaneidade." (Feuerstein apud Turra, 2007, p. 298)3.
Usar da mediação da intencionalidade e reciprocidade fortalece nosso campo de atuação, nossas práticas em um período em que o que está mais em foco são as maneiras de se relacionar com o contexto atual do mundo e, principalmente, favorece um processo de crescimento, enriquecimento e de uma aprendizagem significativa.
Turra descreve em seu artigo:
"Intencionalidade/Reciprocidade, consideradas como um único critério, são indissociáveis na mediação. O mediador deliberadamente interage com o sujeito, selecionando, interpretando e interferindo no processo de construção do conhecimento." (Feuerstein apud Turra, 2007, p. 303)3
Relacionando com a prática psicopedagógica, a intencionalidade é a preocupação de que a mensagem que queremos passar para o atendido seja realmente captada e percebida por ele, e o mediador deve estar atento às respostas do sujeito que estamos nos relacionando. Dessa forma, possibilitar e construir um atendimento correspondendo às diferentes demandas e necessidades de cada um.
Um ponto importante desse critério de mediação é criar uma condição básica de interação, favorecendo a escuta daquele que está sendo atendido, porque ela tem força de causar um pensamento novo no outro (modificabilidade). E a reciprocidade aumenta a consciência do mediado e viabiliza que ele possa regular seu próprio comportamento.
Dentro do critério de intencionalidade e reciprocidade, a reciprocidade tem como proposição que o outro que recebe a mediação caminhe com o mediador, e possa confiar que está fazendo o melhor nesse trajeto. Isso só é possível quando olhamos para o sujeito em sua individualidade, compreendemos seus diversos contextos. Um trabalho conjunto de construção em sociedade, afinal, cada um estava vivendo uma realidade com suas necessidades singulares.
Alicerçadas nestas premissas de Feuerstein, nas trocas com a equipe interdisciplinar, atentas à escuta e ao compartilhamento dos nossos interlocutores, pudemos autorizar e dar espaço às incertezas. E, juntos ensinantes e aprendentes identificarmos nos erros as possibilidades de acertos. Lidar com o novo para chegar num lugar melhor, talvez desconhecido.
Percebemos que aquilo que acreditávamos em nossa profissão não se perdeu devido à pandemia. Fechar o consultório não significava perder tudo isso. A clínica psicopedagógica é sem fronteiras, pode e deve existir independente dos espaços. Como apontamos no início deste artigo, o nosso campo de conhecimento é a aprendizagem e o objeto de estudo o sujeito em sua integralidade. Aprendemos sozinhos e aprendemos juntos. Na presença e na ausência. Os processos de ensino-aprendizagem e o relacionamento com os objetos de conhecimento ocorrem em diversos espaços, como por exemplo praças, salas, quartos, rua, carro etc, quando nos flexibilizamos, nos adaptamos às necessidades do momento, seja na vida pessoal, acadêmica ou profissional.
RESILIÊNCIA: A POÉTICA NAS INTER-RELAÇÕES
Um novo cenário estava à nossa frente. Prosseguimos com o olhar e a escuta atenta para o sujeito/instituição atendida, mas agora com novas investigações, experiências e contemplações. Quais as novas leituras do outro que nos chegavam? Fechar a câmera no meio do atendimento ou mesmo não ligá-la significava o quê? E os pais/responsáveis entrando no meio do atendimento, como delimitar o espaço terapêutico? Conversar somente pelo chat poderia ser um elemento de comunicação/expressão contemporâneo? E a instabilidade das redes de dados e disponibilidade de equipamentos? Como observar a linguagem corporal diante da câmera? Novos jeitos de pesquisar e utilizar os recursos disponíveis designavam maleabilidade de diferentes fronteiras, tais como: dos profissionais, dos espaços, dos corpos aprendentes.
Lidar com a instabilidade, com o erro e com o fracasso. Nós psicopedagogos manejamos constantemente isso antes, e agora mais ainda. Observamos que certos comportamentos se acentuaram durante o distanciamento social e na (re)adequação de rotinas. Mudou o cenário, mas o ser humano estava lá com suas angústias, algumas existenciais e outras circunstanciais, mas presentes. Encontramos diferentes realidades à nossa volta.
Cada um demonstrando suas verdades para o psicopedagogo que estava ali, contingente, à procura de compreender o processo de aprendizagem nesse momento de pandemia. Outrossim, investigar estratégias para acessar os núcleos mais saudáveis na psicodinâmica de cada um, para manter o papel social, o papel profissional e/ou o papel de estudante vivos, produtivos, por meio da integridade e do bem-estar.
UM LUGAR E MÚLTIPLOS CENÁRIOS
Longe do convívio social, mas mais perto dos familiares. Esses começaram a ter mais acesso e aproximação da realidade de seus filhos. O acúmulo de funções dos responsáveis ficou evidente, o mesmo lugar com papéis e cenários conflitantes. Os psicopedagogos entraram na rotina das famílias, como mediadores.
No meio de tanta angústia e exigência de adaptação vimos também um sentimento coletivo crescer e através de relatos assistimos famílias se organizarem. Estávamos diante de oportunidades em transformar os desafios em crescimento pessoal, conquista de novas competências e habilidades. Como, por exemplo, em um atendimento em que foi realizada a construção da batalha naval no papel, cada um jogando do seu lado da tela. Ganhos e as perdas se misturavam rapidamente, compondo diversas formas de aprendizagens.
A troca interdisciplinar junto à equipe nos fortaleceu com estratégias em diversos aspectos: trabalho corporal, na nutrição, emocionais e afetivos, na linguagem e na comunicação para cada atendimento. Identificamos que esse já era nosso propósito, compreender o sujeito como único e em sua integralidade. "Believe to achieve"4, como proferiu em palestra o professor Feuerstein. Devemos acreditar no ser humano, na sua capacidade em se modificar e se adaptar a diferentes situações.
O psicopedagogo dentro de uma visão sistêmica tem condições de colocar o outro no protagonismo da sua própria vida, e, para que isso ocorra, primeiro teve que acessar sua história. O movimento de entrar em contato com os valores e a riqueza cultural de cada família se fez importante, mostrou ser um caminho de fortalecimento e autonomia para seguir adiante com os atendimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos que o nosso conceito de identidade profissional é fundamental para acolher aqueles que nos procuram para atendimento psicopedagógico. Dessa maneira, mediar da melhor forma os interlocutores envolvidos na vida daquele que atendemos.
Desde o início da pandemia de COVID-19, refletimos sobre a atuação do psicopedagogo no atendimento individual e dentro da equipe interdisciplinar. Constatamos que, ao apoiar e trocar com diferentes profissionais, enriquecemos as práticas de cada um dos profissionais, porque, de forma mútua, a equipe estava contingente às necessidades emocionais, bem como apoio no desenvolvimento de técnicas e manejos da terapia.
Durante a construção e revisão deste artigo, estivemos em diferentes fases da pandemia no Brasil, o que nos fez deslocar para novos estudos e desenvolvimento de 'estratégias das estratégias'. Refletimos como a vida vem em ciclos, que se complementam, e que deixam tudo incrivelmente do jeito que tem que ser.
A realidade da pandemia nos coloca diante de desafios que nos movimentam não apenas para diferentes ambientes de atendimento (teleatendimento e atendimentos híbridos), mas para reflexão sobre como nos vemos atendendo no aqui agora. Ademais, respondermos a nós mesmos que tipo de profissional queremos ser e como podemos contribuir e fortalecer a Psicopedagogia como área de conhecimento. Oportunidades para a revisão de posturas, resiliência e novos paradigmas.
A proposta psicopedagógica não se abala, porque o aprender habita em todos os lugares dentro e fora da gente. Da forma pura que se apresenta damos então o acolhimento, e mediamos oportunidades do conhecimento se desenvolver.
REFERÊNCIAS
1. Código de ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia [acesso 2021 Mar 29]. Disponível em: https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2020/11/codigo_de_etica.pdf [ Links ]
2. Fernández A. A inteligência aprisionada: Abordagem Psicopedagógica Clínica da Criança e sua Família. Tradução: Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artmed; 1991. p. 41. [ Links ]
3. Turra NC. Reuven Feuerstein: "Experiência de Aprendizagem Mediada: um salto para a Modificabilidade Cognitiva Estrutural". Educere Educare. 2000;2(4):297-310. [ Links ]
4. Dr. Reuven Feuerstein, addresses NUA national conference [acesso 2021 Mar 29]. Vídeo: 5min27s. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uXopVpQwivY [ Links ]
Endereço para correspondência:
Claudia Feldman
NETAF - Núcleo de Estudos e Terapias
Rua Dr. Cândido Espinheira, 396, conjunto 21
Pacaembu - São Paulo, SP, Brasil - CEP 05004-000
E-mail: claudia.feldman@netaf.com.br
Artigo recebido: 30/3/2021
Aprovado: 11/10/2021
Trabalho realizado no NETAF - Núcleo de Estudos e Terapias, São Paulo, SP, Brasil.
Conflito de interesses: As autoras declaram não haver.